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sexta-feira, agosto 12, 2005

Mais uma sobre a Ota... (o original está aqui)

Consultores ingleses defenderam expansão do aeroporto de LisboaOta: Governo tem estudo inglês que defende manutenção da Portela
12.08.2005 - 10h52 Inês G. Sequeira, Luísa Pinto
PÚBLICO

O aeroporto da Portela tem capacidade de expansão que o habilita a operar até 2020, e poderá receber 21 milhões de passageiros, caso sejam feitas obras de melhoria na actual infra-estrutura portuária. Estes números foram avançados num estudo que foi encomendado, em 1999, pela ANA a duas empresas britânicas, a British Airport Authority (BAA) e a empresa que gere o aeroporto de Manchester, mas não constam da lista de estudos realizados que o PÚBLICO ontem divulgou.
O relatório dos peritos foi entregue em Julho de 1999, mas foi desde logo desvalorizado pela ANA e pela Secretaria de Estado dos Transportes - então tutelada por Guilhermino Rodrigues, actual administrador da ANA e da NAER - Novo Aeroporto SA -, que consideraram que os consultores haviam "exorbitado" nas questões que colocaram e haviam tirado conclusões "de forma irrealista", como o PÚBLICO noticiou em Novembro desse ano. Mas, da extensa lista de 71 estudos que foram encomendados pela NAER - e que o PÚBLICO ontem divulgou -, consta um trabalho mencionado com a autoria da entidade responsável pelo desenvolvimento do novo aeroporto que assenta nas mesmas premissas de trabalho pedidas aos peritos britânicos. No trabalho encomendado aos consultores britânicos, o que estava em causa era saber o que fazer na iminência de se registarem atrasos no avanço da Ota e de responder ao continuado aumento na procura da Portela. Os estudos forneceriam então informações essenciais à empresa, de forma a que pudesse projectar obras capazes de elevar a actual capacidade e demonstraram que a operacionalidade da Portela estava garantida até pelo menos 2020, com a modernização e ampliação das infra-estruturas existentes. Os britânicos diziam que construir uma nova infra-estrutura portuária era um erro, e não consideravam sequer indispensável a construção de uma segunda pista de aterragem para que o aeroporto de Lisboa pudesse garantir um movimento de 21 milhões de passageiros por ano. Quer a BAA quer o aeroporto de Manchester insistiam na necessidade de se ampliar e melhorar a pista existente, os terminais e as zonas de estacionamento de aviões e, embora não apresentem qualquer estimativa de custos, ficam-se por aqui - os técnicos de Manchester defenderam também a necessidade de se investir na extensão da rede do metropolitano de Lisboa até à Portela. Este trabalho foi desvalorizado pela tutela, argumentando que estes estudos não avaliaram o impacte que teriam 21 milhões de passageiros a movimentarem-se todos os dias no perímetro urbano de Lisboa. Mas a discussão tida na altura, como está a ser mantida agora sobre se a Portela tem ou não capacidade de expansão, não foi aprofundada. Na altura, o Governo tinha dois estudos: o dos britânicos, que apontavam para uma capacidade de 21 milhões de passageiros; e o do Aeroports de Paris, que defendia que, mesmo com a modernização do aeroporto, a Portela poderia receber, "no máximo", 14 milhões de passageiros, como sugerem os estudos da ANA e da ADP-Aeroports de Paris. O Governo não sentiu, na altura, necessidade de aprofundar o debate com outros pareceres técnicos. O então ministro das Obras Públicas, João Cravinho, argumentou que "seriam munições para políticos que não sabem pensar".

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