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sexta-feira, outubro 31, 2003

O Benfica prepara-se alegremente para eleger como presidente o inenarrável Luis Filipe Vieira, que para além de cometer a proeza de ser simultaneamente sócio do Benfica, Sporting, Porto e Alverca (pelo menos! - já controla mais de 20% da primeira divisão, perdão, superliga!), foi o responsável por algumas interessantes situações, que passo a recordar:
- Quando era presidente do Alverca, vendeu metade (!!!!) do passe do Mantorras ao Benfica por 1 milhão de contos;
- Ajudou Manuel Vilarinho a chegar à presidência do Benfica com a promessa de contratar o Jardel... que depois foi para o Sporting!
- Na direcção eleita, rapidamente "chutou" para canto os outros dois principais activistas: o próprio Manuel Vilarinho (que não foi mais que um fantoche de Luis Filipe Vieira) e Vitor Santos (o tal construtor civil que tem um património de milhões de contos e vai para os jornais gabar-se de nunca ter pago impostos);
- Violou o pacto de "não agressão" que existia entre os dirigentes desportivos: nunca ninguém ia pedir contas aos seus antecessores. O que LFV fez a João Vale e Azevedo foi baixo, sobretudo porque não era habitual no meio (Vale e Azevedo não denunciou Manuel Damásio - o tal que declarava 70 contos por mês ao fisco e até ia de helicópetero para a praia)... mas enfim, sempre dizem que ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão. Excepto na parte do perdão, até posso concordar ligeiramente com esta frase!
- Nos últimos 3 anos o Benfica acabou com todas as modalidades amadoras e ainda teve um prejuízo de 10 milhões de contos!
- À custa destes esquemas, ia perdendo a possibilidade de construir o novo estádio da luz, que só foi garantido à última hora;
- Levou o governo a aceitar acções não cotadas em bolsa para pagamento de impostos!!!!
Enfim, como sportinguista só posso ficar contente com a anunciada vitória de Luis Filipe Vieira. No entanto, é graças a homens destes que o nosso futebol (e o próprio país...) está como está!

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quinta-feira, outubro 30, 2003

Encontrei uma disparatada referência a Estarreja:
http://opaidosburros.blogspot.com/2003_09_01_opaidosburros_archive.html no blogue O Pai dos Burros. Visitem e comentem, s.f.f.!

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O Sr. Presidente da Câmara de Estarreja deu hoje uma entrevista ao Jornal da Ria em que finalmente decidiu falar sobre o intrigante caso do Parque Industrial. Senti-me honrado pela leve referência à minha pessoa ("um vosso entrevistado recente"), e notei alguma animosidade em relação às últimas intervenções da oposição sobre esta matéria. Ou seja, o nosso papel de opositores construtivos está a ser eficaz: conseguimos fazer com que os que desempenham cargos de poder se sintam pressionados e sobretudo observados nas suas acções. Penso que o Dr. José Eduardo, que passa 2 páginas inteiras a justificar os atrasos das obras, sabe perfeitamente que em Estarreja as pessoas estão atentas a eventuais desleixos ou faltas de eficácia. Para além das desculpas pela demora da construção do Parque Eco-Industrial, isto é, Eco-Empresarial, vi na entrevista dois sinais extremamente preocupantes:
- Por um lado, tudo indica que não será a Câmara Municipal de Estarreja a mandar na gestão do parque. A Câmara apenas será proprietária do parque, que será gerido por outras entidades. Será que o Dr. José Eduardo queria dizer mesmo isto? É que, se for verdade, isto é gravíssimo...! Sinceramente, penso que se tratou de algo ainda mal explicado ou de algum entusiasmo momentâneo de quem não tem ainda ideias bem definidas sobre este assunto...
- O outro factor de preocupação é a visão curta e redutora do parque: fala-se de um parque para PME's, capaz de competir com os dos concelhos vizinhos... É inacreditável! Então e o Plano Estratégico, aprovado pelo próprio Dr. José Eduardo enquanto vereador, que definia a indústria como a grande aposta de Estarreja? E concorrer com Oliveira de Azeméis, Ovar, Murtosa, quando o projecto inicial era inovador à escala nacional e até europeia? Que pequenez de espírito!!!
Na entrevista não se definiam os parceiros para gerir o Parque... porquê?
A avaliar pelas mini-intenções para o mini-parque, essa realmente é uma preocupação prematura e disparatada... Enfim... que desperdício e que perda de oportunidades para o nosso concelho!
Depois de termos tido uma Presidente da Câmara que apostava na agricultura e na pecuária, tinha que nos calhar agora um autarca que aposta nas lojinhas e oficinazitas para o desenvolvimento do nosso concelho!

