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quarta-feira, dezembro 29, 2004

Não haverá ninguém que saiba explicar aos locutores de TV e rádio deste país que se deve dizer "mâremóto" e não "mâremôto", "máremôto" ou "máremóto"? Ou então, na dúvida, mais vale optarem pelo japonês "tsunami"...

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Há mais um blogger estarrejense: o Caetano de Abreu criou o Cidade Antoan, um blogue que para já parece bastante prolífico. Não posso deixar de agradecer ao autor a referência que me faz... Em relação aos desafios lançados, deixarei a resposta para uma ocasião mais oportuna. Mas fica aqui a promessa de que ela surgirá. Boa sorte e vida longa!

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terça-feira, dezembro 28, 2004

Há coisas que são absolutamente revoltantes. Vejam este post do meu colega e amigo Jorge Peliteiro, que me atrevo a reproduzir (se eu só pusesse o link ninguém lá ia... mas se quiserem ver as fotos terão mesmo que ir ao Trenguices):

Exploração ilegal de granitos no Gerês

No Expresso, referindo o Diário do Minho, pode ler-se uma notícia sobre a exploração ilegal de granitos no Parque Nacional da Peneda Gerês.Incrível! No Parque Nacional!Se é possível explodir, cortar, carregar e transportar rochas enormes então é possível fazer tudo num Parque Nacional!"Apesar de os cortes efectuados na área serem de grandes dimensões, indiciando a mobilização de meios pesados para extracção industrial (!!!), a GNR não conseguiu, até ao momento, identificar a autoria do crime considerado de lesa património. O director do Parque reconhece que esta é infelizmente uma situação comum (!!!)."Inacreditável!Tanto é inacreditável que no passado Setembro escrevi aqui sobre o assunto, mostrando algumas fotografias, como esta abaixo, em Vilarinho das Perdizes; enviei-as para a Câmara de Terras do Bouro, Ministério do Ambiente, Instituto Conservação da Natureza, Geota, Quercus e ninguém se dignou sequer a perguntar qual a localização, a data, quem eu era, o que queria, nada! Desinteresse total!Pode ser que os jornais tenham alguma importância e acabem com este crime. Mas, mesmo assim, duvido!

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Ainda na passada Assembleia Municipal, fui acusado (pelo Presidente da Câmara) de ter protestado neste blogue contra o corte de árvores à entrada de Estarreja. Embora este facto em si tenha um fundo de verdade, a forma como este assunto foi ontem referido foi errada: a simples leitura dos textos deste blogue permite verificar que a ideia fundamental dos meus posts era salientar a falta de clareza como todo este processo foi conduzido. Ou seja, até admiti que não pudesse existir alternativa ao corte de árvores - o que não me parecia correcto é que uma Câmara que se dá ao trabalho de emitir comunicados sobre a inauguração de caixas multibanco estivesse tão calada na hora do corte das árvores. Só isso.

Este episódio acaba, mais uma vez, por me fazer recordar as sábias palavras que o José Matos escreveu há tempos: "temos que ter muito cuidado com o que escrevemos nos blogues"... E neste caso tudo o que eu escrevi foi interpretado pelo lado negro!
Por outro lado, é também curioso o facto de eu ter ficado com os "louros" dum protesto que no seu essencial foi feito pelo Cidade de Estarreja (aqui, aqui e aqui), um blogue cujos autores eu nem sequer conheço. Agradeço a deferência, mas faço-lhe "forward" para quem a merece!

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A Assembleia Municipal de ontem à noite decorreu num tom bastante pacífico e até cordial. Eu fiz esta intervenção:

