terça-feira, janeiro 10, 2006
Em segundo lugar, o balanço político estarrejense do ano 2005:
O facto mais saliente é, obviamente, a vitória esmagadora da coligação CDS/PSD nas autárquicas e as respectivas consequências:
- A nova maioria (com uma pequena limpeza de balneário) ganhou confiança, renovou os protagonistas e parece preparar-se para fazer de uma forma mais activa aquilo que tão bem fez durante 4 anos: manobrar cosmeticamente os destinos municipais (rotundas, portões, iluminações, pais natais no edifício da CME, etc.), inaugurando obras nos últimos 2 ou 3 meses de mandato e deixando tudo o que é importante para quem vier a seguir. No entanto, há uma inovação: na falta de projectos herdados do executivo anterior (ou seja, da sua própria gestão...), JEM inaugura a era das obras faraónicas e desnecessárias - a nova piscina municipal estará aí para fazer as delícias dos bloggers e demais críticos da actividade camarária...!
- O PS bateu no fundo e, 20 anos depois, voltou a ser o que era em 1985, com a agravante do CDS ter deixado de existir. Em Estarreja, os cenários de bipolarização favorecem o PSD, como se viu em 2001, ano em que embora o PS tenha obtido a sua maior votação de sempre, perdeu as eleições para o PSD. Ou seja, se o CDS e o PSD se mantiverem juntos, por uma questão de aritmética elementar, muito dificilmente o PS poderá voltar a pensar em ganhar eleições, por muitas piscinas que JEM vá construindo. No entanto, o trabalho tem que ser feito na mesma: há que reorganizar e refundar o partido em Estarreja, com a introdução de novos protagonistas e uma actuação equilibrada e afirmativa. Sinceramente (e acreditem que escrevo isto de uma forma absolutamente externa), penso que é o que está já a acontecer: Pinho Ferreira tem capacidade e credibilidade para ascender a voos mais altos e Catarina Rodrigues e Marisa Macedo têm surgido como uma rectaguarda bastante sólida e efectiva. No entanto, o percurso é longo e a procissão ainda vai no adro. Oxalá se consigam manter fortes.
Por outro lado, 2005 foi um ano terrível em termos políticos para o concelho de Estarreja:
- Contrariando as pretensões dos partidos políticos locais, da CME e da AM, já todos perceberam que a A29 vai mesmo passar a nascente. JEM teve um primeiro-ministro (Durão Barroso), um ministro da defesa (Paulo Portas), um ministro da economia (Carlos Tavares) e um ministro dos assuntos parlamentares (Marques Mendes) que se comprometeram pessoalmente em fazer passar o então IC1 a poente e mesmo assim perdeu a oportunidade!!! Isto para já não falar na ex-secretária de estado da saúde Regina Bastos, amiga pessoal do ex-PM Santana Lopes... Depois deste monumental fracasso, como é que JEM ainda tem coragem de aparecer em público a defender a solução poente?
- O parque eco-empresarial passou mais um ano parado, com um modelo de gestão errado e que aparentemente só agora irá ser revisto;
- O Mariazinhagate mostrou uma face de JEM que até então não se conhecia publicamente;
- O Carnaval de Estarreja tornou-se numa festa cada vez mais dependente dos subsídios da Câmara e com menos relevância a nível nacional;
- A CME cedeu à Refer e no lugar da antiga estação de caminho de ferro temos agora um edifício que embora seja moderno e arquitectonicamente interessante, perdeu a classe e personalidade do que existia anteriormente;
- Ao contrário do que o José Matos refere neste post em que manipula abusivamente alguns dados, o ano de 2005 (e o mandato que agora terminou) foi também péssimo em termos financeiros: não há qualquer comparação entre os níveis de financiamento conseguidos antes e depois de 2002. Com JEM Estarreja travou a fundo e os próximos 4 anos serão bem o espelho da inépcia revelada entre 2002 e 2005. A CME atravessou um mandato em que apenas cavalgou o dinheiro e projectos que sobraram do mandato anterior. Não há ideias novas, perderam-se oportunidades de financiamento e pela frente apenas temos o vazio e uma mega piscina.