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O Vasco Fragata deixou um agradável comentário à minha intervenção na convenção autárquica. Obrigado. Este tipo de cócegas no ego são altamente animadoras e revitalizadoras. É que nem todas as reacções a estas minhas últimas investidas foram positivas...

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terça-feira, outubro 28, 2003

Para os que usam a net também para estudar ou trabalhar: o motor de busca google que está nesta página é diferente do google a que se acede a partir de Portugal quando se escreve www.google.com ou www.google.pt. O google que está disponível no Estarreja Efervescente é americano. Experimentem: verão que os resultados das pesquisas serão diferentes, especialmente quando se procuram páginas escritas em português. Parece-me uma alternativa interessante, pois o google é claramente, e de muito longe, a melhor ferramenta da internet.

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Há dias um amigo disse-me que visitava o meu blogue todos os dias, para ver as novidades. Como se eu tivesse material para pôr aqui todos os dias! Atenção: não esperem demasiado desta página, pois a minha vida profissional e académica não me deixa tempo para grandes desvarios bloguísticos. De qualquer modo, vou tentar manter uma produção artística com alguma cadência. Enfim... ter um blogue acaba por ser uma pequena forma de prisão!

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domingo, outubro 26, 2003

Acabei de ver na televisão a monumental vaia que o primeiro-ministro Durão Barroso recebeu na inauguração do novo estádio da luz. Foi constrangedor, desnecessário e gratuito o comportamento daqueles adeptos. Durão Barroso estava numa situação de representação institucional do governo, pelo que deveria ter sido respeitado. As críticas legítimas à sua actuação deveriam ser feitas noutro momento. Aqueles que o vaiaram acabaram provavelmente por apenas contribuir para aumentar a sua popularidade. A forma digna como Durão Barroso foi capaz de enfrentar esta adversidade constituiu claramente um ponto a seu favor. Este triste momento fez-me lembrar o dia em que um grupo de bárbaros de Felgueiras atacou selvaticamente o deputado do PS Francisco Assis. A forma como este soube reagir àquele momento só serviu para demonstrar as enormes qualidades políticas de Francisco Assis. Será que era mesmo isto que as pessoas que estiveram ontem no estádio da luz queriam fazer em relação a Durão Barroso?

