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terça-feira, setembro 19, 2006

Não tenho mãos a medir, tantas são as novidades políticas do concelho de Estarreja. Começo por um dos casos que estão na ordem do dia, nomeadamente o das toneladas de bosta ilegalmente despejadas em campos agrícolas de Canelas e a notável coincidência entre este facto e o aparecimento de milhares de peixes mortos no esteiro daquela freguesia.
No caso dos peixes mortos alguém tentou culpar a Simria, que segundo a Rádio Voz da Ria já veio esclarecer nada ter a ver com o assunto.
Independentemente de existir ou não uma associação directa entre as toneladas de lamas tóxicas e o envenenamento dos peixes, há pelo menos uma certeza: se a Câmara Municipal de Estarreja tivesse feito uma conferência de imprensa em que denunciasse a situação, trouxesse a Canelas algum alto responsável do Ministério do Ambiente (porque não o próprio Ministro?) e assegurasse publicamente que todo o concelho estaria sob apertada e acrescida vigilância ambiental, certamente que os culpados do envenenamento dos peixes teriam tido medo de cometer o crime que cometeram num cenário de total impunidade. E também provavelmente os terrenos onde foram depositadas as lamas estariam interditos à prática agrícola.
Além disso, é profundamente estranho que não sejam ainda conhecidos os resultados das análises às lamas. Se as entidades públicas não as fazem, a CME poderia mandar fazê-las a um laboratório privado, o que seria rápido e custaria no máximo algumas dezenas de euros.
Por tudo o que tenho lido, a postura do Ministério do Ambiente nesta matéria tem sido, também ela, muitíssimo questionável: ainda não se sabe qual foi a ETAR responsável pelo crime ou o que foi feito para punir os seus responsáveis, não se percebe o que é que a Brigada Ambiental tem andado a fazer e sobretudo ainda nenhum responsável ministerial assumiu a responsabilidade sequer da necessidade de apurar depressa e claramente a verdade sobre o que se passou e está a passar em Canelas.
A inércia da Câmara Municipal de Estarreja nesta matéria é absolutamente desesperante. As toneladas de lamas despejadas a céu aberto (denunciadas há mais de um mês pelo Notícias da Aldeia) não foram suficientes para despertar a genica do executivo camarário e só agora, depois da TVI ter mostrado ao país os milhares de peixes mortos em Canelas e o estado a que o desleixo autárquico pode conduzir a freguesia, é que o Vice-Presidente da CME esboçou uma tímida reacção pública e a vontade de não deixar a culpa morrer solteira. Mais vale tarde que nunca, mas o que para já se mostrou é ainda muito pouco. E quem deve assumir pessoalmente esta luta é o próprio Presidente da CME.
Até porque, segundo o Notícias da Aldeia, as descargas têm continuado!!!
Entretanto, deixo aqui a divulgação das opiniões, apelos e sobretudo da investigação feita pelos blogues canelenses Notícias da Aldeia e Sem Rumo, os verdadeiros responsáveis pelo facto deste assunto ainda não ter morrido:

Pelo que tenho vivido neste caso da deposição das lamas, não tenho as mesmas certezas de que os autores venham a ser punidos. Não tenho qualquer confiança na Brigada Ambiental, que acabou por aceitar umas análises apresentadas pela Terrafertil de Setúbal - como vê o transportador é mais que conhecido - como boas e não pediu qualquer análise à Delegação de Saúde Pública porque, argumenta, não tem verbas para pagar análises. Assim, ordenou à Terrafertil que misturasse na terra todas as lamas num prazo de 8 dias, o que esta de imediato começou a fazer.
Foi necessário insistir junto da CCDRC - e não foi a CME que o fez - para que esta entidade se resolvesse a investigar o assunto conforme lhe tinha sido oficiado.
A primeira conclusão da CCDRC foi que as análises das lamas apresentadas não correspondiam ás depositadas e quanto aos terrenos, não há quaisquer análises.
Dando de barato - por desconhecimento - que a CME poderá não ter competências para ir mais longe neste caso, de qualquer forma, até prova contrária, penso que poderia e deveria ter feito mais.
(Abel Cunha)

De novo

o depósito de merda em Canelas. É com grande consternação mas firme vontade de ir até ao fim que volto ao assunto do crime ambiental que se está a praticar em Canelas, ou seja, as descargas de lamas provenientes da Etar, continuam.

