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quarta-feira, maio 26, 2004

Finalmente, um post sobre a política local de Estarreja:

A Assembleia de Gajos Porreiros de Estarreja

Soube há poucos minutos pelo Voz Regionalista que a mesma proposta que o actual executivo camarário apresentou no fim de Fevereiro à Assembleia Municipal para elevação de Estarreja a cidade e de Salreu e Pardilhó a vilas já tinha sido entregue na Assembleia da República em Janeiro pelos deputados do PSD.
Este procedimento é um autêntico escândalo e uma enormíssima falta de respeito quer pela própria AM, quer pelo povo estarrejense em geral, por vários motivos:
- Porque os deputados municipais (incluindo os do PSD e do PP) são encarados pela CME como um grupo de "gajos porreiros" que mandam umas bocas e apenas servem para dizer que sim às decisões tomadas pelas "altas entidades" concelhias;
- Porque expôs ao ridículo quer a instituição Assembleia Municipal de Estarreja, quer os vários deputados individualmente - o exemplo mais lamentável é o do Dr. Agostinho Valente (eleito pelo PSD), que genuinamente interessado em colaborar numa proposta de qualidade, nem sequer sonhava que já estava mais de um mês atrasado e que já alguém havia decidido por ele...
- Porque a qualidade da proposta apresentada era bastante fraca, contendo até alguns erros ortográficos (!!!!!), para além de não retratar de uma forma digna e aceitável as virtudes de Estarreja, Salreu e Pardilhó que lhes poderiam fazer merecer tal elevação;
- Porque a proposta foi apresentada depois de se ter feito desaparecer administrativamente uma proposta exactamente igual criada pelo anterior executivo (do PS);
- Porque a Câmara Municipal de Estarreja se comprometeu em plena Assembleia Municipal em fazer alterações ao documento então em análise, de modo a que este fosse digno de um município como o nosso.

A ser verdade o que o Voz Regionalista noticiou, estamos perante o mais grave incidente institucional dos últimos anos e a Câmara Municipal de Estarreja deve explicações à Assembleia Municipal. É inacreditável e inadmissível o que se passou.
Na minha opinião, existem motivos mais que suficientes para que as estruturas locais do PSD exijam aos seus deputados que retirem a referida proposta e apresentem os documentos tal como a Assembleia Municipal de Estarreja entendeu que se devia fazer.
Outra atitude não seria admissível.

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terça-feira, maio 25, 2004

Ouvi agora na TSF Gilberto Madaíl a dizer aos jornalistas, em tom de ralhete, que não admitia que o nome do seleccionador nacional fosse envolvido em especulações sobre eventuais transferências (referia-se ao conhecido interesse do Benfica em Scolari), pois estávamos nas vésperas do Euro
É curioso ver este fundamentalismo moralista vindo do mesmo homem que pactuou com as incursões nocturnas de alguns elementos da nossa selecção antes do início do Mundial 2002...

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É impressionante o poder intimidatório que a igreja católica ainda hoje possui.
Vital Moreira é um dos poucos comentadores residentes da cena política portuguesa que se dedicou a comentar a assinatura da nova concordata, que estranhamente passou praticamente incólume, como se se tratasse de algo natural e perfeitamente aceitável.
Vale a pena ler o artigo que hoje saiu no Público sobre esta matéria.

PS - Eu discordo de Vital Moreira em vários temas. As suas primárias posições antiamericanas e anti-israel e a forma naif e ligeiramente recalcada como fala das farmácias e dos farmacêuticos são os temas que mais me irritam. De qualquer modo, reconheço-lhe uma certa homogeneidade de raciocínio e dou-lhe carradas de razão em vários outros assuntos. E gostei do seu trabalho na criação da Entidade Reguladora da Saúde, que embora tardiamente criada, parece ter tudo para funcionar efectivamente. Resta saber se o vai fazer...

