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terça-feira, janeiro 31, 2006

Dois textos magníficos:

BOBY, TARECO & COMPANHIA: A guarda pretoriana de Pinto da Costa atacou ontem, à saída do centro de estágio do FCP, o treinador Adriaanse. Se estivéssemos em Palermo, o holandês teria recebido apenas um peixe morto dentro de um jornal. Razão tinha o Mourinho, que preferia Palermo.
Filipe Nunes Vicente, Mar Salgado

OUTRO DEPUTADO
A propósito, também estive no parlamento. Seis meses, com as férias de Natal pelo meio. Não fiz nada. O grande problema era arrumar o carro (não havia ainda uma garagem especial para os senhores deputados) e, a seguir, o almoço, sempre uma aventura naquela parte do mundo. De resto, corria tudo bem. Assinava o "livro", porque a Assembleia da República não confia nos representantes da nação e espera (compreensivelmente) que eles não ponham lá os pés. Só encontrei esta solicitude, aos treze anos, no Liceu Camões. Nessa altura, passava as tardes no cinema, angustiado pela "falta". Em S. Bento, não faltava ou, pelo menos, não faltava muito. Lia os jornais, os que tinha trazido e os do Pacheco Pereira. Nunca levei um livro por causa da televisão, que aparentemente embirra com deputados que lêem livros. Fora isso, conversava e passeava pelos corredores. Passos perdidos, de facto. De quando em quando recebia instruções para votar assim ou assado. Sem um comentário. A direcção da bancada é que sabe e manda. Às quatro e meia da tarde, no mictório nacional, imemorialmente entupido, a urina já chegava à porta (consta que neste capítulo as coisas melhoraram). Às cinco e meia, derreado, voltava para casa. Uma vez por semana, na minha comissão, a Defesa, ouvia um general indescrito repetir o comunicado da USIA sobre a Bósnia. Não se permitiam perguntas. No dia em que me demiti, um bando de jornalistas, de microfone espetado, exigiu explicações.
Vasco Pulido Valente, O Espectro

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Blogs interessantes:

- O Espectro, com Constança Cunha e Sá e Vasco Pulido Valente;
- O da revista Kapa, que eu também lia (mas não com o zelo do José Cláudio).

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Agora com um pouco mais de tempo, algumas notas soltas:

Não sou dos que ficaram em estado de choque com a vitória do Hamas (porque é que toda a gente pronuncia esta execrável palavra com sotaque francês?). Aliás, acho que esta organização até tem uma vantagem em relação à OLP tradicional (hoje Al-Fatah): pelo menos com eles o terrorismo é promovido claramente e sem ser pela calada... e se o Hamas eventualmente se comprometer em acabar com os ataques suicidas a sua incidência será mesmo reduzida, ao contrário do que acontecia quando Arafat exercia a sua liderança de dupla personalidade em que se apresentava como pomba melodramática à comunidade internacional e pela calada enviava os mártires de Al-Aqsa e outros que tais explodirem autocarros de crianças.
Além disso, há algo que nos devemos habituar a respeitar: quando Israel identifica um problema para a sua subsistência, resolve-o clara e eficazmente, sem quaisquer tipos de subterfúgios. São exemplos disso o bombardeamento e consequente destruição do reactor nuclear iraquiano (pelos vistos, a única ocasião em que Saddam constituiu um verdadeiro perigo para o Ocidente...) e os mísseis personalizados para o sheik Yassin e outras personalidades igualmente recomendáveis. Muito provavelmente, os israelitas sabem (melhor que ninguém...) que com o Hamas finalmente encontraram um interlocutor com legitimidade (e talvez até capacidade) para fazer prevalecer um eventual acordo. Resta saber se ele algum dia existirá...

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segunda-feira, janeiro 30, 2006

Desculpem lá, mas...


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sexta-feira, janeiro 27, 2006

Reflexão e Proposta

Após duas semanas quase vertiginosas em relação a grandes investimentos anunciados para Portugal, a maioria dos quais a partir da API, verificamos que não há um único que venha para o Parque Eco-Empresarial de Estarreja.
Volto a recordar que um dos principais argumentos com que a CME justificou a oferta do Eco-Parque à API foi precisamente o da atracção de investimentos preferencial para o nosso concelho.
Estará na hora de se lançar um ultimato à API?

Por outro lado, a AEP já anunciou publicamente a deslocalização da Exponor para o Europarque, em Santa Maria da Feira, e a criação, entre a Feira e Ovar, de "uma nova cidade" com novos serviços e empresas. Ora, não é preciso um doutoramento em Estratégia Económica para se perceber que o Eco-Parque de Estarreja (a 10 minutos de distância deste novo pólo) tem uma localização privilegiadíssima em relação a este projecto. Acho que não é necessário dizer mais nada...

Ou seja, penso que é este o momento ideal para mudar o modelo de gestão do Eco-Parque: o motivo (a API esqueceu-se de Estarreja), a ocasião (novo projecto da AEP) e o tempo (pouco antes da conclusão das obras do Eco-Parque) conjugam-se de uma forma excepcionalmente favorável e provavelmente irrepetível.

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Para terminar a discussão do orçamento...

... parece-me que eu e o José Matos até estamos de acordo na maioria dos pontos, embora permaneçam pontos em que as nossas opiniões diferem:
- Continuo a achar que, embora de facto isso não tenha sido referido expressamente, o texto do grupo municipal do PS deve ser lido da forma como eu o interpretei no post anterior;
- As sistemáticas referências gabarolas "maior orçamento de sempre" foram de facto um exercício deliberadamente enganoso, por vários motivos:

- E continuo a achar que se deveria mesmo tentar a "versão B" (de Berdadeira) do orçamento, nem que fosse sob o formalismo dum anexo em que se faria uma previsão (essa sim, realística) da execução orçamental para o ano que se inicia. Se as outras Câmaras não o fazem, o problema é delas. Afinal, alguém tem que ser melhor e dar o exemplo...