No passado Sábado, o Presidente da Junta de Freguesia apanhou um camião de 25 toneladas a preparar-se para descarregar. Acto contínuo, chamou a GNR que não pôde responder de imediato. Neste meio tempo, o camião pôs-se em fuga.

Veio consumar a descarga na segunda-feira imediata.

Que negócio é este que mesmo depois de estar sob investigação das autoridades policiais, de entidades governamentais, ter sido divulgado pelo JN e nada o consegue fazer parar?

É meu firme propósito levar este caso tão longe quanto estiver ao meu alcance. Se as entidades locais o não fizerem e me for possível, exigirei judicialmente em seu nome, a compensação indemnizatória pelos prejuízos causados à freguesia.

(Notícias da Aldeia, 7/9/2006)

REVOLTA, POIS CLARO!


REVOLTA!
É, neste momento, a palavra que pode traduzir, ainda que de longe, o estado de espírito de muitos habitantes desta terra.
Sim, finalmente, hoje já somos muitos atentos à verdadeira dimensão deste assunto. Pode sentir-se isso nas conversas do dia-a-dia, como pode perceber-se o sentimento de revolta que começa a surgir colectivamente.
- Revolta, pelo que nos estão a fazer;
- Revolta pela inoperância das autoridades;
- Revolta pela passividades dos nossos autarcas;
- Revolta porque ninguém - dos que verdadeiramente o podem fazer - parece importar-se com este assunto;
- Revolta, porque pela calada da noite, aqui se continuam a descarregar"benditas" lamas;
Mas será assim tão difícil parar isto?
Afinal, os terrenos onde têm sido depositadas não terão dono? E os donos deram ou não autorização para tal?
E, se os populares sabem que que os camiões continuam a vir e a que horas vêm, como é que as autoridades não sabem?
Mais, será que ainda não se identificou a empresa transportadora ou a empresa que se quer ver livre da porcaria?
Será que tem de ser o povo a parar com isto?
Triste terra esta cujas gentes parecem entregues ao seu próprio destino e que tão má imagem está a dar de si por este país fora...

(Sem Rumo, 7/9/2006)


O MEU ÚLTIMO GRITO!


JÁ NÃO HÁ PALAVRAS!

AO QUE TUDO INDICA, A EMPRESA QUE FEZ DESTA TERRA A SUA LATRINA DE ELEIÇÃO DE HÁ CERCA DE DOIS MESES A ESTA PARTE, FOI ACONSELHADA A CONSUMAR O CRIME, ESPALHANDO E ENVOLVENDO NOS TERRENOS, AQUILO QUE POR AQUI FOI LARGANDO ÀS TONELADAS.
A MÁQUINA DA FOTO VEIO DE LEIRIA COM A FINALIDADE DE ESCONDER A VERDADE. TRABALHA COM A MAIOR DAS TRANQUILIDADES. EM POUCAS HORAS TUDO ESTARÁ CONSUMADO E COM A AGRAVANTE DE ALGUNS AGRICULTORES AJUDAREM E PARTICIPAREM NESTE VERDADEIRO EMBUSTE!
NO LOCAL EM QUE A FOTO DE CIMA FOI RECOLHIDA, O CHEIRO NAUSEABUNDO MISTURAVA-SE COM UM FORTÍSSIMO ODOR A AMONÍACO!
POR PERTO, NEM UMA ALMA. CANELAS DORME O SONO DA PAZ.
O DEC. LEI Nº 118/2006, DE 21 DE JUNHO, REGULAMENTA CLARAMENTE ESTE ASSUNTO. UMA BREVE ANÁLISE AOS ARTIGOS 4º, 8º, 9º, 11º E 12º (aqui) É SUFICIENTE PARA SE TER A NOÇÃO DA BARBÁRIE PRATICADA E DAS COIMAS QUE LEGALMENTE DEVEM SER APLICADAS.
DEIXO AQUI AS IMAGENS QUE ALGUÉM QUER ESCONDER, E FAÇO UM REPTO A TODOS OS QUE SE SENTEM INDIGNADOS: ENVIEM TODOS OS DIAS UM MAIL À CÂMARA MUNICIPAL DE ESTARREJA COM A MENSAGEM: CANELAS MERECE MAIS! - BASTA CLICAR AQUI.
É ESTE O MEU ÚLTIMO GRITO!

