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terça-feira, setembro 26, 2006

Por alguma razão que eu desconheço, hoje é Dia do Farmacêutico.
Aproveito a ocasião para divulgar duas interessantes notícias do Diário de Coimbra e que se relacionam com dois Professores que me deram aulas na Faculdade de Farmácia de Coimbra:
- A do Prémio "Eminent Scientist of the Year 2006 Europe" ganho pelo Prof. Amílcar Falcão (a quem naturalmente dou os parabéns);
- A excelente entrevista do Prof. Fernando Ramos, que lidera a Secção de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos.
Aqui ficam os textos (infelizmente apenas parcialmente disponíveis), com os melhores cumprimentos aos visados:

Professor de Farmácia da UC recebe prémio internacional
Galardão distingue Amílcar Falcão, a partir de um artigo científico sobre um novo parâmetro de interpretação de um marcador tumoral do cancro do ovário, que pode servir para melhor acompanhar a evolução da doença, conseguindo detectar as recidivas com bastante antecedência

O professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, recebeu, ontem, o prémio internacional “Eminent Scientist of the Year 2006 Europe”, um galardão (medalha e diploma) que é atribuído, na área da “Ciência e Medicina”, a não mais de uma dúzia de pessoas por ano, pelo International Research Promotion Council (IRPC), uma organização independente originária do Reino Unido, mas, neste momento, com estruturas espalhadas em todos os continentes.
De acordo com o investigador, «a nomeação foi feita com base numa publicação específica que aborda a interpretação de marcadores tumorais, neste caso de um marcador tumoral do cancro do ovário, que se designa por CA-125». Explica Amílcar Falcão que «foram publicados vários artigos na sequência desse trabalho», intitulado “CA – 125 AUC as a new prognostic factor for patientes with ovarian cancer” e publicado na revista Gynecology Oncology (Maio de 2005), e «foi dito que havia alguma novidade e alguns resultados importantes para a área do cancro».
Satisfeito, o investigador do Laboratório de Farmacologia da Faculdade de Farmácia da UC, diz que, «neste momento», já se está «a trabalhar nestes marcadores tumorais para outro tipo de carcinomas».
«A ideia é utilizar a interpretação desses marcadores para permitir um melhor acompanhamento da evolução da doença, conseguir rapidamente detectar as recidivas com bastante antecedência, permitindo aos médicos uma actuação mais eficaz», afirma Amílcar Falcão.
De acordo com Amílcar Falcão, com este novo parâmetro de análise, o prazo para detectar metástases do cancro do ovário aumentou de 60 para 180 dias. Ou seja, o marcador tumoral permite ter uma ideia, com maior antecedência, de que vai haver uma recidiva, o que permite mais precocemente atacar a situação.
Por outro lado, ressalta o investigador, «estes marcadores correspondem a uma maneira relativamente simples de monitorizar o tratamento e a evolução da doença e o custo é francamente inferior a outro tipo de meios auxiliares de diagnóstico, permitindo optimizar também a parte económica, para além da qualidade de vida das doentes».
O desenvolvimento deste novo parâmetro de interpretação do marcador tumoral «veio permitir obter resultados muito animadores relativamente à expectativa de sobrevida das doentes com este cancro e à detecção mais precoce de eventuais recidivas», lê-se numa nota distribuída à comunicação social.
Questionado pelos jornalistas sobre se esperava o prémio, Amílcar Falcão respondeu: «Os prémios nunca se esperam. Ele apareceu de surpresa, fui nomeado e fiquei, obviamente, muito contente».
Durante a cerimónia de entrega do prémio, o reitor Seabra Santos afirmou que a instituição «não é só uma universidade com História», mas que «é também uma moderna universidade de investigação e de actualização da pesquisa científica», que acolhe «perto de quatro mil estudantes nascidos no estrangeiro, provenientes de cerca de 60 países».
«O facto de o prémio ser atribuído a um pequeno conjunto de personalidades todos os anos» representa, na óptica do reitor, «garantia de qualidade do trabalho desenvolvido» na instituição de ensino superior.
Thomas Koilparampil e John Mathews foram os representantes do IRPC que participaram na cerimónia de entrega do prémio ao investigador da UC.


