domingo, julho 22, 2012
O Prof. Pedro Pita Barros demonstrou, de uma forma metódica, inteligente, tecnicamente honesta e intelectualmente inalcançável por mim, que as farmácias estão a dar prejuízo. Sem qualquer base científica e apenas com base no instinto, o estudo de PPB confirma o que eu próprio já tinha profetizado em vários textos, como por exemplo este, de 3 de Maio de 2011. Sobre este mesmo tema já tinha, aliás, acrescentado mais algumas coisitas a 30 de Setembro de 2011.
O baixo número de vezes que até hoje acertei no Euromilhões (cerca de zero) é uma das melhores provas que tenho a apresentar sobre a minha falta de capacidades adivinhatórias. Dito por outras palavras, estava-se mesmo a ver que isto iria acontecer. Resta agora perceber o que o governo vai fazer: dar a mão às farmácias (o que no actual contexto de crise e insatisfação noutros sectores da saúde é pouco provável) ou deixar a população sem acesso a medicamentos (o que já acontece um pouco por todo o país)? Eu aposto na segunda opção - e por isso dou-vos as boas-vindas ao admirável mundo da liberalização do mercado farmacêutico, cuja chegada estará seguramente para daqui a poucos meses. É que com as falências generalizadas no sector e a dificuldade burocrática de lançar novos concursos em tempo útil (pelo menos segundo as actuais regras), esta é mesmo a única solução para assegurar a manutenção (?) do abastecimento de medicamentos à população.
Paralelamente colocam-se várias outras questões, que vão desde a necessidade de tornar a legislação mais favorável para os novos agentes que vão actuar no mercado liberalizado (a alteração mais óbvia é a eliminação da obrigatoriedade do segundo farmacêutico), até aos mecanismos de incentivo ou contrapartida que inevitavelmente vão ter que ser criados para assegurar a instalação de novas farmácias no interior - a distribuição farmacêutica tal como a conhecemos vai deixar de existir e no fim teremos 3 ou 4 cadeias de farmácias, com distribuição própria (o que deixa fora do mercado todos os pequenos farmacêuticos do interior).
Enfim, trata-se de um futuro que é mau para todos e que a longo prazo poderá ter consequências económicas para o Estado, na medida em que os monopólios têm habitualmente capacidade de induzir comportamentos pouco eficientes ao terceiro pagador público...
O baixo número de vezes que até hoje acertei no Euromilhões (cerca de zero) é uma das melhores provas que tenho a apresentar sobre a minha falta de capacidades adivinhatórias. Dito por outras palavras, estava-se mesmo a ver que isto iria acontecer. Resta agora perceber o que o governo vai fazer: dar a mão às farmácias (o que no actual contexto de crise e insatisfação noutros sectores da saúde é pouco provável) ou deixar a população sem acesso a medicamentos (o que já acontece um pouco por todo o país)? Eu aposto na segunda opção - e por isso dou-vos as boas-vindas ao admirável mundo da liberalização do mercado farmacêutico, cuja chegada estará seguramente para daqui a poucos meses. É que com as falências generalizadas no sector e a dificuldade burocrática de lançar novos concursos em tempo útil (pelo menos segundo as actuais regras), esta é mesmo a única solução para assegurar a manutenção (?) do abastecimento de medicamentos à população.
Paralelamente colocam-se várias outras questões, que vão desde a necessidade de tornar a legislação mais favorável para os novos agentes que vão actuar no mercado liberalizado (a alteração mais óbvia é a eliminação da obrigatoriedade do segundo farmacêutico), até aos mecanismos de incentivo ou contrapartida que inevitavelmente vão ter que ser criados para assegurar a instalação de novas farmácias no interior - a distribuição farmacêutica tal como a conhecemos vai deixar de existir e no fim teremos 3 ou 4 cadeias de farmácias, com distribuição própria (o que deixa fora do mercado todos os pequenos farmacêuticos do interior).
Enfim, trata-se de um futuro que é mau para todos e que a longo prazo poderá ter consequências económicas para o Estado, na medida em que os monopólios têm habitualmente capacidade de induzir comportamentos pouco eficientes ao terceiro pagador público...
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