Infelizmente, o inovador estilo jornalístico da informação escrita que o Sr. Presidente da Câmara de Estarreja fez chegar aos deputados municipais antes desta sessão não veio acompanhado de boas notícias ou de qualquer valor acrescentado em termos de clareza.
Estou-me a referir concretamente ao ponto 2 do referido documento, em que é relatada a visita de Pedro Santana Lopes, futuro ex-Primeiro-Ministro de Portugal, ao chamado "complexo químico de Estarreja". Por entre citações avulsas de frases inócuas dos diversos intervenientes naquele passeio governamental, não há uma única informação sobre as três verdadeiras questões que estavam naquele momento em jogo:
­ O eventual encerramento da refinaria de Leça da Palmeira e as suas catastróficas consequências para as empresas do complexo químico de Estarreja;
­ O financiamento da construção de um Parque eco-industrial em Estarreja;
­ A construção do resto do IC1, a existência ou não da outrora prometida ligação directa ao parque industrial, bem como o eventual pagamento de portagens nesta via.
É que é importante que nos recordemos de que, apesar de todo o folclore, esteve cá em Estarreja aquele que é provavelmente o maior inimigo do nosso complexo químico. De facto, não nos devemos esquecer de que Pedro Santana Lopes é o mesmo primeiro-ministro que poucos meses antes havia anunciado ao país o encerramento definitivo da refinaria de Leça. Embora esta notícia tenha mais tarde sido desmentida pelo ministro Álvaro Barreto, a verdade é que a falta de credibilidade e as flutuações de humor de Santana Lopes acabam por ser também uma faca de dois gumes, que tanto pode funcionar a nosso favor, como contra os interesses de Estarreja. Ou seja, não temos nenhuma garantia sobre em que momento é que o primeiro-ministro está a dizer a verdade ou simplesmente a fazer campanha eleitoral. Na comunicação escrita do Sr. Presidente da Câmara, apenas há um enigmático "não têm razões para temer pelo futuro", sem qualquer explicação adicional sobre a matéria, o que leva a concluir que a hipótese de encerramento não está ainda excluída.
Sobre o parque-industrial, silêncio absoluto do primeiro-ministro.
Sobre o IC1, o mesmo.
É por isto que Estarreja é hoje em dia um dos melhores locais para os governantes se passearem. Vêem cá, levam um banho de amizade e ninguém os chateia com nada: não há quem lhes peça contas pelas promessas não cumpridas, ninguém lhes apresenta projectos, ninguém os confronta com as suas declarações anteriores, mesmo que estas prejudiquem gritantemente os interesses do concelho. Estarreja tornou-se num paraíso social para governantes à beira do colapso, capaz de concorrer mesmo com as melhores clínicas de reabilitação psicológica…
É fundamental que o Sr. Presidente da Câmara nos esclareça o que é que Pedro Santana Lopes lhe disse de concreto sobre o encerramento da refinaria de Leça, o financiamento do eco-parque e o IC1. Caso contrário, estivemos todos aqui a fazer o papel das meninas que dão o beijinho ao vencedor da etapa na volta a Portugal, que no dia seguinte segue viagem e só cá volta a passar no próximo ano!
No fundo, Sr. Presidente, o que nós queremos saber é o que é que o primeiro-ministro cá veio realmente fazer. Porque não é credível que um governante tenha gasto um dia da sua certamente muito concorrida agenda para simplesmente se entreter num fútil exercício de charme e produção de frases ocas.
Até porque, por absurdo que isto possa hoje parecer, ainda existe a ínfima e desastrosa possibilidade do próximo primeiro-ministro se chamar… Pedro Santana Lopes!

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segunda-feira, dezembro 27, 2004

Ao ver as catastróficas imagens da tragédia asiática não pude deixar de me lembrar de algo que aconteceu no Algarve, há cerca de 5 anos... estava eu a apanhar um delicioso banho de sol na Meia Praia, numa bela e muito quente tarde de agosto, quando notei uma enorme confusão de pessoas a correr pela areia, de uma forma perfeitamente desordenada e em todas as direcções. Ao levantar-me para tentar averiguar o que se passava, fui informado pelo salva-vidas (que discursava para um grupo com algumas dezenas de banhistas) de que tinha existido um alerta da protecção civil sobre a iminência da chegada de uma onda gigante à praia. Acto contínuo, uma parte considerável dos que o ouviam dirigiu-se à beira do mar e começou a fixar o horizonte, tentando observar a onda e número de pessoas que abandonava a praia a correr diminuiu consideravelmente (ah... é só uma onda gigante!!). Mais tarde a praia acabou por ser mesmo evacuada por agentes policiais e a multidão disparou autenticamente em pânico. A evacuação precipitada e simultânea de centenas de pessoas num domingo de Agosto provocou vários acidentes de viação e a onda afinal era apenas uma ilusão de óptica...
No meio de toda esta confusão, saí da praia ao primeiro aviso e parti em direcção ao litoral alentejano, onde gozei uma das melhores tardes de praia da minha vida...

