quinta-feira, agosto 04, 2005
A recandidatura de Mário Soares é tudo o que Helena Roseta escreveu sobre o assunto. E é essencialmente a prova de que Soares não suporta deixar de ser o político com maior sucesso da história do PS e muito menos tolera ser reduzido à consideração paternalista que os políticos actuais têm pelos "senadores" (veja-se o caso de Freitas). Reduzido ao estatuto de retrato poeirento no Largo do Rato, Soares avança precisamente contra os que se preparavam para lhe servir o chazinho com bolachas: Sócrates e o seu "inner circle".
O primeiro-ministro, no entanto, está entre a espada e a parede: ou avança com carne para canhão (por exemplo Manuel Alegre) e arrisca-se a entrar numa espiral de derrotas eleitorais (autárquicas, presidenciais, referendos ao aborto e à constituição europeia) ou então foge para a frente, apoiando Soares. Esta solução tem pelo menos a vantagem de afastar uma eventual derrota das responsabilidades do actual governo: o peso político de Soares é mais do que suficiente para que tudo o que lhe aconteça fique pela sua esfera pessoal.
Ou seja, com a recandidatura de Soares, é como se o actual governo não fosse às presidenciais, o que neste momento é uma vantagem nada negligenciável para Sócrates. Ironicamente, e pelas razões de protagonismo atrás referidas, a candidatura de Soares é a maior ameaça à actual maioria PS, sobretudo desde que Sampaio abriu (e muito bem!) o precedente de desfazer uma maioria parlamentar estável.
O primeiro-ministro, no entanto, está entre a espada e a parede: ou avança com carne para canhão (por exemplo Manuel Alegre) e arrisca-se a entrar numa espiral de derrotas eleitorais (autárquicas, presidenciais, referendos ao aborto e à constituição europeia) ou então foge para a frente, apoiando Soares. Esta solução tem pelo menos a vantagem de afastar uma eventual derrota das responsabilidades do actual governo: o peso político de Soares é mais do que suficiente para que tudo o que lhe aconteça fique pela sua esfera pessoal.
Ou seja, com a recandidatura de Soares, é como se o actual governo não fosse às presidenciais, o que neste momento é uma vantagem nada negligenciável para Sócrates. Ironicamente, e pelas razões de protagonismo atrás referidas, a candidatura de Soares é a maior ameaça à actual maioria PS, sobretudo desde que Sampaio abriu (e muito bem!) o precedente de desfazer uma maioria parlamentar estável.
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