(Sem Rumo, 12/9/2006)

Muito me enganarei se o caso dos dejectos fecais depositados em Canelas não vier a ter um desfecho digno de um filme de sucesso, daqueles que envolvem interesses, dinheiros, falsas investigações, jogos duplos, desleixo, baixa política e o resto que se imagina.

Aguardem os meus amigos pelo grande final que a coisa vai-se compondo. Para já, façam o favor de ler aqui, os desenvolvimentos mais recentes.

Entretanto, faz-se saber à Terrafertil, dado a apregoada qualidade do produto que distribui, que a Praça Francisco Barbosa em Estarreja tem espaço para depositar muitas toneladas. Em Canelas, o Largo da Igreja, também serve. Em Setúbal, tem a Praça Luísa Todi. Em Lisboa, sugere-se o Terreiro do Paço. O resto do material pode distribuir pelos seus administradores para fins de pequeno-almoço. Se sobrar alguma coisita façam favor de, a título de prémio por bom desempenho, entregar em casa do senhor que anda por aqui a dizer que o produto é bom. E não sejam forretas que o homem merece!

(Notícias da Aldeia, 13/9/2006)

Tragédia Ambiental Inevitável

Foto do Jornal Público

O que hoje se passou no nosso esteiro só será surpresa para quem anda distraído ou, tenta escapar às suas responsabilidades. É o resultado da continuada poluição, do envenenamento a que a nossa terra, as nossas águas têm vindo a ser sujeitas. É o corolário de muita falta de civísmo, de higiéne, de educação, de fiscalização e de actuação dos poderes e das autoridades.

Será a face mais visível do grande mal que mina a nossa saúde e a qualidade de vida da Aldeia. Os despejos continuados de fossas nas águas, de galináceo, lamas da Portucel, lamas de Etares e de resíduos industriais, nos terrenos.

O caso da deposição de lamas que este blog denúnciou, sabe-se agora, de origem residual doméstica e industrial, sem análises quer aos terrenos quer às lamas e em total atropelo ao enquadramento legal, é um exemplo claro da situação degradante a que chegámos.

Se este envenenamento não foi originado pelas lamas depositadas no terreno do "Arrebita", na margem esquerda do esteiro largo, teremos proximamente um outro. A Brigada Ambiental da GNR foi avisada de que, logo que chovesse ou as águas subissem, toda a zona seria envenenada.

Para a CME fica clara a razão que me levou a andar a bater de porta em porta até que alguém me ouvisse. Se a tragédia ambiental hoje sucedida foi originada pelas lamas depositadas pela Terrafertil, e eu acredito que sim, a minha tristeza será ainda maior pois que apesar do muito que me esforcei, não consegui evitar a tragédia previsível.


(Notícias da Aldeia, 16/9/2006)

CALAMIDADE!


Indescritível o funéreo quadro a perder de vista. Ao que tudo indica, toda a fauna do Esteiro de Canelas foi barbaramente assassinada.
Um estranho cortejo perfila-se silencioso e imóvel ao longo de um quilómetro e meio.
Vuluntária ou involuntariamnente, fruto de descuido ou motivado por avaria técnica, importa apurar, claro! Mas, mais do que isso, o que verdadeiramente importa é que o Esteiro está morto, tal como vai morrendo, ou se vai matando o que ainda resta da identidade de um povo.
Preocupante é também o facto de hoje ou amanhã, aqui e ali, este processo de desintegração poder continuar a desenvolver-se com a maior das naturalidades.
Por aqui, há quem se envergonhe do passado, quem destrua o presente e, assim sendo, vai-se hipotecando o futuro perante a passividade e o silêncio do povo...
E o silêncio é, em última análise, sinal de morte!

(Sem Rumo, 17/9/2006)

OS LINK'S DA NOSSA VERGONHA!




