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sexta-feira, janeiro 14, 2011

Nada como começar o dia a deitar fumo. Aqui ficam dois exemplos das razões que me fazem sentir que cada cêntimo que gasto em impostos seria mais bem empregue num pires de tremoços (com 23% de IVA) ou até no próprio Euromilhões:

1. Espinho, 14 de Janeiro de 2011. Nos semáforos junto à feira (não a do costume, mas uma micro-feira que lá está montada hoje), dois cidadãos viram os respectivos automóveis tocarem um no outro. Embora não existissem danos visíveis em nenhuma das viaturas, os dois indivíduos saíram dos respectivos veículos e envolveram-se na habitual sessão de peixeirada pública. Os carros ficaram atravessados no cruzamento, fazendo com que num dos sentidos do trânsito (curiosamente, o meu...) todo o tráfego tivesse que circular por cima do passeio. No meio do caos instalado criou-se um movimento espontâneo de desrespeito pelos semáforos (pelos condutores das 4 vias que coincidiam naquele cruzamento), o que ainda piorou as coisas. Nada disto seria digno de nota se a 3 metros do local do acidente (?) não estivessem 2 polícias, que em vez de tomarem conta da ocorrência ou pelo menos exigirem aos condutores que retirassem as respectivas viaturas do meio da estrada, preferiram ocupar o seu tempo a chatear os vendedores ambulantes com pedidos de licenças e facturas. Tive a possibilidade de assistir a esta cena durante 20 minutos. Quando finalmente cheguei à estação de Espinho tinha perdido o combóio por 2 minutos. Como tinha comprado o bilhete pela internet, a CP não me devolveu o respectivo valor. O combóio seguinte partiria daí a 2 horas e para viajar nele teria que comprar outro bilhete...

2. O parlamento português, que numa ousadíssima, ultra-eficaz e imperiosa medida de austeridade tinha decido começar a dar aos deputados água da torneira em vez de água engarrafada, anunciou hoje o recuo nesta medida (vejam a notícia do Público). Pior que ver a mesma instituição que anualmente é responsável pelo desperdício de centenas de milhões de euros perder tempo com assuntos desta ordem de grandeza é constatar que o parlamento nem sequer tem capacidade para aplicar uma medida como esta. Vale mesmo a pena ler as justificações apresentadas! 
PS1 - eu já almocei várias vezes na AR, em dois restaurantes diferentes, nos quais - espero eu - existe capacidade instalada para o exigente processo de lavagem de loiça;
PS2 - e se simplesmente se parar de dar água aos deputados? Colocavam-se umas maquinazinhas de vending e cada um pagaria a sua...

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sexta-feira, janeiro 07, 2011

O Dick Cheney de Águeda

Quando uma das maiores agências publicitárias do mundo se ofereceu para lhe pagar 1500 euros por uma página A4 de um texto sobre o valor do dinheiro, ao então deputado Manuel Alegre não lhe ocorreu que se pudesse tratar de um pedido para fazer publicidade (actividade legalmente proibida aos deputados). Aliás, a ideia era tão impensável que nem se lembrou de que, ao escrever um texto sobre os prazeres do dinheiro, poderia estar (ainda que de uma forma indirecta) a contribuir para a celebração da vertigem capitalista que o seu background ideológico sempre combateu.
De qualquer modo, na minha opinião nada disto é, em si, muito importante. Sob o ponto de vista formal, o problema está, obviamente, na justificação apresentada pelo candidato Alegre, que em vez de assumir a imprudência (de resto emendada pela devolução do cheque) preferiu fazer-se passar por tolinho ingénuo, mentindo da mesma forma que a minha filha de 2 anos e meio ontem fez depois de estragar um brinquedo. É este ar de culpado apanhado que mete os pés pelas mãos que é verdadeiramente preocupante na análise formal deste episódio. Além disso, ninguém gosta de ver um homem de 74 anos embaraçado e apanhado a mentir (até porque estamos todos fartos de ver outro homem de 53 anos a fazer o mesmo a toda a hora), pelo que o episódio até é, na sua essência, bastante constrangedor.
Contudo, na minha opinião, o mais grave deste episódio é mesmo o texto em causa, que é pior que cuspir na sopa: como se não bastasse a glorificação da pior parte do acto de ter dinheiro (isto é, gastá-lo estupidamente), ainda por cima Alegre adopta um tom aristocrático e fala... de espingardas e caça! Pagava para ver as caras dos bloquistas que o apoiam quando lerem o texto!

Em resumo, temos um candidato aristocrata que nem sempre diz a verdade, que gosta de armas e adora caçar. Estou a falar do homem que George W. Bush escolheu para seu vice-presidente? Não, estou a referir-me ao candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda e PS às presidenciais portuguesas!!!


PS - Para que conste, eu já implico com Manuel Alegre pelo menos desde o dia 25 de Julho de 2006, pelo que este texto e o anterior têm raízes mais profundas do que a superficialidade das minhas opiniões poderia deixar antever.

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Nem eu nem esta coisa que está dentro do meu crânio fomos feitos para trabalhar até esta hora. Acho que vou meter baixa psiquiátrica... e amanhã estarei no Alentejo a escavar armadilhas para quando o Manuel Alegre meter a baixa dele ter onde cair, de preferência com as Purdeys a tornarem o Microlax numa saudosa recordação do passado.

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