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Só hoje vi o texto que Rui Lima Jorge me enviou a propósito das eleições presidenciais. Embora atrasado, continua a merecer ser lido:

Não cortar as asas ao sonho… com Manuel Alegre a Presidente

Corria, se não erro, o ano já distante de 1976 ou 77. Discursando no encerramento da Assembleia de Artes e Letras do PCP, Álvaro Cunhal, perante elogios e críticas, tanto de fora como de dentro do seu Partido, à ortodoxia do realismo socialista e às heterodoxias de pensamentos e práticas estéticas, proclamava “não cortemos as asas ao sonho”. Queria dizer que a liberdade de criação artística não se coaduna com o estabelecer de baias, políticas, sociais ou económicas que a condicionem.
O que foi o passado antes desta frase e o que tem sido o penoso presente a este respeito, com uma cada vez mais férrea limitação da expressividade artística – com demissões e substituições em organismos culturais, com o primado da rentabilidade do mercado sobre a alegria da livre e frutuosa criação de formas de arte, com o esmagamento das diversidades culturais pelos ditames soprados lá do VI Império – se falará numa outra ocasião.
Ocorreu-me a frase bela e feliz de Cunhal enquanto assistia ao decorrer da campanha eleitoral para a Presidência da República Portuguesa, que hoje termina. E, mesmo sem pedir autorização ao sr. Jerónimo de Sousa, que parece ter os direitos de autor sobre o nome de Álvaro Cunhal, quero evocar este grande nome a propósito de um nome grande que concorre ao mais alto cargo político da nossa nação – Manuel Alegre.
Alegre representa, nestas eleições, alguém que concorre por sentir a necessidade de, através da sua candidatura, dar voz a quem não se revê em meras candidaturas de aparelhos partidários, a quem, sem menosprezo dos partidos, entende que há mais vida para além das sedes, das bandeiras e dos lugares à mesa do orçamento.
Alegre dá um novo sentido à cidadania e à participação dos cidadãos na vida política, ao fazer-lhes ver que não precisam de ter um cartão partidário na carteira, uma bandeira colorida na mão e um slogan de marketing na boca.
Alegre diz, a este povo que começava a aceitar a canga do seu destino de morador em “feira cabisbaixa” (Alexandre O’Neill), 35 anos depois de o escrever, que ninguém “poderá domar os cavalos do vento/ este tropel/ do pensamento/ à flor da pele” (“O canto e as Armas”).
À Presidência da República concorrem representantes de partidos, cada um com sua ambição: Jerónimo e Louça para fixarem eleitorados e discutirem quem é, à esquerda, o maior dos mais pequeninos; Garcia Pereira, para angariar mais clientes à sua banca de advogado; Cavaco para cumprir o fadário que a direita lhe atribuiu, depois dos desaires de Soares Carneiro, dele próprio e de um outro de cujo nome já ninguém se lembra; Soares pela sua enorme vaidade (embora, e daqui lhe tiro o meu chapéu, o homem tenha ido a uma luta de onde tinham desertado todos os seus comparsas mais ou menos ilustres – Guterres, Vitorino, Gama – assustados com o “gurosan” cavaquista longamente preparado e trombeteado por todos os Balsemões e Saraivas deste reino).
Resta Alegre e esta bela disposição para ser esta voz que, solitária a principio, é hoje a expressão de cada vez mais e maiores solidariedades. Quando, meses atrás, anunciei publicamente o meu apoio à candidatura de Alegre, tinha acabado de encontrar um cartaz que aparecera nas presidenciais americanas de 96: “Se Deus quisesse que votássemos, ter-nos-ia dado candidatos”. Até chegar Alegre eu não tinha candidato. Tive-o então, e vou continuar a tê-lo até ao próximo domingo.
E até ao dia da segunda volta.

Rui Lima Jorge

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quinta-feira, janeiro 26, 2006

De facto, quando se lê um texto, cada um lê o que quer. Se excluirmos os juízos de valor sobre a intervenção do grupo do PS na última AM e sobre o que eu próprio aqui escrevi, o José Matos apenas demostrou que está de acordo comigo. E para que não restem dúvidas: nem hoje, nem em nenhuma das anteriores discussões sobre o orçamento eu culpei JEM pela forma como o orçamento é feito (e eu nem sequer sou um indivíduo particularmente simpático para o nosso Presidente da Câmara...). A culpa é dos gajos que inventaram o POCAL!!! (confesso que pensava que já tínhamos ultrapassado esta lamentícia fase da discussão...)
O que eu sempre disse e escrevi (ouça-se a gravação da AM em que se discutiu o orçamento de 2005...) é que seria importante existir uma "versão B" do orçamento que, sem os constrangimentos da estupidez legislativa, explicasse verdadeiramente quanto é que a Câmara pensa gastar e em quê.
O orçamento é uma carta formal de intenções. Quando o orçamento de um ano é superior à despesa do ano anterior, isso deveria significar que formalmente a Câmara tem intenção de gastar mais. E penso que foi isso que o PS quis criticar.
No entanto, reconheço que nas autarquias o orçamento é uma carta com 50% ou 55% de intenções verdadeiras e 45% de intenções falsas (e que só lá estão por causa das regras do POCAL) ou frustradas.
Ou seja:
- Tem razão o PS quando diz que a CME tem intenção formal de gastar mais em 2006 que em 2005 (e o orçamento é a prova documental disso mesmo);
- Tem razão o Zé Matos quando diz que essa intenção na realidade não existe (e deste modo descredibiliza o orçamento que ele próprio aprovou...);
- O actual reconhecimento de que o orçamento é um documento virtual contrasta com os tempos em que JEM e seus pares se vangloriavam (na rádio, boletins municipais, jornais locais, etc.) do "maior orçamento de sempre"...

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Mais um esclarecimento/resposta ao José Matos (com a devida ressalva de quem não participou na elaboração da intervenção do PS na última AM e nem sequer discutiu o assunto com os autores do texto):
A grande questão nesta discussão é a questão do costume, que surge sempre que se apresenta um orçamento camarário: as regras técnicas que determinam o modo como o orçamento é preparado pelos serviço da CME são absolutamente estúpidas. Não há um só orçamento com uma taxa de execução sequer na casa dos 80%. No sector privado, isto seria motivo para despedimento do gestor responsável pela apresentação de um orçamento com um desvio tão grande em relação à realidade!
Caímos no paradoxo da CME apresentar um orçamento muito superior aos valores executados no ano anterior ao mesmo tempo que se lamenta da diminuição do investimento que será possível realizar. Ou seja, JEM apresentou um orçamento em que ele próprio não acredita. Tal como o José Matos também não acredita, pois já demonstrou que ao aplicar uma taxa de execução semelhante à verificada em 2005, o orçamento representa na realidade uma diminuição da despesa...
O que o PS criticou foi apenas o orçamento apresentado, que de facto representa um acréscimo nos gastos da CME. Se se partisse para a discussão admitindo que 45% ou 50% do que é proposto não é para ser feito, haveria muito mais por onde discutir, até porque a vários sectores parecem caber percentagens muito reduzidas do orçamento (4% ou 5%), pelo que seria legítima qualquer especulação sobre o que é e o que é que não é para cortar.
No meio disto tudo, aqui fica uma lista das poucas verdades disponíveis sobre o orçamento:
- O orçamento, embora seja menor que o anterior, é superior à despesa executada em 2005;
- O orçamento continua a ser um exercício de contabilidade virtual, afastado da realidade em cerca de 45% a 50%;
- Ao contrário do que foi várias vezes sugerido em diversas AMs de anos anteriores (por exemplo, por mim, entre outros...), a CME continua a não apresentar orçamentos reais, que permitam saber com exactidão o que é que vai ou não ser feito;
- Muito provavelmente a despesa executada em 2006 também será menor que a executada em 2005;
- No entanto, se a taxa de execução subir mais que 6% (valor calculado por mim com base apenas na informação que recolhi no Estarreja Light: redução de 9% no orçamento, 57% de execução em 2005), a despesa executada poderá de facto aumentar...
- Ninguém (do Presidente da Câmara ao José Matos, da oposição ao cidadão anónimo) acredita no orçamento proposto pela CME.
Ou seja, tudo é possível...

