terça-feira, novembro 04, 2008
Eu voto Obama
É irónico pensar que a característica mais irrelevante de Obama é precisamente aquela que mais determinará a sua eleição (ou não) e também a mesma que faz com que as eleições de hoje assumam um carácter histórico. Sim, estou a falar da raça, esse pormenor que não interessa nem ao menino Jesus. De qualquer modo, o facto de Obama ser negro neste caso é uma vantagem - e portanto ainda bem que a raça é um factor que conta!
Quando pela primeira vez vi Obama falar (num programa da Oprah - até então só havia lido alguns artigos de jornal e textos de blogues que o mencionavam) achei que havia qualquer coisa de errado com ele, pois não era normal tanta perfeição: Obama era tudo o que um candidato negro com background de Harvard podia e deveria ser, sem uma única falha. Por outro lado, o programa eleitoral de Hillary era bem melhor, mais consistente e claramente realista - foi apenas por isso que a apoiei contra Obama, embora sempre sem perder de vista o desafiante.
No entanto, e à medida que o processo eleitoral se arrastava e foi possível conhecer um pouco melhor Obama, era inevitável a rendição à evidência - Obama é entusiasmante quando fala, tem uma notável capacidade de mobilização, sabe sempre o que deve dizer e fazer, domina todas as técnicas de comunicação e fez uma campanha eleitoral perfeita, sem uma única gaffe e sobretudo sem perder um único debate (penso que foram 12 contra Hillary e 3 contra McCain).
A verdade é que Obama é um intelectual de Harvard, que conhece e estudou o sistema, que se preparou e soube reunir uma equipa notável e que claramente tirou todo o partido que era possível tirar do estatuto de "candidato afro-americano".
Não acredito no "Bradley effect" (acho que é um fenómeno de natureza local, não replicável em eleições nacionais) e estou convencido que Obama vai mesmo ganhar, e com muito mais avanço do que se pensa.
É notável e histórico o dia de hoje - não porque se vai eleger um presidente negro, mas porque pela primeira vez nos últimos anos a Casa Branca será ocupada por alguém que consegue reunir e mobilizar esperanças a nível mundial, num fenómeno messiânico como há muito não se via e de que o mundo tanto precisa. O pior será depois, quando o exercício da liderança começar a doer - como há pouco alguém dizia na TSF, liderar é a arte de defraudar as expectativas dos nossos apoiantes a uma velocidade que estes consigam absorver...
É irónico pensar que a característica mais irrelevante de Obama é precisamente aquela que mais determinará a sua eleição (ou não) e também a mesma que faz com que as eleições de hoje assumam um carácter histórico. Sim, estou a falar da raça, esse pormenor que não interessa nem ao menino Jesus. De qualquer modo, o facto de Obama ser negro neste caso é uma vantagem - e portanto ainda bem que a raça é um factor que conta!
Quando pela primeira vez vi Obama falar (num programa da Oprah - até então só havia lido alguns artigos de jornal e textos de blogues que o mencionavam) achei que havia qualquer coisa de errado com ele, pois não era normal tanta perfeição: Obama era tudo o que um candidato negro com background de Harvard podia e deveria ser, sem uma única falha. Por outro lado, o programa eleitoral de Hillary era bem melhor, mais consistente e claramente realista - foi apenas por isso que a apoiei contra Obama, embora sempre sem perder de vista o desafiante.
No entanto, e à medida que o processo eleitoral se arrastava e foi possível conhecer um pouco melhor Obama, era inevitável a rendição à evidência - Obama é entusiasmante quando fala, tem uma notável capacidade de mobilização, sabe sempre o que deve dizer e fazer, domina todas as técnicas de comunicação e fez uma campanha eleitoral perfeita, sem uma única gaffe e sobretudo sem perder um único debate (penso que foram 12 contra Hillary e 3 contra McCain).
A verdade é que Obama é um intelectual de Harvard, que conhece e estudou o sistema, que se preparou e soube reunir uma equipa notável e que claramente tirou todo o partido que era possível tirar do estatuto de "candidato afro-americano".
Não acredito no "Bradley effect" (acho que é um fenómeno de natureza local, não replicável em eleições nacionais) e estou convencido que Obama vai mesmo ganhar, e com muito mais avanço do que se pensa.
É notável e histórico o dia de hoje - não porque se vai eleger um presidente negro, mas porque pela primeira vez nos últimos anos a Casa Branca será ocupada por alguém que consegue reunir e mobilizar esperanças a nível mundial, num fenómeno messiânico como há muito não se via e de que o mundo tanto precisa. O pior será depois, quando o exercício da liderança começar a doer - como há pouco alguém dizia na TSF, liderar é a arte de defraudar as expectativas dos nossos apoiantes a uma velocidade que estes consigam absorver...
Etiquetas: Política Internacional
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