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segunda-feira, janeiro 24, 2005

A Assembleia Municipal realizada no passado sábado de manhã foi um dos acontecimentos mais cor-de-rosa (sem conotações partidárias) da política local estarrejense nos últimos tempos: cerca de 30 pessoas de vários partidos juntaram-se numa sala acolhedora e quentinha na nova Biblioteca Municipal para ouvirem a apresentação do relatório da Comissão de Economia e Finanças sobre a forma de atrair investidores para o futuro Parque Eco-Empresarial de Estarreja.
Este grupo de trabalho, sob a coordenação moral e dinamizadora do deputado José Fernando Correia (eleito pelo PSD) apresentou um documento notável: bem estruturado, organizado, profundamente sério, intelectualmente honesto e tecnicamente correcto.
Um grupo de sete estarrejenses que se encontraram 5 ou 6 vezes ao fim da tarde, visitaram 4 parques industriais e conversaram com algumas pessoas conseguiu disponibilizar gratuitamente para a CME um autêntico trabalho de consultoria, que provavelmente seria pago a peso de ouro caso tivesse um carimbo pomposo, por exemplo parecido com o que uma certa e determinada empresa colocou numa tão badalada como inútil auditoria funcional que em tempos se realizou por cá...
Mas passemos ao que interessa, ou seja, ao que se deve concluir deste trabalho:
- Em Estarreja existe massa crítica para discutir e estudar de forma séria as questões do desenvolvimento industrial e empresarial. Este relatório é uma prova cabal disso mesmo e é uma verdadeira bofetada de luva branca a todos os que sempre defenderam a tese da necessidade de importar conhecimentos nesta área;
- Este conhecimento instalado é uma importante mais-valia para o futuro Parque Eco-Empresarial, que dificilmente existirá noutras localidades sem a tradição e experiência industrial de Estarreja;
- O relatório da comissão é um excelente ponto de partida para uma série de acções que podem dar muito a ganhar ao Parque e ao concelho de Estarreja em geral. Seria uma pena que não tivessem seguimento ou que este trabalho terminasse aqui;
- A vertente "Eco" do Eco-Parque é claramente o ponto mais difícil de cumprir. É unânime o reconhecimento da sua necessidade, embora ainda não se perceba muito bem porque é que o Parque que se está a construir em Estarreja é "Eco" e os outros não...
- Há alguns problemas práticos no actual modelo do Parque Eco-Empresarial: o facto da Quimiparque (em cujo parque existem mais de 70 empresas) apenas alugar terrenos, quando o espírito do novo parque é a venda de terrenos e a instalação de um condomínio luxuoso cria algumas dificuldades de equidade de tratamento entre empresas, sendo que a Câmara Municipal não apresentou soluções convincentes para a compatibilização destas situações;
- O vice-presidente da Câmara fez uma declaração que me pareceu extremamente corajosa: disse claramente que se não fosse constituída uma ALE no Parque Eco-Empresarial de Estarreja, a Câmara Municipal iria accionar as cláusulas contratuais que lhe permitem tornar-se maioritária na Parquesta, o que, obviamente é uma magnífica notícia para Estarreja. Deixo aqui o meu aplauso sincero em relação a esta intenção (embora eu continue a defender que a ALE não deveria ser motivo para a CME ser minoritária);
- Há claras diferenças de empenho entre os sócios que constituem a Parquesta. Se a API e a CME parecem estar comprometidas seriamente com o projecto, o mesmo não se pode dizer da AIDA, que nem sequer respondeu aos pedidos de reunião com a Comissão de Economia e Finanças... será que esta fase inicial não deveria servir também para clarificar as águas? Será que vale a pena ter um parceiro que não se interessa pelo processo? Sinceramente, esta atitude da AIDA merece pelo menos um pedido de explicações. É que já existe uma associação comercial na Parquesta (a SEMA) e não sei se a existência de duas é algo assim tão indispensável...

De qualquer modo, acho que o relatório da Comissão de Economia e Finanças foi um importante passo na construção do Parque Eco-Empresarial de Estarreja. No entanto, estamos numa fase ainda muito embrionária e este trabalho tem mesmo que ter um seguimento activo e dinamizador. Até porque todos pudemos perceber que a concorrência é feroz!

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