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terça-feira, outubro 13, 2009

Alberto João Jardim é um menino

De facto, a avaliar pelas percentagens que sempre se verificaram desde o 25 de Abril, é mais difícil ganhar eleições em Estarreja ao PSD/CDS do que na Madeira ao PSD.
O PS não poderia ter encontrado um candidato melhor e não era possível fazer uma campanha mais bem feita que a de Fernando Mendonça, um candidato que até um hospital conseguiu para o concelho durante o período de pré-campanha.
Por outro lado, as coisas não poderiam ter corrido pior no mandato de José Eduardo de Matos - do Ikea ao IC1, das toneladas de bosta ao roubo de areias, da piscina faraónica e desnecessária ao falhanço do Parque Industrial, enfim... até no BioRia, última jóia de uma coroa sem pedras, se caça descontroladamente e destrói o património que é de todos!
Ou seja, não há aqui ninguém para culpar - as coisas são mesmo assim, JEM venceu em eleições livres e justas (apesar dos boletins "da Câmara" e dos passeios de velhinhos na véspera das eleições pagos com dinheiro camarário) e democraticamente não há nada a fazer a não ser aceitar o resultado. Com maus fígados? Sem dúvida, na parte que me toca.
De qualquer modo, quem vota em José Eduardo merece ser governado por José Eduardo. É esta a vantagem da democracia - mesmo que isso não aconteça com os candidatos, o povo tem sempre aquilo que merece.

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sexta-feira, outubro 09, 2009

A falta de tempo fez com que dedicasse neste blogue muito menos espaço à candidatura de Fernando Mendonça do que eu próprio gostaria e o candidato merece.
De qualquer modo, não poderia deixar de divulgar o apelo final lançado pela estrutura da candidatura:

Força Mendonça!

Estarreja precisa de ti!

A Candidatura de Fernando Mendonça, depois de ter tomado conhecimento do comunicado do último dia de campanha da candidatura de José Eduardo Matos vem dizer o seguinte:

- Sabemos que as pessoas sabem ler, por isso não precisamos de lhes explicar o texto de Fernando Mendonça que apresenta o Programa da Candidatura e que foi publicado na última edição do Jornal de Estarreja. Apenas as convidamos a lê-lo.

- Anotamos, com satisfação, a tentativa de condicionar o pensamento das pessoas por parte de José Eduardo Matos, que só revela que, afinal, estas eleições não são “favas contadas”, para a Coligação, como estavam à espera.

- Este comunicado, no último dia, vem confirmar toda a campanha eleitoral de José Eduardo Matos. Não tem ideias próprias para o futuro de Estarreja, por isso critica as de Fernando Mendonça. E fá-lo incutindo medo nas pessoas.

José Eduardo Matos que conseguiu transformar Estarreja numa aldeola, sem brilho e sem chama, onde se cobiça o que têm os concelhos que nos rodeiam, por não termos nada que nos distinga, quer agora amedrontar as pessoas com o custo dos projectos de Fernando Mendonça.

- É por isso que Fernando Mendonça tem de ganhar agora. Porque agora, os projectos que apresenta podem ser financiados pela União Europeia. Daqui a 4 anos terminam esses fundos e temos que nos contentar com a gestão corrente da Câmara, que tem encargos muito elevados.

José Eduardo Matos, ao contrário do que costuma afirmar, faz é muito menos do que o PS fez em 8 anos, mas isso já toda a gente sabe. Basta comparar.

Fala imenso e propagandeia ainda mais, com o dinheiro da Câmara e não com o dinheiro da campanha. Só nos últimos dias, a Câmara pagou 12 mil exemplares da revista municipal, onde faz passar por suas, obras que são do Governo e de algumas colectividades. Só nos últimos dias, levou alunos a passear às obras da piscina durante uma aula de português e levou 1500 idosos à Quinta da Malafaia, mas passando antes pelo Eco-Parque, fazendo um comício na própria Quinta e entregando aos séniores material de propaganda política. Isto diz bem da sua aflição. Já não olha a meios para atingir os fins!

Quem assim é e quem assim actua, não pode de facto compreender o alcance dos projectos de Fernando Mendonça, porque actua na base do pensar pequeno, sem perspectiva, incutindo medo aos mais fracos, para os condicionar.

“O homem é do tamanho do seu sonho” dizia Fernando Pessoa.

“As terras são do tamanho dos sonhos de quem as governa”, diz Fernando Mendonça.

Se Fernando Mendonça tivesse o mesmo projecto para Estarreja de José Eduardo Matos, não estaríamos com ele, de corpo inteiro, entusiasmados e cheios de esperança num Futuro Feliz para Estarreja.

Estamos contigo Fernando Mendonça.

Tu consegues fazer nascer entusiasmo na política, coisa que não é fácil no tempo que corre.

Estamos contigo, Mendonça. E Estaremos sempre!

A Estrutura da Candidatura de Fernando Mendonça

Não são todos os municípios que têm ao seu dispor um candidato com a qualidade de FM. Esta é uma oportunidade fantástica para Estarreja e estou certo de que vamos mesmo ganhar as eleições!

Força Fernando! Yes, you can!

PS - A forma valentimloureiríca como JEM fez campanha é absolutamente inqualificável. Estamos em plena América do Sul.

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quarta-feira, setembro 16, 2009


À atenção do PSD de Estarreja:
- Este vídeo prova que Fernando Mendonça tem uma caligrafia terrível;
- Este vídeo prova que Fernando Mendonça tem uma atitude anti-ecológica, pois atira aviões de papel pela janela;
- Este vídeo prova que Fernando Mendonça usa papel esquisito, que se transforma em desenho animado mal sai da janela;
- Este vídeo prova que Fernando Mendonça defende o trabalho infantil, pois obriga uma criança de tenra idade a limpar a relva do lixo feito pelo próprio candidato;
- Este vídeo prova que Fernando Mendonça utiliza canetas com tinta de fraca qualidade, pois quando o avião chega ao chão o texto escrito pelo candidato já tinha desaparecido.

PS - Este vídeo mostra, isso sim, que FM promove uma candidatura com muito mais dinâmica ou bom gosto que o blogue manhoso de José Eduardo de Matos...

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terça-feira, setembro 08, 2009

Eu estava na Assembleia Municipal de Estarreja em que se suspendeu o PDM - na altura era apenas mais uma das ocasiões em que José Eduardo de Matos apresentava como suas medidas que herdara do executivo anterior, ficando com os louros por algo que não fez. Nada de especialmente surpreendente, portanto.
Em nome do interesse concelhio votámos a favor, embora na altura eu tenha dito aos meus colegas de bancada que não gostava da ideia - conceptualmente, sempre achei que estava aberta a porta a actos discricionários e erros urbanísticos, que não eram totalmente salvaguardados pelos regulamentos municipais que na mesma hora foram aprovados.
Assim, foi sem surpresa que hoje vi o comunicado da candidatura de Fernando Mendonça, que passo a reproduzir:

No passado dia 8 de Agosto Estarreja regressou ao Plano Director Municipal de 1991

Câmara deixou passar o prazo e não reviu o PDM nos 8 anos de mandato

O Senhor Presidente da Câmara anda, há anos, a dizer que o Plano Director Municipal (PDM) do concelho de Estarreja está a ser revisto.

