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quarta-feira, agosto 09, 2006

Excelentes textos do roomservice no Estarreja Hotel e do Abel Cunha no Notícias da Aldeia, que subscrevo e apoio de um modo geral, pois a minha opinião sobre a caça é ainda um pouco mais radical (sou totalmente contra e acho que deveria ser proibida):

A Caça

Estou para fazer um post sobre isto há já alguns dias mas entretanto e como concordo com o que ali está escrito encaminho-os para o blog Notícias da Aldeia.
Só gostaria de acrescentar que não consigo compreender porque se criou um projecto de
conservação da natureza (com intenções de o alargar no seu espaço físico), se fazem passeios com as criancinhas a mostrar os passarinhos e depois chega ao tal dia e mata-se tudo o que por ali mexe.
Pelo que sei em anos anteriores não tem sido permitido caçar no percurso Bioria, apesar de por ali andar muitas vezes em dia de caça e ver alguns caçadores e nenhuma fiscalização, não sei como será este ano.

Logicamente que toda a fauna cinegética que por ali vive tem asas, voa e não sabe quais são os limites do tal percurso, logo acho demagógico e ridículo mesmo ao lado já se poder caçar.
Sendo esta zona (baixo Vouga lagunar) de grande importância para muitas espécies como tem sido demonstrado pelo projecto Bioria apoiado pela autarquia de Estarreja, seria de extrema importância acabar com a caça de uma vez por todas e definitivamente assumir-se esta zona como reserva natural.

roomservice

Outra vez a barbárie

Dentro de oito dias, recomeça a barbárie, ou seja, abre a caça. Da pouca ou nenhuma caça que ainda possa existir. Mas, o negócio das licenças, das armas e munições aliado à inconsciência de alguns bárbaros que vêm nos animais abatidos a materialização do seu marialvismo ou a oportunidade de dar livre curso aos seus instintos mais animalescos, assim o determina.

Acredito que seja uma actividade em declínio. As gerações mais novas já têm outra consciência e não se seduzem com este tipo de mortandade. Aqui pela minha aldeia, já houve muita caça. Hoje é um perfeito deserto. Vem gentinha de longe que atira a tudo o que mexe. Não há qualquer respeito por épocas, espécies e nem mesmo pelos habitantes. Até as rolas turcas que se poisam nos fios da minha rua, são abatidas sem piedade, agora que as bravas estão extintas, aniquile-se igualmente as mansas.

Por aqui, a situação é ainda mais caricata, já que a caça se pratica sem regras em plena zona de protecção às aves, ou seja, na zona da bio-ria. As práticas são de todos conhecidas, basta ver aqui, ou aqui, mas, ninguém faz nada.

Um destes governos, arrecadando os dinheiros das licenças, atirou a responsabilidade da gestão da caça para os clubes de caçadores, ou seja, enfiou o ladrão dentro do cofre. Estes tratam de emitir licenças, determinar zonas e por aí se ficam. Não há fiscalização, não há controlo, não há gestão. No caso, ao clube de caçadores e pescadores de Avanca que, ao que se pode observar, não terá meios ou competências para disciplinar a actividade. Eu, pessoalmente, nunca vi qualquer acção de fiscalização. Ainda no fim-de-semana passado ouvi tiros de madrugada na zona lagunar e, um bando de patos que andava ali nas terras de arroz da Poceira, desapareceu.

A caça, enquanto desporto de caçadores que respeitam as regras e as espécies é tão respeitável como qualquer outro e, também aqui, não de deve meter todos os caçadores no mesmo saco. Infelizmente, talvez devido à escassez, caça-se clandestinamente, com técnicas proibidas a qualquer dia ou hora. Entregues à anarquia, esperemos que os Homens se consciencializem e ganhem o respeito que os animais e a natureza nos devem merecer. Certos de que até lá, muitas espécies desaparecerão para sempre.

Abel Cunha

Nota - Em tempos escrevi um post sobre o problema das zonas de caça em Estarreja que levantou várias ondas de indignação (chegaram a circular fotocópias do meu texto de mão em mão!!!). Levei o problema à Assembleia Municipal de Estarreja e encontrei em José Eduardo de Matos um aliado nesta causa. No entanto, tudo continua na mesma e as placas de "zona municipal de caça" continuam absurdamente espalhadas pela zona urbana do concelho. Infelizmente o caso do Bioria é apenas uma consequência grave deste patético estado em que as coisas estão.

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Comments:
Obrigado pelo destaque. Todos, somos poucos para acabar com o massacre das aves. Como disse, acredito que as novas gerações já não venham a abater aves ou outros animais indiscriminadamente e, progressivamente, seja possível regulamentar sériamente a actividade da caça, protegendo a contínuidade das espécies e os direitos dos que gostam de caçar.
Cpts.
 
Concordo em absoluto com o Snr Abel Cunha quanto á barvárie feita na Bioria, pelo seguinte:
Hoje, sacrificando o meu soninho para poder gozar do espectáculo matinal das aves em Salreu, levantei-me pelas 4,30 horas e , de Rio Tinto- Gondomar, dirigi-me a Salreu afim de me deliciar com o espectáculo esperado do que seria a fauna desse percurso.
Desilusâo total, quando , depois de algumas voltas para encontrar o inicio do percurso (dada a falta de informação local), lá consegui encontrar, deparo, passados alguma centena de metros, com o deplorável espectáculo das caçadeiras. Pássaros? Vi alguns desnorteados com o barulho dos tiros esvoaçando mas nem consegui ver que tipo de pássaros.
Vi vários homens de espingarda atirando para tudo quanto mexia...
Passei, com algum receio pela minha integridade física,e já arrependida de ter ido ver essa barvárie que , como bem disse o Snr Abel Cunha, por lá se processava..
Então se querem preservar a fauna elógicamente a natureza porque admitem a caça nesse lugar?
Aliás, para mim tudo quanto seja fazer mal a algo que viva é do pior, quanto mais num projecto Bioria?!
Lamento sinceramente o tempo que lá fui perder e a revolta que nesceu em mim em relação aos que mandam.
Será que o valor das licenças de caça é superior aos estragos que por lá se fazem?
Deixo aqui o meu desabafo pois foi um domingo para esquecer..

Eva Cunha
 
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