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quarta-feira, outubro 27, 2004

Chegou à caixa de correio do Estarreja Efervescente uma interessante reflexão do Pausas, que eu agradeço e divulgo com a respectiva autorização:

Lá se inaugurou mais uma vez, desta espero que para abrir ao publico, a nossa biblioteca, perdão, espaço cultural, num fim de semana com imensas actividades culturais na nossa vila. A saber, concertos com grupos interessantes no panorama nacional e também uma noitada brasileira com muito samba à mistura. Pois bem: ou eu não sei ver as coisas ou então algo está mal.
Será que ainda ninguém percebeu que os concertos e os vários eventos onde existe um certo barulho têm de estar fora das zonas residenciais? É uma vergonha começarem concertos à hora do café, depois acho alguma graça quando alguém se admira de estar pouco público, ainda assim estava algum, que diga-se de passagem tem de ser muito fã. Claro está, que para não incomodar ninguém os concertos têm de acabar cedo, ou seja, quando as pessoas se estão a divertir é quando acaba a festa... enfim na grande maratona de samba a polícia encerra o espectáculo às duas da manhã, ó meus senhores, numa altura em que os bares de Estarreja estão fechados (coisa que também ainda não percebi porquê) é que pedem a umas centenas de pessoas no meio de uma zona residencial para ir para casa ordeiramente, só podem estar a brincar- resultado, barulho até às tantas com meia dúzia de agentes que não devem ter mais nada para fazer, ao alto com alguns bebedolas a chamarem-lhes nomes feios...
Bem, das duas uma: ou se preparam eventos culturais com pés e cabeça ou não se faz nada e continuamos mergulhados numa pasmaceira, mas ao menos ninguém pensa em divertir-se.
Outra coisa que me faz uma confusão imensa, são os horários a que fecham os bares, tenho eu que estar em casa a ouvir constantemente os alarmes dos carros a disparar porque alguém não tem sono e anda na rua sem ter para onde ir entretido a mandar pedras aos vidros? Será que também ainda ninguém percebeu, que, com pessoas na rua a segurança aumenta! Não existe vivalma às duas da manhã no centro de uma vila, que tem pessoas jovens como outra terra qualquer e com o mesmo direito de se divertirem sem terem de andar de carro (afinal tudo é tão perto).
Por outro lado falamos também das pessoas cujos negócios consistem na "venda de copos", alguém pensou neles quando resolveram fechar os seus estabelecimentos às duas da manhã, concerteza que não. Esta medida só tem sentido se existir alguma queixa, e mesmo assim, esta tem de ter fundamento, não é por alguém lhe apetecer dizer que está muito barulho que se encerra uma casa, há estudos para definir e determinar os parâmetros de som de acordo com a lei.
Este é apenas um desabafo de alguém que ouve queixas constantes de pessoas que como eu, gostam de sair e de se divertirem com os amigos na sua própria terra. Vamos tornar Estarreja efervescente porque esta precisa de gente nova, ou então administramos-lhe um xanax para ela ficar a dormir de vez.
Um abraço,

Pausas

Pouco depois do seu nascimento, eu atribuí a este blogue também a vocação de tribuna popular. Claro que não posso publicar tudo o que recebo, mas aqui fica uma demonstração da preocupação cívica de alguns estarrejenses.
Acho que este depoimento nos deve fazer reflectir sobre os efeitos perversos que algumas leis demasiado restritivas e até proibicionistas têm no nosso país. É evidente que os condicionamentos do horário dos espectáculos públicos e de funcionamento dos estabelecimentos de divertimento nocturno acabam por ser prejudiciais à própria existência destes eventos ou locais de lazer, sem que com isso se garanta a calma da restante população. Não seria mais adequado estabelecer horários mais próximos das necessidades reais desta franja populacional, que deste modo tenderia a passar mais tempo útil em locais bem determinados e se dispersaria menos pelas ruas das localidades, com todos os riscos adjacentes?

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