segunda-feira, agosto 23, 2004
Ao ver esta reacção do José Carlos Sá ao meu comentário sobre Luís Figo, resolvi voltar a ler o que havia escrito. E de facto, para além dos habituais erros formais característicos dos textos que se escrevem à pressa e são publicados directamente, há também algumas ideias que podem ter ficado um pouco confusas. Passo a esclarecer:
No meu texto até parece que eu considero o José Carlos Sá (e os que pensam como ele) culpados dos maus comportamentos de várias das nossas selecções ou equipas de futebol. Isso não é verdade. O que eu quis dizer é que no nosso país os futebolistas fazem rigorosamente tudo o que lhes apetece, preocupando-se apenas com o seu umbigo, porque os adeptos estão apenas interessados no resultado final do seu trabalho. Os adeptos em geral apenas querem saber se Figo jogou bem ou mal durante toda a sua carreira, e se ele for o melhor jogador da nossa selecção, estão-se nas tintas para tudo o resto: assinar por vários clubes ao mesmo tempo, fazer lobby para que joguem alguns amigos em vez de outros, criar instabilidade no grupo são vistos pela maioria das pessoas como parte dos direitos adquiridos destes profissionais. A importância desproporcional que todos (eu incluído) damos ao futebol é que é a verdadeira base destes comportamentos. O meu objectivo com o texto anterior foi precisamente demonstrar que o símbolo de Portugal, o homem a quem todos os governantes dos últimos 10 ou 15 anos ciclicamente vêm beijar a mão, é afinal um ser humano como os outros e com alguns defeitos morais óbvios, a que todos fecham propositadamente os olhos. O que interessa é o que ele mostra dentro do campo.
Em relação à resposta do José Carlos Sá, começo, obviamente, por pedir desculpas pela minha rudeza, que não foi intencional. É que quando falo de certos assuntos os meus dedos tornam-se mais rápidos que o cérebro...
Quanto ao resto do post, é óbvio que irei sempre apoiar a selecção, com ou sem Figo. Por uma simples razão: no momento em que 11 jogadores entram em campo vestidos de vermelho e verde, passa a haver um motivo superior a todas estas pequenas questiúnculas - é Portugal que está a jogar! No entanto, se fosse eu que mandasse, obviamente que Figo não voltava. Até porque não há maior honra para um jogador do que defender a camisola do seu país. E isso deveria ser feito de uma forma não condicionada ao valor dos prémios de jogo e às conveniências do clube onde se joga. Até porque todos os grandes jogadores da história ficaram célebres pelos seus desempenhos nas selecções. Quando nos lembramos de Maradona em campo, ele veste a camisola da Argentina, Pelé a do Brasil e Platini a da França.
Espero que tenha sido mais esclarecedor que no post anterior. E o Contra a Corrente é um excelente blogue. Um abraço, José Carlos Sá!
No meu texto até parece que eu considero o José Carlos Sá (e os que pensam como ele) culpados dos maus comportamentos de várias das nossas selecções ou equipas de futebol. Isso não é verdade. O que eu quis dizer é que no nosso país os futebolistas fazem rigorosamente tudo o que lhes apetece, preocupando-se apenas com o seu umbigo, porque os adeptos estão apenas interessados no resultado final do seu trabalho. Os adeptos em geral apenas querem saber se Figo jogou bem ou mal durante toda a sua carreira, e se ele for o melhor jogador da nossa selecção, estão-se nas tintas para tudo o resto: assinar por vários clubes ao mesmo tempo, fazer lobby para que joguem alguns amigos em vez de outros, criar instabilidade no grupo são vistos pela maioria das pessoas como parte dos direitos adquiridos destes profissionais. A importância desproporcional que todos (eu incluído) damos ao futebol é que é a verdadeira base destes comportamentos. O meu objectivo com o texto anterior foi precisamente demonstrar que o símbolo de Portugal, o homem a quem todos os governantes dos últimos 10 ou 15 anos ciclicamente vêm beijar a mão, é afinal um ser humano como os outros e com alguns defeitos morais óbvios, a que todos fecham propositadamente os olhos. O que interessa é o que ele mostra dentro do campo.
Em relação à resposta do José Carlos Sá, começo, obviamente, por pedir desculpas pela minha rudeza, que não foi intencional. É que quando falo de certos assuntos os meus dedos tornam-se mais rápidos que o cérebro...
Quanto ao resto do post, é óbvio que irei sempre apoiar a selecção, com ou sem Figo. Por uma simples razão: no momento em que 11 jogadores entram em campo vestidos de vermelho e verde, passa a haver um motivo superior a todas estas pequenas questiúnculas - é Portugal que está a jogar! No entanto, se fosse eu que mandasse, obviamente que Figo não voltava. Até porque não há maior honra para um jogador do que defender a camisola do seu país. E isso deveria ser feito de uma forma não condicionada ao valor dos prémios de jogo e às conveniências do clube onde se joga. Até porque todos os grandes jogadores da história ficaram célebres pelos seus desempenhos nas selecções. Quando nos lembramos de Maradona em campo, ele veste a camisola da Argentina, Pelé a do Brasil e Platini a da França.
Espero que tenha sido mais esclarecedor que no post anterior. E o Contra a Corrente é um excelente blogue. Um abraço, José Carlos Sá!
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