Jornal Regional

Jornal de Notícias

O Público

On line News

O Primeiro de Janeiro

O Público (novamente)

Agência Lusa / Brasil

J. N. (novamente)

(Sem Rumo, 18/9/2006)

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Comments:
Obrigado Vladimiro por toda esta ajuda, mas teremos de ir mais longe. A posição do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, sobre este assunto é a seguinte: "Estas coisas com o tempo esquecem". Isto foi dito em público durante o almoço do passado Sábado nas tasquinhas de Canelas. Espero que o Senhor não fique aborrecido de o citar!
 
O bloguista Zé Matos é um às na arte de defender o seu amo Presidente. Senão Vejamos:
- No caso das lamas o Presidente da Câmara denunciou o caso à GNR. Fez o que tinha a fazer, diz ele!
- No caso do peixe morto, a Câmara teve uma atitude muito digna. Apareceu lá e disse, imagine-se, uma coisa de vital importância: “o crime compensa”. E ele dá-se por satisfeito.
- No caso do Ikea, a culpa da coisa ir para o Norte é o "Speedy Gonzalez" (não, não é o seu amigo Marques Mendes... É o Ministro!). Até parece que foi o Ministro que foi para Polónia com um pacote de terrenos sem licença de construção no bolso e com um "power point" com "clipart's" de catálogo, a dizer que Estarreja era muito bem localizada. Como se os suecos não soubessem...
Do "banho" que Estarreja levou dos concorrentes nortenhos, disso ele não fala...

Portanto, para ele, não importa que a CME tenha um comportamento de rolha de cortiça, ao sabor das ondas e, como diz o post anterior, à espera que o tempo faça esquecer esta "desgraça".

O Zé Matos acha muito bem o que Câmara tem feito. Nós não!
Quem é que fica contente com mais uma mortandade de peixes? Quem é que se orgulha de mais um investimento perdido por inércia do presidente? Quem é que se contenta em levar com a trampa dos outros e a cheira-la?
Se o Zé Matos gosta, que lhe faça bom proveito! Ele e os responsáveis políticos, que como o próprio nome indica são, de facto, responsáveis. Se assim não fosse, não era lá o seu lugar!
 
Caro Lobo

Antes de mais nada, acho que é um pouco deselegante vir comentar para um blogue alheio aquilo que vem no meu. Sempre que quiser comentar escreva-me que eu terei todo o gosto em publicar os seus comentários.

Como sabe a única coisa que defendo no meu blogue é o que penso e nada mais do que isso.

Sei que defendo coisas que não lhe agradam muito, mas como dizia um antigo líder seu é a vida.

No caso Ikea leu mal o que vinha no jornal. Não há nenhuma notícia em lado algum que diga que o Ikea vai para norte. Aliás, a notícia diz mesmo que o Ikea tomou decisão alguma.

O que há é a notícia de um caso entre o presidente de Paredes e de Paços de Ferreira. Nada mais do que isso. Tem que ler melhor as notícias. Agora uma coisa lhe garanto, o Ikea sabe bem o que se passa em Portugal. Sabe bem quem tem terrenos legalizados e quem não os tem. Sabe o que cada câmara tem para oferecer. Portanto, não se preocupe. Quando tiver que tomar uma decisão estará bem informado.

Sobre as lamas vejo que conhece mal a lei. Mas adivinho que tenha uma solução melhor. Até gostava de saber se fosse Presidente da Câmara o que é que fazia de diferente? Talvez uma conferência de imprensa para assustar os infractores? Mas como viu pelas notícias eles não têm medo dos jornais. Ou talvez apresentasse uma queixa em tribunal contra incertos? Também não me parece grande solução. Portanto, gostava de saber como é que evitava o que aconteceu? Gostava mesmo.

É que falar é fácil. A câmara tem costas largas. Mas talvez não fosse má ideia olhar para os meios que o governo do seu partido dá à GNR para o combate aos crimes ambientais (em Ovar parece que são 2 guardas para toda a zona da Ria).

Talvez não fosse também má ideia explicar aqui em público que política de vigilância e de prevenção tem este governo feito a este nível? Ou que meios ou competências deu às autarquias, já que o próprio governo não o consegue fazer?

