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segunda-feira, dezembro 20, 2004

Sinceramente, uma reacção destas à polémica das árvores é despropositada. Por vários motivos: porque esta discussão resulta da reacção da sociedade civil a um acto do poder autárquico de que a maioria das pessoas só tiveram conhecimento quando o viram na prática. Já reconheci noutro texto deste blogue que os elementos da oposição poderão ter alguma responsabilidade neste caso, pois não denunciaram esta situação a tempo. No entanto, qualquer pessoa que frequente os cafés e as ruas de Estarreja ou que leia os jornais locais sabe que este assunto está na ordem do dia, pois o abate não anunciado (ou divulgado num obscuro documento incompreensível para a maioria das pessoas) de 7 árvores com dezenas de anos dói a qualquer um. E as reacções ao choque são perfeitamente naturais. Por outro lado, quando o José Matos diz que foram consideradas todas as hipóteses, só apetece dizer "Ai sim? E quais eram elas?" pela simples razão de que a Câmara ainda não explicou adequadamente quais as alternativas possíveis. Mesmo que não houvesse outra solução que não o abate das árvores, este nunca deveria ter sido feito sem uma exposição pública de todas as variáveis em análise. Um executivo camarário que envia notas para a comunicação social sobre a inauguração de caixas multibanco e faz apresentações power point para maquilhar orçamentos e contas de gestão terá certamente a capacidade técnica para expor publicamente as razões do corte das árvores, que até poderá ser aceitável, dependendo das circunstâncias.
Ou seja, na melhor das hipóteses há aqui uma "fuga do rabo à seringa": a Câmara não teve coragem de divulgar de uma forma clara e honesta o que se preparava para fazer! É por isso que concordar à partida com uma atitude destas é um acto irreflectido - é importante pedirem-se os devidos esclarecimentos à Câmara, que deste modo saberá que a sociedade está atenta aos seus actos. E se as coisas realmente forem como o José Matos diz, não haverá aqui nenhum problema para o executivo camarário, para além do atrás referido.
Sendo assim, as críticas do José Matos estão a ser dirigidas a pessoas que estão a fazer precisamente o que ele diz que deve ser feito, isto é, pedir explicações à Câmara! Foi tão grande a vontade de reagir a estes infames actos oposicionistas que na fundamentação da indignação o José Matos acabou por dar razão àqueles que estava a criticar...

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