quarta-feira, junho 16, 2004
Já percebi
Finalmente. Tal como tinha escrito no post anterior, tenho passado os dias com um sentimento de angústia em relação à inevitabilidade de estar nervoso e preocupado com o próximo jogo da selecção. Sempre que tentava racionalizar o assunto, pensando na pouca importância do futebol, que afinal é apenas um jogo rodeado dos mais baixos princípios morais, com jogadores que apenas se preocupam com o seu próprio umbigo e com a sua conta bancária, acabava invariavelmente preocupado com o facto de jogar o Deco ou o Rui Costa, o Simão ou o Ronaldo...
No entanto, duas conversas com a minha avó paterna serviram para me ajudar a esclarecer um pouco desta parvoíce colectiva que neste momento envolve o país. A minha avó, que não devia ver um jogo de futebol há vários anos, assistiu ao malfadado Portugal-Grécia. Estive com ela alguns dias depois do jogo e ela perguntou-me mais ou menos isto: "Ouve lá, passo a vida a ouvir dizer maravilhas do Figo, que ele é o melhor do mundo e ganha 100 mil contos por mês, mas afinal ele é mas é um incompetente... mesmo com ele a jogar nós perdemos o jogo!". Fiquei sem resposta. Até que percebi: Figo não é, nem nunca foi, sequer metade do que se diz dele. O erro é nosso, pois as nossas esperanças têm por base a ilusão de um jogador miraculoso, que na realidade não existe. Jogadores como Maradona, Pelé ou Platini podiam fazer milagres. Figo não. E, se pensarmos bem, nunca o fez. Então porque raio é que nós o tratamos assim?
No seguimento da conversa, eu expliquei à minha avó que andava irritado com o facto de não conseguir evitar estar do lado de uma cambada de indivíduos tão repelentes como grande parte dos que constituem a nossa selecção e de andar genuinamente aflito com a eventualidade de sermos eliminados tão precocemente. Ela respondeu-me: "tu não estás do lado deles. Tu está do lado de Portugal.". Ora nem mais. É isso mesmo. Eu estou do lado de Portugal. Quer joguem o Figo, o Rui Costa ou o deficiente que aparece nas filmagens das comemorações das vitórias do FCP, eu quero é que Portugal ganhe. E o resto que se lixe.
Finalmente. Tal como tinha escrito no post anterior, tenho passado os dias com um sentimento de angústia em relação à inevitabilidade de estar nervoso e preocupado com o próximo jogo da selecção. Sempre que tentava racionalizar o assunto, pensando na pouca importância do futebol, que afinal é apenas um jogo rodeado dos mais baixos princípios morais, com jogadores que apenas se preocupam com o seu próprio umbigo e com a sua conta bancária, acabava invariavelmente preocupado com o facto de jogar o Deco ou o Rui Costa, o Simão ou o Ronaldo...
No entanto, duas conversas com a minha avó paterna serviram para me ajudar a esclarecer um pouco desta parvoíce colectiva que neste momento envolve o país. A minha avó, que não devia ver um jogo de futebol há vários anos, assistiu ao malfadado Portugal-Grécia. Estive com ela alguns dias depois do jogo e ela perguntou-me mais ou menos isto: "Ouve lá, passo a vida a ouvir dizer maravilhas do Figo, que ele é o melhor do mundo e ganha 100 mil contos por mês, mas afinal ele é mas é um incompetente... mesmo com ele a jogar nós perdemos o jogo!". Fiquei sem resposta. Até que percebi: Figo não é, nem nunca foi, sequer metade do que se diz dele. O erro é nosso, pois as nossas esperanças têm por base a ilusão de um jogador miraculoso, que na realidade não existe. Jogadores como Maradona, Pelé ou Platini podiam fazer milagres. Figo não. E, se pensarmos bem, nunca o fez. Então porque raio é que nós o tratamos assim?
No seguimento da conversa, eu expliquei à minha avó que andava irritado com o facto de não conseguir evitar estar do lado de uma cambada de indivíduos tão repelentes como grande parte dos que constituem a nossa selecção e de andar genuinamente aflito com a eventualidade de sermos eliminados tão precocemente. Ela respondeu-me: "tu não estás do lado deles. Tu está do lado de Portugal.". Ora nem mais. É isso mesmo. Eu estou do lado de Portugal. Quer joguem o Figo, o Rui Costa ou o deficiente que aparece nas filmagens das comemorações das vitórias do FCP, eu quero é que Portugal ganhe. E o resto que se lixe.
Comments:
Enviar um comentário