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quarta-feira, março 16, 2005

A questão das farmácias - mentiras e enganos mais comuns

- José Sócrates e Correia de Campos não tiveram "um acto corajoso que enfrentou lobbies instalados na nossa sociedade". Simplesmente beliscaram o lobby das farmácias e favoreceram o lobby dos supermercados e laboratórios produtores de MNSRM. Se realmente quisessem fazer qualquer coisa contra o lobby das farmácias, bastaria que liberalizassem a sua instalação. O problema é que neste caso não seriam os supermercados a ficar com elas... Ou seja, este espectáculo mediático tem muito pouco de ousadia e nada de luta contra interesses instalados. Não deixa de ser curioso que ainda não tenha havido qualquer desmentido em relação às acusações de estarmos perante uma compensação pelo financiamento eleitoral da Sonae ao PS...
- A lei obriga a que o preço dos MNSRM seja marcado pelos laboratórios fabricantes e não pelas farmácias. Ou seja, se não existir um aumento do consumo destes medicamentos, não haverá qualquer razão para que os seus fabricantes acedam a baixar o preço pelo facto destes se encontrarem à venda nos supermercados, bombas de gasolina ou onde quer que seja;
- A venda de medicamentos nos supermercados, nos moldes em que se tem falado nos últimos dias, só existe no Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos. No resto da Europa a legislação é semelhante à que ainda existe em Portugal;
- Há vários estudos epidemiologicamente sérios que demonstram de uma forma cabal as consequências para a saúde pública desta medida e que nos próximos dias serão provavelmente divulgados;
- Os jovens farmacêuticos e os estudantes de Ciências Farmacêuticas, cuja empregabilidade tem sido utilizada como argumento dos que defendem esta ideia, também a têm criticado fortemente;
- Esta não é uma medida que afecte de forma significativa o volume de negócios da maioria das farmácias. Ao contrário do que a contra-informação organizada tem feito publicar nos jornais, o mercado nacional de MNSRM corresponde apenas a cerca de 8% do total de medicamentos de uso humano. Esta é muito mais uma questão de princípios do que uma mera disputa monetária. E é também por isso que a esmagadora dos farmacêuticos, independentemente de serem ou não proprietários de farmácias, critica esta medida.

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