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sexta-feira, dezembro 24, 2004



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terça-feira, dezembro 21, 2004

Este é fresquinho... e também é de Estarreja. O Passamania, blogue do Passamana.

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Manuela Ferreira Leite prepara-se para ficar para a história como a única ministra das finanças que conseguiu domar minimamente o défice das contas públicas. É absolutamente notável como mesmo com uma desorçamentação de cerca de 600 milhões de euros dos hospitais SA e 400 milhões de euros da passagem do IEP para fora da "esfera orçamental", o défice ainda continua acima dos 4%. Para já não falar de toda uma série de empresas públicas, estatais, regionais ou municipais, cujos défices também não contam para estes números... Ou seja, o défice real segundo a maioria dos especialistas estará entre os 5 e 6% do PIB! O que quer dizer que continuamos a viver neste estranho campeonato de maquilhagem orçamental, para o qual Bagão Félix continua a provar ser um claro erro de casting...
Todas as opiniões parecem concordar: actualmente o controlo do défice já não depende da competência do ministro das finanças, pois trata-se de um grave problema estrutural da nossa economia. Não é lícito que o défice continue a servir de arma de arremesso político contra o PS, pois nesta questão o governo PSD/PP apenas inovou com o recurso a medidas extraordinárias (finitas e quase sempre lesivas do interesse nacional) e com a desorçamentação de despesas como as atrás referidas. Não existe sequer uma ténue tendência para a inversão da actual situação.
A continuidade de José Sócrates para além do primeiro mandato como primeiro-ministro dependerá bastante da forma como o seu governo conseguir actuar no relançamento da economia nacional e consequentemente na reestruturação da despesa pública. Até porque o seu insucesso no actual momento de alargamento da UE poderá ter consequências muito graves para o futuro do nosso país.
O próximo governo será provavelmente o mais importante dos últimos 15 anos. Desta vez vai ser mesmo a sério. Também é por isto que Sampaio fez muito bem em aniquilar politicamente Santana Lopes: no actual estado das coisas, nem o país nem o PSD se podem dar ao luxo de aturar brincadeiras e exibições de vaidades. E é também por isto que a atitude de Durão Barroso é tão irresponsável e inaceitável.

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segunda-feira, dezembro 20, 2004

Para o José Matos, aqui fica o link para um post antigo do Estarreja Efervescente. Em relação aos jornais locais não posso fazer links, mas recomendo uma revisão dos do último mês. As conversas de rua é que infelizmente não têm qualquer registo (acho eu), se bem que com mais uns mesitos de Morais Sarmento no governo também isso provavelmente se resolveria :))
Não sei porquê, mas o tom desta resposta continua a parecer-me algo inseguro... terei inadvertidamente acertado em alguma "mouche"?

PS - eu também sou contra os pinheiros de natal.

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Sinceramente, uma reacção destas à polémica das árvores é despropositada. Por vários motivos: porque esta discussão resulta da reacção da sociedade civil a um acto do poder autárquico de que a maioria das pessoas só tiveram conhecimento quando o viram na prática. Já reconheci noutro texto deste blogue que os elementos da oposição poderão ter alguma responsabilidade neste caso, pois não denunciaram esta situação a tempo. No entanto, qualquer pessoa que frequente os cafés e as ruas de Estarreja ou que leia os jornais locais sabe que este assunto está na ordem do dia, pois o abate não anunciado (ou divulgado num obscuro documento incompreensível para a maioria das pessoas) de 7 árvores com dezenas de anos dói a qualquer um. E as reacções ao choque são perfeitamente naturais. Por outro lado, quando o José Matos diz que foram consideradas todas as hipóteses, só apetece dizer "Ai sim? E quais eram elas?" pela simples razão de que a Câmara ainda não explicou adequadamente quais as alternativas possíveis. Mesmo que não houvesse outra solução que não o abate das árvores, este nunca deveria ter sido feito sem uma exposição pública de todas as variáveis em análise. Um executivo camarário que envia notas para a comunicação social sobre a inauguração de caixas multibanco e faz apresentações power point para maquilhar orçamentos e contas de gestão terá certamente a capacidade técnica para expor publicamente as razões do corte das árvores, que até poderá ser aceitável, dependendo das circunstâncias.
Ou seja, na melhor das hipóteses há aqui uma "fuga do rabo à seringa": a Câmara não teve coragem de divulgar de uma forma clara e honesta o que se preparava para fazer! É por isso que concordar à partida com uma atitude destas é um acto irreflectido - é importante pedirem-se os devidos esclarecimentos à Câmara, que deste modo saberá que a sociedade está atenta aos seus actos. E se as coisas realmente forem como o José Matos diz, não haverá aqui nenhum problema para o executivo camarário, para além do atrás referido.
Sendo assim, as críticas do José Matos estão a ser dirigidas a pessoas que estão a fazer precisamente o que ele diz que deve ser feito, isto é, pedir explicações à Câmara! Foi tão grande a vontade de reagir a estes infames actos oposicionistas que na fundamentação da indignação o José Matos acabou por dar razão àqueles que estava a criticar...

