segunda-feira, setembro 13, 2004
O site Notícias de Aveiro incluiu a minha reacção inicial à constituição da Parquesta, SA entre as últimas notícias, o que valeu um inesperado acréscimo do número de visitantes a este blogue. Fiquei, como é óbvio, bastante satisfeito com esta prenda de aniversário, que também demonstra a importância deste acontecimento.
Ainda sobre esta matéria, é curioso verificar como todos os argumentos utilizados pela CME são facilmente rebatíveis:
- A entrega do Parque Eco-empresarial de Estarreja à API Parques com base no argumento de que só esta entidade é que possui o "know-how" necessário para o administrar é absolutamente ridícula. É como se fosse muito natural e compreensível que Michael Schumacher exigisse ser proprietário de 51% da Ferrari para aceitar conduzir os seus automóveis!
- A escolha da API Parques com base no argumento de que esta é uma entidade pública é talvez a mais insólita de todas: então o PSD não é o partido que passa a vida a dizer que o estado é um mau gestor e que deveria ter apenas funções reguladoras da economia?! E este não é o argumento sempre utilizado para privatizar tudo e mais alguma coisa? Ou será que a entrega do Parque à API é apenas a parte I do processo de privatização? Se o for, deixem que vos diga que a situação é ainda mais caricata: será que a melhor forma de privatizar algo que é nosso é começar por oferecê-lo a outra entidade?
- O argumento de que deste modo a Câmara continuará a ser proprietária do Parque não deixa de ser também curioso: segundo se pode perceber da notícia divulgada pelo site da CME, a gestão ficará por conta da API, sendo a CME proprietária dos terrenos, que se destinam a serem vendidos. Então e depois da venda dos terrenos? O que sobra? Um Parque em que não mandamos?
Quem quer um gestor, um motorista ou um mordomo, contrata-os. Não lhes oferece nem a empresa, nem o carro, nem a casa!
Se a CME utilizasse sempre este tipo de raciocínios, qualquer dia o cinema era propriedade de uma distribuidora de filmes, a piscina municipal pertencia a um clube desportivo, as máquinas da Câmara eram propriedade de uma empresa de construção, etc. E mesmo os Paços do Concelho haveriam de ser entregues a alguém que os soubesse "administrar de um modo profissional".
Para terminar: alguém confia no sector empresarial do estado? O IPE não foi recentemente desmantelado, sendo frequentes na comunicação social as referências à privatização de várias das suas antigas empresas? E se um dia alguém se lembrar de desmembrar e privatizar a API, o que é que nos acontece? Já alguém pensou nisto?
Ainda sobre esta matéria, é curioso verificar como todos os argumentos utilizados pela CME são facilmente rebatíveis:
- A entrega do Parque Eco-empresarial de Estarreja à API Parques com base no argumento de que só esta entidade é que possui o "know-how" necessário para o administrar é absolutamente ridícula. É como se fosse muito natural e compreensível que Michael Schumacher exigisse ser proprietário de 51% da Ferrari para aceitar conduzir os seus automóveis!
- A escolha da API Parques com base no argumento de que esta é uma entidade pública é talvez a mais insólita de todas: então o PSD não é o partido que passa a vida a dizer que o estado é um mau gestor e que deveria ter apenas funções reguladoras da economia?! E este não é o argumento sempre utilizado para privatizar tudo e mais alguma coisa? Ou será que a entrega do Parque à API é apenas a parte I do processo de privatização? Se o for, deixem que vos diga que a situação é ainda mais caricata: será que a melhor forma de privatizar algo que é nosso é começar por oferecê-lo a outra entidade?
- O argumento de que deste modo a Câmara continuará a ser proprietária do Parque não deixa de ser também curioso: segundo se pode perceber da notícia divulgada pelo site da CME, a gestão ficará por conta da API, sendo a CME proprietária dos terrenos, que se destinam a serem vendidos. Então e depois da venda dos terrenos? O que sobra? Um Parque em que não mandamos?
Quem quer um gestor, um motorista ou um mordomo, contrata-os. Não lhes oferece nem a empresa, nem o carro, nem a casa!
Se a CME utilizasse sempre este tipo de raciocínios, qualquer dia o cinema era propriedade de uma distribuidora de filmes, a piscina municipal pertencia a um clube desportivo, as máquinas da Câmara eram propriedade de uma empresa de construção, etc. E mesmo os Paços do Concelho haveriam de ser entregues a alguém que os soubesse "administrar de um modo profissional".
Para terminar: alguém confia no sector empresarial do estado? O IPE não foi recentemente desmantelado, sendo frequentes na comunicação social as referências à privatização de várias das suas antigas empresas? E se um dia alguém se lembrar de desmembrar e privatizar a API, o que é que nos acontece? Já alguém pensou nisto?
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