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sexta-feira, abril 09, 2004

Já agora, um pequeno esclarecimento ao José Cláudio Vital sobre um post do Vela Latina no dia 7/4/2004:
- Ser patego é tolerar que as empresas espanholas ganhem sistematicamente concursos públicos em Portugal, nas mais variadas áreas de negócio, enquanto que não há uma empresa portuguesa que ganhe um único concurso público em Espanha;
- Ser patego é tentar ganhar alguns (poucos...) tostões através de uma atitude complacente com escandalosas e por vezes descaradas práticas de "dumping", que dentro de poucos anos terão consequências gravíssimas quer para a nossa economia, quer para os pategos que neste momento lhes dão azo;
- Ser patego é admitir proteccionismos aos outros, sem denunciar essa atitude nem responder da mesma forma...

O fortíssimo crescimento económico de Espanha nos últimos anos foi conseguido à custa do risco corrido pelos empresários espanhóis, mas também porque o governo soube praticar e promover políticas económicas que permitiram o desenvolvimento e consolidação dos vários sectores de actividade.
Em Espanha (pelo menos com Aznar) seria impossível a atribuição da distribuição de leite a uma empresa portuguesa, especialmente quando o próprio país dispõe de uma indústria forte nesse sector.

Sinceramente, não me parece nem que esta seja uma visão emocionada da economia, nem que os argumentos que aqui se enunciam sejam frágeis. O mercado selvagem apenas leva à lógica da cadeia alimentar, em que os maiores engolem facilmente os mais pequenos, o que num país como o nosso é preocupante. Aliás, não é por acaso que mesmo os partidos teoricamente mais liberais sob o ponto de vista económico (os de direita) são simultaneamente os maiores defensores de atitudes proteccionistas - é que todos sabem muito bem para onde é que as coisas caminham...



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