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quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Desperdício



São recorrentes as notícias dando conta dos milhões que desperdiçamos - poluindo - em medicamentos. link
Uma parte deste desperdício é inevitável e inerente ao uso, à adesão, ao sucesso ou insucesso das terapias.
Outra grande parte é desperdício evitável. Facilmente evitável!
E como?
Não recorrendo ao processo obsoleto, caro, pouco seguro e higiénico (mas populista) da dispensa em unidose.
Recorrendo simplesmente ao dimensionamento das embalagens, adequando-as aos fins terapêuticos a que se destinam. Fácil.
Fácil sobretudo porque boa parte dessa tarefa está há muito realizada, existindo autorizações de introdução no mercado (AIM) para embalagens de 1, 2, 3, 7, 14... unidades.

O problema é que as presentações estão registadas mas não são utilizadas!

Estão registadas, não são utilizadas, a culpa morre solteira e temos então uma clássica pescadinha de rabo na boca: no início do ciclo diz-se que não se produz porque não há procura; no fim do ciclo diz-se que não se prescreve porque não estão no mercado. Isto há anos!

Pois houvesse vontade política.
Basto eu para resolver o problema, para poupar milhões ao erário público e aos bolsos dos doentes, para diminuir os custos de tratamentos dos resíduos e da contaminação do ambiente. Basto eu ou outro meco qualquer que conheça o circuito dos medicamentos e os medicamentos.
Apenas com as estruturas e os meios actualmente disponíveis e com a autoridade necessária para fiscalizar e punir.

O ciclo do medicamento está completamente documentado e quase completamente informatizado.
É possível saber em qualquer momento se determinada apresentação de um medicamento é ou não produzida pela Indústria, se é ou não aprovisionada pelo Distribuidor, se é ou não aprovisionada e dispensada pela Farmácia, se é ou não prescrita pelo médico; e vice-versa.
Não acredito na bondade do sistema em todo este circuito; ele deve ser fiscalizado e os prevaricadores devem ser severamente punidos.

Enquanto tal não se fizer, a espaços, teremos reportagens com as anteriores e resultados de estudos proibidos pelo Ministério da Saúde ocultando a feia e velha realidade.
Mário de Sá Peliteiro

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