sexta-feira, fevereiro 27, 2004
Há uma enorme discussão na blogosfera portuguesa sobre A Paixão de Cristo, o novo filme de Mel Gibson, que ainda nem sequer estreou entre nós. Pelo que já li, o filme leva a violência ao extremo e culpa os judeus pela morte de Jesus Cristo. Embora eu até acredite que a maioria das reacções publicadas possa ser excessiva, há algumas verdades que não devem ser negligenciadas:
- o autor do filme é Mel Gibson, um actor/realizador que há muito conhecido por pertencer a uma corrente extremista e assumidamente anti-semita da igreja católica;
- Mel Gibson investiu cerca de 5 milhões de contos da sua fortuna pessoal para fazer este filme, pelo que é inegável o seu empenho em contar esta história - estaria ele disposto a gastar o mesmo num filme sobre qualquer outro tema?
- o pai de Mel Gibson (com o qual este mantém um relacionamento bastante próximo) pertence à mesma corrente religiosa que o filho e é um conhecido anti-semita de longa data, inclusivé com livros publicados sobre a matéria (vejam esta tenebrosa entrevista aqui);
Por tudo isto, nada do que é relatado em A Paixão de Cristo é ingénuo ou sem segundas intenções: há uma tentativa assumida de relatar a suposta "verdade dos factos" segundo os Gibson. Num mundo em que o anti-semitismo é um fenómeno novamente em ascenção e em que os filmes de Hollywood têm o poder de influência que todos lhes reconhecem, é lamentável que um filme com estas características seja lançado neste momento - é evidente o oportunismo de atirar as achas para a fogueira no momento certo, para que esta arda mais e com vigor...
Outros blogues trataram o assunto melhor que eu (recomendo a Rua da Judiaria e o Aviz como os que melhor trataram o tema), mas não queria deixar de dar aqui a minha opinião, sobretudo porque este tipo de fenómenos racistas causam-me alguma náusea e preocupação.
- o autor do filme é Mel Gibson, um actor/realizador que há muito conhecido por pertencer a uma corrente extremista e assumidamente anti-semita da igreja católica;
- Mel Gibson investiu cerca de 5 milhões de contos da sua fortuna pessoal para fazer este filme, pelo que é inegável o seu empenho em contar esta história - estaria ele disposto a gastar o mesmo num filme sobre qualquer outro tema?
- o pai de Mel Gibson (com o qual este mantém um relacionamento bastante próximo) pertence à mesma corrente religiosa que o filho e é um conhecido anti-semita de longa data, inclusivé com livros publicados sobre a matéria (vejam esta tenebrosa entrevista aqui);
Por tudo isto, nada do que é relatado em A Paixão de Cristo é ingénuo ou sem segundas intenções: há uma tentativa assumida de relatar a suposta "verdade dos factos" segundo os Gibson. Num mundo em que o anti-semitismo é um fenómeno novamente em ascenção e em que os filmes de Hollywood têm o poder de influência que todos lhes reconhecem, é lamentável que um filme com estas características seja lançado neste momento - é evidente o oportunismo de atirar as achas para a fogueira no momento certo, para que esta arda mais e com vigor...
Outros blogues trataram o assunto melhor que eu (recomendo a Rua da Judiaria e o Aviz como os que melhor trataram o tema), mas não queria deixar de dar aqui a minha opinião, sobretudo porque este tipo de fenómenos racistas causam-me alguma náusea e preocupação.
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