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terça-feira, julho 12, 2005

Palavras Cruzadas

Prefácio
Uma das principais críticas que normalmente se fazem aos autarcas tem a ver com o facto de se gastarem rios de dinheiro na construção de rotundas, passeios e embelezamentos diversos (meios fáceis de garantir reeleições), ao mesmo tempo que no concelho que dirigem falta o saneamento, as empresas não têm condições para se instalar, etc. Há dias Pacheco Pereira dizia exactamente isto na SIC e utilizava este como um argumento para se dar menos poder às autarquias locais e a conversa vinha a propósito da recente onda de autarcas-arguidos que pelos vistos vão ganhar as várias eleições a que concorrem (Gondomar, Amarante, Oeiras, talvez até Felgueiras).

Ouvi ontem na Rádio Voz da Ria mais uma longa intervenção do Sr. Presidente da Câmara de Estarreja, em que este, para além de ultrapassar o seu próprio record mundial de inclusão de advérbios de modo em entrevistas radiofónicas, falava sobre as rotundas que fez, as que não fez mas gostaria de fazer e as que vai fazer mas infelizmente não vão ficar prontas antes das eleições. Apesar dos advérbios de modo, notava-se que José Eduardo de Matos falava com entusiasmo de todos esses redondos projectos para o concelho.
Pelos vistos, quando se esgotam as ideias, as obras herdadas, não existem projectos para o futuro e não se gosta de fazer Palavras Cruzadas, o Presidente da Câmara de Estarreja dedica-se ao seu passatempo favorito: de compasso em punho, deve ser um regalo para os olhos vê-lo de volta das cartas topográficas do concelho, sempre à procura do melhor sítio onde colocar a sua marca, desta vez sem os problemas de legitimidade que outras placas inaugurativas lhe trouxeram.
Na referida entrevista houve, porém, uma novidade. Que eu tivesse reparado, não existiu nenhuma referência, directa ou indirecta, aos tempos em que o PS liderava a CME. Ao contrário do que sucedeu em outras ocasiões, José Eduardo de Matos estava absolutamente seguro de si e sem quaisquer necessidades de afirmação que o levassem a alertar os ouvintes para comparações distorcidas com os tempos dos que o antecederam. A maquilhagem urbana é mesmo a sua arte.

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