quinta-feira, junho 10, 2004
Fiquei, obviamente, estarrecido com a morte de Sousa Franco. Ver um académico brilhante que abandona a calma da sua vida quotidiana para se lançar numa luta violentíssima em termos físicos e psicológicos em nome de ideais é, por si só, algo de extraordinário. Durante os dias de campanha foram várias as vezes que comentei com alguns amigos o que é que levaria alguém com o percurso profissional, académico e político de Sousa Franco a sujeitar-se a ouvir insultos completamente despropositados de figuras tão ridículas como aquela criança do PP ou a desmiolada do PSD da Guarda. O absurdo fim de tudo isto é perfeitamente dramático: depois de tudo aquilo por que havia passado antes, a gota que acaba por fazer transbordar o copo foram os inacreditáveis acontecimentos da lota de Matosinhos. Tal como todos os portugueses que têm televisão em casa, já vi as reportagens dos vários canais algumas dezenas de vezes. No entanto, a que me chocou mais foi a que a RTP 1 transmitiu cerca de uma hora depois do sucedido, e que estranhamente não voltei a ver. Ficou-me na retina um momento em que Sousa Franco, completamente afogueado, está a ser puxado e arrastado por Narciso Miranda e Manuel Seabra, que faziam força em direcções opostas, no meio de uma enorme fúria popular e de uma luta titânica de vários seguranças. Sousa Franco morreu poucos minutos depois. Será que se Manuel Seabra, Narciso Miranda e os respectivos apoiantes fossem menos selvagens isto teria acontecido? Mesmo que a morte de Sousa Franco nada tenha a ver com o que sucedeu em Matosinhos, penso que a direcção do PS deveria impedir que qualquer um destes dois arruaceiros concorresse à CM de Matosinhos. Pelo menos em nome do PS.
A última nota vai para o protagonista do momento mais ignóbil do dia: Mário Soares, que nem sequer gostava de Sousa Franco, reagiu à sua morte com lágrimas de crocodilo, elogios hipócritas e um chocante aproveitamento político do facto, ao afirmar que a melhor forma de honrar a memória de Sousa Franco seria votar no PS no próximo dia 13!
Mesmo durante a campanha eleitoral, ainda ninguém tinha descido tão baixo. Há pessoas que não merecem o ar que respiram!
A última nota vai para o protagonista do momento mais ignóbil do dia: Mário Soares, que nem sequer gostava de Sousa Franco, reagiu à sua morte com lágrimas de crocodilo, elogios hipócritas e um chocante aproveitamento político do facto, ao afirmar que a melhor forma de honrar a memória de Sousa Franco seria votar no PS no próximo dia 13!
Mesmo durante a campanha eleitoral, ainda ninguém tinha descido tão baixo. Há pessoas que não merecem o ar que respiram!
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