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quarta-feira, janeiro 25, 2006

O José Matos (aqui e aqui) e o José Cláudio Vital (aqui) responderam nos respectivos blogues aos textos que eu aqui publiquei a pedido da Marisa Macedo (aqui e aqui).
Embora eu não conheça o documento do Orçamento e das GOP para este ano e não tenha tido qualquer participação na elaboração do documento apresentado pelo grupo parlamentar do PS, há algumas coisas que penso ser importante esclarecer e que permitem desmontar vários dos argumentos e contra-argumentos utilizados:
- O investimento no concelho: é evidente e óbvio que obras como por exemplo o cinema, a biblioteca ou o parque municipal do Antuã não são pagas adiantadas ou sequer a pronto. Ou seja, é inevitável que o lastro do seu financiamento se arraste por orçamentos anteriores e posteriores à sua conclusão. O que não é correcto é que um executivo se vanglorie (ou se lamente...) da sua autoria ou do investimento associado quando não teve qualquer participação no lançamento, programação e obtenção do financiamento governamental para a realização da obra em causa;
- Não me parece que exista qualquer ofensa quando se diz que este orçamento serve para pagar as obras inauguradas no último período de campanha eleitoral. Aliás, pelas razões referidas na alínea anterior, isso seria natural e previsível. A acusação que o PS faz não parece levantar qualquer suspeita em relação à origem do financiamento da campanha do PSD/CDS, mas refere apenas as consequências de uma gestão orientada pelas datas do calendário eleitoral;
- A questão das obras paradas por falta de pagamento também não foi adequadamente tratada. É evidente que os empreiteiros só em último caso é que recorreriam a uma medida tão drástica como a paragem de uma obra. Os artifícios utilizados quando os pagamentos tardam são bem conhecidos e mensuráveis pela simples contagem do número de trabalhadores no activo quando há dinheiro versus a meia dúzia de gatos pingados de Super Bock na mão que povoam as empreitadas quando o dinheiro tarda...
- Acho insólito o argumento do José Matos quando fala em "ineficiência do PS na inauguração das suas obras", sobretudo porque é utilizado para responder a uma acusação de eleitoralismo na calendarização das actividades camarárias...

O resto é apenas política e jogo de palavas. De qualquer modo, há uma realidade que salta à vista (e que o José Matos reconhece): há uma desaceleração clara da actividade da CME. Se o facto deste abrandamento coincidir temporalmente com a conclusão das obras herdadas do tempo do PS é apenas uma coincidência, há que reconhecer que JEM teve azar...

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Pé Frio ou Ave Rara?

Contando com as eleições do passado fim de semana, desde que tenho idade para votar já existiram 16 actos eleitorais em Portugal. Votei 4 vezes no partido/candidato que ganhou as eleições e 12 vezes em partidos/candidatos derrotados... se contarmos apenas as eleições na minha freguesia (Canelas), votei 1 vez no partido que ganhou as eleições e 15 vezes em quem as perdeu!

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Há um novo blogue estarrejense (aliás, canelense): o Notícias da Aldeia.

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Perdoem-me o anacronismo, mas há coisas que merecem mesmo ser mostradas...

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segunda-feira, janeiro 23, 2006

Como se pode ver no post anterior, falhei as minhas previsões. Isto aconteceu porque:
- A queda de Cavaco em relação às sondagens (e durante a própria noite eleitoral!) foi muito superior ao que eu esperava e quase provocava uma segunda volta (0,6%...). Se a campanha tivesse mais 2 ou 3 dias, seria impossível a vitória à primeira... no entanto Cavaco ganhou, e ganhou com um grande avanço: a sua legitimidade não sai beliscada e isso é um problema quer para Sócrates, quer para Marques Mendes;
- Mário Soares teve mais votos do que eu pensava, o que mostra a capacidade da máquina do PS. De qualquer modo, a surpresa seria total se Soares chegasse aos 15%, o que não aconteceu;
- Mais uma vez sobrevalorizei os pequenos partidos. Infelizmente, a tendência central (ou bipolarizadora) parece ser irresistível e homens como Jerónimo, Louçã ou Portas têm muito mais adeptos que votantes...
Da noite eleitoral ficam duas notas negativas: Ana Gomes e principalmente José Sócrates. A primeira conseguiu a proeza de culpabilizar Alegre pela vitória de Cavaco e o segundo teve a atitude mais infantil e baixa de qualquer Primeiro-Ministro nos últimos tempos: a forma como cortou a palavra a Alegre ficará para a história das eleições em Portugal e é um sintoma de um mau perder muito preocupante. Aliás, a atitude de Sócrates mostra bem qual foi a única coisa que lhe correu verdadeiramente mal nestas eleições: Manuel Alegre.

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domingo, janeiro 22, 2006

Cá fica a tradicional previsão pré-eleitoral (em percentagem dos votos válidos):
- Cavaco Silva - 52,5%;
- Manuel Alegre - 21,2%;
- Mário Soares - 9,9%;
- Jerónimo de Sousa - 9,1%;
- Francisco Louçã - 7,3%.

(Ok, admito que a votação do Mário Soares tem mais de desejo que de previsão... mas assumo-a como previsão, até porque a de Cavaco tem mais de previsão do que de desejo...)