E sabe de uma coisa. Eu também não acho bem o que se passou. Nem nunca me ouviu dizer isso. Agora não ando aqui com politiquices a atirar as culpas para cima da câmara, quando a câmara nem sequer tem competências na área.

Mas percebo a jogada. O lobo(a) é um ás neste tipo de jogadas. Até aposto que se o furação (que está agora nos Açores) chegasse a Estarreja e desse cabo de alguma coisa a culpa era do Presidente da Câmara.

É pena tanto ódio pelas pessoas.

Caro Abel

Eu percebo que ande um pouco exasperado com toda a situação, mas fico um pouco triste, que sabendo o meu amigo que desde o início em que denunciou a situação que a câmara sempre acompanhou o assunto, diga o que disse.

O meu amigo sabe bem que a câmara fez pressão junto das autoridades competentes para que o assunto não morresse. Também sabe bem que a citação que faz está completamente descontextualizada e que o Presidente da Câmara jamais algum dia vai deixar o assunto cair no esquecimento. Mal de nós se o fizesse. Portanto, sabendo isto custa-me ver comentários destes. Tenho pena.

Um abraço


 
Sr. Zé Matos. Para ver se nos entendemos:
- Não há ódio nenhum por ninguém. Nunca me ensinaram isso. O que há é revolta. Revolta porque quem é responsável deve ser competente e tem obrigação de levar ao limite as suas responsabilidades. Tem o dever de zelar, de fazer, de dizer, de agir, de se mexer... Não é só inaugurar mictórios e ir a festivais de tasquinhas...
Esse é que é o problema. E o mal é que o problema não é apenas o peixe de ontem ou a lama de anteontem… O mal é que tudo isto é um “filme” que se repete…

Por isso, das duas uma: ou o senhor gosta dessa chafurdice, ou não se importa com ela, ou não passa de um mero defensor cibernauta do seu amo. E qualquer das situações é lamentável numa pessoa que dá ares de ver as estrelas com acuidade.
Mas reconhecendo-lhe o direito de ser como é, reconheça-me também o direito de vir aqui, a este blog plural e aberto, fazer o que no seu não é possível: comentar a sua escrita política.
E chamei-lhe escrita política propositadamente. Não lhe chamei ideias políticas. Reconheça-me o direito de o achar politicamente obtuso. Um mero serviçal ao serviço da mais pobre e confrangedora mediocridade: o poder político que hoje governa a Câmara de Estarreja.
 
Caro José Matos,
Quanto ao que a CME fez ou não, pouco sei, para além de que passou a minha queixa à GNR e nomeou um adjunto do Sr. Presidente para seguir o caso. Se fez mais do que isso, fica desde já o meu agradecimento, constatando-se que tudo o que foi feito quer por mim ou pela CME, não foi suficiente.

É certo que a CME terá limitações de actuação quanto a casos deste tipo mas, e até prova em contrário, fui eu que tive de levar a queixa até à Secretaria de Estado do Ambiente que acabou por oficiar a CRDRC para investigar o assunto.

Por outro lado, quero deixar claro que nada, rigorosamente nada, me move contra quem quer que seja e que qualquer conotação política é completamente descabida e falsa. Aliás, desde o princípio defendo que isto não é um caso político, é sim um caso de polícia – entidade que infelizmente não teve competência para tratar o assunto, segundo disse por falta de meios materiais e humanos. A única coisa que me move é tentar acabar com esta selvajaria ambiental que tomou conta desta nossa aldeia.

Donde, não responsabilizo o Senhor Presidente da CME, a própria CME ou quem quer que seja, que obviamente não têm qualquer culpa no facto de uma qualquer empresa vir despejar em Canelas, de forma selvagem, os dejectos das Etares que limpa. Responsabilizo sim os depositantes das lamas e os proprietários que as admitem nos seus terrenos. Esses sim, são os verdadeiros culpados pelo que está a acontecer.

As minhas questões relativamente às autoridades, CME e Junta de Freguesia, prendem-se com o tratamento do caso. Em boa verdade, desde o início deste processo que me sinto só, a lutar com um gigante materializado na indiferença que se sente, um pouco em todos envolvidos inclusive, na população de Canelas.