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sexta-feira, dezembro 17, 2004

O Regresso das Broncas

Uma das primeiras broncas de José Eduardo de Matos enquanto presidente da Câmara de Estarreja foi o anúncio da demissão do antigo presidente do Instituto de Estradas de Portugal do seu cargo, antes mesmo do governo ou do próprio terem qualquer posição oficial sobre o assunto. As sucessivas trocas de pés pelas mãos e vice-versa que se verificaram nos dias seguintes permitiram concluir que a notícia era verdadeira, embora a sua revelação fosse uma inconfidência não autorizada duma conversa particular com um então membro do governo (falava-se em Marques Mendes). Dissipado o pó, o homem lá foi mesmo demitido e nunca mais se voltou a falar no assunto.
Hoje vi no site da RVR mais uma notícia insólita produzida pelo presidente da CME: José Eduardo de Matos parece ter anunciado o abandono da construção do TGV português (pelo menos entre Lisboa e Porto). A notícia é demasiado clara para que restem dúvidas. Se não existir um desmentido, trata-se de mais uma curiosa "bomba" noticiosa largada a partir de Estarreja, pelo nosso prolixo presidente da Câmara. Aqui fica o "copy-paste" do texto que estava no site da RVR no dia 17/12/2004 às 15:25:

"Oficialmente a Câmara de Estarreja nada sabe sobre o futuro traçado do TGV. Segundo o presidente da autarquia apenas há conhecimento do trabalho de uma empresa que procura o melhor corredor para o comboio de grande velocidade. "O que posso dizer é que foram colocados dois traçados possíveis" afirma o autarca que "no fundamental no concelho de Estarreja tem a ver um pouco com o traçado do IC1 a nascente" e por tal será na zona encostado à autoestrada. Assim sendo José Eduardo Matos relembra a posição de há muito tomada "achamos que não faz sentido que o municipio seja atravessado naquela zona por uma qualquer via, ferroviária ou rodoviária, por isso os nossos fundamentos não são de hoje, já têm muito tempo" não existindo qualquer alteração aquela que é a "posição oficial e pessoal de quem hoje está à frente do município" remata. Quanto às movimentações sentidas no vizinho concelho de Ovar, o edil lembra que ainda recentemente as posições vareiras, quanto ao IC1, vieram a comprometer o seu desenvolvimento no nosso. E vai mais longe "não se dirá que de Ovar nem bom vento nem bom casamento" parafraseando um ditado popular, e o passado "implica que nesta matéria não hajam estratégias comuns à partida". Para já e para além de não existir qualquer corredor escolhido, o presidente da Câmara, revela que tudo aponta para o abandono do comboio de alta velocidade, por parte do Governo, já que foram e estão a ser investidos milhões de euros na renovação da Linha do Norte."