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quinta-feira, janeiro 19, 2006

Ecos da Assembleia Municipal

Recebi este mail da Marisa Macedo (líder da bancada do PS na AM), que reproduzo com a sua devida autorização:

Diz o José Matos que nós continuamos a acusar a mesa da AM de falta de democracia.
O que temos reclamado é o direito de podermos responder ao Presidente, quando ele transforma os factos e altera a seu bel prazer a realidade. (Ainda na última AM afirmou categoricamente que, quando foi eleito, não encontrou NEM UM terreno comprado no Parque Eco Empresarial!!!) Claro que apresentámos um requerimento à mesa para que o Eng. Teixeira da Silva, que estava presente na sala, pudesse rebater a questão dos terrenos. O requerimento foi indeferido.
O que se passou no presente caso é que o Presidente - como sempre - disse o que quis na intervenção final, sem que pudessemos responder a nenhuma das suas acusações e suspeitas. Entre outras coisas que eram facilmente rebatíveis, desafiou-nos para apontarmos uma única obra que estivesse parada. Essa parte das obras paradas passou na RVR e fica a questão no ar, dando a sensação que o PS teria ficado embaraçado. Resolvemos, por isso, mandar para a RVR não uma, mas três obras que estão paradas. Ao José Matos e ao PSD, claro, não interessa que o PS aponte as obras que estão efectivamente paradas. Interessa-lhes distrair a população com pretensas acusações de "falta de democracia". Pessoalmente, não quero saber dessa questão da falta de democracia para nada. Já todos percebemos no PS que podemos causar os maiores transtornos à Coligação em apenas um quarto de hora! E é isso que estamos e vamos fazer: oposição compacta.
Esta "oposição compacta" tem a vantagem de todos termos de participar na elaboração dos textos, uma vez que não podemos multiplicar as nossas intervenções, devido ao tempo de que dispomos. Pelo que, o que eu li, mais não é do que o trabalho conjunto de todos os deputados e vereadores do PS.
E que ninguém pense que é com acusações de que "não estamos preparados" ou que "o tom de voz" que cada um tem não é o melhor, que nos vão constranger. Nós temos consciência que não somos tão lindos como o José Matos, nem conseguimos colocar a voz tão harmoniosamente como ele. Nestes aspectos físicos, não temos qualquer hipótese, o que lamentamos todos os dias!
Aos deputados do PS resta, porém, o consolo de estarem todos à vontade para exibir o nosso curriculo e/ou certificado de habilitações. Na nossa ingenuidade, quando nos propusemos concorrer às eleições, pensávamos que a preparação de cada um era mais importante do que a cara, a voz e a forma de vestir. É que não houve uma única pessoa - UMA ÚNICA - que nos tenha alertado para o facto da AM ser um concurso de beleza! Claro que agora estamos a ser apanhados de surpresa...
Quanto ao facto do José Matos prometer vir desmontar os nossos argumentos, estamos à espera. Tal como estamos à espera das desculpas que prometeu apresentar caso o Presidente da Câmara perdesse o caso "Mariazinhagate".
Por fim, envio-te a nota de imprensa que o José Matos agora interpreta como entende, para que mais uma vez vejas como deturpa as coisas propositadamente.
Um abraço
Marisa


... e aqui fica também o texto da nota de imprensa divulgada ontem:

A Rádio Voz da Ria transmitiu ontem um excerto da intervenção do Exmº Senhor Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, na Assembleia Municipal de Estarreja, na qual ele desafia a oposição a apontar “uma só obra que esteja parada”.
Como a mesa da Assembleia Municipal não autoriza o Partido Socialista a responder à última intervenção do Dr. José Eduardo de Matos, vimos agora fazê-lo.
Apontamos para já, não uma, mas três obras que estão paradas:
- Rua de Adou em Salreu
- Rua da Carapinheira, em Salreu
- Rua D. Manuel I /Rua Desembargador Correia Teles, em Beduído, cuja obra dura desde 25 de Outubro de 2004 e está, neste momento, parada.


Nota: embora ainda não o tivesse dito publicamente, sempre fui crítico do Regimento da AM (que é um copy-paste do modelo de Regimento sugerido pela Associação Nacional de Municípios). Penso que a adopção de mecanismos de debate semelhantes aos existentes na Assembleia da República (fala o PM, responde a oposição, responde o PM, responde a oposição, encerra o PM) seria muito melhor para o debate, especialmente quando a assimetria de número de deputados é tão grande como a que se verifica em Estarreja. É verdade que os partidos da coligação merecem ter mais deputados, pois venceram as eleições. No entanto, isso não deveria constituir motivo para que a oposição tenha apenas direito a um terço do tempo disponível para debater. Esta não é uma crítica ao Presidente da AM, que agora como no passado, limita-se a cumprir as regras regimentais. É, no entanto, um desafio aos deputados municipais, em especial aos da coligação: terão eles a coragem de viabilizar uma alteração regimental que permita distribuir igualmente o tempo de intervenção de cada grupo parlamentar? Ganhava a democracia e não perderiam a capacidade de aprovar as propostas da Câmara, pois continuariam a ter uma larga maioria de votos...

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quarta-feira, janeiro 18, 2006


O Grito

Há 113 anos, o pintor norueguês Edvard Munch teve uma visão do futuro...

Fonte: a indomável caixa de correio do Estarreja Efervescente

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Não participei nem assisti à última Assembleia Municipal e do Orçamento e Grandes Opções do plano só conheço o que saiu na comunicação social e no Estarreja Light. No entanto, já aqui falei da previsibilidade dos argumentos (aliás, das desculpas) apresentadas publicamente por José Eduardo de Matos: não constitui nenhum exercício de astrologia adivinhar que o fim das obras herdadas dos tempos do PS associado à falta de novos projectos tornaria inevitável uma redução do Orçamento (segundo JEM, de 9%), mesmo quando se sabe que só cerca de 50% do que lá está é que é mesmo para fazer...
A deputada municipal Marisa Macedo teve a gentileza de me enviar o texto da sua intervenção na AM, a propósito do documento em causa:

O Senhor Presidente acaba o seu texto introdutório às Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2006 com a seguinte frase: “Perdoem que termine fazendo descaradamente campanha eleitoral”.
Usa esta frase no fim, dando a entender que tudo o resto que escreveu anteriormente é a mais pura e objectiva realidade, quando na verdade o texto mais não é do que a antecipação da desculpa que iremos ouvir nos próximos anos ao senhor presidente pelo facto de, previsivelmente, Estarreja continuar no bom caminho… para o marasmo a que esta política da coligação nos tem conduzido.
Na realidade, as obras marcantes que a gestão socialista do município lhe deixou foram inauguradas nos últimos meses do mandato anterior. Da autoria da coligação não há nenhuma verdadeiramente digna desse nome. Como vai o senhor presidente desculpar-se então perante os munícipes? Atirando a culpa para o Governo, claro. Que não lhe dá dinheiro. Que não lhe permite endividar-se. Sabendo nós que a política do governo é para todos, também sabemos que uns municípios se desenvolvem mais do que outros. Porquê? A resposta é simples: porque uns têm gente a liderá-los mais capaz, mais competente, mais dinâmica e com novas ideias.
Nos próximos anos vamos ter oportunidade de ver o que vai fazer cada um dos presidentes de câmara com as mesmas oportunidades dadas pelo Governo. Veremos então se a culpa pelo marasmo de Estarreja é do Governo ou se é do presidente da câmara.
Voltando ao tema campanha eleitoral, este orçamento não podia ser mais claro quanto ao que nos espera nos próximos 4 anos. Nos 2 primeiros anos, o município vai pagar o preço das obras que serviram para a coligação fazer a campanha eleitoral das autárquicas de 2005. Nos restantes 2 anos, 2008 e 2009, o município vai começar a pagar as obras que o senhor presidente pretende inaugurar na campanha eleitoral para as autárquicas de 2009.
É absolutamente claro que este orçamento mais não é do que um plano de pagamento da campanha eleitoral para as autárquicas de 2005 e um plano de obras para apresentar na campanha eleitoral para as autárquicas de 2009. Claro que, já sabemos, se o senhor presidente não for capaz de terminar as obras a tempo da campanha, a culpa vai ser do Governo por não lhe ter dado dinheiro.
Diz o senhor presidente que “O nosso orçamento para 2006 diminui 9%”.
Com isto pretende dizer-nos que o orçamento é de contenção. Ora é precisamente o contrário. É despesista. Porque é que dizemos isto? Basta compararmos o resultado da execução de 2005 com o orçamentado para 2006. Em 2005, a CME gastou cerca de 18 milhões de euros (mais precisamente, 18.186.705,44 euros). Em 2006, a CME prevê gastar cerca de 29 milhões de euros. Temos, portanto, que o Senhor Presidente prevê gastar em 2006 mais 11 milhões de euros do que gastou em 2005. O que significa que as despesas vão aumentar – e não diminuir – cerca de 34,5%.
Prevendo um aumento de 34,5% nas despesas, não compreendemos como é que o Senhor Presidente nos diz que é um orçamento de contenção. Só se, de facto, continua a sua campanha eleitoral…
Além do previsto aumento de 34,5% nas despesas, há um outro dado que nos preocupa.
Em 2005 as receitas foram de cerca de 17 milhões de euros. Por sua vez, as despesas cifraram-se em cerca de 18 milhões de euros. Há, portanto, 1 milhão de euros de prejuízo evidente no documento da execução referente ao ano passado. Só que a este prejuízo de 1 milhão de euros, falta acrescentar um outro prejuízo que não vem claramente mencionado no documento da execução: é a dívida a curto prazo, ou seja, aos fornecedores, que em Novembro era de cerca de 6,3 milhões de euros. Se somarmos estas duas parcelas – 1 milhão + dívida a fornecedores (6,3 milhões) -, verificamos que há um buraco de cerca de 7,3 milhões de euros de prejuízo sobre o qual o Senhor Presidente nada diz. 7,3 milhões de euros de prejuízo corresponde a 1 milhão e 400 mil contos na moeda antiga. Não há memória dum prejuízo desta dimensão!
Estes 7,3 milhões de euros – ou 1 milhão e 400 mil contos - é que são o prejuízo efectivo da gestão do Senhor Presidente. E não é por causa do governo que a CME apresenta este prejuízo. É por causa da actuação do executivo camarário. É devido à forma como o actual executivo governa que as obras estão paradas. Se a Câmara não paga, os empreiteiros vão parando as obras. É elementar. E se os empreiteiros vão parando as obras, o senhor presidente vai deixando evidentemente de ter os documentos comprovativos da realização das mesmas. Ora só com estes comprovativos é que a Câmara pode ir buscar os fundos comunitários. Como a Câmara de Estarreja paga tarde aos empreiteiros, estes vão parando as obras, logo o senhor presidente não consegue justificar a sua realização perante a CCRC, razão pela qual as verbas não são transferidas… Por isso, é que se analisarmos a execução de 2005, verificamos que é nas receitas de capital que a diferença é maior entre o que se previu receber e o que efectivamente se recebeu. A CME recebeu menos 9,7 milhões de euros de transferências de capital. Porquê? Não foi pelo facto do Governo ter cortado nas receitas. O senhor presidente é que não conseguiu ir buscar os fundos comunitários previstos, pelo motivo atrás referido.
Voltando ao que dissemos inicialmente sobre o orçamento ser, em 2006 e 2007, o plano de pagamento da campanha eleitoral de 2005, justificamo-nos da seguinte forma: se verificarmos, o montante de investimento previsto para 2006 são 16,7 milhões de euros, dos quais 9,6 milhões de euros são para pagar obras já concluídas, ou que pelo menos que foram inauguradas antes das eleições, fazendo crer aos eleitores que estavam concluídas. Só o restante é que se destina a investimentos a iniciar. Portanto, a maior parte do investimento, ou seja, 64% é para pagar o que foi divulgado na comunicação social como sendo obra concluída antes das eleições. Vai-se pagar, portanto, a campanha eleitoral da coligação. Daí dizermos que este orçamento mais não é em 2006 e 2007 do que um plano de pagamentos.
Afirma o Senhor Presidente que pretende iniciar um novo ciclo assente no desenvolvimento empresarial. Diz apostar no Parque Eco-Empresarial. Até podemos acreditar que essa seria a sua vontade. Só que o Plano não a traduz. O orçamento limita-se a prever pagamentos em 2006 e 2007. Não se vislumbra qualquer estratégia. Não se vê qualquer proposta concreta que nos faça acreditar que está previsto algo mais do que este lento, lentíssimo, caminho para o que há-de algum dia ser um Parque Empresarial. Do que lemos no documento, o Sr. Presidente apenas prevê ir continuando o que tem sido muito lento até agora. E não nos esqueçamos que o projecto do Parque foi deixado totalmente pronto pelo Partido Socialista, que também deixou a obra adjudicada. Se assim não fosse, não duvidamos que tudo estaria muito pior.
Afirma o Sr. Presidente a “centralidade do ambiente”, mas atribui-lhe 2,8% do orçamento.
Verificamos que, numa altura em que os incêndios tanto afligem a população portuguesa, o Sr. Presidente prevê 0,2% do orçamento para a “Protecção Civil e Luta Contra Incêndios”.
O Sr. Presidente diz que privilegia a “dimensão social do concelho”. As suas intenções são desmentidas pelo orçamento. Por exemplo, estão previstos 4% para o ensino não superior. Se retirarmos os montantes para pagar as obras do que foi dito na campanha eleitoral que estava acabado, ou seja, a Escola do Mato em Avanca e o Jardim de Infância de Pardilhó, resta-nos 2,3% do orçamento para a educação.
Mas se atendermos à Cultura, parece que se pretende investir 5%. Na realidade, são apenas 3,8%, uma vez que a restante verba se destina a pagar o Cinema, inaugurado em campanha.
Se esmiuçarmos o Desporto, Recreio e Lazer, verificamos que não são 6% do orçamento que vão ser aplicados nesta área, mas 3% do orçamento para 2006, porque metade da verba é para pagar o Parque Municipal do Antuã e o Parque Municipal do Mato também inaugurados em plena campanha.
Mas o Dr. José Eduardo tenta transmitir no texto uma grande preocupação com a modernização administrativa. Se virmos o que pretende investir em 2006 nesta área, poderíamos concluir por 5% do orçamento. Só que este montante facilmente se reduz a 3,6%, se descontarmos as obras no edifício dos Paços do Concelho, máquinas diversas, viaturas e ferramentas, e a aquisição de mobiliário.
Só uma breve nota para o facto do Sr. Presidente sublinhar no seu texto que o site da câmara obteve o 3º lugar a nível nacional. Dito assim, qualquer um pode entender que de entre os 308 municípios portugueses, o site da CME ficou em 3º lugar. Seria um excelente resultado sem dúvida. A realidade, porém, é diferente. De facto, o site ficou em 3º lugar num dos indicadores (mais precisamente no que respeita às melhores práticas ao nível da disponibilização de informação via web nas autarquias de média dimensão). Só que o estudo contemplava quatro indicadores, sendo que um deles não foi classificado. Resta-nos, portanto, dois indicadores. Ora a CME obteve o 17º lugar na geral, com classificação “Insuficiente”, no indicador “Melhores práticas na disponibilização de formulários para download”. E no outro indicador - “melhores práticas no preenchimento de formulários online e consulta online de processo” -, pode ler-se no relatório que a CME obteve a classificação de “Muito Insuficiente”. No geral, a CME obteve o 19º lugar ao nível das autarquias de média dimensão e se verificarmos a classificação final geral nacional a CME figura na 36º posição nacional. Ou seja, o Senhor Presidente transforma um 3º lugar obtido num dos indicadores em análise, num 3º lugar nacional a todos os indicadores o que não é, nem de perto nem de longe, a mesma coisa. Aqui está uma evidente manobra demagógica e mais um exemplo da campanha eleitoral que o Sr. Presidente faz neste documento que hoje analisamos. Quem tiver dúvidas sobre este estudo pode sempre consultar o seguinte site: purl.pt
Já agora, baseado no que este plano nos revela – e principalmente para a comunicação social presente -, vamos adivinhar a campanha do Dr. José Eduardo em 2009. Conforme referimos já, em 2006 e 2007 vai pagar as obras deixadas pelo PS e inauguradas à pressa antes das eleições. Em 2008 tenciona começar a piscina municipal, as obras na Escola Padre Donaciano e a Unidade de Saúde de Veiros. Em 2008 e também 2009 pretende iniciar a habitação social, o plano de pormenor da zona da estação e o plano de urbanização de Salreu. O novo mercado municipal também é para 2009, mas entender-se-á para 2010. Se o Sr. Presidente não terminar nada disto, a culpa será sempre e só do Governo. Nunca de si próprio e da Coligação que gere os destinos de Estarreja ao sabor dos seus interesses eleitorais.
E é nisto, nesta ilusão, que assenta a estratégia de desenvolvimento de Estarreja preconizada pela Coligação. O futuro da nossa terra é feito, segundo o orçamento do Senhor presidente, ao sabor das suas ambições eleitorais.
O Partido Socialista faria diferente. Por isso, não podemos votar a favor de um orçamento que pretende pagar a última campanha da coligação e preparar a de 2009.
Mas a Coligação é que acabou de ganhar com maioria absoluta, por isso tem toda a legitimidade para fazer o que quiser, da forma que entender.
Os estarrejenses vão ter 4 anos para perceber o que vale o senhor presidente sem as obras do Partido Socialista.