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A Convenção Autárquica do PS foi um enorme êxito, principalmente em termos políticos. Produziram-se novas ideias e relançou-se um grupo de pessoas dispostas a trabalhar e lutar para que Estarreja volte a ser um concelho pelo menos tão forte, dinâmico e relevante como o era há bem pouco tempo. O deputado Afonso Candal foi o único representante do partido a vir de fora de Estarreja, e teve uma intervenção muito bem construída e inteligente, que surpreendeu quase todos.
Eu falei do Parque Industrial. Eis o conteúdo do meu discurso:
O plano estratégico do concelho de Estarreja, aprovado em 2001 pela Câmara e pela Assembleia Municipal, apontava o crescimento industrial como a solução principal para o desenvolvimento do nosso concelho. Nesse contexto, o Parque Eco-Industrial, cuja edificação estava a ser preparada pelo anterior executivo camarário, assumia um papel central e agregador em todo o processo. O parque seria construído de acordo com as mais modernas normas de convivência com o ambiente, segundo o modelo do Parque Eco-Industrial de Kalundborg, na Dinamarca, o primeiro e mais avançado parque do mundo a funcionar de acordo com o conceito de desenvolvimento sustentado, em que o respeito pelos recursos existentes é a palavra de ordem, de modo a que as gerações vindouras não venham a sofrer as consequências de um comportamento excessivamente gastador por parte dos que hoje habitam o nosso planeta.
No Parque Eco-Industrial planeado para Estarreja, tal como no de Kalundborg, a ecologia é a preocupação central de todas as empresas, que por este facto não vêm os seus resultados financeiros prejudicados. Aliás, antes pelo contrário: aspectos como a reciclagem e reaproveitamento de recursos, o uso de energia solar ou a minimização dos custos de tratamento de resíduos podem constituir importantes ganhos financeiros para as empresas que os respeitem. O projecto do Parque Eco-Industrial que o PS estava a construir previa ainda a integração da indústria com a própria sociedade: o parque teria zonas arborizadas, de lazer e áreas para a prática de desporto, que funcionariam harmoniosamente segundo um modelo que, embora até possa parecer utópico, não o é, pois existe e está implementado noutros países. O parque teria um regulamento próprio, com o qual as empresas que se pretendessem instalar no nosso parque teriam de se comprometer, e Estarreja passaria a ser um concelho conhecido não só pela excelência do seu desenvolvimento industrial, mas também pelos elevados padrões de respeito pelo meio ambiente, desenvolvimento sustentável e integração entre a indústria e sociedade em que esta se insere. O nosso Parque Eco-Industrial seria naturalmente uma importante referência a nível nacional e até europeu, e uma empresa que se instalasse em Estarreja estaria imediatamente a passar para o mercado uma imagem de qualidade e respeito pelo ambiente absolutamente credível e, porque não dizê-lo, rentável. Eu sei que esta descrição corre o risco de se assemelhar mais a uma versão estarrejense do discurso do sonho de Martin Luther King do que propriamente a uma recordação de projectos que ainda há dois anos eram bem reais e perfeitamente possíveis. No entanto, a verdade é esta, e aqueles que acompanharam de perto este processo conhecem-na perfeitamente, pois este foi sempre público e publicitado, ao contrário do que agora sucede.