“Liberalização é um retrocesso”
A Ordem dos Farmacêuticos opõe-se à liberalização da propriedade das farmácias. A medida, acredita Fernando Ramos, prejudicará a qualidade do serviço das farmácias e representa um retrocesso na qualidade da saúde da população

«Não pode ser a economia a mandar em tudo». A declaração de Fernando Ramos surge no desacordo com a intenção do Governo em liberalizar a propriedade das farmácias e resume, aliás, a postura da Ordem. «Consideramos que a questão da liberalização é um retrocesso no serviço de qualidade que hoje é prestado pelas farmácias, bem como representa um retrocesso na qualidade de saúde da população», declara o presidente da Direcção Regional de Coimbra da OF.
Admitindo que o documento tem alguns aspectos positivos, a Ordem não concorda com o acordo assinado entre a Associação Nacional de Farmácias e o Governo, através do Ministério da Saúde. Designado de Compromisso com a Saúde, o acordo visa, entre outros objectivos, a liberalização da propriedade das farmácias e deverá dar origem a uma proposta a apresentar até ao final do ano. Na prática, explica Fernando Ramos, «qualquer cidadão poderá ter uma farmácia, respondendo a direcção técnica e os farmacêuticos a esse administrador, quando o que acontece agora é o proprietário ser, obrigatoriamente, farmacêutico e, simultaneamente, director técnico».
No entender do responsável, «há uma conjugação de factores profissionais e éticos que apenas um farmacêutico pode garantir e isto nada tem a ver com “privilégios” da profissão». As questões económicas, ainda que importantes, não se podem sobrepor à segurança e a à qualidade dos serviços, defende, lembrando que hoje «a qualidade de atendimento é igual seja em Coimbra, seja na Ilha Graciosa, nos Açores».
Outra chamada de atenção da OF ao Governo vai para o ensino das Ciências Farmacêuticas. Existem, actualmente, mais de nove mil profissionais no activo, com uma média de idades abaixo dos 42 anos, ou seja, ainda com bastantes anos de exercício pela frente. A saída de novas licenciados e a não renovação pode, segundo Fernando Ramos, conduzir, a prazo, a problemas de emprego.

Faculdades a mais

Se o número de faculdades existentes em 1992 – três no país – se revelou insuficiente, hoje as nove faculdades e institutos privados tendem a debitar um número excessivo de profissionais para as necessidades do país. «Temos tentado alertar o Governo e demos parecer negativo à abertura dos três últimos cursos: na Universidade Fernando Pessoa, na Universidade do Algarve e na Universidade da Beira Interior».
De acordo com o presidente regional da OF, a profissão tem crescido cerca de 150 por cento nos últimos anos e, em breve, sairão para o mercado de trabalho 900 novos licenciados por ano. «Estaremos a gastar recursos que são de todos, para formar desempregados».
Apesar de prever um cenário de dificuldades, Fernando Ramos, também ele professor universitário, regista que existem já cerca de 600 farmacêuticos portugueses a trabalhar no estrangeiro, em especial no Reino Unido e na Irlanda. Estas novas «portas para o mercado de trabalho» surgem pelo «reconhecimento da qualidade da formação prestada», considera.


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Comments:
Caro Guidobaldo

Não tenho qualquer informação privilegiada sobre essa matéria, mas pelo que leio nas entrelinhas do pouco que se diz e escreve sobre o assunto, penso que o próximo Bastonário virá da FFUC... Um grande abraço
 
Olá camaradas!

Acabei de me licenciar pla FFUP! realmente é inacreditável aquantidade de Farmacêuticos formados por ano!! 4-5 faculdade eram o suficiente! de 3 passarem para 9, e as que existiam aumentaram as vagas. FFUP 120 para 190 desde que iniciei a acabei o curso!! é absolutamente irracional!

Vim parar a este blog porque tava a pesquisar "farmacêticos s trabalhar no Reino Unido"
Parece-me muito bem e ando a querer saber mais sobre isso! não nos estão a deixar condições para ficar cá!

abraço
 
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