...o que mostra que o PS fez um excelente trabalho de casa, desmontando de uma forma que me parece bastante eficaz a proposta de JEM. É especialmente interessante a parte em que se quantifica o financiamento obtido por atraso de pagamentos a fornecedores, algo que todos sabíamos estar a acontecer e que não tinha ainda sido exposto publicamente.
Não ouvi a resposta de JEM a esta fortíssima intervenção do PS, mas li o texto do José Matos sobre o assunto. Sinceramente, o José Matos não responde a nenhuma das acusações feitas pela Marisa Macedo. Aliás, a forma paternalista como se refere à intervenção do PS é sintomática dum partido/coligação que tem a maioria que o PSD/CDS têm e vai de encontro ao que em tempos aqui escrevi: temo que JEM e os seus pares não saibam viver com a maioria que obtiveram. À mínima contrariedade, parece ser irreprimível a tendência para a arrogância. No entanto, acusações do género das que a Marisa Macedo fez mereciam uma resposta a sério e não baseada apenas na notória falta de simpatia pessoal que os deputados PSD/CDS sentem para com a líder de bancada do PS.

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segunda-feira, janeiro 16, 2006

Teve muito nível a resposta do José Cláudio Vital ao meu post anterior. Podem vê-la aqui.

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sexta-feira, janeiro 13, 2006

Há três maneiras de reagir ao texto que José Cláudio Vital hoje publicou no Jornal de Estarreja (sobre o IC1):
1. Com um esgar de sofrimento (Oh, não! Depois de 4 anos em que a Câmara PSD/CDS de Estarreja não fez rigorosamente nada sobre o assunto a não ser ver o Presidente da Câmara de Ovar tratar da vidinha e mandar o governo PSD/CDS da nação construir a estrada a nascente...);
2. Com um sorriso nos lábios (Que belo exercício de criatividade política! Depois do rotundo falhanço num dos temas centrais dos seus objectivos eleitorais de 2001, nada como vangloriar-se do que se fez, ao mesmo tempo que se assume que nada se fez!);
3. Tomando LSD (e o IC1 transforma-se num belo campo de girassóis e madressilvas em que políticos de todas as cores cantam e dançam de mãos dadas, num caleidoscópio de cores e felicidade).

Como farmacêutico, recomendo obviamente a opção 3. Alguém sabe onde é que se arranja?

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quinta-feira, janeiro 12, 2006



Albert Hoffmann, o químico suíço que no dia 19 de Abril de 1943 inventou o LSD, comemorou hoje 100 anos de vida. Aqui ficam as palavras que proferiu no dia do quinquagésimo aniversário da sua molécula:

"You, my dear friends, and millions all over the world who now commemorate the 50th birthday of ergot's child, we all testify gratefully that we got valuable help on the way to what Aldous Huxley said is the end and the ultimate purpose of human life--enlightenment, beatific vision, love. I think all these joyful testimonies of invaluable help by LSD should be enough to convince the health authorities, finally, of the nonsense of the prohibition of LSD and of similar psychedelics."

Há vários sites dedicados a Albert Hoffmann. O que aparece em primeiro lugar no google é o da sua fundação.
Aqui fica também o link para o site dedicado especificamente ao LSD.

