segunda-feira, setembro 06, 2004
Balanço Provisório da Vinda do Cacilheiro Holandês a Portugal
Até agora, o grupo de 6 holandeses que veio a Portugal fazer a sua propaganda pró-aborto teve um êxito retumbante, provavelmente irrepetível em qualquer outro país civilizado. A cereja em cima do bolo seria o barco atracar mesmo num porto português, independentemente de conseguir ou não angariar alguma utente, até porque neste momento, tal como desde o início, isso é um pormenor perfeitamente irrelevante. Mas façamos a contabilidade dos estragos:
- O governo está há mais de uma semana a arder em fogo lento, enfrentado críticas de todos os lados, inclusive dos seus próprios apoiantes;
- O país ficou a conhecer a inenarrável figura do secretário de estado de Paulo Portas, Nuno Fernandes Thomaz, que para além de mal saber falar português, elevou para níveis impensáveis o grau de desfaçatez que um membro do governo pode atingir;
- Paulo Portas mostrou ao país aquilo que muitos já haviam percebido há algum tempo: agora que se livrou de Durão, pode governar o país à vontade, com os métodos do costume;
- Santana Lopes revelou outra faceta que também já quase todos conheciam: quando há chatices ele desaparece. Quando as coisas se começam a tornar insustentáveis, há que vir a público esclarecer que ele até nem se importaria de mudar a lei, mas Portas não deixa... Com isto, todos percebemos duas coisas: que o primeiro-ministro não tem qualquer tipo de autoridade sobre o seu governo e que a actual lei do aborto é reconhecidamente errada e não tem o apoio do principal partido do governo, mas apenas existe porque Portas o exige. E ele é que manda;
- O Presidente da República, esquecido por todos, vários dias depois do início da crise teve que recordar que ainda era o comandante supremo das forças armadas e por isso queria explicações. O que fez Sampaio em relação às explicações e ao sucedido? Ninguém sabe. Mas se recordarmos os tempos em que a sua influência levava Guterres a despedir ministros envolvidos em escândalos ou disparates grosseiros, então estamos perante uma dualidade de critérios bastante insólita. A utilização das forças armadas para fins pessoais não é um abuso inadmissível? Porque raio é que Sampaio dá a Santana e a Portas um grau de tolerância de que mais ninguém alguma vez beneficiou na história da nossa democracia?
- O parlamento holandês e o parlamento europeu garantiram a “internacionalização” dos disparates de Portas. Agora já toda a gente sabe que este homem é português...!
- Francisco Louçã assumiu definitivamente o cargo de líder da oposição. Carvalhas estava a organizar a festa do Avante e o PS andava entretido a discutir quem era mais socialista, pelo que o BE ficou (ainda mais) sozinho nesta causa. Contudo, não deixa de ser curioso o facto do governo não ter sequer precisado da oposição para se atolar desta maneira...!
E tudo isto graças a 6 holandeses num barquito pequeno, que quase nem sequer precisaram de se aproximar da nossa costa...
Enquanto se aguardam as cenas dos próprios capítulos, aqui fica mais uma curiosidade: o estarrejense Pedro Vaz apareceu ontem na SIC a ajudar as holandesas a sairem do barco, algo que muita gente gostaria de poder fazer. Para ele, um abraço. E já agora, outra nota: a JS esteve bastante bem nesta questão. E eu nem sequer gosto de juventudes partidárias...
Até agora, o grupo de 6 holandeses que veio a Portugal fazer a sua propaganda pró-aborto teve um êxito retumbante, provavelmente irrepetível em qualquer outro país civilizado. A cereja em cima do bolo seria o barco atracar mesmo num porto português, independentemente de conseguir ou não angariar alguma utente, até porque neste momento, tal como desde o início, isso é um pormenor perfeitamente irrelevante. Mas façamos a contabilidade dos estragos:
- O governo está há mais de uma semana a arder em fogo lento, enfrentado críticas de todos os lados, inclusive dos seus próprios apoiantes;
- O país ficou a conhecer a inenarrável figura do secretário de estado de Paulo Portas, Nuno Fernandes Thomaz, que para além de mal saber falar português, elevou para níveis impensáveis o grau de desfaçatez que um membro do governo pode atingir;
- Paulo Portas mostrou ao país aquilo que muitos já haviam percebido há algum tempo: agora que se livrou de Durão, pode governar o país à vontade, com os métodos do costume;
- Santana Lopes revelou outra faceta que também já quase todos conheciam: quando há chatices ele desaparece. Quando as coisas se começam a tornar insustentáveis, há que vir a público esclarecer que ele até nem se importaria de mudar a lei, mas Portas não deixa... Com isto, todos percebemos duas coisas: que o primeiro-ministro não tem qualquer tipo de autoridade sobre o seu governo e que a actual lei do aborto é reconhecidamente errada e não tem o apoio do principal partido do governo, mas apenas existe porque Portas o exige. E ele é que manda;
- O Presidente da República, esquecido por todos, vários dias depois do início da crise teve que recordar que ainda era o comandante supremo das forças armadas e por isso queria explicações. O que fez Sampaio em relação às explicações e ao sucedido? Ninguém sabe. Mas se recordarmos os tempos em que a sua influência levava Guterres a despedir ministros envolvidos em escândalos ou disparates grosseiros, então estamos perante uma dualidade de critérios bastante insólita. A utilização das forças armadas para fins pessoais não é um abuso inadmissível? Porque raio é que Sampaio dá a Santana e a Portas um grau de tolerância de que mais ninguém alguma vez beneficiou na história da nossa democracia?
- O parlamento holandês e o parlamento europeu garantiram a “internacionalização” dos disparates de Portas. Agora já toda a gente sabe que este homem é português...!
- Francisco Louçã assumiu definitivamente o cargo de líder da oposição. Carvalhas estava a organizar a festa do Avante e o PS andava entretido a discutir quem era mais socialista, pelo que o BE ficou (ainda mais) sozinho nesta causa. Contudo, não deixa de ser curioso o facto do governo não ter sequer precisado da oposição para se atolar desta maneira...!
E tudo isto graças a 6 holandeses num barquito pequeno, que quase nem sequer precisaram de se aproximar da nossa costa...
Enquanto se aguardam as cenas dos próprios capítulos, aqui fica mais uma curiosidade: o estarrejense Pedro Vaz apareceu ontem na SIC a ajudar as holandesas a sairem do barco, algo que muita gente gostaria de poder fazer. Para ele, um abraço. E já agora, outra nota: a JS esteve bastante bem nesta questão. E eu nem sequer gosto de juventudes partidárias...
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