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quarta-feira, novembro 02, 2011

Há duas soluções possíveis para o problema grego:

  1. Agarrar em Papandreou pelo pescoço e obrigá-lo a aceitar o acordo (o que já está a ser feito e vai ser tentado hoje de uma forma mais efectiva);
  2. Deixar a Grécia convoque o referendo e fazer com que este fique outdated, isto é, propor um novo acordo antes da realização do referendo, eliminando a proposta anterior e deixando os gregos com uma votação que não faz sentido - esta é a solução que Papandreou prefere.
Haverá ainda uma terceira via, que passaria por deixar falir a Grécia e blindar o resto da zona Euro a eventuais problemas semelhantes. No entanto, isto não poderia ser feito sem uma garantia ilimitada por parte do BCE, cenário que até agora tem sido sempre excluído por Merkel.
De qualquer modo, continua a ser altamente improvável a realização do referendo... vamos a ver o que sai hoje de Cannes. 
Ainda assim, não devemos desprezar o facto da Grécia ser hoje um barril de pólvora, com forças armadas de potencial nada negligenciável e com condições sociais mais que propícias à queda do regime - Papandreou jogou uma cartada arriscada e aparentemente inteligente (tentar forçar um acordo mais favorável ou passar a responsabilidade para o povo) e só o fez depois de garantir que os militares não causariam problemas. No dia 24 de Abril de 1974 haveria em Portugal muita gente que concordaria com este tipo de estratégia. Hoje sabemos que isto é um caminho muito arriscado e de consequências potencialmente imprevisíveis - e o maior risco para a Europa não é Papandreou, mas quem o possa substituir num cenário de ruptura.

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Comments:
Onde isto chegou!
Desde que começou a tragédia grega que se percebeu que, mais tarde do que cedo, a Grécia ia cair.
A Europa (o que é isto?? Existe??) não tem estado à altura do que se exigia. É verdadeiramente incompreensível que toda a gente deixe Sarkozy e Merkel mandar na Europa sem qualquer mandato, sem nenhuma legitimidade e olhando apenas para os seus interesses pessoais e nacionais.
Isto vai acabar mal. O problema é que parece somos um balde a cair num poço em que vamos batendo nos bordos por aí fora sempre a achar que já chegamos ao fim... E continuamos a cair... Raio do poço é mesmo fundo!
 
Grande analogia, Farmasa... mas acho que o balde não vai bater no fundo, pelo menos enquanto as impressoras do BCE puderem funcionar :)
 
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