O anterior executivo camarário havia já assegurado a comparticipação estatal para a edificação do Parque Eco-Industrial de Estarreja. O concurso público internacional para esta obra foi ganho pela empresa Mota e Companhia, que posteriormente até se comprometeu a concluir a obra no espaço de um ano e meio. Ou seja, o nosso parque estaria concluído no Verão de 2003... No projecto que estava a ser preparado, a Câmara Municipal de Estarreja seria sempre maioritária na entidade gestora do parque, em cuja administração também haveria provavelmente lugar para a Universidade de Aveiro e associações industriais da nossa região, como a SEMA ou a AIDA. Embora esta estruturação do poder não estivesse ainda completamente definida e aprovada pela Câmara e Assembleia Municipal, era ponto assente que a Câmara Municipal de Estarreja seria sempre maioritária (com mais de 50% dos votos) na administração do futuro parque. Ou seja, todas as decisões que afectassem aquela empresa teriam que ter a concordância expressa da Câmara Municipal de Estarreja. Este é, talvez, o ponto mais importante de toda esta questão, pois o que era uma questão de honra no tempo do PS passou a ser um pormenor secreto e ainda não esclarecido pelo actual executivo camarário, apesar de toda a insistência da oposição e até da comunicação social.
Quando o Dr. José Eduardo de Matos e a sua equipa chegaram ao poder, em Dezembro de 2001, uma das suas primeiras medidas foi suspender todo o processo de construção do Parque Eco-Industrial de Estarreja. Em Janeiro, as obras pararam. Argumentava-se que o parque era “megalómano” e excessivamente grande para as necessidades de Estarreja. Dizia-se também que não havia dinheiro para construir o Parque, pois este era demasiado caro para as possibilidades económicas do nosso concelho. Perante estas acusações, o anterior Presidente da Câmara Municipal de Estarreja reafirmou, perante a Assembleia Municipal, que o financiamento para a construção do parque estava assegurado e mostrou-se inteiramente disponível para explicar aos novos autarcas como é que eles poderiam conseguir que o estado pagasse esta obra fundamental para o desenvolvimento do nosso concelho. A proposta foi ignorada.
Em Fevereiro de 2002 realizou-se uma Assembleia Municipal extraordinária dedicada ao tema do Parque Industrial, em que foram apresentadas diversas propostas, algumas das quais até relativamente interessantes. O Dr. Carlos Tavares, actual Ministro da Economia, foi um dos parlamentares que mais ideias trouxe para o debate. No final dessa reunião, o Sr. Presidente da Câmara mostrou-se satisfeito com os resultados obtidos e disse que o executivo camarário iria analisar o assunto, não se comprometendo, contudo, com nenhuma das soluções apresentadas. Da referida Assembleia Municipal, apenas ficara a intenção da Câmara Municipal construir o parque em fases, a primeira das quais ficaria pronta em “cerca de seis meses”. Esta foi a última vez que a Assembleia Municipal de Estarreja foi informada sobre os factos relativos ao processo do Parque Industrial.
Pouco tempo depois da reunião atrás referida, a CME anunciou a criação de uma comissão cujo objectivo seria supostamente estudar a melhor forma de construir e gerir um Parque Industrial em Estarreja. A comissão tinha uma composição “sui generis”: para além da CME, faziam parte deste grupo também o IPE e a Quimiparque. Ora, é importante que nos recordemos que estávamos num momento em que o PSD anunciava aos quatro ventos a sua intenção de “desmantelar” o IPE, e que a Quimiparque era detida, em 100% do seu capital, por aquele defunto instituto público. A constituição desta comissão era, logo à partida, um risco perfeitamente despropositado e até um pouco insólito. O único relatório que esta comissão produziu tem já cerca de 1 ano e meio e nunca foi apresentado à Assembleia Municipal. Aliás, nem sequer se sabe se a referida comissão ainda existe, ou o que é que aconteceu aos seus elementos, agora que o IPE foi dissolvido, curiosamente pelo ministério coordenado pelo Dr. Carlos Tavares. No referido documento não são esclarecidas nenhuma das questões fundamentais sobre esta matéria, que insistentemente têm vindo a ser levantadas, vezes sem conta, pela nossa bancada na Assembleia Municipal. Em Julho deste ano, o nosso grupo parlamentar apresentou à Câmara Municipal um requerimento, para o qual ainda não tivemos qualquer resposta, em que colocávamos algumas questões, absolutamente legítimas e essenciais sobre esta matéria, e que focavam os seguintes aspectos:
- Informação e acesso a toda a documentação sobre o processo de construção e acompanhamento do futuro Parque Industrial de Estarreja, incluindo cópia do contrato celebrado com a empresa construtora;
- Acesso ao relatório completo da comissão, pois apenas foram tornadas públicas algumas páginas de um documento bastante mais extenso;
- Informação sobre aspectos relacionados com os custos e mapas de execução das obras;
- Informação sobre a constituição da futura sociedade gestora do Parque Industrial e o contributo e importância relativa de cada um dos parceiros na empresa. Neste momento apenas sabemos que quem está a pagar a aquisição dos terrenos e a respectiva construção de infra-estruturas é a CME. Nada se sabe sobre eventuais contribuições de outros sócios, até porque também não se sabe quem é que eles são, ou sequer se existem;
- Outro dos aspectos que nos parece fundamental é o do acompanhamento do funcionamento do Parque. Sabemos que não faltam exemplos de falhanços em parcerias deste género devido a problemas relacionados com a assimetria de informação que inevitavelmente existe entre as diversas partes da sociedade. Só não sabemos é como é que a CME pensa resolver este problema.
O atraso das obras do Parque Industrial é outro dos factores que nos preocupa. Longe vão os tempos em que se falava nos tais 6 meses para a conclusão da primeira fase e se anunciava nos boletins municipais a instalação das primeiras empresas no Parque para o ano de 2003. Aliás, o próprio orçamento municipal para o corrente ano previa receitas de vendas de terrenos superiores a 2 milhões de euros!
A vertente ecológica do Parque Industrial parece estar também a ser descurada: há relatos de cortes de árvores e extracções de areias perfeitamente anárquicos, que apenas servem para demonstrar que não existe qualquer regulamento que salvaguarde os aspectos ambientais de um Parque em que a palavra Eco apenas serve para fazer eco.
Sobre o financiamento da construção do Parque Industrial, a pouca informação que existe também não é animadora. Ao que parece, o parque está a ser edificado sem qualquer comparticipação estatal ou da UE. O facto do Ministro da Economia ser um dos ideólogos do actual modelo de Parque Industrial e do PSD de Estarreja até possuir nas suas fileiras uma deputada no Parlamento Europeu não foi suficiente para conseguir atrair verbas do terceiro quadro comunitário de apoio para este projecto. É que nós nem sequer estamos a pedir favor nenhum: o Parque Eco-Industrial de Estarreja é uma obra de interesse nacional, dinamizadora da economia e altamente geradora de empregos, absolutamente essencial para um dos distritos mais afectados pelo desemprego. O alargamento da UE e o fim dos fundos comunitários em 2006 fazem com que se esteja a perder uma oportunidade única, o que terá gravíssimos prejuízos económicos para o concelho de Estarreja.
O anúncio do novo traçado do IC1 foi mais uma dupla machadada no futuro do Parque Eco-Industrial de Estarreja. Por um lado, perdeu-se o acesso directo desta via ao parque, ao contrário daquilo que desde sempre esteve projectado. Por outro lado, parece provável que um parque que deveria ser ecológico vá acabar por ser atravessado por uma auto-estrada, segundo um traçado perfeitamente absurdo e imoral, encomendado apenas à medida das necessidades eleitoralistas dos políticos do PSD.
O futuro do Parque Eco-Industrial de Estarreja parece ser negro, e infelizmente o desenvolvimento económico do nosso concelho estará sempre indissociado do êxito desta estrutura.
É por isso que este projecto era tão importante.
É por isso que temos que parar com o secretismo em torno deste processo e temos que voltar a envolver a Assembleia Municipal na discussão desta matéria.
É por isso que é absolutamente inadmissível que a CME não seja proprietária de mais de 50% do Parque.
Quando lutamos pelo Parque Eco-Industrial de Estarreja, é pelo futuro do nosso concelho que estamos a lutar!

