terça-feira, julho 08, 2008
A eliminação da selecção do Euro e o facto de nos estarmos a aproximar da silly season (eu acho que já lá estamos) não deveria servir de desculpas para o que se tem passado na opinião pública portuguesa em torno do tema das políticas de saúde.
Ontem à noite, e beneficiando de uma trégua da minha filha (que me concedeu um cessar fogo de cerca de 3 horas), decidi empregar o precioso e raro bem essencial (o tempo) a assistir ao "Prós e Contras" sobre o futuro do SNS. Hoje todos os que tiveram a mesma ideia sabem que perdemos uma excelente oportunidade para assistir aos mais recentes desenvolvimentos da novela "Fascínios" da TVI ou outra coisa qualquer, tão baixa foi a qualidade do programa em causa.
De facto, o Prós e Contras confirmou-se como um dos maiores bluffs da TV portuguesa e Fátima Campos Ferreira, ao melhor estilo da selecção de futebol, passou ao lado da possibilidade de fazer um excelente debate televisivo. Não se discutiram as recentes e absurdas propostas de Manuela Ferreira Leite (que disse com todas as letras que era contra a "universalidade do SNS"!!!!), não se exploraram as consequências do relatório sobre a sustentabilidade financeira do SNS, não se analisou devidamente tudo o que o Observatório Português dos Sistemas de Saúde aborda (embora nem sempre com a profundidade desejável) no último relatório e perdeu-se o tempo com os convivas a trocarem banalidades ideológicas e exemplos avulsos de problemas do sistema português e virtudes de sistemas alheios.
O único facto verdadeiramente interessante que ontem surgiu foi o destaque e pose de Estado de Adalberto Campos Fernandes, a quem, vá lá saber-se porquê, eram sempre colocadas as questões mais relacionadas com políticas públicas e responsabilidades do governo. É assim, devagarinho e com jeitinho, que se promove um candidato a Ministro da Saúde: seca-se o terreno à volta, despolariza-se o debate (os representantes do OPSS pouco puderam falar do relatório) e apresenta-se o visado como a única solução viável. ACF tem, no entanto, uma característica irritante e que lhe poderá custar a almejada nomeação: ao apresentar citações e conceitos alheios como se fossem luminosas ideias suas, o candidato acaba involuntariamente por mostrar (embora só aos mais atentos) o seu próprio esvaziamento intelectual, o que, não tendo uma tradução tangível em termos práticos imediatos, tem no fim do dia consequências em termos de respeitabilidade inter pares. Posso estar enganado, mas parece-me que ninguém liga a ACF. E um homem assim não pode ser MS. Por muitos Prós e Contras propagandísticos que lhe façam.
Ontem à noite, e beneficiando de uma trégua da minha filha (que me concedeu um cessar fogo de cerca de 3 horas), decidi empregar o precioso e raro bem essencial (o tempo) a assistir ao "Prós e Contras" sobre o futuro do SNS. Hoje todos os que tiveram a mesma ideia sabem que perdemos uma excelente oportunidade para assistir aos mais recentes desenvolvimentos da novela "Fascínios" da TVI ou outra coisa qualquer, tão baixa foi a qualidade do programa em causa.
De facto, o Prós e Contras confirmou-se como um dos maiores bluffs da TV portuguesa e Fátima Campos Ferreira, ao melhor estilo da selecção de futebol, passou ao lado da possibilidade de fazer um excelente debate televisivo. Não se discutiram as recentes e absurdas propostas de Manuela Ferreira Leite (que disse com todas as letras que era contra a "universalidade do SNS"!!!!), não se exploraram as consequências do relatório sobre a sustentabilidade financeira do SNS, não se analisou devidamente tudo o que o Observatório Português dos Sistemas de Saúde aborda (embora nem sempre com a profundidade desejável) no último relatório e perdeu-se o tempo com os convivas a trocarem banalidades ideológicas e exemplos avulsos de problemas do sistema português e virtudes de sistemas alheios.
O único facto verdadeiramente interessante que ontem surgiu foi o destaque e pose de Estado de Adalberto Campos Fernandes, a quem, vá lá saber-se porquê, eram sempre colocadas as questões mais relacionadas com políticas públicas e responsabilidades do governo. É assim, devagarinho e com jeitinho, que se promove um candidato a Ministro da Saúde: seca-se o terreno à volta, despolariza-se o debate (os representantes do OPSS pouco puderam falar do relatório) e apresenta-se o visado como a única solução viável. ACF tem, no entanto, uma característica irritante e que lhe poderá custar a almejada nomeação: ao apresentar citações e conceitos alheios como se fossem luminosas ideias suas, o candidato acaba involuntariamente por mostrar (embora só aos mais atentos) o seu próprio esvaziamento intelectual, o que, não tendo uma tradução tangível em termos práticos imediatos, tem no fim do dia consequências em termos de respeitabilidade inter pares. Posso estar enganado, mas parece-me que ninguém liga a ACF. E um homem assim não pode ser MS. Por muitos Prós e Contras propagandísticos que lhe façam.
Etiquetas: Política de Saúde
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