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sexta-feira, dezembro 16, 2005

Quanto mais ouço (e leio) Soares e Cavaco, mais Alegre fico. Não é que me agrade tudo o que o meu candidato diz (especialmente quando se tenta afastar do sistema partidário a que sempre pertenceu), mas há na candidatura de Alegre várias coisas de que gosto:
- A utopia - perante a falta de ideologia dos políticos de hoje (Sócrates, Santana, Correia de Campos, Mário Soares, enfim... é só escolher), fazia falta alguém assim. Nem que seja só para que todos nos lembremos de como é que tudo começou!
- A qualidade literária dos textos do candidato: com um Presidente assim, até nos esqueceríamos do primarismo do primeiro-ministro!
- O nó cego na estratégia de autoperpetuação no poder de José Sócrates: a tentativa de queimar um candidato com peso político específico (Mário Soares) seria uma jogada brilhante se Alegre não existisse. Assim, será patético ver um partido que, um ano depois de ter vencido as eleições com maioria absoluta, apoia um candidato que vai ter menos de 10% dos votos;
- O fim da arrogância do clã Soares: depois da colecção de derrotas do filho João e da não eleição para a presidência do Parlamento Europeu do patriarca Mário, esta será a punhalada final na mais nefasta influência política da esquerda portuguesa. Mário Soares foi provavelmente o primeiro dos grandes políticos portugueses a abandonar as convicções ideológicas e a seguir pelos ultra-tortuosos caminhos da "real politik". Merece perder, e por muito.

(continua um destes dias)

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