domingo, dezembro 11, 2011
Europa, 1938
Quando eu era muito, muito pequenino, um dos meus primeiros professores de História começou a primeira aula do ano lectivo a perguntar à barulhenta sala de aulas as razões pelas quais os alunos achavam que existia a disciplina de História. Desconcertados, os jovens estudantes calaram-se, pensaram um pouco e sugeriram várias hipóteses, todas rejeitadas pelo dito professor. A resposta era, afinal, só uma: "para aprendermos com os nossos erros". A turma estranhou, encolheu os ombros e 10 segundos depois reiniciou-se a algazarra. Ninguém ligou nada ao assunto e o próprio nome do professor perdeu-se nas areias do tempo.
Vinte e quatro anos mais tarde, um dos alunos presentes nessa sala (o que tem um blog) lembrou-se dessa frase quando recebeu as notícias da vergonhosa cimeira europeia, perdão, franco-alemã, desta semana. E ficou a pensar que, pelo menos em Inglaterra, a possibilidade de reencarnação de Lord Chamberlain é algo de pouco provável. Já a de Pétain está aí e recomenda-se, na melhor tradição servilista centro-europeia.
Acima de tudo, é difícil entender como foi possível a implementação e dominância do pensamento moralista alemão (o francês é simplesmente a versão oportunista e espelhada deste) junto de 24 outros países, 22 dos quais democracias em pleno funcionamento (obviamente que Grécia e Itália são as Checoslováquias, perdão, excepções à regra). Merkel e Sarkozy simplesmente convenceram 22 chefes de estado a trocarem as suas regras por nada.
Hoje custa a perceber como foi possível a cimeira de Munique e por isso nada como recordar o célebre discurso de Neville Chamberlain proferido a 30 de Setembro de 1938, em que este ao regressar ao Reino Unido anunciava ter celebrado com Adolf Hitler um acordo para que ambos os países não mais voltassem a entrar em guerra. Este acordo, acreditava Chamberlain, seria suficiente para assegurar "peace in our time". No dia seguinte os alemães invadiram a região dos Sudetas, na Checoslováquia.
Quando eu era muito, muito pequenino, um dos meus primeiros professores de História começou a primeira aula do ano lectivo a perguntar à barulhenta sala de aulas as razões pelas quais os alunos achavam que existia a disciplina de História. Desconcertados, os jovens estudantes calaram-se, pensaram um pouco e sugeriram várias hipóteses, todas rejeitadas pelo dito professor. A resposta era, afinal, só uma: "para aprendermos com os nossos erros". A turma estranhou, encolheu os ombros e 10 segundos depois reiniciou-se a algazarra. Ninguém ligou nada ao assunto e o próprio nome do professor perdeu-se nas areias do tempo.
Vinte e quatro anos mais tarde, um dos alunos presentes nessa sala (o que tem um blog) lembrou-se dessa frase quando recebeu as notícias da vergonhosa cimeira europeia, perdão, franco-alemã, desta semana. E ficou a pensar que, pelo menos em Inglaterra, a possibilidade de reencarnação de Lord Chamberlain é algo de pouco provável. Já a de Pétain está aí e recomenda-se, na melhor tradição servilista centro-europeia.
Acima de tudo, é difícil entender como foi possível a implementação e dominância do pensamento moralista alemão (o francês é simplesmente a versão oportunista e espelhada deste) junto de 24 outros países, 22 dos quais democracias em pleno funcionamento (obviamente que Grécia e Itália são as Checoslováquias, perdão, excepções à regra). Merkel e Sarkozy simplesmente convenceram 22 chefes de estado a trocarem as suas regras por nada.
Hoje custa a perceber como foi possível a cimeira de Munique e por isso nada como recordar o célebre discurso de Neville Chamberlain proferido a 30 de Setembro de 1938, em que este ao regressar ao Reino Unido anunciava ter celebrado com Adolf Hitler um acordo para que ambos os países não mais voltassem a entrar em guerra. Este acordo, acreditava Chamberlain, seria suficiente para assegurar "peace in our time". No dia seguinte os alemães invadiram a região dos Sudetas, na Checoslováquia.
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