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Tal como já por diversas vezes aqui escrevi, a discussão bloguística tem uma grande vertente de imprevisibilidade. Textos que me parecem muito bons são por vezes completamente ignorados pelos leitores e posts pelos quais eu não dava nada acabam por ser os que provocam maiores polémicas. É o caso do post anterior, cuja secção de comentários tem sido palco de acesa discussão, na qual têm sido referidos vários aspectos que me parecem dignos de nota:
- Por um lado, a recorrente discussão entre fazer as coisas de uma forma mais cara e menos pensada, embora mais rápida e com resultados imediatamente disponíveis: eu sou contra os que defendem as soluções imediatistas em detrimento das planeadas. Pela simples razão de que considero que mesmo as decisões instantâneas devem obedecer a um planeamento estratégico global e também porque quando as coisas são feitas de uma forma metódica, organizada, pensada e bem planeada estas decisões tomam-se muito rapidamente. Ou pelo menos tão depressa como as decisões esporádicas e episódicas que não estão inseridas em qualquer estratégia global para uma organização. Ou seja, não defendo a burocracia - apenas sou contra a má gestão (muitas vezes disfarçada de "gestão mais eficiente e prática") baseada no sortilégio de decisões pontuais. Esta questão surgiu a propósito da concessão por ajuste directo da recolha de lixos à ERSUC. No entanto, não é legítimo que o Dr. José Eduardo faça neste caso a figura de decisor político que privilegia os resultados rápidos em detrimento de longos processos burocráticos, pela simples razão de que esta questão já tinha sido decidida no mandato anterior e foi atrasada pelo actual executivo durante vários meses... ou seja, acabámos por demorar o mesmo tempo a ter a recolha de lixos no activo - a única diferença foi que em vez da CME estar a pagar o preço resultante dum concurso público, está a pagar os custos dum ajuste directo...
- A questão do respeito pelo meio ambiente vs. progresso é outro dos temas que acaba por surgir sempre como consequência do primeiro - a falta de planeamento faz com que os problemas ambientais surjam sempre como empecilho inesperado nas obras que isoladamente se projectam. E quando, em cima do joelho, se tentam resolver estes problemas facilmente se cai em becos sem saída. Ou melhor, em becos cuja saída é, literalmente, a corta-mato... tal como aconteceu no caso das árvores entre Estarreja e Salreu!
- Por último, foi também abordado o papel da oposição nesta situação. Tenho que reconhecer que há alguma razão entre os que dizem que uma oposição eficaz teria antecipado este problema. De facto, depois das árvores cortadas já não há nada a fazer... No entanto, as coisas nem sempre são assim tão fáceis: ao contrário dos que ocupam órgãos de poder, a oposição não é profissionalizada (e muito bem... não estou a defender que o seja!!!) e portanto não tem disponibilidade de tempo para passar a pente fino todas as decisões da Câmara. Ou seja, é natural que a oposição concentre as suas energias nas questões mais importantes em termos estratégicos para o desenvolvimento do concelho ou nos casos em que é mais provável que surjam asneiras. E, sejamos justos, quando se anunciou a intenção de se construir a rotunda do hospital, não era previsível que se caísse no disparate de cortar 7 (ou mais?) árvores... a CME calou-se em relação a este assunto e só depois das moto-serras actuarem é que se pronunciou, apresentando esta como uma solução natural para este problema. Portanto, "mea culpa" da minha parte, embora sinceramente não me pareça que as coisas pudessem ser feitas de forma diferente... De qualquer modo, os protestos à posteriori terão pelo menos o efeito dissuasor de fazer com que o executivo camarário pense duas vezes antes de voltar a fazer outra destas!

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quarta-feira, dezembro 15, 2004

Eu fui um dos que apanharam secas monumentais enquanto se cortavam árvores, esta tarde em Estarreja. E o Cidade de Estarreja tem toda a razão. Sobre esta matéria, deixo algumas questões a que a Câmara deveria ter respondido antes mesmo delas serem colocadas:
- Quantas árvores foram cortadas?
- Para onde foi a madeira das árvores?
- Teria sido tecnicamente possível transplantar as árvores?
- Teria sido possível encontrar uma solução para a construção de uma rotunda de acesso ao hospital sem cortes de árvores (ou com menos cortes)?
- Quem é o responsável directo por esta decisão?