Aí esperava maior apoio e alguma eficácia por parte do poder e das autoridades. Caro J. Matos, não vou detalhar a estória, até porque o blog é do Vladimiro e não meu, mas compreenda que quando por duas vezes se chama a GNR para impedir que se façam desaparecer provas ou impeça descargas e esta força policial não tem disponibilidade, quando esta força resolve arquivar a queixa porque não tem dinheiro para pagar análises, quando continuamos a ver os camiões a passar na total impunidade que a situação possibilita, quando o nosso esteiro é envenenado…, perde-se a paciência e a confiança nos poderes eleitos e nas autoridades.

Quanto às afirmações do Senhor Presidente, não sei se é descontextualizada ou não, falava-se sobre o assunto, mas há coisas que se não devem dizer nem a brincar, nem a sério, tanto mais que o desespero é grande, tanto mais que tudo isto resulta de muitos anos de práticas continuadas de contaminação ambiental e que portanto, não vai ser fácil de inverter. Não se resolve por decreto, resolve-se de imediato com coimas aos prevaricadores e no futuro, com trabalho que leve esta gente a compreender o mal que tais práticas fazem a todos nós.
Cpts a todos e desculpas ao Vladimiro pela ocupação – igualmente selvagem do seu blog.
 
Caríssimos:

Este blogue existe exactamente para isto: para que todas as discussões possam ser travadas e todos tenham a sua opinião. É uma honra ter gente desta qualidade a escrever na minha secção de comentários! Obrigado a todos. E por favor continuem a escrever por aqui.
 
Caro Lobo;

Algumas palavrinhas para esclarecermos este assunto.

Condenações – Que não restem dúvidas nenhumas que condeno profundamente o que se passou. Eu ou a câmara ou qualquer autarca responsável neste concelho. Outra coisa não seria de esperar.

Responsabilidade - Quando diz que quem é responsável devia levar ao limite as suas responsabilidades estou obviamente de acordo. O que importa definir é que limites de responsabilidade são esses? Ora até há pouco tempo a lei não dava qualquer tipo de competências de fiscalização nem de contra-ordenação às câmaras. Portanto, a câmara como muitas outras por esse país fora quando há casos destes limitou-se a fazer pressão para que o assunto não morresse e fosse levado às últimas consequências.

Se acha que podia fazer mais tem que dizer o quê? Até agora não disse nada a esse respeito. Apenas acusações fáceis.Continuo à espera da sua solução?

Revolta – Eu também estou revoltado, mas é com a falta de meios da GNR ou mesmo dos organismos tutelados pelo Ministério do Ambiente para prevenir estas situações. É que o meu caro amigo disso não fala. Só fala da câmara, mas não fala dos que tinham realmente responsabilidade legal para actuar. Porque será que não fala deles e só se revolta com a câmara? É que me parece que realmente o seu caso não é revolta, mas sim uma obsessão em relação à câmara. É que tudo que corre mal no concelho é sempre a câmara. Ora só compreendo isso por um ódio grande ou ressentimento em relação ao actual poder e pelo facto do meu amigo estar na oposição. E é isso que custa a perceber nas pessoas. Ficarem ressentidos por terem perdido as eleições. Realmente não dá para entender.

Comentar - Acho mal comentar no blogue dos outros o que vem no meu, pois se eu já lhe disse que me pode escrever e terei todo o gosto em publicar os seus escritos. Portanto, para falar no meu blogue não é preciso comentários. Basta escrever-me. Quer mais liberdade que isto?

Escrita – Realmente a acusação que faz fica-lhe bem a si. É que eu por acaso ao longo de 3 anos de escrita já critiquei o poder actual, já elogiei o poder passado e vice-versa. Já discordei do meu partido e já estive do mesmo lado. Basta percorrer os arquivos para ver isso. Mas de si só lhe conheço uma escrita. Acusações fáceis e mal fundamentadas e um serviço completo à causa do PS.

E uma teoria muito interessante da qual não partilho. É que quando era o PS a governar Estarreja era o melhor dos mundos e o PS era o maior. Agora que é o PSD, tudo está mal e o poder é uma desgraça.