No dia 8 de Agosto de 2009, devido à inacreditável inércia da Câmara da Coligação, as Medidas Preventivas do PDM terminaram.

Estarreja voltou a ter em vigor o PDM de 1991, ou seja, quem quer construir no concelho passa a ter de fazê-lo segundo as regras de há 18 anos atrás, regras essas que todos criticam desde que entraram em vigor.

O que aconteceu?

Quando o PS estava na Câmara foi executada e concluída a revisão do PDM, o que implicou um trabalho intenso entre a Autarquia e quase todos os Ministérios do Governo de então, com a elaboração de Pareceres e Regulamentos, já que o processo só se considera concluído depois de ser encontrado o consenso que satisfaça todas as partes, o que é difícil.

A revisão do PDM foi entregue pela então Câmara liderada por Vladimiro Silva à CCDR - Centro (Comissão Coordenação Desenvolvimento Regional - Centro) para ser enviado para publicação.

Porém, em meados de 2001 foi tornado publico o traçado do IC1 a nascente. Como a Câmara de Vladimiro Silva tinha projectado o PDM considerando o IC1 a poente, a CCDR aconselhou que a revisão do PDM fosse suspensa até a localização do traçado se tornar definitiva. Depois disso, ter-se-ia de enviar as plantas com o novo traçado e com as alterações provocadas pelo mesmo no concelho, para que o processo de revisão fosse retomado.

Em Janeiro de 2002 toma posse o actual executivo da Coligação, liderado pelo Dr. José Eduardo Matos. Uma das primeiras medidas que adoptou foi desmembrar a equipa que tinha trabalhado, na Câmara, na revisão do PDM.

Como o traçado do IC1 demorava a estar definido, entraram em vigor em 08 de Agosto de 2003, as Medidas Preventivas. Ou seja, as medidas que constavam no Regulamento do PDM que estava em revisão na CCDR, mas não concluído.

Essas Medidas vigorariam por um período de dois anos, que podia ser prorrogável por mais um, ou seja, até 8 de Agosto de 2006.

Em 2006, o traçado do IC1 já estava decidido, mas a Câmara da Coligação ainda não tinha adaptado o PDM que estava em revisão a esse traçado nascente.

As Medidas Preventivas foram, então, prorrogadas por mais 3 anos, para dar tempo à Câmara para adaptar o PDM ao traçado e à nova legislação que, entretanto, entrou em vigor.

Por inacreditável que pareça, chegámos ao dia 8 de Agosto de 2009 sem que a Câmara tivesse realizado o trabalho que lhe competia. Por isso, como não há mais possibilidade de prorrogar as Medidas Preventivas, entrou de novo em vigor o antigo PDM!

O desleixo foi tal, que esta questão, que tem de ser obrigatoriamente liderada pelos políticos eleitos, foi deixada nas mãos de técnicos que, por muito que se esforcem, não podem tomar decisões políticas.

O Senhor Presidente da Câmara só em Julho deste ano (menos de um mês antes de expirar o prazo de 6 anos que dispôs para concluir o PDM) é que decidiu reiniciar o processo. Por isso, em 8 de Agosto de 2009 voltámos a 1991: ao antigo PDM.

Eis algumas implicações para os munícipes de Estarreja da não conclusão da revisão do PDM:

- Quem comprou um terreno para construir uma casa com, por exemplo, 12,5 metros de frente já não pode construir, porque agora tem de ter pelo menos de 15 metros de frente;

- Se o terreno não tiver, no mínimo, 30 metros de profundidade, não pode construir;

- Se o terreno não tiver, no mínimo, 500 m2 de área, não pode construir;

- A casa tem de estar afastada 5 metros das extremas, quando podia estar 3 metros se PDM tivesse sido revisto;

- A casa só pode ter 15 metros entre a frente e a traseira, ao contrário dos 20 metros previstos;

- A casa só pode ter uma área de construção até 30% do terreno urbano onde irá ser construída, quando podia ocupar até 50% se o PDM tivesse sido revisto;

- Cada casa nova construída tem de estar 10 metros afastada do eixo da via e não os 8 metros previstos;

- Deixa de se poder construir até 4 apartamentos (fogos sobrepostos) nas freguesias;

- As garagens só podem ter 3 metros de altura - o que faz com que algumas carrinhas não consigam entrar nas mesmas - em vez dos 4 metros permitidos caso o PDM tivesse sido revisto;

- Não se pode destinar terrenos para a instalação de indústrias nas freguesias - as chamadas “bolsas industriais”.

Com as “velhas” regra de novo em vigor, as casas têm de ser bastante mais pequenas e muitos terrenos que eram de construção, deixaram de ser, com todos os prejuízos económicos que isso significa.

Além disso, quem tinha projectos de arquitectura aprovados, mas não entregou os projectos de especialidades na Câmara até ao dia 8 de Agosto de 2009, tem de voltar a iniciar o processo obedecendo às novas regras.

Além disso, o PGU (Plano Geral de Urbanização) continua sem ser revisto, o que faz com que zonas que podiam ser destinadas à construção no centro da cidade, por exemplo, não o possam ser, para além de continuarem a existir regras completamente desajustadas ao crescimento sustentado pretendido para a cidade de Estarreja. Isto leva a uma situação de estagnação e desincentivo no concelho, dificultando a fixação de jovens e de quem se queira radicar em Estarreja.

Fernando Mendonça diz que “A única coisa que a Coligação tinha de fazer após a decisão definitiva do traçado do IC1 era apresentar na CCDR as plantas correspondentes ao traçado e todos os documentos que espelhassem as consequências do traçado no concelho de Estarreja. Aliás, procedimento que vamos ter de adoptar em relação ao traçado do TGV. Quando estiver definido, teremos de apresentar os documentos que reflictam a sua passagem no concelho. Fá-lo-emos.”

O candidato acrescenta que “é preciso muita falta de interesse e de liderança política para ter deixado o processo do PDM atingir este ponto.”

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quinta-feira, setembro 03, 2009


Também me chegou este link para a discussão técnica (sob o ponto de vista do marketing publicitário) sobre o cartaz do Fernando Mendonça: http://imagensdecampanha.blogs.sapo.pt/24748.html

O cartaz está de facto óptimo, pois o Fernando aparece retratado simultaneamente como um pai de família capaz de proteger e conduzir os seus a um futuro feliz e também como alguém que, perante a escuridão que o rodeia, sabe que há esperança e são possíveis dias melhores. Ao mesmo tempo mostra-se que o Fernando é um de nós, alguém que vive com a sua família em Estarreja e está ali para o que der e vier. Apesar do presente negro, o candidato e a figura estão iluminados por uma luz divina, que mostra ser ele o Moisés escolhido para conduzir Estarreja para longe das actuais trevas.
É notável o carácter positivo da campanha e a força da mensagem que acerta em cheio naquilo que todos queremos: um futuro feliz. É isso que o Fernando promete. E felizmente é isso que sabemos que nos vai dar.

