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quinta-feira, novembro 23, 2006

Tive conhecimento desta notícia que saiu no DN através do Boticário:

Fim dos fármacos a 100% custa 8,4 milhões a doentes





Parkinson, epilepsia, diabetes, glaucomas e outras doenças dos olhos. São quase 400 os fármacos para tratar estas patologias que, em Setembro de 2005, perderam a comparticipação a 100%. Um ano depois, os doentes fazem as contas para concluir que é cada vez mais difícil comprar remédios. O Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) diz que não dispõe de dados recentes que permitam perceber o impacto da medida. Mas há quem consiga fazer os cálculos. Tendo por base a facturação de um ano - entre Outubro de 2005 e Setembro de 2006 -, as farmácias concluem que a redução da comparticipação para 95% custou aos doentes 8,4 milhões de euros. Exactamente o mesmo que o Estado poupou.

Dos remédios integrados no escalão A - o das doenças crónicas -, apenas 112 mantiveram a comparticipação total, porque foram considerados essenciais à vida. Nos restantes, os doentes passaram a pagar 5% do custo, à excepção daqueles com pensões aos nível do salário mínimo. E, neste caso, não beneficiaram da redução de 6% nos preços, porque não pagavam nada e passaram a pagar uma parte.

Em doenças crónicas que exigem dezenas de comprimidos ao dia, com remédios que chegam a custar 100 euros a caixa, mesmo 5% representa um rombo nas carteiras.

Nas farmácias, repetem-se as queixas e a surpresa. "As pessoas não vêem que esteja nada a baixar, pelo contrário. E pensam que somos nós que não estamos a fazer bem as contas", diz uma farmacêutica de um estabelecimento em Benfica. "Muitas vezes, pedem-nos para escolher o que faz menos falta, porque não conseguem levar tudo. E nós tentamos ver o que é menos grave cortar. A verdade é que tudo faz falta. É muito triste…" Os medicamentos para o colesterol são, normalmente, os primeiros sacrificados.

Também Maria de Lurdes Gaurich, da Associação de Doentes de Parkinson, diz que lhe chegam cada vez mais casos de pessoas que não conseguem pagar as contas. " Quando os rendimentos já são baixos, é muito difícil comprar tudo."

Os epilépticos são também dos mais afectados. O neurologista Lopes Lima conta que os pacientes sentem muito o aumento de preços, "mas há uma grande confusão entre a descomparticipações e a entrada de genéricos". Quando há genéricos, o Estado comparticipa sobre o seu preço, e não sobre o valor do medicamento de marca. A diferença é suportada pelo utente. Contudo, o médico admite que "na epilepsia, a diferença entre o limiar de eficiência e a toxidade é muito reduzida" e, por isso, muitos médicos e doentes optam por não comprar genéricos.

Já José Manuel Boa Vida, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal considera que os 5% nem são o mais grave. "A tempestade é tão grande, que este aumento representa apenas mais umas gotas de chuva." Por mês, calcula-se que um diabético gaste 150 euros em medicamentos. "A questão é que cortar nos remédios é algo a curto prazo. Uma doença mal medicada é sempre muito mais cara."

Sim, esta é a realidade que se vive diariamente nas farmácias portuguesas e este é o principal custo da não implementação da política de prescrição por DCI. Não há dia em que não se observem novos casos de pessoas que não tomam os medicamentos todos porque não têm dinheiro para os pagar. Em algumas situações, a simples opção por genéricos em vez de medicamentos de marca permitiria simultaneamente reduzir os custos totais com medicamentos e não excluir nenhum dos prescritos... O caso dos fármacos antes comparticipados a 100% é especialmente grave: multiplicam-se as situações de doentes que deixam de tomar risperidona (medicamento utilizado para o tratamento de doenças como a esquizofrenia) porque o medicamento de marca (o Risperdal) que até há meses era gratuito passou a custar mais de 30 euros... Como é que isto é possível?

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Comments:
Resultado da gestão catastrófica que os alternes PSD/PS produziram. No entanto, dia de eleições, serão os mais miseráveis que encabeçarão as filas para o voto. Queixam-se depois.

Cpts
 
como é possível? portugal... remember? :(

bom blog!

Gostei.
 
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