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sexta-feira, maio 21, 2004

Esta micro-remodelação ministerial é claramente um recado para Santana Lopes: Arlindo Cunha é uma lança cavaquista no interior do governo. Foi por isso que Durão esperou pelas vésperas do congresso.

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A entrevista que Armando França deu esta semana ao Jornal da Ria é um autêntico suicídio eleitoral. Como é que alguém com tanta experiência política dá uma entrevista daquelas?
O que vale ao PS é que França é apenas o 15º da lista e por isso é pouco provável que ponha sequer um pé em Bruxelas... mas lá que era muito melhor que ele se calasse, lá isso era!

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quinta-feira, maio 20, 2004

O Mário Peliteiro, farmacêutico como eu, fez um link para o Estarreja Efervescente a partir do seu interessante blogue.
Aqui fica a devolução da amabilidade, com um convite para os meus leitores visitarem as Trenguices de um Boticário de Província, onde podem encontrar pensamentos sobre várias matérias, inclusive a minha profissão (um tema sobre o qual eu curiosamente nunca escrevi).
Já agora, uma nota: o autor do Baralho de Cartas da Vida e do Golpe do Baú também é farmacêutico, o que é uma boa amostra da riqueza da produção intelectual desta classe profissional.

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Esta semana Portugal, pela mão de Durão Barroso, assinou uma nova concordata com o Vaticano.
Há alguém que me consiga explicar para que é que um estado teoricamente laico precisa de uma concordata?
Qual é a lógica de favorecer uma religião em detrimento das outras? Só porque é a que tem mais adeptos? Já agora, quantos fiéis são necessários para se ter direito a uma concordata? E onde é que isso está definido?
E porque é que os partidos da oposição se mantêm calados a este respeito?

É caso para dizer
Valha-nos Deus pelos políticos que temos!...

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quarta-feira, maio 19, 2004

Com um dia de atraso, aqui está a reacção à minha própria previsão falhada:
- A convocação de Moreira em vez de Baía é uma excelente notícia, não só pela diferença de qualidade entre ambos, mas sobretudo pela pacificação de balneário que esta notícia representa: seria absolutamente insustentável e fortemente desestabilizador ter Baía no banco da selecção. As pressões para a sua inclusão na equipa titular iriam certamente ser enormes, e provavelmente viriam do interior da própria selecção. Com Baía de fora, tudo será mais fácil;
- A convocação de Maniche é um acto da mais elementar justiça, pois este jogador, para além de ter enormes qualidades técnicas, está a atravessar um momento de forma espectacular. Além disso, poucos jogadores da nossa selecção serão tão práticos e objectivos como Maniche...

Em relação à convocatória que eu faria, poucas alterações existiriam:
- Trocaria Beto por Fernando Meira;
- Trocaria Nuno Valente por outro defesa esquerdo qualquer (Areias, do Beira Mar era uma boa solução...);
- Trocaria Rui Costa por Hugo Viana.

De qualquer modo, penso que a convocatória nem está mal de todo... vamos a ver o que isto dá!

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segunda-feira, maio 17, 2004

O Estarreja Efervescente pretende ser um blogue corajoso, pelo que nesta época em que só se fala de futebol, nada como divulgar aquela que eu prevejo que vai ser a convocatória que Scolari anunciará amanhã (não quer dizer que seja a mesma que eu faria...), e que eu prevejo que tenha algumas surpresas:

Guarda-redes:
Ricardo, Quim e Vitor Baía (sim, não me enganei, apesar das bocas foleiras que eu próprio mandei em posts anteriores, penso que Scolari o vai convocar)

Defesas:
Miguel, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Beto, Jorge Andrade, Fernando Couto, Nuno Valente e Rui Jorge

Médios:
Cristiano Ronaldo, Figo, Rui Costa, Tiago, Petit, Simão Sabrosa, Deco, Costinha e Luís Boa Morte

Avançados:
Pauleta, Nuno Gomes e Hélder Postiga

... o que quer dizer que jogadores como Fernando Meira e Maniche irão ficar de fora, o que não deixa de ser um "luxo" algo insólito!

