<$BlogRSDUrl$>

sexta-feira, julho 21, 2006

O Xavier colocou este post no Saúde, SA:

Gastos c/ Medicamentos - 1.º Sem. 2006






As vendas das farmácias comunitárias totalizaram 1.577.811.494 euros no 1.º semestre 2006, registando um crescimento de 0,5% relativamente ao período homólogo do ano anterior.
O número de embalagens vendidas, 122.240.043, regista uma variação negativa -0,6%, relativamente ao período homólogo de 2005, eventualmente explicável pela opção do prescritor por medicamentos de preços unitários mais elevados da mesma substância activa.
link
As vendas de medicamentos genéricos, até final de Junho de 2006, totalizaram 233.743.977 euros, correspondente a uma quota de mercado de 14,81% a PVP e de 9,39% em embalagens. Como se sabe, esta grande diferença da quota a PVP e embalagens (5,42 pontos), única entre os países da EU, resulta dos preços elevados dos medicamentos genéricos no nosso país e da opção do prescritor pelos genéricos de preço mais alto.

De notar que apenas três substâncias: Omeprazol (19,0%), Sinvastatina (17,7%) e Fluoxetina (4,2%), representam 40,9% do nosso actual mercado de genéricos.









A comparticipação do Estado em medicamentos, prescritos aos doentes do SNS, registou, no final de Junho 2006, o valor acumulado de 714.932.082 euros, menos 2,7% que no primeiro semestre do ano transacto, resultado de várias medidas implementadas por este Governo.link
Desconhecemos o valor da redução dos encargos do Estado com a comparticipação de medicamentos resultante da transferência de encargos para os utentes do SNS.
A contabilidade de Gastos com Medicamentos dispensados aos doentes do SNS constitui um indubitável triunfo da política do medicamento de CC.

...sobre o qual eu produzi o seguinte comentário:

Não nos devemos esquecer que neste período sentiram-se os efeitos de várias medidas que só se podem tomar uma vez:
- O preço dos medicamentos comparticipados baixou 6%;
- Vários medicamentos foram descomparticipados;
- Acabou a majoração de 10% sobre a comparticipação dos genéricos;
- Criaram-se grupos homogéneos envolvendo moléculas muito importantes para o total de gastos (o que, mesmo que não se traduza em vendas de genéricos - graças à Ordem dos Médicos e às suas guidelines políticas - , tem um impacto significativo sobre os gastos públicos com a comparticipação dos medicamentos deste grupo).

Ou seja, neste contexto de medidas extraordinárias, uma redução de 2,7% é um mau resultado, que mascara um crescimento real dos gastos, pois esta diminuição não é sustentável (ou apenas será sustentável pela continuação da política de descomparticipação progressiva). Além do mais, seria interessante verificar quanto é que as famílias pagaram a mais para que o Estado pudesse poupar 2,7%...
E também seria curioso observar a evolução das vendas dos medicamentos comparticipados na indústria farmacêutica e nas farmácias no mesmo período...
Sem medidas efectivas do lado da prescrição, os gastos com medicamentos nunca diminuirão e viverão apenas de maquilhagens, medidas extraordinárias ou da solução-CC: as famílias que paguem os medicamentos que consomem (e não nos esqueçamos de acrescentar o enorme aumento do preço dos MNSRM, consequência directa de uma medida económica e tecnicamente errada de CC).
Em relação à prescrição, recordo dois aspectos perfeitamente absurdos da lei portuguesa:
- A existência de genéricos de marca (que apenas interessa à indústria e a quem quer cair nas suas boas graças...);
- O facto da comparticipação ser feita com base no MG mais caro de um determinado grupo homogéneo (o que explica a inevitável supremacia da percentagem de PVP sobre a do número de embalagens consumidas).

follow me on Twitter
Comments:
Baixou? Não Baixou? Devia baixar mais, estamos de acordo. É preciso que os genéricos reforcem a sua quota...Devagar lá vamos. Queiram os médicos, os farmacêuticos e os doentes cumprir com os seus deveres de cidadania.
Cumps
 
Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?