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quarta-feira, agosto 12, 2009

Ainda a propósito da caça no BioRia, aqui fica um texto que chegou há dias à minha caixa de correio, bem como a respectiva resposta:

Caro Vladimiro Silva,
Desde já, deixe-me agradecer pela resposta, infelizmente o meu tempo de momento é muito reduzido senão gostaria até de ter esta conversa em particular consigo e com mais responsaveis pelo projecto BioRia (do qual nao sei se é responsavel ou apenas participante).
Para que fique claro sou um jovem caçador, e sou socio da zona de caça municipal que está nos arredores da BioRia, mas falo em nome pessoal e nao como socio,ate porque ninguem faz ideia deste meu contacto convosco.
Apesar de ser caçador, sou um enorme amante da natureza. Cacei em Bragança e sempre que pude fiz repovoamentos e tratei de animais e de terras para melhorias de vida dos animais, sem interesse em caçar nesses mesmos sitios.
Vejo com bons olhos os vossos interesses,pois pelo que vejo o vosso interesse é genuino e nao com ideias de captivar turismo e ganhar dinheiro, no projecto BioRia. De qualquer forma, acho que como em tudo o que existe há promenores que falham ou podem ser melhorados para bem de todos nós e mesmo dos especimes animais.
Eu sou da opinião que os caçadores não são assassinos e que o terreno da BioRia podia ser local de caça sem qualquer problema, apenas necessitava de uma melhor guarda para prevenir a existência de algum eventual assassino, não um CAÇADOR digno de ter este nome. Com isto podia haver uma entre ajuda entre os caçadores e a vossa associação,pois exitiria mais controlo de todas as especimes existentes!
De qualquer forma o principal assunto que me leva a vos escrever é mesmo o numero e tipo de animais existentes na BioRia. Desde que fecharam a zona de Salreu, zona desde sempre habitada por animais como patos, galinhas de agua, galeirões, maçaricos, etc., esta zona neste momento está dizimada deste tipo de animais comparando com a altura em que se podia caçar neste mesmo terreno. Isto deve-se essencialmente ao grande numero de Cegonhas, Garças e "Predadores" como Aguias existentes. Num passeio que dei pelos arredores da BioRia consigo encontrar muito mais pato, galinhas de agua e maçaricos que na zona da BioRia. Com o excesso de cegonhas que em tempos eram aves migratorias e neste momento sao residentes na BioRia em grandes numeros deixou de haver espaço para a criação de outras especies, e as Cegonhas em tempos de criação mata os outros pequenos seres como pequenos patos,não para comer, mas para garantir a sua sustentabilidade naqueles terrenos. As Garças não têm tanto este tipo de atitude,mas ocupam demasiado espaço onde os bandos de patos por vezes repousavam e as Aguias que são outras das preocupações como sabem sao assassinas em serie das pequenas ninhadas.
Com isto nao pretendo salvaguardar os "patos" nem as especies cinegeticas que se podem caçar, porque tal como digo os maçaricos galegos/comuns e os reais nao se podem caçar,mas são para mim uma preocupação pois sao animais lindissimos que merecem o seu espaço.
Vocês se pretendem continuar a sustentar esse projecto devem começar a pensar em formas de combatar a praga das Cegonhas e das Aguias(principalmente),pois elas sao muitos bonitas,mas ja deixaram de ser raras e começam a ser mesmo uma praga nesta zona,mudando habitats naturais, e no meu ver preservar um habitat é preserva-lo como deve ser e nao deixa-lo alterar-se tao rapidamente!!
Peço desculpa pelo enorme texto,se pretender coloca-lo no blogue,pode coloca-lo como uma opinião,apenas nao quis ocupar o blogue inteiro com a minha opinião!!
Podia até indicar mais aspectos negativos que devem ser corrigidos no vosso projecto,mas penso que devem pensar rapidamente neste problema, senao em poucos anos apenas se verão Cegonhas,Aguias e algumas Garças pela BioRia,tudo o resto será dizimado por estas especies.
Melhores Cumprimentos,
Nuno Oliveira

e eu respondi assim:

Caro Nuno,

Peço desculpa pela demora na resposta, mas de facto têm sido dias bastante ocupados em termos profissionais.
Começo por fazer uma declaração de interesses: embora seja amigo e familiar de vários caçadores, sou totalmente contra a caça, que na minha opinião deveria ser proibida em todo e qualquer lugar e não apenas no BioRia. Já discuti esta questão com vários caçadores e inclusive até tenho um tio (Sérgio Paulo Silva) que já escreveu vários livros sobre caça e sobre o relacionamento dos "verdadeiros caçadores" com a natureza, o modo como contribuem para preservar as espécies e respectivos habitats, etc. Ou seja, conheço bastante bem os argumentos a favor da caça - li os livros do meu tio e também textos de alguns autores que ele me indicou (de Torga e Ortega y Gasset, entre outros) e a minha opinião não mudou: sinceramente não entendo como é que se consegue conciliar um efectivo amor pelos animais e pela natureza com uma actividade em que se matam animais a tiro e em que estes por vezes são apenas feridos e ficam em sofrimento até por fim acabarem por morrer. Não adianta. Não percebo mesmo! Aceito que me considerem um hipócrita porque gosto de comer um bom bife e a isso só posso responder com outra hipocrisia - o que os olhos não vêem o coração não sente. Como carne porque a isso fui habituado desde sempre e provavelmente apenas até ao dia em que visitar um matadouro. Não vivo em paz com esta contradição e considero que o meu não vegetarianismo é uma fraqueza de carácter que um dia hei-de ultrapassar.
Em relação ao BioRia, gostaria de esclarecer que não tenho nada a ver com o projecto em si - trata-se de uma iniciativa altamente meritória da Câmara de Estarreja, com a qual não tenho qualquer relacionamento. Aliás, até tenho profundas divergências políticas com o executivo camarário que promoveu o BioRia, o que não quer dizer que não reconheça a enormíssima qualidade da iniciativa.
O movimento contra a caça no BioRia iniciou-se quando se começaram a suceder relatos de turistas que tentavam passear com os filhos numa zona de paisagem protegida e eram autenticamente corridos a tiro por caçadores sem escrúpulos. Trata-se de uma situação que não sei se ainda continua e pela qual, enquanto estarrejense, tenho uma enorme vergonha que tenha sequer um dia acontecido.
Em relação ao que refere sobre a preservação das espécies no BioRia trata-se de uma crítica que me parece pertinente, mas à qual não tenho capacidade técnica para responder. É por isso que vou colocar o seu texto no blogue (bem como esta resposta), pois deste modo é possível que a questão chegue a quem de direito.
De qualquer modo, não posso deixar de agradecer a sua colaboração com o Efervescente - estamos em lados opostos da barricada (tal como estão alguns dos meus familiares e amigos), mas acho que podemos trocar ideias de uma forma civilizada!