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terça-feira, dezembro 14, 2004

Quando escrevi o post anterior não estava genuinamente à espera do que se viu esta noite, com o anúncio do fim da coligação, sobretudo pela enorme carga simbólica do momento. Talvez seja influência do Código DaVinci, mas fiquei profundamente impressionado com todo o simbolismo da situação: Santana e Portas lado a lado, com uma bandeira de cada partido por trás. Igualdade absoluta. Santana discursa, mas a última palavra é de Portas. Santana nem sequer coloca a hipótese do PSD ter maioria absoluta sozinho. Votar num é o mesmo que votar no outro. Santana com ar tenso e contraído a ler um texto escrito. Portas de improviso, muito mais arguto e preciso. Santana a desejar boa sorte ao CDS/PP, Portas a desejar felicidades para a sua área política. Santana a vitimizar-se pela "injustiça" e a assumir que enquanto primeiro-ministro não tinha "legitimidade popular", Portas a não dizer uma palavra sobre o assunto e a assumir uma pose de estado e de combate político ("os deputados conquistam-se")...
Foi impressionante ver como é que alguém com a experiência política de Santana Lopes cometeu um erro tão grosseiro: ao contrário do que Durão Barroso sempre disse em 2002, desta vez foi claramente assumido que votar CDS e votar PSD terá o mesmo efeito. A única consequência prática positiva desta conferência de imprensa para o PSD foi a garantia de que o CDS não se coligará com o PS...
Começa-se a ter a sensação de que Sócrates nem sequer precisa de se mexer para ganhar as eleições. E que o PSD e o PP, depois desta "pesagem eleitoral" (pois é apenas disso que se trata - contar os deputados que cada um consegue) vão convergir em termos de deputados e votos (adivinhem quem vai subir e quem vai descer...).

PS1 - Foi também engraçado ver dois ex-dirigentes da mesma empresa de sondagens (a Amostra, da Universidade Moderna) dizerem que não ligavam a sondagens...
PS2 - A lógica de que nas eleições para a Câmara de Lisboa eles também foram separados e Santana ganhou não é válida, essencialmente por dois motivos: porque Sócrates não é João Soares e porque Santana nunca tinha sido Presidente da Câmara de Lisboa, nem sequer durante 4 meses...

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Finalmente teve início a previsível separação entre o PSD e o PP (escrevo isto antes de se saber se há ou não coligação pré-eleitoral). No entanto, ao contrário do que seria provável, este afastamento acontece contra a vontade do PSD e por desejo do PP. De facto, Santana conseguiu o que aparentemente seria impossível: pôr o PSD de cócoras atrás de Portas. Pior ainda... depois de rastejar atrás de Portas, ainda levou uma nega! É que se o aparelho do PSD não tem outra alternativa que não seguir Santana, já para Portas as perspectivas são diferentes: nunca o seu eleitorado-alvo esteve tão disponível para ser conquistado. Nas próximas eleições dificilmente se repetirá o fenómeno do voto útil no PSD e a consistência do PP versus as loucuras e incompetências da deriva santanista certamente sairão caras aos laranjas. É em momentos como estes que os partidos correm os maiores riscos: embora o PSD seja um partido profundamente enraizado na sociedade portuguesa, a verdade é que de um modo geral, na maioria dos países europeus, as principais batalhas políticas fazem-se entre os equivalentes ao PS e ao PP portugueses. É claramente nisso que Portas aposta: depois de falhada a fusão PSD-PP (da qual resultaria um partido à direita do actual PSD e não muito diferente do PP), Portas está neste momento a lançar a rede ao eleitorado PSD tradicional, que nunca teve tão poucos motivos para votar no seu partido. Ao permitirem que isto aconteça (deixando Santana ir a votos), as elites intelectuais do PSD estão a correr provavelmente o maior risco desde a fundação do seu partido - uma forte votação no PP, com um bom desempenho deste enquanto líder prático da oposição, seguida por um período de provável guerrilha interna no PSD é tudo o que Portas mais pode desejar. E, diga-se de passagem, já esteve bastante mais longe de acontecer...

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segunda-feira, dezembro 13, 2004

Soube hoje da existência de mais um magnífico blogue "made in Estarreja". O autor é o meu amigo Pedro Hugo Figueiredo, uma antiga lenda das balizas de andebol do Grupo Desportivo da Quimigal. A visitar, o PhotoBelogue.

