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segunda-feira, outubro 29, 2007

Já tinha saudades de uma discussão à moda antiga no Saúde SA e também neste blogue.
Embora cada debate tenha as suas próprias especificidades, este é particularmente atípico: os comentadores não farmacêuticos do Saúde SA revoltaram-se contra o MS em reacção a duas medidas positivas em termos económicos e de Saúde Pública, sendo que uma destas tem ainda o "bónus" adicional de ser a mais dura medida anti-ANF de sempre.
De facto, nunca CC ou qualquer outro ministro de qualquer governo haviam provocado uma tão grande mossa à ANF, como a que agora surge na sequência da abertura de farmácias comunitárias (iguais às farmácias de rua) nos hospitais, que funcionarão como gigantescos aspiradores de receituário, 24 horas por dia, 365 dias por ano. Além disso, esta é uma medida politicamente imbatível, tão elevados serão os ganhos económicos (o Estado recupera 36% da facturação, mais uma quota variável de cerca de 10 mil euros) e de acessibilidade ao medicamento (embora se criem simultaneamente problemas de equidade, concorrência e entrada no mercado de agentes económicos com uma capacidade financeira surpreendente, que na Assembleia da República foram referidos como praticantes de "dumping").
Confesso que esperava que, perante isto, o Saúde SA mais uma vez se rendesse aos méritos de CC e partilhasse do regozijo ministerial. Fiquei, obviamente pasmado quando vi que se passava precisamente o contrário... :)
A outra medida (que nada tem a ver com a primeira, excepto o facto de também estar inscrita no "compromisso com a saúde" assinado com a ANF) tem a ver com a cedência de alguns medicamentos "para o cancro e SIDA" em farmácias comunitárias ("de rua"), nos casos em que isso seja tecnicamente possível.
Neste caso confesso que, provavelmente por estar menos informado que os outros comentadores, não tinha ainda ouvido falar de descomparticipação. De qualquer modo, discordo em absoluto do Xavier e subscrevo as palavras do Farmasa: se há problema que o actual sistema tenha é precisamente o da acessibilidade. Obviamente não para quem reside nas grandes cidades do litoral, mas para as populações mais afastadas, que em certas ocasiões têm que fazer mais de 100 km (no horário de abertura do ambulatório das actuais farmácias dos hospitais...) para receber medicamentos que em grande parte dos casos não podem contar a ninguém que estão a tomar, pois as doenças associadas ao seu uso são estigmatizadas socialmente.
Além disso, pelas razões que expus no meu primeiro texto, existirão poupanças económicas muito significativas nestes medicamentos. E o seu custo continuará a sair do orçamento dos hospitais, ao contrário do que agora se escreve.
Ou seja, estas duas medidas de CC são inquestionáveis sob o ponto de vista económico e de Saúde Pública.
Desta vez, CC tem razão e os únicos com motivos de descontentamento serão mesmo os associados da ANF.
Continuo surpreendido e sem perceber a opinião da generalidade dos comentadores do Saúde SA!

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Comments:
Não sei como é que vocês continuam a responder aqueles artistas. Não percebem a "ponta de um corno" do que estão a falar.

Abraço
 
A ANF preparou-se a preceito para a festa.
Cartões de desconto e promoções várias.
Quem se lixa é o pequeno empresário proprietário da sua farmácia que se vê ultrapassado pelos grandes investidores.
E os doentes que vão deixar de ter o apoio do farmacêutico hospitalar.

Nós não percebemos de medicamentos (não somos farmacêuticos) vocês pouco percebem de gestão.
Se percebessem há muito tinham largado a ANF.
 
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