Um abraço,

Vladimiro

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quinta-feira, julho 23, 2009

Apesar de apenas acompanhar à distância os episódios da política local estarrejense, não poderia deixar de comentar este texto do José Matos. É de facto impressionante como é que, passados 8 longos anos desde que José Eduardo de Matos chegou ao poder, o PSD estarrejense continua... a queixar-se do PS!
Pior ainda, desta vez o PSD queixa-se da fortíssima capacidade de iniciativa do candidato Fernando Mendonça (esquecendo-se de que, ao fazê-lo, não só está a reconhecer o mérito do adversário, como dá uma certa imagem tinhosa de si próprio), que não só já conseguiu um hospital novo para Estarreja, como está claramente por dentro e a acompanhar de muito perto todo o processo da fábrica da Nissan.
É de facto difícil para alguém que está no poder há 8 anos e sem obra que se apresente (com a excepção do BioRia, reconheça-se) enfrentar nas urnas um candidato que, sem um único minuto de exercício do cargo de Presidente da Câmara, apresenta já um currículo de obra feita (um hospital e uma fábrica em negociação) superior ao do actual presidente, que acumulou broncas e falhanços clamorosos (IC1 a nascente, abandono do projecto do eco-parque industrial, perda da IKEA, toneladas de bosta abandonadas nos terrenos no concelho, caça livre no BioRia, roubos de toneladas de areias, destruição da estação da CP, etc., etc., etc.) e a caminho tem apenas uma patética e desnecessária piscina.
Na prática, Fernando Mendonça comporta-se como se já fosse Presidente da Câmara e assume (com toda a desfaçatez, reconheça-se também) para si a responsabilidade de representação do concelho junto do poder político, com manifestos bons resultados. É uma estratégia eleitoral que me parece arriscada, pois é permeável a actos de vampirização das iniciativas do PS (como se viu no caso do novo hospital, que JEM agora diz que sempre defendeu desde pequenino, apenas com o deslize do pedido do hospital Ria-Norte para... Ovar!) que, sendo perceptíveis por uma parte do eleitorado, lançam a dúvida em relação ao processo e com isso diluem o mérito socialista.
Há porém um fenómeno cada vez mais importante nas sociedades contemporâneas e que joga a favor de Mendonça - chama-se "inteligência colectiva" e permite explicar como é que o eleitorado percebe que quem defende hospitais em Ovar não os pode defender em Estarreja, que quem permite que as auto-estradas (IC1) sejam feitas à moda de Ovar não está a defender que estas sejam construídas no melhor interesse de Estarreja e que quem desiste de um eco-parque e desperdiça investimentos importantes não está a defender o progresso industrial do concelho.
A política deve ser feita por homens de barba rija, que não viram a cara à luta e pegam nos bois pelos cornos - Mendonça está a mostrar o que vale e está-se nas tintas para as queixinhas, baba e ranho do PSD de Estarreja, mais interessado em correr para a moldura das fotografias do que em conseguir projectos.
E é graças a este trabalho e à "inteligência colectiva" das sociedades que Mendonça está mesmo condenado a ganhar as próximas eleições.

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quarta-feira, abril 15, 2009

A primeira obra do futuro presidente da Câmara de Estarreja, Fernando Mendonça, que mesmo sem nunca ter exercido o cargo já tem mais para mostrar do que José Eduardo de Matos após 100, perdão, 8 anos de solidão

Comunicado do PS de Estarreja:

Ideia defendida pelo PS Estarreja em Setembro passado

adoptada agora pelo Governo

ESTARREJA VAI TER UM NOVO HOSPITAL,

APESAR DA TOTAL FALTA DE VISÃO POLÍTICA

DO ACTUAL PRESIDENTE DA CÂMARA

O Partido Socialista de Estarreja não podia estar mais satisfeito com a decisão do Governo em construir um novo hospital em Estarreja.

Este processo nasceu da posição assumida pelo PS local em Setembro último, que entendia que os 2 milhões de euros que o Governo pretendia investir na construção de uma Unidade de Cuidados Continuados no Hospital Visconde de Salreu, deveriam ser aproveitados para a construção de um hospital novo, construído de raiz, para o efeito, na Teixugueira, num terreno que pertence ao município de Estarreja, localizado por trás do quartel dos Bombeiros e aproveitando parte das instalações novas, mas desocupadas, do Centro de Saúde de Estarreja.

Quando o PS Estarreja apresentou a ideia, baseada num estudo que nos foi dado a conhecer pela Administração do HVS, liderada pelo Dr. Rui Crisóstomo, o PSD considerou que a ideia não tinha “qualquer viabilidade” e o CDS, por seu turno, considerou a proposta “irrealista”.

Entre Setembro e o dia de hoje, muito foi feito pela deputada da Assembleia da República e Presidente da Comissão Política Concelhia, Marisa Macedo, que liderou o processo. Foi, aliás, a ela própria que o CDS (parceiro da coligação que governa Estarreja) prometeu na edição de 19.09.2009, do Jornal de Estarreja, “um voto de louvor, bem como a atribuição de uma medalha de mérito municipal concelhia pelos bons ofícios praticados”, caso “conseguisse o hospital para Estarreja”.

Ao longo deste tempo de intensa luta para convencer o Governo a alterar a sua decisão de construir um “paralelepípedo” por cima do actual hospital, assente em pilares, onde se pretendia gastar 2 milhões de euros, com todos os prejuízos inerentes não só à estética, como à continuidade da prestação de cuidados de saúde pelo hospital, o Presidente da Câmara de Estarreja, José Eduardo de Matos, nunca se colocou ao lado do PS, defendendo que o que interessava era que viessem os 2 milhões de euros. Para cúmulo, defendeu ainda, em Fevereiro último, o “Hospital Ria Norte”, a ser localizado em Ovar, juntando-se assim à pretensão do presidente da Câmara daquela cidade vareira, o que teria por consequência o encerramento definitivo do Hospital Visconde de Salreu e a dependência dos estarrejenses face a Ovar, para terem acesso aos cuidados de saúde!

Mais uma vez, Estarreja vai ter uma obra digna desse nome, porque as pessoas do PS que exercem cargos políticos não desistem perante as adversidades e lutam até ao fim pelas ideias em que acreditam, com clareza e determinação, apesar da total falta de visão e de sentido político do actual Presidente da Câmara de Estarreja, que se contenta sempre com muito pouco, sem qualquer capacidade de liderança e de luta.

É por isso que Estarreja definha, sem rumo e estratégia de futuro, como está, aliás, à vista de todos.