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quarta-feira, janeiro 11, 2006

Texto do colunista Eduardo Moura no Jornal de Negócios:

Competir nas farmacias

A Autoridade da Concorrência cumpriu o prometido e propôs 11 alterações ao modo de funcionamento das farmácias. No essencial, só falta que o Governo aprove as medidas e elabore as alterações legislativas. Mas, será que Abel Mateus está a ver o problema como deve ser?
A Autoridade da Concorrência propõe que o Governo pague as comparticipações directamente a cada uma das farmácias em vez de pagar à Associação Nacional de Farmácias. Todos percebemos que se o Governo fizesse isso, as farmácias fechariam portas de um dia para o outro porque o Estado pura e simplesmente demora meses e anos a pagar as suas dívidas. Se o Estado fosse bom pagador, com certeza que as farmácias não se tinham unido para cobrar em conjunto. Sabendo muito bem isso, Abel Mateus propõe que o Estado pague tudo o que deve e passe a pagar a horas às farmácias. Porém, o ponto aqui afinal não é as farmácias mas sim o Estado e saber se a Autoridade da Concorrência conseguirá impor aos governos que sejam bons pagadores.
Abel Mateus também propõe a total desregulamentação do processo de abertura, localização e encerramento das farmácias. Ou seja, a abertura de farmácias deixaria de estar dependente de normas de distância geográfica e de densidade populacional.
Como é óbvio esta proposta implica uma dinâmica de concentração das farmácias em pontos de enorme densidade populacional e a desertificação noutros. Acontecerá às farmácias o que acontece em qualquer sector do retalho. Assim, num primeiro momento, aumentará o número de farmácias para, num segundo momento, começarem a diminuir. A diminuir sobretudo nas zonas de menor densidade comercial. Pergunta-se: pretende-se desproteger as vilas do interior e prejudicar os seus habitantes? Não seria mais interessante começar por diminuir o rácio de habitantes por farmácia?
Abel Mateus também propõe extinguir a obrigatoriedade de a propriedade das farmácias pertencer ao seu director técnico. Esta medida visa possibilitar a criação de cadeias de farmácias com uma dinâmica empresarial comum e permitir que os distribuidores de medicamentos possam adquirir farmácias. É uma medida muito saudável que, no entanto, não pode ser deixada completamente em aberto. Caso contrário, em pouco tempo, acontecerá o que aconteceu nos dois únicos países europeus, a Islândia e a Noruega, em que a experiência foi feita. Depressa se criaram oligopólios de distribuição e retalho farmacêutico. Será importante discutir se pretendemos ou não que as farmácias em Portugal se resumam a farmácia Continente, Carrefour e Pingo Doce.
Abel Mateus propõe ainda que as farmácias possam passar a fazer descontos, desde que o Estado consiga modificar o sistema de fixação de preços e comparticipações, que as farmácias possam fazer publicidade e que se possam vender medicamentos pela Internet ou por correspondência. São medidas interessantes, porque permitirão uma certa dinâmica empresarial e um acesso complementar aos consumidores, mas, mais uma vez, a questão decisiva que é a da baixa dos preços dos medicamentos depende do Ministério da Saúde.
Portanto, no fundo, a parte mais importante da proposta de liberalização das farmácias é que o Ministério da Saúde mude as suas políticas de preços: que pague a horas e que fixe preços de maneira diferente. Que nos tem a dizer Correia de Campos?

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Texto de João Tunes, do blogue Água Lisa:

Jerónimo, ao chamar de “oportunismo” a evocação feita por Manuel Alegre, no Forte de Peniche e como primeiro acto de campanha eleitoral, das fugas heróicas daquela prisão política de Dias Lourenço e de Cunhal e outros seus camaradas, deu uma facada funda no nó górdio do património da propaganda comunista e da sua história.Desde sempre, durante o fascismo, os clandestinos e combatentes comunistas, assumiram que, com a sua luta, defendiam não só os seus ideais e projectos comunistas como a democracia, a liberdade (as amplas liberdades) e o bem estar para todo o povo. Nem uma única vez ouvi ou li, dito ou escrito por qualquer combatente comunista, que a sua luta e os seus sacrifícios eram exclusivamente ditados pelo projecto político que ideologicamente abraçaram. Obviamente que a construção do socialismo e do comunismo eram crenças fundamentais que alimentavam o seu ideário e forjavam a sua persistência e resistência, mas sempre se afirmaram como os paladinos mais corajosos na luta mais vasta, e plural, para que o fascismo desse lugar à democracia e à liberdade, incluindo a liberdade de intervenção de todos os partidos. E foi nesta base que funcionou sempre, com altos e baixos, a Oposição Democrática contra o salazarismo e o marcelismo, englobando comunistas, não comunistas, indo até - muitas vezes – aos desencantados saídos das fileiras do próprio fascismo.O frémito sectário de Jerónimo, considerando as fugas de Peniche de Dias Lourenço e de Cunhal como patrimónios exclusivos do PCP, só invocáveis por dirigentes do PCP, é uma revisão redutora da história de luta do PCP contra o fascismo e pela democracia. Para mais, Jerónimo nem sequer tem autoridade moral e política para fazer esse triste papel. Não que não seja, como é, SG do PCP, mas pelo seu passado (porque é de passado antifascista que se fala quando se fala do Forte de Peniche).Dá-se o caso que Manuel Alegre tem muito mais autoridade e propriedade de falar das fugas de Dias Lourenço e de Cunhal que Jerónimo, ao evocar o triste papel das masmorras de Peniche. [Manuel Alegre e outros combatentes contra o fascismo que foram, nunca foram ou foram e deixaram de ser comunistas.] Porque, enquanto Jerónimo descobriu a luta contra o fascismo quando já não havia fascismo, descobriu a luta pela liberdade quando já havia a liberdade, descobriu a luta pela democracia quando já havia democracia, enquanto Jerónimo aprendia dança de salão e afinava a garganta a cantar fados, Manuel Alegre era camarada de partido de Dias Lourenço e de Cunhal, partilhando com eles a luta e os riscos, Manuel Alegre era combatente clandestino, era prisioneiro, era exilado. E o facto de Manuel Alegre ter desacreditado do comunismo, divergindo com a sua prática e ter, mesmo, mudado ideologicamente (sem que, com isso, tenha deixado de combater o fascismo) não lhe rasga o passado. Como o facto de Jerónimo ser, hoje, SG do PCP, não lhe inventa o passado de luta que não teve. Nem ilude o facto de que, quando o fascismo foi derrubado, Jerónimo já tinha saído há bastos anos da instrução primária.Poucos, durante o fascismo, lutaram contra ele [não fosse assim, e ele teria caído bem mais cedo]. E “não lutar” aconteceu a muito boa gente. Jerónimo não merece critica por não o ter feito. Simplesmente, não calhou. Inclusivé, o fascismo caiu por acção de militares profissionais que, pouco tempo antes, eram oficiais colonialistas, servindo o regime. Mas Jerónimo tem obrigação, por decoro, de recalcar sectarismos desbragados perante um lutador que tem o direito, como irmão de luta, de falar, com propriedade, de outros lutadores.