Como já escrevi no meu blogue esta é a teoria de quem está mesmo cego e não vê outra coisa senão a exaltação dos seus e a desgraça dos outros. Portanto, é isto que o meu amigo defende. Ora sendo o meu amigo um defensor acérrimo desta teoria como é que pode vir dizer o que disse sobre mim? Realmente parece-me que me confundiu, ou que me leu mal nos últimos 3 anos.

Tenho pena que seja assim. Tanto ódio para quê?

Um abraço

Zé Matos
 
Caro Abel

Agradeço o seu esclarecimento, e posso dizer-lhe que eu próprio também gostava de ver mais velocidade nas coisas. Temos agora uma lei nova e espero que finalmente as coisas comecem a mudar.

Um abraço

Zé Matos
 
Para terminar de vez com a troca de mimos com o sr. Zé Matos:
- Começo, confesso, a ter alguma dificuldade em abarcar tamanho novelo opinativo e retórica de botequim. Já lhe expliquei a questão do ódio e nunca disse que era do PS ou da CDU. Não sou adepto destes senhores da Câmara e, na liberdade eleitoral e de cidadania que me assiste, combato-os. Ponto final. Nada mais legítimo.
- Depois, não tenho que escrever um manual para o sr. presidente fazer aquilo que ele sabe ter que fazer, mas que, de facto, não consegue. Mas se quer uma dica: chama-se a isso luta política, assacar responsabilidades e assumir responsabilidades. É fácil. Basta ver o que é que o seu antecessor fazia, para comparar com o que agora não faz e, mais ainda, para verificar o que é que nessa altura ninguém fazia a Estarreja.
- Por fim, o sr José Matos diz uma coisa acertada: "Agora que é o PSD, tudo está mal e o poder é uma desgraça"! É quase isso.

Quanto ao seu blog ser aberto, vou aproveitar a oferta e corresponder ao seu desafio: publique então todos estes meus posts sobre os seus escritos políticos, que estão na secção de comentários deste blog, lá no seu blog.
Fico a aguardar... E os nossos ilustres leitores também.
 
Caro Lobo

Não era preciso dizer se o era do PS ou da CDU. Uma pessoa que sabe da visita do Presidente da Câmara à Polónia, que sabe alguma coisa sobre o que se passou nessa visita concerteza que não é um mero cidadão desinteressado. Acho que não deve ter problemas em admitir que é do PS. Não lhe fica mal e está obviamente no seu direito.

Também nunca lhe pedi para escrever nenhum manual. Só lhe pedi para me dizer caso fosse o meu amigo Presidente da Câmara o que é que fazia de diferente? Como é que resolvia a situação? E até agora não vi nenhuma solução apontada por si?

Quando fala da Presidência do Dr. Vladimiro Silva, penso que há aí um problema de falta de memória.
É que no tempo do Dr. Vladimiro também foram detectadas situações de poluição em cursos de água e não me lembro que o Dr. Vladimiro tenha agido de forma diferente da actual câmara, pois não tinha competências para isso. E olhe que não ouviu da minha boca na altura uma única palavra de condenação por isso.

Mas já agora se tem conhecimento de um caso no tempo do Dr. Vladimiro que tenha sido tratada de forma diferente faça favor de o apontar.

Em relação ao seu desafio os comentários que foram aqui feitos por si foram respondidos aqui por mim. Portanto, não vejo qual é o interesse de estar a repetir a mesma coisa no meu blogue? Já toda a gente viu aqui como isto é uma conversa de surdos e de pequenos ódios.

Além disso, o meu amigo está sempre a repetir a mesma coisa. Não dá para discutir nada consigo, pois fala de peito cheio, mas depois quando lhe peço para dizer como fazia repete sempre a mesma coisa.

Portanto, vale a pena falar consigo quando deixar de repetir sempre a mesma cassete e responder às perguntas que lhe faço em concreto.

Aí sim podemos falar. Até lá não vale a pena continuar com isto.

Um abraço

Zé Matos
 
Caro Zé Matos: lembras-te do que aconteceu quando a Proleite poluiu o Rio Antuã? Haverá paralelo possível entre o que a CME fez nesse tempo e o que não faz agora?
 
Houve mais mediatismo no caso. Isso é verdade. Agora em termos de consequências práticas nunca soube o que aconteceu? Foi a Proleite multada?

Um abraço


 
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