Neste grande objectivo que agora se concretiza, o PS Estarreja enaltece o trabalho e o empenho do ex-presidente do Conselho de Administração do HVS, Rui Crisóstomo; do Candidato à Câmara Municipal de Estarreja pelo Partido Socialista, Fernando Mendonça; do Deputado na Assembleia da República e Presidente da Federação distrital de Aveiro do PS, Afonso Candal; e, naturalmente, da Deputada à Assembleia da Republica e Presidente do PS Estarreja, Marisa Macedo.

PS - Há que dar os parabéns a Marisa Macedo e Fernando Mendonça por esta importantíssima vitória política e pessoal, contra tudo e contra todos. Estarreja deve ser o único caso de um concelho que recebe um hospital contra a vontade do seu Presidente de Câmara. Talvez isto tenha sido possível por se saber que José Eduardo está de saída. De qualquer modo, não deixa de ser um feito politicamente notável.

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sexta-feira, março 27, 2009

"Ladrões da sede do PS Estarreja levaram o disco duro mas o PC ficou. Este PC é como a Zita Seabra, quando sair só sai para o PSD..."
Do Twitter "Desmaio de 68"

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quinta-feira, março 19, 2009

Como todos sabem, isto aconteceu mesmo:
Autoridades foram recolher vestígios
16.03.2009 - 15h54 Lusa
O PS de Estarreja anunciou hoje que a sua sede foi assaltada, tendo sido furtados o disco duro do computador onde se encontravam informações do partido.

De acordo com Marisa Macedo, que preside à comissão política do Partido Socialista (PS) de Estarreja, “os assaltantes abriram a caixa do computador e retiraram o disco com as informações do partido, deixando ficar tudo o resto, desde o próprio computador, teclado, rato, altifalantes, impressora, fax, televisão e demais objectos que se encontravam no interior da sede”.

Segundo aquela dirigente, “o objecto furtado continha todos os dados dos militantes do PS e informações do partido, não tendo qualquer valor material”.

As autoridades deslocaram-se ao local para recolherem vestígios, segundo a mesma fonte.


A blogosfera reagiu ao acontecimento num tom misto entre o blasé e a desculpabilização preventiva (vejam os nossos amigos 99% e Zé Matos), tratando o assunto com a dignidade noticiosa dos eventos relatados pelo saudoso Jornal do Incrível.
O acontecimento é de facto insólito - um ladrão suficientemente expedito para roubar um disco duro também seria certamente capaz de copiar o respectivo conteúdo para uma pen e dessa forma, muito mais fácil, rápida e discreta, poderia aceder ao seu conteúdo sem que ninguém o soubesse.
Ou seja, o principal aspecto curioso deste roubo é que se tratou de alguém que quis que se soubesse que o disco duro (e a respectiva informação lá contida) estava agora na sua posse.
Isto é, o ladrão não procurou informação (pois poderia obtê-la mais facilmente de outra forma) ou hardware (cujo valor comercial é quase nulo), mas sim transmitir deliberadamente uma mensagem à sociedade: quem se inscreve no PS de Estarreja não pode fazê-lo em segredo, pois as coisas descobrem-se.
E isto, meus amigos, é uma mensagem política. Da pior espécie.

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segunda-feira, janeiro 26, 2009


Fernando Mendonça sabe o que quer, tem um projecto para Estarreja, tem uma estratégia, tem sentido estratégico, é inteligente, tem experiência autárquica e é uma fábrica de produzir projectos verdadeiramente genial. Como se tudo isto não bastasse, tem atrás de si uma máquina partidária coesa, organizada e muitíssimo motivada.
É uma felicidade para Estarreja poder contar com um candidato destes.
E mesmo que José Eduardo de Matos tivesse governado bem (o que, como todos sabemos, não aconteceu), tivesse promovido obras não herdadas ou planeadas por outros (nem vale a pena escrever mais sobre isto) ou não tivesse atrasado tudo o que de bom recebeu de mão beijada (idem, idem, aspas, aspas), Fernando Mendonça ganharia as eleições.
Tenho a certeza de que os estarrejenses não perderão uma oportunidade destas: Mendonça é um político de uma nova geração, plenamente efervescente de ideias e projectos, que acredita em Estarreja e que seguramente devolverá a esperança ao concelho. É um Obama depois de um Bush em que ninguém (nem mesmo o próprio, que queria era ser deputado...) acredita.
O slogan é brilhante, pois é disso mesmo que se trata: um futuro feliz para um concelho que passou um mau bocado nos últimos 2 mandatos.

PS - A reacção do José Matos ao anúncio da candidatura de FM é absolutamente emblemática: pasmado e estarrecido com a força com que surgiu a candidatura, o que é que José Matos deciciu criticar? o facto deste ter sido um processo planeado, bem organizado e só possível num grupo de pessoas unidas em torno de um objectivo comum. Se no PSD de Estarreja se fizesse uma votação idêntica com 23 pessoas a votarem por voto secreto, o mais provável era que surgissem 24 nomes diferentes. Pois é, José: habitua-te, pois estás perante uma candidatura vencedora e que nasceu com um dinamismo como há muito não se via em Estarreja.

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segunda-feira, janeiro 19, 2009

O PS de Estarreja está em grande e felizmente o fim do penoso segundo mandato de José Eduardo de Matos está cada vez mais próximo...

CANDIDATO À CÂMARA MUNICIPAL DE ESTARREJA

APRESENTADO EM SIMULTÂNEO NA INTERNET

A apresentação do Candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Estarreja, que decorrerá no próximo sábado, dia 24 de Janeiro, acontecerá em simultâneo pela da Internet, através do site www.ps-estarreja.com

Este endereço electrónico, que está a ser desenvolvido e que brevemente será inaugurado como site oficial do PS Estarreja para a candidatura, terá aqui a sua pré-apresentação, com o anúncio formal do candidato a ser efectuado em tempo real.

Recorde-se que o anúncio público formal acontecerá no decurso do jantar/festa que terá lugar na Banda Visconde de Salreu, no próximo sábado, dia 24 de Janeiro, a partir das 20 horas.

O escolhido, que encabeçará, assim, a lista concorrente pelo PS às Eleições Autárquicas de 2009, será votado pela Comissão Política Concelhia do partido, em reunião convocada expressamente para o efeito, que decorrerá uma hora antes do início do jantar.

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segunda-feira, novembro 10, 2008

O meu amigo Pedro Vaz enviou-me há dias o texto de um seu artigo no Jornal de Estarreja. Por esquecimento, entusiasmo Obâmico e sobretudo falta de tempo, só agora o publico. De qualquer modo, porque mais vale tarde do que nunca e o tempo no mundo zéeduardiano corre sempre mais devagar, cá fica:

Presidente: diga qualquer coisa.

