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quinta-feira, maio 23, 2013

Não, eu não me aguentaria sem escrever sobre a Raquel e o Martim. Em primeiro lugar, porque de facto é difícil encontrar momentos em que os defeitos da esquerda se cruzam de uma forma tão nua, crua e evidente com as virtudes da direita.
Martim é um exemplo para todos nós: com base em boas ideias, capacidade de resolução de problemas, iniciativa e descaramento, fez-se à luta, sem medos e sem traumas. Todos teríamos muito a ganhar se fôssemos assim, esquecendo o fado do desgraçadinho que cada vez mais vemos diariamente repetido nos meios de comunicação social portugueses. Martim tentou, está a tentar e aparentemente está a conseguir. Merece seguramente todo o êxito que tem e, maior descaramento ainda, fez tudo isso com 16 anos, indiferente à espiral negativa em que os adultos lançaram o país a que ele veio parar.
Do outro lado temos Raquel, detentora de um seguramente extenso currículo académico, viciada em estereótipos e obstinada em brilhar na TV. Perante o cheiro de um alvo fácil, Raquel atacou: uma criancinha tenrinha tinha aparentemente aberto a guarda e estava à mercê de todo um arsenal argumentativo solidificado em horas de leitura de autores progressistas. O problema foi o que aconteceu a seguir.
No entanto, antes disso vamos analisar um pouco melhor a cena. Martim estava de pé, a intervir a partir da bancada e a espantar todos com a sua história pessoal. Uma história sobre risco, empreendedorismo, iniciativa, inconformismo, ingenuidade e, claro, a audiência estava cativada. No palco estava Raquel, irritada com o protagonismo do miúdo e sobretudo com a glorificação da economia de mercado que a respectiva história representava. Não podia ser. Então a meio de uma crise económica e de um programa de austeridade em que o Estado luta para se emagrecer ao máximo, o programa de TV em que ela era a estrela estava a transformar-se numa ode ao salve-se quem puder?! Era preciso actuar. Foi isso que Raquel fez, com o primeiro argumento que lhe ocorreu.
Ao confrontar absurdamente um jovem empreendedor com o suposto facto das empresas às quais ele dava trabalho estarem a contratar empregados pagando o mínimo exigido pela lei, Raquel estava apenas a despolarizar a conversa e não a discutir realmente o assunto. É evidente que se todos nos preocupássemos com a responsabilidade social de todos os intervenientes da cadeia de valor dos produtos que consumimos a nossa vida seria um caos (como muito bem o descreve este excelente texto do Blasfémias). E Raquel, que foi ao Prós e Contras envergando roupa provavelmente produzida nas mesmas circunstâncias que a que o Martim vende, estava apenas a afastar o foco do programa das virtudes (que também as há) do capitalismo.
É por causa deste fechar de olhos à realidade e deste ódio de estimação à iniciativa privada e ao sucesso individual que alguma esquerda (a da Raquel) não faz, nem nunca há-de fazer, parte de qualquer solução, seja qual for o problema que se venha a colocar.

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terça-feira, maio 21, 2013

Viver no submundo 

Para viajar de Coimbra a Espinho de inter-regional é preciso sair do comboio em Aveiro e comprar manualmente um novo bilhete, que não pode ser comprado em Coimbra nem online. A CP é, de longe, a pior empresa ferroviária que eu conheço, está sempre em greves e cada vez tem menos serviços. Não merece um cêntimo dos nossos impostos. Privatizem-na já!

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