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Para o José Matos, e a propósito deste post:
- Ao contrário do que diz o José Matos, foi José Eduardo de Matos quem começou com as comparações do "investimento no concelho" nos últimos anos versus o investimento no mandato anterior. JEM teve mesmo o desplante de se vangloriar do Orçamento para o ano de 2002 (!!!), quando apenas foi eleito Presidente da Câmara em 16/12/2001 e as regras de elaboração dos orçamentos municipais obedecem aos imperativos e constrangimentos legais que todos conhecemos...
- Também já aqui escrevi por diversas vezes ao longo dos últimos dois anos que a única comparação honesta seria entre os financiamentos estatais conseguidos em cada um dos mandatos;
- Deste modo, lanço um desafio ao José Augusto Matos: eu farei uma lista de 10 obras cujo financiamento foi conseguido pelo executivo PS e espero que ele faça o mesmo em relação a 10 obras pagas com candidaturas da autoria do actual executivo. Cada um escolhe as obras que bem entender. Depois faremos a comparação...

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terça-feira, janeiro 10, 2006



"A Democracia é uma Obra inacabada; Reinventem a Democracia!"

Não esperem de mim que diga o que os jovens devem ou não fazer. O que peço aos jovens de hoje não é que sejam iguais a nós. O que lhes peço é que sejam eles próprios, que pensem pela sua cabeça e não se deixem instrumentalizar nem manipular por quem quer que seja. Parafraseando o velho Sartre, eu digo-lhes: "Não tenham vergonha de agarrar a lua, porque não precisamos dela." E digo-lhes ainda: não tenham medo de ousar o impossível, porque só a juventude capaz de ousar o impossível pode obrigar o poder a ousar pelo menos um pouco do que é possível. Vivam a vossa vida, ousem a vossa vida, ou, como queria o filósofo, dancem a vossa vida. E sejam o inconformismo, a irreverência, a rebeldia e o contra-poder de que todos os poderes precisam. Tendes nas vossas mãos o mais formidável de todos os poderes: o poder da juventude. Só esse poder é capaz de mudar a vida e transformar o mundo.

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Em segundo lugar, o balanço político estarrejense do ano 2005:

O facto mais saliente é, obviamente, a vitória esmagadora da coligação CDS/PSD nas autárquicas e as respectivas consequências:
- A nova maioria (com uma pequena limpeza de balneário) ganhou confiança, renovou os protagonistas e parece preparar-se para fazer de uma forma mais activa aquilo que tão bem fez durante 4 anos: manobrar cosmeticamente os destinos municipais (rotundas, portões, iluminações, pais natais no edifício da CME, etc.), inaugurando obras nos últimos 2 ou 3 meses de mandato e deixando tudo o que é importante para quem vier a seguir. No entanto, há uma inovação: na falta de projectos herdados do executivo anterior (ou seja, da sua própria gestão...), JEM inaugura a era das obras faraónicas e desnecessárias - a nova piscina municipal estará aí para fazer as delícias dos bloggers e demais críticos da actividade camarária...!
- O PS bateu no fundo e, 20 anos depois, voltou a ser o que era em 1985, com a agravante do CDS ter deixado de existir. Em Estarreja, os cenários de bipolarização favorecem o PSD, como se viu em 2001, ano em que embora o PS tenha obtido a sua maior votação de sempre, perdeu as eleições para o PSD. Ou seja, se o CDS e o PSD se mantiverem juntos, por uma questão de aritmética elementar, muito dificilmente o PS poderá voltar a pensar em ganhar eleições, por muitas piscinas que JEM vá construindo. No entanto, o trabalho tem que ser feito na mesma: há que reorganizar e refundar o partido em Estarreja, com a introdução de novos protagonistas e uma actuação equilibrada e afirmativa. Sinceramente (e acreditem que escrevo isto de uma forma absolutamente externa), penso que é o que está já a acontecer: Pinho Ferreira tem capacidade e credibilidade para ascender a voos mais altos e Catarina Rodrigues e Marisa Macedo têm surgido como uma rectaguarda bastante sólida e efectiva. No entanto, o percurso é longo e a procissão ainda vai no adro. Oxalá se consigam manter fortes.

Por outro lado, 2005 foi um ano terrível em termos políticos para o concelho de Estarreja:
- Contrariando as pretensões dos partidos políticos locais, da CME e da AM, já todos perceberam que a A29 vai mesmo passar a nascente. JEM teve um primeiro-ministro (Durão Barroso), um ministro da defesa (Paulo Portas), um ministro da economia (Carlos Tavares) e um ministro dos assuntos parlamentares (Marques Mendes) que se comprometeram pessoalmente em fazer passar o então IC1 a poente e mesmo assim perdeu a oportunidade!!! Isto para já não falar na ex-secretária de estado da saúde Regina Bastos, amiga pessoal do ex-PM Santana Lopes... Depois deste monumental fracasso, como é que JEM ainda tem coragem de aparecer em público a defender a solução poente?
- O parque eco-empresarial passou mais um ano parado, com um modelo de gestão errado e que aparentemente só agora irá ser revisto;
- O Mariazinhagate mostrou uma face de JEM que até então não se conhecia publicamente;
- O Carnaval de Estarreja tornou-se numa festa cada vez mais dependente dos subsídios da Câmara e com menos relevância a nível nacional;
- A CME cedeu à Refer e no lugar da antiga estação de caminho de ferro temos agora um edifício que embora seja moderno e arquitectonicamente interessante, perdeu a classe e personalidade do que existia anteriormente;
- Ao contrário do que o José Matos refere neste post em que manipula abusivamente alguns dados, o ano de 2005 (e o mandato que agora terminou) foi também péssimo em termos financeiros: não há qualquer comparação entre os níveis de financiamento conseguidos antes e depois de 2002. Com JEM Estarreja travou a fundo e os próximos 4 anos serão bem o espelho da inépcia revelada entre 2002 e 2005. A CME atravessou um mandato em que apenas cavalgou o dinheiro e projectos que sobraram do mandato anterior. Não há ideias novas, perderam-se oportunidades de financiamento e pela frente apenas temos o vazio e uma mega piscina.

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Isto não anda nada fácil... mas vamos lá tentar pôr a escrita em dia:

Em primeiro lugar, Ariel Sharon: o que lhe aconteceu é uma das maiores injustiças que tenho visto nos últimos tempos. E é um terrível azar para Israel e todo o Médio Oriente. É que é muito difícil voltarem a aparecer homens capazes de tomar a opção mais difícil.

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segunda-feira, janeiro 09, 2006

Voltei!

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