Amanhã cá estarei para assumir eventuais erros desta previsão.

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sexta-feira, maio 14, 2004

Mais uma pérola que chegou à caixa de correio do Estarreja Efervescent:

A Nacionalidade de Cristo

3 provas de que Jesus era Israelita:
- Assumiu os negócios do próprio pai;
- Viveu em casa dos pais até aos 33 anos;
- Tinha a certeza que a mãe era virgem e ela tinha a certeza que
ele era Deus.

3 provas de que Jesus era Irlandês:
- Nunca foi casado;
- Nunca teve emprego fixo;
- O seu último pedido foi uma bebida.

3 provas de que Jesus era Porto-Riquenho:
- O seu primeiro nome era Jesus;
- Teve sempre problemas com a lei;
- A mãe dele não sabia quem era o pai.


3 provas de que Jesus era Italiano:
- Falava com as mãos;
- Bebia vinho a todas as refeições;
- Trabalhou no comércio.


3 provas de que Jesus era Californiano:
- Nunca cortou o cabelo;
- Andava descalço;
- Inventou uma nova religião.

3 provas de que Jesus era Francês:
- Nunca mudava de roupa;
- Não lavava os pés;
- Não falava inglês.

3 provas de que Jesus era português:
- Nunca tinha dinheiro;
- Passava o tempo a fazer milagres;
- O governo lixou-o.



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terça-feira, maio 11, 2004

Nos comentários ao post anterior, o Jonex teve uma reacção bastante despropositada aos meus comentários sobre o Valente buraco que existe no lado esquerdo da defesa do FCP: a melhor forma que o Jonex encontrou para contrariar o que eu tinha escrito foi falar mal das minhas qualidades futebolísticas (e eu que ainda tinha esperanças que o Scolari se lembrasse de mim... paciência, fico a ver os jogos com o Baía!) e dizer mal do Beto e da defesa do Sporting, como se o motivo pelo qual eu criticava o Nuno Valente fosse o facto deste ser jogador do Porto.
Bem, há que dar os devidos esclarecimentos:
- Nuno Valente (o tal que eu critiquei) é um ex-jogador do Sporting, tendo a sua formação (?) futebolística sido feita inteiramente neste clube;
- Rui Jorge (o tal que eu elogiei) é um ex-jogador do Porto, clube onde fez toda a sua formação futebolística;
- Beto (coitado - foi para aqui chamado indevidamente e acabou por levar por tabela...) é um defesa central de média categoria, que só vai à selecção porque joga no Sporting e a imprensa gosta dele...
Ou seja, penso que neste caso concreto (ao contrário do que acontece noutros posts deste blogue...) não posso ser acusado de clubismo.
Por outro lado, é importante que nos lembremos que é muito mais fácil ser defesa numa equipa organizada e equilibrada como o FCP do que no caos que é o Sporting... Aliás, a prova mais evidente disso mesmo é o facto do FCP ter chegado onde chegou dando-se ao luxo de jogar com Baía na baliza e Nuno Valente na defesa!