José Eduardo Matos deu a sua grande entrevista no Jornal de Estarreja. Privilegiou um órgão de comunicação social local da terra, quando poderia tê-la dado a qualquer periódico de tiragem regional e, até mesmo, nacional, tal foi a informação relevante que foi deixando sair aqui e ali, nesta entrevista que ocupa as páginas centrais do Jornal de Estarreja (JE) da semana passada.

Mas não querendo especular mais vamos mesmo à vaca fria, como se diz em bom português. Vamos então analisar a propriamente dita (entrevista).

Num breve subtítulo lê-se que José Eduardo Matos (JEM) avalia o trabalho feito ao longo dos anos, a estratégia para o futuro e comenta os argumentos da oposição (leia-se PS).

Perante tal intróito, fiquei na expectativa de ver uma mensagem forte, sólida e eficaz, que comprovasse um Presidente experiente e experimentado na gestão autárquica e que ilustrasse a evolução política de JEM. Nada mais errado, na minha perspectiva.

Admito desde já a parcialidade de quem é militante do PS, de quem nunca votou em JEM e nunca acreditou nos projectos políticos que protagonizou, aliás, tendo mesmo questionado a existência de qualquer projecto político para o desenvolvimento de Estarreja.

Dos três eixos enunciados: trabalho realizado em 7 anos; desenvolvimento e estratégia para o futuro; comentário político à actuação do PS, tal qual Marcelo Rebelo de Sousa, como se não fosse parte integrante da contenda, como se a discussão político-partidária fosse algo de mau. Como se contra-argumentar não seja algo de honesto e sério. Não. O comentário é mais suave, dá mais ar de estadista, coloca JEM acima da liça e até mesmo acima da democracia e do que a constitui na sua essência: o debate político-ideológico entre visões de sociedade diferentes que caracterizam os diversos partidos políticos. Enfim…. Dizia eu dos três eixos desta entrevista conclui-se nada. Conclui-se o óbvio, conclui-se factos e verdades de La Palisse.

JEM vai, ao longo dos milhares de caracteres de entrevista, dizendo-nos e explicando-nos a difícil arte de gerir uma autarquia/município e que os possíveis e os impossíveis foram feitos para mudar Estarreja (como anunciava o seu slogan nas autárquicas em 2001). Assim diz JEM:

  • “Há sempre grandes obras, quer seja pela sua dimensão ou importância são fundamentais para as pessoas”
  • “Basta olhar para o município, o que ele era há meia dúzia de anos e ao que é hoje, para vermos as diferenças”
  • “A autarquia tem um papel importante, mas não é decisivo”
  • “As coisas não nascem de um dia para o outro”
  • “Temos políticas que se estendem a todos”
  • “O nosso plano político depende da concretização de obras”
  • “Quem nos dera ter avançado muito mais. Existem diversos constrangimentos”
  • “Ele tem a razão dele e eu tenho a minha”

Estes são alguns excertos, que pude anotar da excelente entrevista de JEM acerca da realidade da sua gestão do município de Estarreja desde 2001. Entrevista que me mostrou a verdade, crua e dura daquilo que é um município sem estratégia, sem visão e sem futuro (pelo menos enquanto JEM continuar à frente dos seus destinos).

JEM fala da obra(s) feitas(s), não enuncia ou enumera uma única. JEM fala de grandes obras que são importantes, mas diz que gosta de fazer é pequenas. Ainda assim, não enumera uma única obra pequena.

JEM diz e com razão que basta olhar para o município há meia dúzia de anos atrás e identificam-se logo as diferenças. Abstenho-me de fazer qualquer comentário, mais claro e evidente que isto é impossível, eu próprio sê-lo. A autarquia tem um papel importante, mas não é decisivo. Outra evidência que não comentarei. Noto, no entanto, que ainda assim não diz que papel importante é esse, apenas que não é decisivo para a vida dos estarrejenses.

JEM diz que as coisas não nascem de um dia para o outro. Todos sabemos isso, só não sabemos que coisas, uma vez que JEM não diz quais são e já foi eleito há quase sete anos.

JEM afirma que têm políticas que se estendem a todos. Isso na política é uma verdade universal. Falta saber quais políticas? De que forma se estendem? Quais são as suas implicações? Positivas? Negativas?

JEM fala mais uma vez que o seu plano político depende da concretização de obras. Quais? Quantas? Onde?

JEM fala que queria ter avançado mais, mas há constrangimentos. Impõe-se a pergunta: quais constrangimentos? Políticos? Técnicos? Incompetência? Incapacidade?

JEM assume que os outros têm a sua razão e ele tem a sua própria. Palavras para quê.

JEM, num delírio extasiástico, afirma, mesmo, que temos no Eco-Parque fábricas maiores que o IKEA. Alguém duvida disto? Eu não, preciso apenas de ir ao oftalmologista porque a miopia, de que sofro, deve ser cavalgante.

Terminando. Do feito, JEM não diz nada. Do que quer fazer, JEM nada diz. Isto recorda-me, com as necessárias adaptações, um pequeno excerto do filme Abril de Nanni Moretti em que aquando de um debate televisivo entre Massimo D’Alema e Silvio Berlusconi para as legislativas, Moretti exorta, do seu sofá, D’Alema a reagir a dizer algo de esquerda. No fim em desespero perante a apatia. Moretti apenas quer que D’Alema diga qualquer coisa.

José Eduardo Matos, enquanto munícipe rogo-lhe em desespero, diga qualquer coisa,

Pedro Vaz (Secretário-Geral Adjunto e Presidente da Distrital de Aveiro da JS)

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quinta-feira, outubro 23, 2008

E finalmente a inépcia da governação estarrejense fez com que comadres estratégica e eleitoralisticamente juntas enfim se zangassem... vejam o o verniz a estalar no Diário de Aveiro:

Estarreja: Líder do PSD defende fim da coligação com o CDS
Valdemar Ramos faz uma avaliação negativa da aliança PSD/CDS. Mas vai afastar-se da liderança do partido e caberá a outros decidir o futuro da coligação