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sexta-feira, outubro 24, 2003

Aconselho uma visita ao blogue do meu amigo Mário Barroso, O Baralho de Cartas da Vida, para todos os que sabem apreciar momentos do mais profundo desnexo. Para os saudosistas, visitem O Golpe do Baú, um blogue revivalista dos anos 80, especialmente apetecível para todos os que foram crianças nessa época.

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quinta-feira, outubro 23, 2003

Nos comentários ao post que falava do maoismo do Presidente da Câmara de Estarreja há uma reacção negativa do "marinhão", que afirma que o PS se deveria preocupar com outras questões e deixar de falar do problema do IC1. Diz também que o comportamento dos socialistas no governo e na oposição é diferente, variando entre a "vilanagem" e o "clamar por justiça".
Com o devido respeito, caro amigo, deixe que lhe diga que o seu comentário é extremamente injusto e até imponderado, por vários motivos:
Em relação ao IC1, o que está em jogo não é apenas uma estrada, mas sim uma série de factores fundamentais para o desenvolvimento de Estarreja: as acessibilidades ao futuro Parque Industrial (quantos empregos se perdem de cada vez que uma empresa escolhe outro concelho para se instalar?), os acessos ao Porto, Aveiro e norte do distrito de Aveiro, a alternativa à EN109 (quantas pessoas já lá morreram este ano?), as casas das pessoas, as terras das pessoas, o isolamento de freguesias (quanto desvalorizarão as propriedades e negócios de Avanca se a actual proposta for para a frente?). Ou seja, seria leviano e desonesto da nossa parte não nos preocuparmos com esta questão. Nós não temos uma pancada por um determinado ponto cardeal (o poente), nem tentamos fingir que cumprimos promessas eleitorais à força, passando por cima de tudo e todos. Quando o PS era poder em Estarreja, foi esta a postura dos seus dirigentes, afrontando mesmo o governo da nação (que até era do mesmo partido). Ou seja, o discurso é o mesmo, agora e antes. O do PSD é que mudou, pois quando era oposição dizia "vamos retomar o traçado antigo" e agora diz "este é o melhor possível".
Esquecer o IC1 seria, isso sim, uma grave "vilanagem". Enquanto uns se preocupam em fazer rotundas e iluminar igrejas, outros construiram centros de saúde, escolas, instalações desportivas (campos de futebol, piscina de avanca), implementaram o saneamento, lançaram o parque industrial, o cinema, a biblioteca, enfim... até aprovaram a proposta de passar Estarreja a cidade e Salreu e Pardilhó a vilas. Tirando a continuação de parte destas obras, a novidade deste novo executivo esgota-se em medidas avulsas e sem continuidade.
Com o devido respeito, "vilanagem" é não saber reconhecer o trabalho dos outros e faltar ao respeito a quem tanto fez pelo concelho!

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terça-feira, outubro 21, 2003

A propósito do inusitado maoismo de algumas figuras do PSD:

O facto deste partido ter um líder e um cabeça de lista para as eleições europeias (Durão Barroso e Pacheco Pereira) com um passado maoista é extremamente positivo: mostra que existe diversidade de opiniões e sobretudo uma capacidade de acompanhar intelectualmente a evolução dos tempos e das sociedades. Ao contrário de muitos, eu vejo no passado destas figuras principais do PSD um dos mais fortes argumentos a seu favor. No entanto, se no caso destas individualidades, a evolução se fez no sentido da modernidade e do respeito dos valores democráticos, o que dizer do que se passa em Estarreja, em que o Dr. José Eduardo de Matos parece estar a percorrer o caminho precisamente inverso? A carta escrita à população de Avanca a propósito do IC1 é o mais recente exemplo desta rocambolesca migração ideológica: nela, o Dr. José Eduardo assume-se como o grande timoneiro e educador do povo de Estarreja, ao chamar a si o papel de protagonista principal de uma triunfante luta do bem (PSD e IC1 a poente) contra o mal (o PS), não se esquecendo de dar o inevitável ralhete aos que se opuseram à forma desleixada e incompetente como este processo foi conduzido, tratando-os como um conjunto de crianças que pediram brinquedos a mais na visita ao hipermercado. Os sinais de paternalismo, propaganda do poder político, revolução cultural e silenciamento da oposição já existiam em diversas outras ocasiões da vida pública estarrejense dos últimos meses, mas esta carta à população de Avanca é de facto uma pérola do disparate em que se está a cair. O Dr. Garcia Pereira não faria melhor! Sociais-democratas, cuidem-se!

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Caros visitantes:

Ao contrário do que possam pensar, eu tenho mesmo andado a trabalhar na questão dos comentários. A proliferação de páginas com blog tools na net é imensa e eu nem sei para onde é que me hei-de virar (aceitam-se sugestões para o mail do Estarreja Efervescente). Escolhi agora uma ferramenta que me parece relativamente fiável, pois é bastante usada noutros blogs. Penso que dentro de poucos dias já será possível receber eventuais reacções aos impropérios que eu tão descaradamente tenho publicado neste espaço, que pretende ser uma activa tribuna de discussões extremadas.
Aliás, a este propósito gostaria de deixar um comentário: tenho recebido várias reacções (felizmente positivas, embora eu também saiba que as fontes não são imparciais...:)!) ao meu post sobre o IC1. No entanto, eu gostaria de dar a este comentário a dimensão que ele realmente tem: a de uma boca que se atira para a blogosfera, de modo a provocar alguma efervescência social. Seria extremamente interessante que fosse possível lançar-se uma discussão séria sobre esta matéria. De facto, para além dos exercícios de auto-comiseração e paternalismo maoista do Sr. Presidente da Câmara a este propósito, muito pouco se tem avançado na análise política objectiva destes factos, pelo menos da parte do PSD. Talvez na Assembleia Municipal desta noite (em que não vou poder estar presente)haja novidades, e o PSD descole desta curiosa e preocupante nova postura do seu líder.

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sábado, outubro 18, 2003

Estes dias de ausência foram férteis em acontecimentos:

O governo anunciou um perfeitamente disparatado traçado para o IC1, que comete a proeza de simultaneamente reunir quase todos os defeitos possíveis:
- Desagrada aos defensores do traçado a nascente, pois em grande parte vai a poente;
- Desagrada aos defensores do traçado a poente, pois em Avanca passa a nascente;
- Desagrada aos ambientalistas, pois passa na zona de protecção especial da ria de Aveiro;
- Desagrada à população de Avanca, pois divide esta freguesia a meio, de uma forma quase selvagem e profundamente contra-natura;
- Desagrada à população de Pardilhó, que fica definitivamente afastada do IC1;
- Desagrada à população de Salreu, que não tem qualquer acesso ao IC1;
- Desagrada à população de Canelas, que não tem qualquer acesso ao IC1;
- Desagrada à população de Beduído, que não tem qualquer acesso ao IC1;
- Desagrada às empresas que se vierem a instalar no futuro Parque Industrial, pois este também não tem qualquer acesso ao IC1.
Enfim, parece-me que dificilmente se conseguiria fazer pior.
A necessidade de forçar o cumprimento de uma promessa eleitoral faz com que este processo seja conduzido à boa maneira deste governo: ou não se faz nada, ou então faz-se tudo atabalhoadamente, depressa e mal, como é o caso.
Estranha e curiosa foi a reacção do Sr. Presidente da Câmara de Estarreja a tudo isto, que numa primeira fase foi para a comunicação social cantar vitória, mas quando se apercebeu do movimento que surgia em Avanca, descompensou completamente. Foi lamentável a sua intervenção na Assembleia Municipal, em que, talvez por estarmos quase na abertura da caça, foi tragicómico vê-lo a disparar em todas as direcções, descobrindo culpados em toda a parte, do padre de Avanca ao "funcionário que definiu a zona de protecção especial" (!!!! Sim, é verdade, ele disse isto!!!!), passando pelo antigo governo PS, pelo antigo executivo camarário, pelos presidentes das câmaras de Ovar e Aveiro, pelo Eng. Aníbal Teixeira, pelo Dr. Aleixo Patinha, pela Assembleia de Freguesia de Avanca, pelo Eng. José António Costa, etc. Enfim, todos os que lhe apareceram à frente sem um cartão de militante do PSD levaram chumbo!
Dr. José Eduardo, tenho uma novidade para si: você foi eleito Presidente da Câmara Municipal de Estarreja em 2001! A sério! O Sr. é que é o Presidente da Câmara! Não é nem o "funcionário que definiu a zona de protecção especial", nem o padre de Avanca, nem o Eng. Aníbal Teixeira! Cabe-lhe a si resolver os problemas do município. Se não é capaz de o fazer, não chore - há certamente quem tenha todo o gosto em tomar o seu lugar!

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Caros amigos:

Devido a algumas dificuldades logísticas, relacionadas com a minha mudança de casa e de fornecedor de serviço de internet, bem como algumas obrigações profissionais, o "Estarreja Efervescente" esteve alguns dias parado. No entanto, estou de volta, e pronto para voltar à carga!

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