segunda-feira, setembro 18, 2006
Broncas em série
O cenário político do concelho de Estarreja está de facto mais negro do que nunca. Depois da notícia do fecho da Urgência do Hospital Visconde de Salreu, a edição de hoje do JN divulga hoje mais um problema ambiental ocorrido em Canelas:
A comporta do esteiro de Canelas (Estarreja) ficou ontem aberta para renovar a água e tentar salvar os cardumes de tainhas sobreviventes, após a descarga poluente que causou anteontem a morte de numerosos peixes. A comporta, que separa a água doce da salgada, naquele braço da Ria de Aveiro, terá sido aberta sábado por funcionários da Direcção Regional de Agricultura. A ideia de abrir a comporta havia sido defendida por moradores na região, ao verificarem que o peixe de água doce estava morto ou moribundo e que apenas a tainha ainda estaria em condições de sobreviver, se a água fosse renovada. Ainda no sábado, a Câmara de Estarreja mobilizou para o local uma máquina para retirar o peixe morto que se acumulava junto ao cais do esteiro de Canelas e limpar aquele segmento do canal. Continua por determinar a causa da mortandade de peixe ocorrida sábado, e que algumas pessoas que estiveram no local atribuem a uma possível descarga do sistema multimunicipal de saneamento da Ria de Aveiro, explorado pela SIMRIA, e que tem uma conduta com bocal para o Esteiro de Canelas. Pelo local passaram já equipas da própria SIMRIA, da GNR, da Polícia Marítima, da Câmara de Estarreja e da Junta de Freguesia, mas ainda não é conhecida a explicação oficial para o que terá originado a morte dos peixes. Vários curiosos foram hoje ao esteiro de Canelas ver a situação e continuavam a vir à superfície peixes mortos ao longo dos quase dois quilómetros de extensão do plano de água, apesar da operação de limpeza realizada sábado. Após a abertura da comporta, era visível a concentração de tainhas no sentido em que a água se renovava, procurando melhores condições de sobrevivência. Nesse ponto do canal encontravam-se também algumas pessoas a tentar apanhar o peixe, apesar de eventuais riscos para a saúde que o seu consumo pode comportar.
Continua-se sem saber se a CME continuará a encolher os ombros e assobiar para o lado perante esta série de atentados ambientais ou se é desta que José Eduardo de Matos vai mostrar os dentes...
O cenário político do concelho de Estarreja está de facto mais negro do que nunca. Depois da notícia do fecho da Urgência do Hospital Visconde de Salreu, a edição de hoje do JN divulga hoje mais um problema ambiental ocorrido em Canelas:
A comporta do esteiro de Canelas (Estarreja) ficou ontem aberta para renovar a água e tentar salvar os cardumes de tainhas sobreviventes, após a descarga poluente que causou anteontem a morte de numerosos peixes. A comporta, que separa a água doce da salgada, naquele braço da Ria de Aveiro, terá sido aberta sábado por funcionários da Direcção Regional de Agricultura. A ideia de abrir a comporta havia sido defendida por moradores na região, ao verificarem que o peixe de água doce estava morto ou moribundo e que apenas a tainha ainda estaria em condições de sobreviver, se a água fosse renovada. Ainda no sábado, a Câmara de Estarreja mobilizou para o local uma máquina para retirar o peixe morto que se acumulava junto ao cais do esteiro de Canelas e limpar aquele segmento do canal. Continua por determinar a causa da mortandade de peixe ocorrida sábado, e que algumas pessoas que estiveram no local atribuem a uma possível descarga do sistema multimunicipal de saneamento da Ria de Aveiro, explorado pela SIMRIA, e que tem uma conduta com bocal para o Esteiro de Canelas. Pelo local passaram já equipas da própria SIMRIA, da GNR, da Polícia Marítima, da Câmara de Estarreja e da Junta de Freguesia, mas ainda não é conhecida a explicação oficial para o que terá originado a morte dos peixes. Vários curiosos foram hoje ao esteiro de Canelas ver a situação e continuavam a vir à superfície peixes mortos ao longo dos quase dois quilómetros de extensão do plano de água, apesar da operação de limpeza realizada sábado. Após a abertura da comporta, era visível a concentração de tainhas no sentido em que a água se renovava, procurando melhores condições de sobrevivência. Nesse ponto do canal encontravam-se também algumas pessoas a tentar apanhar o peixe, apesar de eventuais riscos para a saúde que o seu consumo pode comportar.
Continua-se sem saber se a CME continuará a encolher os ombros e assobiar para o lado perante esta série de atentados ambientais ou se é desta que José Eduardo de Matos vai mostrar os dentes...
Comments:
Não vem na notícia, mas o Vice-Presidente esteve no local referindo que a câmara tudo fará para que o crime não compense.
Mas como já disse no meu blogue vivemos num país com leis. A Polícia Marítima e a GNR estiveram no local a recolher provas para remeter para o Ministério Público. E é esta entidade que deverá zelar para que o crime não compense.
Um abraço
Zé
Mas como já disse no meu blogue vivemos num país com leis. A Polícia Marítima e a GNR estiveram no local a recolher provas para remeter para o Ministério Público. E é esta entidade que deverá zelar para que o crime não compense.
Um abraço
Zé
Estive a ver o Estarreja Light a partir do comentário aqui deixado e as opiniões, sensatas, do J. Matos.
Pelo que tenho vivido neste caso da deposição das lamas, não tenho as mesmas certezas de que os autores venham a ser punidos. Não tenho qualquer confiança na Brigada Ambiental, que acabou por aceitar umas análises apresentadas pela Terrafertil de Setúbal - como vê o transportador é mais que conhecido - como boas e não pediu qualquer análise à Delegação de Saúde Pública porque, argumenta, não tem verbas para pagar análises. Assim, ordenou à Terrafertil que misturasse na terra todas as lamas num prazo de 8 dias, o que esta de imediato começou a fazer.
Foi necessário insistir junto da CCDRC - e não foi a CME que o fez - para que esta entidade se resolvesse a investigar o assunto conforme lhe tinha sido oficiado.
A primeira conclusão da CCDRC foi que as análises das lamas apresentadas não correspondiam ás depositadas e quanto aos terrenos, não há quaisquer análises.
Dando de barato - por desconhecimento - que a CME poderá não ter competências para ir mais longe neste caso, de qualquer forma, até prova contrária, penso que poderia e deveria ter feito mais.
Cpts
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Pelo que tenho vivido neste caso da deposição das lamas, não tenho as mesmas certezas de que os autores venham a ser punidos. Não tenho qualquer confiança na Brigada Ambiental, que acabou por aceitar umas análises apresentadas pela Terrafertil de Setúbal - como vê o transportador é mais que conhecido - como boas e não pediu qualquer análise à Delegação de Saúde Pública porque, argumenta, não tem verbas para pagar análises. Assim, ordenou à Terrafertil que misturasse na terra todas as lamas num prazo de 8 dias, o que esta de imediato começou a fazer.
Foi necessário insistir junto da CCDRC - e não foi a CME que o fez - para que esta entidade se resolvesse a investigar o assunto conforme lhe tinha sido oficiado.
A primeira conclusão da CCDRC foi que as análises das lamas apresentadas não correspondiam ás depositadas e quanto aos terrenos, não há quaisquer análises.
Dando de barato - por desconhecimento - que a CME poderá não ter competências para ir mais longe neste caso, de qualquer forma, até prova contrária, penso que poderia e deveria ter feito mais.
Cpts