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quinta-feira, julho 23, 2009

Apesar de apenas acompanhar à distância os episódios da política local estarrejense, não poderia deixar de comentar este texto do José Matos. É de facto impressionante como é que, passados 8 longos anos desde que José Eduardo de Matos chegou ao poder, o PSD estarrejense continua... a queixar-se do PS!
Pior ainda, desta vez o PSD queixa-se da fortíssima capacidade de iniciativa do candidato Fernando Mendonça (esquecendo-se de que, ao fazê-lo, não só está a reconhecer o mérito do adversário, como dá uma certa imagem tinhosa de si próprio), que não só já conseguiu um hospital novo para Estarreja, como está claramente por dentro e a acompanhar de muito perto todo o processo da fábrica da Nissan.
É de facto difícil para alguém que está no poder há 8 anos e sem obra que se apresente (com a excepção do BioRia, reconheça-se) enfrentar nas urnas um candidato que, sem um único minuto de exercício do cargo de Presidente da Câmara, apresenta já um currículo de obra feita (um hospital e uma fábrica em negociação) superior ao do actual presidente, que acumulou broncas e falhanços clamorosos (IC1 a nascente, abandono do projecto do eco-parque industrial, perda da IKEA, toneladas de bosta abandonadas nos terrenos no concelho, caça livre no BioRia, roubos de toneladas de areias, destruição da estação da CP, etc., etc., etc.) e a caminho tem apenas uma patética e desnecessária piscina.
Na prática, Fernando Mendonça comporta-se como se já fosse Presidente da Câmara e assume (com toda a desfaçatez, reconheça-se também) para si a responsabilidade de representação do concelho junto do poder político, com manifestos bons resultados. É uma estratégia eleitoral que me parece arriscada, pois é permeável a actos de vampirização das iniciativas do PS (como se viu no caso do novo hospital, que JEM agora diz que sempre defendeu desde pequenino, apenas com o deslize do pedido do hospital Ria-Norte para... Ovar!) que, sendo perceptíveis por uma parte do eleitorado, lançam a dúvida em relação ao processo e com isso diluem o mérito socialista.
Há porém um fenómeno cada vez mais importante nas sociedades contemporâneas e que joga a favor de Mendonça - chama-se "inteligência colectiva" e permite explicar como é que o eleitorado percebe que quem defende hospitais em Ovar não os pode defender em Estarreja, que quem permite que as auto-estradas (IC1) sejam feitas à moda de Ovar não está a defender que estas sejam construídas no melhor interesse de Estarreja e que quem desiste de um eco-parque e desperdiça investimentos importantes não está a defender o progresso industrial do concelho.
A política deve ser feita por homens de barba rija, que não viram a cara à luta e pegam nos bois pelos cornos - Mendonça está a mostrar o que vale e está-se nas tintas para as queixinhas, baba e ranho do PSD de Estarreja, mais interessado em correr para a moldura das fotografias do que em conseguir projectos.
E é graças a este trabalho e à "inteligência colectiva" das sociedades que Mendonça está mesmo condenado a ganhar as próximas eleições.

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quinta-feira, julho 09, 2009

O princípio do fim

A criação da "especialidade" em farmácia de oficina é um perfeito disparate e retira toda a credibilidade à Ordem dos Farmacêuticos enquanto garante da qualidade profissional dos seus membros.
É um erro histórico e que provavelmente estará na génese do fim da figura do farmacêutico enquanto especialista em áreas profissionalmente diferenciadas.
A partir de agora qualquer verdadeiro especialista (em Análises Clínicas, Farmácia Hospitalar ou Indústria) pela OF será visto apenas como alguém a quem foi concedido um penacho administrativo - e as consequências disto serão óbvias: os títulos de "especialista" concedidos pela OF serão apenas para consumo interno e a sociedade e o próprio Estado deixarão de reconhecer a capacidade da OF para garantir a qualidade do exercício profissional. Como última decorrência deste facto deixaremos provavelmente de ter farmacêuticos como Directores Técnicos de laboratórios de análises e a farmácia hospitalar ficará definitivamente entregue a gestores indiferenciados.
Ironicamente, este acto catastrófico para a profissão farmacêutica foi promovido por uma Direcção da OF que funciona sem quórum, está demissionária há meses e foi destituída em Assembleia Geral antes de tomar esta medida...!!!

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