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sábado, dezembro 11, 2004

A Cidade de Estarreja

Nos últimos dias tenho recebido votos de felicitações risonhas e quase paternalistas de vários amigos de diversas partes do país a propósito da elevação de Estarreja a cidade. Confesso que, embora seja um apoiante da ideia e a tenha votado favoravelmente na Assembleia Municipal, sinto que há qualquer coisa de saloio nestas elevações... não sei porquê, quando vejo reivindicações deste género, lembro-me sempre de Canas de Senhorim, Vizela e outras que tais!
Enfim, tal como expliquei aos meus amigos, esta elevação faz sentido sobretudo por causa de outras cidades que já existem... é absurdo que Esmoriz, Lourosa, Gafanha da Nazaré, Meda, Tarouca e outras metrópoles semelhantes sejam cidades e Estarreja ainda seja vila. Ser cidade, neste caso, é apenas uma espécie de requisito mínimo admissível de credibilidade. E mais nada. Não, não pensamos que somos os maiores por causa deste reconhecimento. Não, não vamos ter nem mais um euro do estado por sermos cidade e não vila. Não, não há em Estarreja nenhum sentimento municipal de orgulho motivado por esta elevação. Quando muito, uma alegria comedida...

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Na última semana li três livros. Inteirinhos. Ou, melhor (ou pior?) ainda, em 4 dias consecutivos da última semana li três livros. Inteirinhos. Gostei dos três: O inevitável "O Código DaVinci", de Dan Brown, o "Vinho Mágico", de Joanne Harris e por fim aquele de que gostei mais: "A imaginação hiperactiva de Olivia Joules", de Helen Fielding. É sempre assim quando vou de férias... não tenho a mínima paciência para noticiários ou sequer assuntos reais. Só livros. E de ficção.
Nos três dias subsequentes aos quatro a que me referi inicialmente só li 2 páginas da "Noite do Oráculo", de Paul Auster. Raios partam a vida real.

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quinta-feira, dezembro 09, 2004

Sintomático


O mais célebre dos estarrejenses foi hoje protagonista duma cena que ilustra na perfeição dois factos políticos fundamentais nos dias que correm:
1 - A ida de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia não vai beneficiar em nada o país. Como se viu hoje, Durão foi forçado a votar contra uma decisão do seu governo, mais concretamente do actual responsável pelos assuntos económicos do seu gabinete. Ou seja, se Durão e Carlos Tavares realmente acreditavam estar a decidir da melhor forma enquanto membros do governo português, porque raio é que agora inverteram o voto? Seria perfeitamente compreensível que se mantivessem coerentes com as posições anteriormente defendidas. O voto de hoje foi um excesso de zelo absolutamente subserviente em relação à UE... se num contexto tão admissível como este Durão e a sua equipa não defenderam aquilo que consideram melhor para Portugal, em que situações é que o farão?
2 - Mais uma vez foi demonstrada a perda de independência do nosso país. Não acredito que se a Alemanha ou a França apresentassem uma proposta semelhante a reacção fosse a mesma.

Ou seja, o país está mergulhado numa grave crise política e o PSD a atravessar um processo de suicídio eleitoral apenas para para satisfação do ego de Durão Barroso. É inaceitável que um político português abdique da suprema honra de ser primeiro-ministro de Portugal para ocupar um cargo fantoche e sem qualquer autonomia na presidência da Comissão Europeia.

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O último dos moicanos



Este homem era a única pessoa desinteressada que ainda acreditava em Santana. Agora já não é. Colocou-lhe na testa o mais inaceitável dos carimbos que um primeiro-ministro pode ter: o de incompetente. E o pior é que não há ninguém que duvide da justiça da rotulagem...

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quarta-feira, dezembro 08, 2004

Já cá estou desde anteontem, mas ainda não tinha tido tempo de dar sinais de vida.
Foram umas férias fantásticas, reconfortantes e reconfortadas pelas notícias que íamos recebendo de cá... até parecia gozo: Santana fora do governo, Cinha fora da Quinta, Pinto da Costa em tribunal, Beira-Mar a ganhar nas Antas, Sporting a 1 ponto do primeiro lugar... enfim, creio que ficaram plenamente demonstradas todas as vantagens que o facto de eu estar de férias tem para o país!
Nos próximos dias tentarei retomar o normal ritmo de produção bloguística, para escrever sobre Cuba e o comunismo, Santana Lopes, José Sócrates, a política nacional, o futebol, os livros que tenho lido, etc. Tantos assuntos apetecíveis e tão pouco tempo para falar deles!

PS - Deixo aqui registadas as boas-vindas ao Cidade de Estarreja, o mais novo dos blogues políticos da minha terra.

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