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quinta-feira, dezembro 14, 2006

Eu, que não percebo nada do assunto nem tenho acesso a toda a informação, acho que a recentemente anunciada fusão das três cooperativas farmacêuticas do Centro (Farbeira, Farcentro e Cofarbel) é uma má ideia.
É que as farmácias tendem a escolher dois (às vezes três) fornecedores principais e diferentes entre si, de modo a conquistarem alguma capacidade negocial e a poderem utilizar os serviços de um para compensar eventuais falhas de outros. Com esta fusão, Farbeira, Cofarbel e Farcentro deixaram de ser alternativa umas às outras. Embora não conheça os números concretos, penso que na região Centro estas três cooperativas em conjunto dominarão bastante mais de metade do mercado da distribuição farmacêutica (70%? 80%?). Ou seja, esta é uma oportunidade para que outras empresas (sobretudo Alliance Unichem e OCP) possam entrar num dos mercados mais difíceis do país. Se a AU (adquirida pela ANF há cerca de um ano e meio) parece gerir com pinças a sua relação com as cooperativas, já a OCP (uma multinacional alemã) faz precisamente o contrário e certamente que agora irá actuar em força, constituindo-se como alternativa aos serviços das cooperativas.
Ou seja, duvido muito que esta fusão (embora permita óbvios aumentos da eficiência e economias de escala) permita àquelas três cooperativas aumentar a quota de mercado global. Aliás, penso que a partir deste momento será extremamente difícil evitar uma diminuição relativamente acelerada do volume global de vendas dos três armazéns em conjunto.
Acho que teria sido preferível uma solução que permitisse todas as sinergias e mais algumas (compras conjuntas, gestão integrada das frotas, etc.), mas mantendo sempre a imagem de cada uma das empresas. Só assim seria possível manter maximizada a amplitude do espectro de mercado alcançável e simultaneamente conquistar uma maior eficiência e racionalização de serviços. No entanto, seguramente que quem tomou esta decisão também ponderou estes aspectos que aqui refiro...

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Comments:
Tudo depende da evolução do processo. Na verdade esta tua questão - pertinente, sem dúvida - coloca-se em qualquer outra fusão ou aquisição.
Por um lado o perigo da canibalização do mercado entre três empresas que partilham clientes, a queda na curva de experiência do negócio e a hipotética luta pela liderança; por outro a oportunidade de desenvolver economias de escala, aumentar o poder negocial a montante, potenciar a redução de custos e a eficiência, e permitir reestruturações (os RH...) e reorganizações.

Assim, tudo depende do bem saber fazer. Se da fusão resultar melhor serviço e melhor preço, aumentando a competitividade, a operação será um sucesso. Se não, não.

Acredito que sim. Do que conheço, a Cofarbel e a Farcentro - e os seus clientes - têm muito a ganhar com este movimento, além disso encontravam-se numa encruzilhada estratégica.

Big is beautiful, especialmente na distribuição, e fusões e aquisições estão mais que validadas no sector. Se correr bem dentro em breve terão mais que os actuais 70-80%.
 
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