O facto mais saliente é, obviamente, a vitória esmagadora da coligação CDS/PSD nas autárquicas e as respectivas consequências:
- A nova maioria (com uma pequena limpeza de balneário) ganhou confiança, renovou os protagonistas e parece preparar-se para fazer de uma forma mais activa aquilo que tão bem fez durante 4 anos: manobrar cosmeticamente os destinos municipais (rotundas, portões, iluminações, pais natais no edifício da CME, etc.), inaugurando obras nos últimos 2 ou 3 meses de mandato e deixando tudo o que é importante para quem vier a seguir. No entanto, há uma inovação: na falta de projectos herdados do executivo anterior (ou seja, da sua própria gestão...), JEM inaugura a era das obras faraónicas e desnecessárias - a nova piscina municipal estará aí para fazer as delícias dos bloggers e demais críticos da actividade camarária...!
- O PS bateu no fundo e, 20 anos depois, voltou a ser o que era em 1985, com a agravante do CDS ter deixado de existir. Em Estarreja, os cenários de bipolarização favorecem o PSD, como se viu em 2001, ano em que embora o PS tenha obtido a sua maior votação de sempre, perdeu as eleições para o PSD. Ou seja, se o CDS e o PSD se mantiverem juntos, por uma questão de aritmética elementar, muito dificilmente o PS poderá voltar a pensar em ganhar eleições, por muitas piscinas que JEM vá construindo. No entanto, o trabalho tem que ser feito na mesma: há que reorganizar e refundar o partido em Estarreja, com a introdução de novos protagonistas e uma actuação equilibrada e afirmativa. Sinceramente (e acreditem que escrevo isto de uma forma absolutamente externa), penso que é o que está já a acontecer: Pinho Ferreira tem capacidade e credibilidade para ascender a voos mais altos e Catarina Rodrigues e Marisa Macedo têm surgido como uma rectaguarda bastante sólida e efectiva. No entanto, o percurso é longo e a procissão ainda vai no adro. Oxalá se consigam manter fortes.
Por outro lado, 2005 foi um ano terrível em termos políticos para o concelho de Estarreja:
- Contrariando as pretensões dos partidos políticos locais, da CME e da AM, já todos perceberam que a A29 vai mesmo passar a nascente. JEM teve um primeiro-ministro (Durão Barroso), um ministro da defesa (Paulo Portas), um ministro da economia (Carlos Tavares) e um ministro dos assuntos parlamentares (Marques Mendes) que se comprometeram pessoalmente em fazer passar o então IC1 a poente e mesmo assim perdeu a oportunidade!!! Isto para já não falar na ex-secretária de estado da saúde Regina Bastos, amiga pessoal do ex-PM Santana Lopes... Depois deste monumental fracasso, como é que JEM ainda tem coragem de aparecer em público a defender a solução poente?
- O parque eco-empresarial passou mais um ano parado, com um modelo de gestão errado e que aparentemente só agora irá ser revisto;
- O Mariazinhagate mostrou uma face de JEM que até então não se conhecia publicamente;
- O Carnaval de Estarreja tornou-se numa festa cada vez mais dependente dos subsídios da Câmara e com menos relevância a nível nacional;
- A CME cedeu à Refer e no lugar da antiga estação de caminho de ferro temos agora um edifício que embora seja moderno e arquitectonicamente interessante, perdeu a classe e personalidade do que existia anteriormente;
- Ao contrário do que o José Matos refere neste post em que manipula abusivamente alguns dados, o ano de 2005 (e o mandato que agora terminou) foi também péssimo em termos financeiros: não há qualquer comparação entre os níveis de financiamento conseguidos antes e depois de 2002. Com JEM Estarreja travou a fundo e os próximos 4 anos serão bem o espelho da inépcia revelada entre 2002 e 2005. A CME atravessou um mandato em que apenas cavalgou o dinheiro e projectos que sobraram do mandato anterior. Não há ideias novas, perderam-se oportunidades de financiamento e pela frente apenas temos o vazio e uma mega piscina.
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