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terça-feira, março 29, 2011

Paul Krugman, além de ser um indivíduo inteligentíssimo e ter um prémio Nobel da Economia algures entre as salvas de prata que certamente lhe ornamentam a sala, é também a única figura pública respeitável capaz de pensar outside the box e perceber o problema da zona Euro. Curiosamente, já no dia 3 de Novembro de 2010 eu tinha escrito que estas medidas de austeridade tinham muito menos a ver com problemas concretos da nossa economia do que com a natureza do Euro.
Vejam este texto de Krugman, que vai totalmente de encontro às baboseiras da minha autoria que ocasionalmente coloco aqui, no twitter e no Facebook:


March 27, 2011, 5:18 PM

The Euro Straitjacket

I think Dean Baker and I are converging on deficits and independent currencies. He asserts that having your own currency makes a big difference — you can still end up like Zimbabwe, but not like Greece right now. I’m fine with that.
Specifically, the reason Greece (and Ireland, and Portugal, and to some extent Spain) are in so much trouble is that by adopting the euro they’ve left themselves with no good way out of the aftereffects of the pre-2008 bubble. To regain competitiveness, they need massive deflation; but that deflation, in addition to involving an extended period of very high unemployment, worsens the real burden of their outstanding debt. Countries that still have their own currencies don’t face the same problems.
I like to use this picture, showing deficits and debt as of the end of 2010:
DESCRIPTIONIMF Fiscal Monitor
Source. I’ve used the 2009 deficit for Ireland, so as not to include the one-time costs of the bank bailout.
What you can see here is that the US and the UK look as if they should be in a similar category with the troubled European peripherals; and Japan is literally off the chart. But having our own currencies makes a big difference.
All I’m saying is that dollar or no dollar, fiscal solvency is still an issue — not now, not for some time to come, but not something we can always ignore.

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domingo, março 27, 2011

O futuro ex-Primeiro Ministro da Checoslováquia demitiu-se (e ainda bem, mas não pelos motivos em que o próprio certamente acredita e muito menos pelos afirmados publicamente)

No dia 30 de Setembro de 1938, em Munique, Edouard Daladier e Neville Chamberlain assinaram com Hitler e Mussolini o vergonhoso Pacto de Munique, que na prática consistiu na entrega da Checoslováquia a Hitler em nome da paz.
Passaram-se 72 anos e a história assume um paralelismo assustador. Desta vez a paz foi substituída no argumentário dos pagadores de resgates pela expressão "estabilidade financeira da zona Euro", o número de cordeiros exigidos para o sacrifício subiu para quatro (dois já entregues, um a caminho e outro à espera do que se passará nos 6 meses seguintes à entrega do cordeiro lusitano), mas o principal interessado é o mesmo e pelas mesmas razões: a Alemanha, a sua economia e a insustentável tentação hegemónica e supremacista que a afecta.
Entendamo-nos: todos os economistas sabem que há formas muito mais eficazes de combater os ataques especulativos à zona Euro. Veja-se as palavras de Paul Krugman (por exemplo aqui), que são bem ilustrativas de que esta monocultura da dicotomia austeridade vs. bancarrota é apenas um dos lados da questão. Falta solidariedade económica à Europa e os que hoje estão oportunisticamente ao lado dos que ocupam as posições mais elevadas da cadeia alimentar tardam em perceber que não tardará muito até que a sequência de queda de peças de dominó chegue até eles. Curiosamente, a última peça ainda não percebeu que não pode ficar sozinha - e que se isso acontecer cairá da mesma forma que todas as outras.
Ironicamente, o mecanismo que permite que hoje em dia a Europa seja uma oligarquia centralista e egoísta foi conseguido essencialmente graças ao esforço pessoal daquele que viria a ser uma das suas primeiras vítimas - embora os tratados de Nice e Amesterdão tenham sido terríveis e profundamente lamentáveis, é essencialmente graças às possibilidades abertas pelo tratado de Lisboa que a Europa central pode ditar as suas leis desta forma, pois o peso político dos países mais periféricos diminuiu para níveis que os aproximam da irrelevância. Se no dia 13 de Dezembro de 2007 José Sócrates soubesse o que sabe hoje, certamente que a banda sonora das palmadinhas nas costas de Durão Barroso seria qualquer coisa como "estes gajos que se lixem, pá".
Enfim, aconteceu o que aconteceu e neste processo a queda do governo português é apenas um detalhe desagradável para os predadores, na medida em que provavelmente fará com que o prato chegue à mesa 2 meses mais tarde que o previsto. Ainda assim, lá estará.
Segue-se a Espanha e com ela a Europa vai tremer. Se tivermos sorte será nessa altura que terminará o pesadelo e finalmente o Euro será extinto. No futuro será recordado como um belo sonho que terminou mal e mais uma prova de que de facto não se pode confiar no escorpião (leia-se, a Alemanha): é a sua natureza...!

