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quarta-feira, março 23, 2005

Há uma frase famosa (cujo autor infelizmente desconheço) que diz mais ou menos o seguinte: "para todos os problemas há sempre uma solução muito simples e provavelmente errada". Parece ser esta a máxima do novo governo, quer com a questão da venda dos medicamentos nos supermercados, quer no caso das férias judiciais.
A opção pela via mais fácil e sobretudo mais populista é uma tentação a que poucos conseguem escapar. Mas um governo recém eleito com maioria absoluta tem legitimidade social para estudar e resolver convenientemente os problemas sem recorrer a expedientes populistas próprios de desesperados políticos.
Sinceramente, o governo Sócrates é uma desilusão em tudo o que é possível falhar ao fim de 10 ou 15 dias:
- Uma tomada de posse com o anúncio de uma medida avulsa, tecnicamente errada e até despropositada;
- A presença no cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros de um homem que, para além de estar sempre ao lado de quem ganha eleições, tornou-se célebre nos últimos tempos pelo radicalismo das suas posições em matéria de política internacional. O cargo de MNE é tradicionalmente ocupado por políticos moderados e de bom senso - Freitas do Amaral não tem sido nada disso;
- A apresentação de um programa de governo vago e copiado quase sem alterações do programa eleitoral. Poder-se-á questionar se é legítimo que um programa eleitoral seja vago e generalista (eu acho que sim). Mas não é aceitável que o programa de governo não o concretize , mas apenas o prolongue no tempo;
- A diminuição das férias judiciais é outro fogacho isolado e sem sequência com qualquer plano global de aceleração do funcionamento da justiça - o anúncio desta medida foi mais uma vez extemporâneo e descontextualizado;
- A marcação de datas para referendos, embora necessária, não chega como resumo dos actos e propostas concretas de um governo...

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