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terça-feira, abril 03, 2007

Topete

O José Matos respondeu aos comentários que eu coloquei a propósito das obras de Santa Engrácia, isto é, do penoso e nebuloso calvário que o actual executivo camarário tem passado a propósito do Eco-Parque.
Há um motivo para esta questão ser tão importante sob o ponto de vista político: é que nunca é demais recordar que o projecto do Eco-Parque é mais uma das várias obras que o actual executivo camarário recebeu de mão beijada da gestão anterior. José Eduardo de Matos não precisou de planear, projectar, pensar ou sequer lutar pelo financiamento do Eco-Parque. Tudo isso lhe caiu nas mãos, e dele apenas se esperava que não perdesse nada do que já tinha sido conseguido e que concluísse com rapidez e eficácia o processo de aquisição dos terrenos.
No entanto, e fazendo uso do seu toque de Midas negativo, José Eduardo tudo estragou: começou por parar as obras, perdeu o financiamento de 60% do projecto, empatou a aquisição de terrenos, atrasou os processos de expropriação, ficou passivamente a ver passar toneladas de areias a serem subtraídas de terrenos municipais mesmo por baixo do seu nariz, criou atabalhoadamente e de forma ilegal uma entidade gestora para o parque que nunca chegou a ser constituída, tentou oferecer o Eco-Parque à API mas esta entidade recusou-o, perdeu investimentos importantíssimos (o mais mediático será o do IKEA), multou as poucas empresas que conseguiu instalar no parque por estas não terem uma licença que ainda não existe por inoperância dos serviços camarários e por fim deixou derrapar os custos de uma forma absolutamente chocante.
Perante tudo isto, o PS fez o que lhe competia: denunciou o caso publicamente e enviou queixas sobre as fortíssimas suspeitas de crimes para as autoridades competentes (IGAT, Ministério Público, Procuradoria Geral da República). Não é demais recordar que há filmes de camiões com matrículas falsas a transportarem enormes quantidades de areias a partir dos terrenos do futuro Eco-Parque. Desapareceram toneladas de areias e ninguém sabe para onde!!! Apesar de tudo, a Câmara de Estarreja tudo faz para ignorar o caso em vez de promover e exigir publicamente uma investigação profunda da situação.
Perante tudo isto, como é que o José Matos respondeu? Comecemos primeiro pelos assuntos que o José Matos omite na sua resposta:
- O caso das areias roubadas e a forma como a Câmara foge a este assunto;
- O caso da derrapagem orçamental (2,8 milhões de euros!!!!);
- Os enormes atrasos na conclusão da obra (que José Eduardo chegou a anunciar para Agosto de 2002...);
- Os enormes atrasos no processo de expropriação de terrenos (já imaginaram o que sucederia se José Eduardo de Matos e Abílio Silveira fossem os responsáveis pelo processo de expropriação de obras como a Ota ou o TGV? Estávamos safos, pois nem daqui a 50 anos as obras começavam...:));
- A forma como José Eduardo de Matos perdeu o financiamento do Eco-Parque (5 milhões de euros!!!);
- A trapalhada em volta da tentativa falhada de criar uma sociedade gestora
para o Eco-Parque, ignorando o modelo herdado do PS, em que havia empenho de todas as partes e uma liderança clara da CME;
- As broncas com a falta de licenças das empresas que a CME autorizou a funcionarem no Eco-Parque.
Embora se tenha esquecido de referir estes assuntos, o José Matos fala do caso dos terrenos oferecidos pelo governo Cavaco Silva, representado por Mira Amaral à Câmara Municipal de Estarreja. Sobre isto, gostaria de esclarecer o seguinte:
- Foram 62 Ha de terrenos de área industrial, que medidos no próprio local se verificou
serem afinal 82 Ha;
- Os terrenos foram oferecidos numa cerimónia pública, que teve cobertura da imprensa e onde estiveram presentes representantes do PSD de Estarreja!!!! Há fotografias deste acto!!!!
- Nessa cerimónia foi exibida uma lista com o número do artigo de cada terreno, a sua localização e respectiva área. Ou seja, não estamos a falar de qualquer oferta virtual, mas sim de uma lista de terrenos concreta, que foi mostrada publicamente e que em 2001 foi deixada na posse da Câmara Municipal de Estarreja;
- Todos esses terrenos (que não eram contínuos) pertenciam ao Estado
(Quimiparque) e eram de área industrial;
- Todos esses terrenos ficam no perímetro do Eco-Parque, embora alguns deles (cerca de 20 Ha) fossem destinados a áreas de protecção natural no interior do próprio Eco-Parque.
Ou seja, de uma vez por todas, é mentira aquilo que o José Matos diz quando escreve que "
nunca foram oferecidos terrenos à Câmara Municipal de Estarreja para a construção do Parque Industrial". É mentira e há documentos que o provam. Aliás, seria interessante que a Câmara Municipal de Estarreja divulgasse publicamente o documento com a lista dos terrenos oferecidos por Mira Amaral e dissesse onde fica cada um deles e o que é que fez com eles
Ou seja, está na hora do PSD de Estarreja concretizar o que diz. Assim, se os terrenos que Mira Amaral e Cavaco Silva ofereceram ao concelho não estão hoje na posse da Câmara, há que pedir esclarecimentos aos próprios Mira Amaral e Cavaco Silva e explicar publicamente o que é que aconteceu a esses terrenos. Caso contrário, ficamo-nos pelas brincadeiras e pela negação de actos públicos, em relação aos quais existem provas documentais e testemunhais. Haja seriedade nesta matéria! É preciso topete!

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