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quarta-feira, março 23, 2011

E que tal uma solução tipo Bélgica? Ficávamos sem governo e nesse caso o FMI não teria a quem chatear!!! Brilhante, não era? O pior seria se optassem antes por enviar o FBI e descobrissem quem teve a ideia...

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quinta-feira, março 10, 2011

Já aqui expliquei algumas vezes que não me conformo, nem nunca aceitarei ou cumprirei o vergonhoso acordo ortográfico que alguns tentam impor.
Que esta é uma inadmissível submissão aos interesses brasileiros, já todos tínhamos percebido. O que ainda não tinha a noção é de que há outros países a quem o acordo incomoda tanto como a nós. Vejam este e-mail que anda a circular nos meios intelectuais angolanos:

Nos nossos sete, oito e nove anos tínhamos que fazer aqueles malditos ditados que as professoras se orgulhavam de leccionar. 
E levávamos reguadas com erros destes: "ação", "ator", "fato" ("facto"), "tato" ("tacto"), "fatura", " reação", etc, etc... 
Com o novo acordo ortográfico, voltam a vencer-nos, pois nós é que temos que nos adaptar a eles e não ao contrário. Ridículo... 
Mas, afinal de onde vem a origem das palavras da nossa Língua? Do Latim!! E desta, derivam muitas outras línguas da Europa. 
Até no Inglês, a maior parte das palavras derivam do latim. Então, vejam alguns exemplos:
Em Latim
Em Francês
Em Espanhol
Em Inglês
Até em Alemão, reparem:
Velho Português (o que desleixámos)
O novo Português (importado do Brasil)
Actor
Acteur
Actor
Actor
Akteur
Actor
Ator
Factor
Facteur
Factor
Factor
Faktor
Factor
Fator
 
Tact
Tacto
Tact
Takt
Tacto
Tato
Reactor
Réacteur
Reactor
Reactor
Reaktor
Reactor
Reator
Sector
Secteur
Sector
Sector
Sektor
Sector
Setor
Protector
Protecteur
Protector
Protector
Protektor
Protector
Protetor
Selection
Seléction
Seleccion
Selection
 
Selecção
Seleção
 
Exacte
Exacta
Exact
 
Exacto
Exato
 
 Excep
Excepto
Except
 
Excepto
Exceto
Baptismus
Baptême
 
Baptism
 
Baptismo
Batismo
 
Exception
Excepción
Exception
 
Excepção
Exceção
Optimus
Optimum
 
Optimum
 
Óptimo
Ótimo
Conclusão: na maior parte dos casos, as consoantes mudas das palavras destas línguas europeias mantiveram-se tal como se escrevia originalmente. 
Se a origem está na Velha Europa, porque é temos que imitar os do outro lado do Atlântico. Porque será que os Ingleses não fizeram o mesmo com os Americanos? Mais um crime na Cultura Portuguesa e, desta vez, provocada pelos nossos intelectuais da Língua de Camões. Circulem este email até chegar aos intelectuais que fizeram este acordo. 
  
O acordo ortográfico ficará para a história como um dos mais absurdos, desnecessários e gratuitos hara-kiris linguísticos de que há memória. 

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quinta-feira, março 03, 2011

Lembram-se daquela brincadeira que fazem as crianças, em que 2 ou 3 miúdos combinam dar um grito muito alto ao mesmo tempo e depois, chegada a hora H, só um deles é que grita, fazendo uma figura ridícula? É mais ou menos o que se está a passar com o Acordo Ortográfico, que só em Portugal é que está a ser cumprido... vejam os sites de alguns dos mais conhecidos jornais brasileiros, que continuam a escrever como sempre escreveram:

http://oglobo.globo.com/
http://odia.terra.com.br/portal/
http://www.jb.com.br/
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/

Somos, de facto, um país de invertebrados.

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