O presidente da comissão política concelhia do PSD de Estarreja defende o fim da coligação com o CDS nas próximas eleições autárquicas, em 2009. Como líder local, Valdemar Ramos deu o seu aval à aliança com os “populares” no sufrágio de 2001 (e depois no de 2005), quando era necessário combater a hegemonia que o PS conquistara no concelho desde 1993.
No entanto, a avaliação negativa que o dirigente faz do actual relacionamento entre os dois parceiros de coligação leva-o a ter agora uma opinião diferente.
Valdemar Ramos, líder concelhio há oito anos, ajuíza que a “colaboração” entre PSD e CDS tem estado longe de ser “permanente”. A aliança “não tem corrido como desejado”, diz, defendendo a ruptura no final do actual mandato.
Por outro lado, os partidos “têm de se definir”. Com uma coligação que em 2009 irá perfazer oito anos de funcionamento, PSD e CDS correm o risco de “perder a identidade”.
A decisão de conservar ou romper a aliança não caberá, porém, a Valdemar Ramos. A comissão concelhia de Estarreja vai entrar num processo eleitoral interno destinado à escolha de uma nova equipa dirigente. O advogado anunciou ao Diário de Aveiro que não será recandidato nas eleições de 7 de Novembro, alegando indisponibilidade de tempo devido aos seus compromissos profissionais.
O ainda líder concelhio estima que “será fácil” encontrar um candidato à sua sucessão. Ainda assim, foi criado um comité de quatro pessoas encarregado de descortinar um bom concorrente entre os militantes locais do partido. E até pode dar-se o caso de surgir “mais do que um” candidato, declarou.
A futura comissão política terá de tomar uma decisão acerca da união com o CDS em 2009. Será uma das muitas incumbências que a nova equipa dirigente terá em mãos num mandato que promete ser “muito trabalhoso” e para o qual será preciso assegurar “grande disponibilidade” entre os militantes, o que “às vezes não acontece”.
Com ou sem coligação, uma coisa é certa para Valdemar Ramos: José Eduardo Matos, actual presidente da Câmara, deve recandidatar-se a um terceiro mandato com o apoio do PSD.
O líder concelhio do CDS, Mário Simão, está fora do país e não pôde ser contactado. O presidente da comissão distrital, por sua vez, desvaloriza as declarações de Valdemar Ramos sobre a saúde da coligação. “Valorizamos muito mais a impressão de José Eduardo Matos, que, pelo que sabemos, é excelente”, disse ontem ao Diário de Aveiro.
Raul Almeida garantiu que nenhuma decisão foi ainda tomada acerca do futuro das coligações no distrito - em Estarreja e também em Aveiro.
Isto apesar de o Documento de Estratégia do CDS para as eleições autárquicas de 2009 ser claro quanto ao calendário do processo eleitoral: “os acordos autárquicos desejáveis devem estar claramente definidos até Setembro de 2008”.
Segundo Raul Almeida, esse documento incide sobretudo nos acordos que possam vir a ser celebrados e não nos que estão já em vigor. “A gestão das coligações existentes é feita com alguma liberdade”, afirmou.
O dirigente distrital estima que no “início de 2009” o CDS comece a “tornar públicas” as suas opções para as autárquicas. Antes disso será efectuada uma avaliação da eficácia das duas alianças com o PSD.
Certo é, de acordo com Raul Almeida, que o partido “não está agarrado a nenhuma coligação” e está em condições de ir a votos sozinho. “O CDS tem uma personalidade forte e autónoma e, se for caso disso, pode apresentar uma candidatura de grande qualidade”.l

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quarta-feira, outubro 22, 2008

Hell's Grannies

E num tempo em que potenciais milícias populares séniores são treinadas pela própria Câmara Municipal de Estarreja, aqui fica um sketch dos Monty Python que um colaborador deste blogue teve o bom gosto de me enviar...



Aproveito o ensejo para destacar este magnífico texto de Marisa Macedo, publicado no Jornal de Estarreja e no blogue do PS:

Já agora, um pouco de humor!

Depois da defunta Universidade da Terceira Idade e dos bailes com o Presidente no Santoínho, a Câmara Municipal de Estarreja – cuja imaginação não se fica por bateiras estacionadas em rotundas ou por portões à entrada da cidade – entendeu que o que os idosos de Estarreja precisavam era de um curso de defesa pessoal contra assaltantes.

A imprensa, impressionada com tal “medida de excepção”, deu a devida relevância à iniciativa que, dizem, é para “ensinar os idosos a manter a calma e a defenderem-se”!

Se a iniciativa, que mais não faz do que entreter o tempo livre dos séniores no intervalo das excursões pagas pela Câmara, se ficasse pelo mero entretenimento, até nem haveria muito a dizer. Mas o que é certo é que é publicitada como se se estivesse a preparar idosos para uma autêntica guerra de guerrilha, neste “submundo do crime” que é Estarreja.

Quem lê os títulos das notícias (como a do Diário de Notícias, do dia 12 de Outubro: “Idosos estão mais aptos a lidar com insegurança”), a esta hora, deve estar já a preparar anedotas sobre os heróicos séniores de Estarreja que espancam assaltantes até à agonia.
Quem se dispõe, no entanto, a ir mais além e se esforçar por perceber como é que um curso de 6 horas transforma idosos em autênticas máquinas de dar porrada, apercebe-se, afinal, que o curso tem uma componente psicológica muito forte…
O curso ensina os séniores a manterem-se serenos em caso de ataque, explicando “como é que se deve respirar” para manter o “cérebro irrigado”, tendo em vista “pensar com mais clareza e tomar a atitude acertada”. Depois de tudo isto, o idoso está apto a “ponderar para proteger a integridade física”.

Então, e quando é que entra o capítulo que ensina a dar mesmo porrada? Desiludam-se os entusiastas da ideia dos novos “velhinhos Rambo” de Estarreja. Ficamos a saber que primeiro se explica aos alunos que “é importante não enfrentar os agressores” e que uma das “regras a ter em conta é equacionar a possibilidade de colaborar”.

Ficamos, então, em quê? É um curso de defesa pessoal ou um curso de relações públicas?
Estranha-se muito, até porque na fotografia da reportagem do DN há uma senhora que tenta, com um letal guarda-chuva, atacar um suposto assaltante que se apresenta de salsicha em riste!

Não nos parece boa ideia convencer os pobres idosos - cujo corpo cansado da vida pedirá mais sofá do que artes marciais – que, com seis horas de treino, estarão aptos a amassar de pancada o primeiro meliante que lhes pergunte a hora, a partir das dez da noite!
Porque preocupa quando se lê que “ao fim de seis horas, divididas ao longo de vários dias, os formandos sentem-se já aptos para dar o corpo ao manifesto, caso seja necessário medir forças com algum atrevido”. E segue-se o exemplo da Dª Gracinda, de 89 anos, que com este curso terá ficado apta a correr atrás de um qualquer rapazote que lhe furte a carteira e ainda ter forças para lhe partir os dentes, à conta das técnicas de combate aprendidas!

E isto é o “desenvolvimento” em Estarreja!

Para esconder que nada de relevante se faz, inventam-se umas “notícias”, que não têm qualquer relevância prática.

Mas este tipo de notícias tem um problema desde logo. É a imagem que se transmite de Estarreja para o exterior. Não é só o ridículo da situação de termos uma câmara preocupada com a criação de uma tropa de idosos preparada para se defender de assaltos. É a de darmos a entender que Estarreja se transformou numa “meca do crime”. Para isso, basta associarmos este curso à tentativa de criação de milícias populares na Póvoa de Baixo, ainda há poucas semanas, amplamente divulgada nos noticiários da TVI, onde um dos participantes se queixava de alguém que tinha ido representar a Câmara à reunião, a quem apelidou de “palhaço”, enquanto o presidente tinha “ficado a dormir”.