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sexta-feira, maio 07, 2004

Doping Administrativo

O caso do pretenso doping de Rui Jorge é um dos acontecimentos mais estúpidos do futebol português dos últimos tempos: Rui Jorge acusou a presença de budesonido, um corticosteróide de inalação que pode ter várias utilizações, entre as quais o tipo de rinite crónica do qual o jogador sofre há anos. Rui Jorge já toma este medicamento há vários anos (sempre que tem crises) e a sua utilização tem sido sempre notificada às autoridades competentes ao longo de todo este tempo. A única variação que ocorreu agora foi uma alteração legislativa que passou a tratar este género de situações de forma diferente... O Pulmicort (marca comercial do medicamento que Rui Jorge tomou) é um fármaco perfeitamente banal e de uso corrente. Para que se tenha uma mais real noção do tipo de medicamento de que estamos a falar, posso dizer-vos que durante o mês de Abril a Farmácia Campos, de Salreu (essa populosa localidade...) vendeu mais de 20 embalagens de medicamentos contendo budesonido... ou seja, há por aí muita gente a acusar positivo no controlo anti-doping.
É muito importante que se saiba distinguir entre este caso e o da furosemida de Kenedy (usada para o tratamento da hipertensão ou para mascarar a presença de outras drogas...) ou o da nandrolona de Fernando Couto, Edgar Davids ou Frank de Boer (um esteróide anabolizante indicado para o tratamento de desequilíbrios hormonais nos homens, mas que também pode ser usado para aumentar a massa muscular...).
Por outro lado, se deixarem Rui Jorge fora do Euro por este disparatado motivo, ainda vamos ter que gramar com a titularidade dessa nulidade futebolística que dá pelo nome de Nuno Valente... coitadas das canelas dos extremos-direitos adversários!

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quinta-feira, maio 06, 2004

Embora não tenha muito que escrever neste momento, parece-me chegada a hora de fazer aquilo que em linguagem de Assembleia Municipal se chama um "ponto de ordem à mesa":
- Os últimos dias do Estarreja Efervescente têm sido marcados pelas intervenções de visitantes que têm mantido uma por vezes agressiva discussão sobre alguns dos temas quentes da nossa política local. Embora uma boa polemicazinha seja sempre boa para animar o debate político local, parece-me que há assuntos bem mais importantes e merecedores de discussão apropriada... que tal deixar as questões pessoais de parte e centrar as atenções nos verdadeiros assuntos que importam?
- Saúdo a visita de dois comentadores murtoseiros a este blogue: o Manel Marinhão e o Jonas deixaram um link para o Santa Terrinha, um blogue interessante, que para já está muito bem construído e com uma qualidade (foto)gráfica assinalável - visita obrigatória;
- Nestes dias têm acontecido vários factos altamente comentáveis, mas que a falta de tempo me impediu de referir. Vou tentar abordá-los a conta-gotas durante a próxima semana;
- Este texto do José Matos é sem dúvida polémico e faz-me recordar uma discussão a que a determinada altura assisti em Coimbra a propósito de uma missa celebrada em memória de António de Oliveira Salazar. Primeiro, é preciso contextualizar o tema: estávamos num Conselho de Repúblicas (um órgão que reúne representantes das Repúblicas que se reconhecem reciprocamente como tal em Coimbra e que tem um esquema de funcionamento e uma orientação ideológica muito próximas dos piores tempos do estalinismo) e existia a proposta de se fazer uma manifestação que de alguma forma impedisse a realização da missa. Os argumentos a favor da intervenção diziam que uma homenagem a uma personalidade que perseguiu, oprimiu e torturou tanta gente não merecia outra coisa. Os que estavam contra argumentavam que a principal grandeza da democracia era precisamente o facto desta ser um sistema capaz de tolerar a existência dos seus inimigos, pelo que a negação deste princípio era uma espécie de morte ideológica da democracia, que dessa forma se estaria a negar a si própria. Os primeiros respondiam que do mesmo modo como eram proibidos os partidos com ideologias fascistas e nazis, também este tipo de homenagens tinha que ser combatido. Alguns (entre os quais eu, embora só tenha participado no debate interno da República em que eu morava) diziam que este argumento também deveria ser válido em relação aos partidos de extrema-esquerda, pois estas ideologias também foram causa de um enorme sofrimento em todo o mundo... Como o parlamento soviético (e por "coincidência", também o CR) só tomava decisões por unanimidade e estas reuniões eram acompanhadas de todo o tipo de "estimulantes do pensamento", após as habituais 7 ou 8 horas de discussão nada se decidiu e no dia da tal missa apenas apareceram meia dúzia de gatos pingados aos gritos, que mesmo assim constituiram material suficiente para entreter a imprensa local... Mas lá que este é um tema interessante, lá isso é, não vos parece?

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