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terça-feira, dezembro 14, 2004

Quando escrevi o post anterior não estava genuinamente à espera do que se viu esta noite, com o anúncio do fim da coligação, sobretudo pela enorme carga simbólica do momento. Talvez seja influência do Código DaVinci, mas fiquei profundamente impressionado com todo o simbolismo da situação: Santana e Portas lado a lado, com uma bandeira de cada partido por trás. Igualdade absoluta. Santana discursa, mas a última palavra é de Portas. Santana nem sequer coloca a hipótese do PSD ter maioria absoluta sozinho. Votar num é o mesmo que votar no outro. Santana com ar tenso e contraído a ler um texto escrito. Portas de improviso, muito mais arguto e preciso. Santana a desejar boa sorte ao CDS/PP, Portas a desejar felicidades para a sua área política. Santana a vitimizar-se pela "injustiça" e a assumir que enquanto primeiro-ministro não tinha "legitimidade popular", Portas a não dizer uma palavra sobre o assunto e a assumir uma pose de estado e de combate político ("os deputados conquistam-se")...
Foi impressionante ver como é que alguém com a experiência política de Santana Lopes cometeu um erro tão grosseiro: ao contrário do que Durão Barroso sempre disse em 2002, desta vez foi claramente assumido que votar CDS e votar PSD terá o mesmo efeito. A única consequência prática positiva desta conferência de imprensa para o PSD foi a garantia de que o CDS não se coligará com o PS...
Começa-se a ter a sensação de que Sócrates nem sequer precisa de se mexer para ganhar as eleições. E que o PSD e o PP, depois desta "pesagem eleitoral" (pois é apenas disso que se trata - contar os deputados que cada um consegue) vão convergir em termos de deputados e votos (adivinhem quem vai subir e quem vai descer...).

PS1 - Foi também engraçado ver dois ex-dirigentes da mesma empresa de sondagens (a Amostra, da Universidade Moderna) dizerem que não ligavam a sondagens...
PS2 - A lógica de que nas eleições para a Câmara de Lisboa eles também foram separados e Santana ganhou não é válida, essencialmente por dois motivos: porque Sócrates não é João Soares e porque Santana nunca tinha sido Presidente da Câmara de Lisboa, nem sequer durante 4 meses...

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