A isto, podemos juntar, também, o scketch dos “Gato Fedorento”, que falaram em Estarreja em pleno horário nobre da SIC, para servir de exemplo de uma terra que “cheira mal”.
Enfim, é assim que Estarreja vai aparecendo na televisão e nos jornais.

Entretanto, por via da dúvida, se se cruzar com um idoso nas ruas de Estarreja, fuja para o passeio do outro lado! Graças à Câmara Municipal, nunca se sabe quando é que a sua avó, já um pouco esquecida, mas cheia de técnica, não o toma por um assaltante, devido a essa barba em desalinho, e não lhe rebenta, por inteiro, com a cana do nariz…

Marisa Macedo
Estarreja, 12 de Outubro de 2008
Presidente da Comissão Política do Partido Socialista de Estarreja


(Sublinho que todas as palavras e expressões entre aspas são reproduções dos seus autores, devidamente identificados nas peças jornalísticas referidas)

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segunda-feira, outubro 13, 2008


E eis senão quando dois ilustres estarrejenses atingem o estrelato nas páginas do DN!

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quarta-feira, setembro 10, 2008

A deputada estarrejense Marisa Macedo está em grande. Aí vai ela para El Salvador:

NOTA DE IMPRENSA
Marisa Macedo integra delegação da Assembleia da República
ao IV Fórum Parlamentar Ibero-Americano

Marisa Macedo, deputada do Partido Socialista na Assembleia da República, integra a delegação parlamentar portuguesa que participará no IV Fórum Parlamentar Ibero-Americano, que se realiza em El Salvador, nos próximos dias 11 e 12 de Setembro (Quinta e Sexta-feira).
A deputada estarrejense, que representa nessa jornada o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, terá uma intervenção no grupo de trabalho que abordará o tema “Cultura Democrática: a Participação na Política e nos Parlamentos”, com especial atenção ao problema da participação política dos jovens.
A delegação do Parlamento português é constituída pelo Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, pelo Presidente da Delegação Portuguesa, o deputado do PS António Galamba e pelos representantes dos partidos com assento parlamentar: Marisa Macedo (PS), José Cesário (PSD), João Oliveira (CDU), Telmo Correia (CDS/PP) e João Semedo (BE).

O Fórum Parlamentar Ibero-Americano é o órgão de encontro e cooperação entre os parlamentos nacionais dos países que integram a Comunidade Ibero-Americana de Nações, sendo constituído por 22 países da América Latina e da Europa de língua espanhola e portuguesa.
Este Fórum, que reúne anualmente em assembleia de representantes, precede a Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado que, em 2008, terá lugar, igualmente, em El Salvador.

Mais informações sobre o Fórum Parlamentar Ibero-Americano, aqui.

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quarta-feira, junho 11, 2008

Deixo também mais um pequeno esclarecimento ao José Matos: ao contrário do que se possa pensar (ou eventualmente concluir pela leitura dos meus textos), eu por norma fundamento minimamente as coisas que por aqui escrevo - ou seja, isto dá-me um bocadinho mais de trabalho do que parece.
Assim, peço-te que, em vez de partires do arrogante pressuposto de que eu não estudei os assuntos sobre os quais escrevo, partas antes do pressuposto contrário e me acuses de ser atrasado mental (com o devido respeito pelos atrasados mentais) ou analfabeto por não conseguir chegar às mesmas brilhantes conclusões que tu explanas no teu blogue. Sinto-me melhor assim e pelo menos não estou a ser acusado daquilo que eu sempre critiquei a José Eduardo de Matos: não fazer o TPC.

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Alguns esclarecimentos ao José Matos:
- Eu não falei do TGV em 2003, mas sim em 2002;
- Só referi o assunto porque ele era mencionado no jornal Expresso dessa altura - não tive acesso a qualquer informação privilegiada (aliás, o governo até era PSD/CDS e dele fazia parte Carlos
Tavares, à época presidente da AM de Estarreja eleito nas listas da coligação PSD/CDS);
- Nunca ninguém me ouviu defender "de caras" a localização do TGV em Estarreja - apenas disse que este era um assunto que merecia ser discutido.

É hoje evidente que o José Matos, a Câmara de Estarreja e o respectivo presidente nunca tiveram qualquer opinião sobre este assunto e nem sequer se interessaram pelo tema. E, como todos sabemos e à semelhança do que se passou nos casos do IC1, do Ikea, das lamas, das areias de dezenas de outros, quando a CME decide enfiar a cabeça na areia e fingir que o futuro de Estarreja não é nada consigo, algo de mau está para acontecer.
No caso do TGV tiveram mais sorte que juízo: embora tudo tenha sido tratado nas costas de José Eduardo de Matos, por coincidência da conjugação dos astros naquela altura, tudo se arranjou de modo a que os danos em Estarreja serão mínimos - apenas temos a lamentar o facto de não termos sido ouvidos no caso da localização da estação.
É pena ver que um assunto que há 6 anos era referido como uma possibilidade real por um cronista do jornal Expresso tenha sido ignorado pela Câmara de Estarreja. Agora nunca saberemos o que é que teria sido possível obter das negociações que nunca existiram!

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sexta-feira, junho 06, 2008

Há qualquer coisa de tragicómico na postura que o texto do José Matos implicitamente defende. Pelo que hoje se sabe, o traçado do TGV começou a ser discutido em 2003 e aparentemente a Câmara Municipal de Estarreja não só esteve sempre fora do processo, como não fez nada para saber o que se passava (antes pelo contrário) e, tal como no caso do IC1, acabou por ser confrontada com um facto consumado depois de mais uma vez um Presidente da Câmara de um município vizinho ter tratado da vidinha e negociado com o governo o melhor para os seus interesses.
Agora foi Albergaria, no caso do IC1 tinha sido o Presidente da CM de Ovar, no do Ikea foi o de Paços de Ferreira, enfim... em todos os casos há um denominador comum: Estarreja dormiu enquanto outros trabalharam.
Este caso do TGV acaba por nem ter consequências graves, pois depois de perdida a estação, o que interessa a Estarreja é que o TGV passe o mais longe possível, não só por razões ambientais e urbanísticas, mas também para ajudar a esquecer a vergonha de mais uma humilhação negocial, esta perdida por falta de comparência. No entanto, façamos um pequeno exercício previsional: e se para o TGV ter a sua estação em Albergaria fosse necessário causar estragos em Estarreja? Como é que José Eduardo descalçaria esta bota?
O facto de se terem posto a discussão pública dois traçados em que um deles é absurdo mostra pelo menos duas coisas: que este processo foi estranho e que não se considerou seriamente a hipótese-Estarreja.
Pior que perder um jogo, é perdê-lo por falta de comparência. E pior que perder por falta de comparência é perder por falta de comparência sem sequer saber que havia jogo. Foi isto que Estarreja fez e aparentemente o José Matos achou muito bem. Teve mais sorte que juízo, pois se desse jeito a Albergaria os primeiros a sofrer os estragos do TGV seriam precisamente os fermelanenses!

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