quarta-feira, abril 10, 2013
Danças, contradanças, um estalido e uma bola colorida
Quando o governo aprovou o OE para 2013 todos sabiam que este era anti-constitucional. Na verdade, o TC foi muitíssimo brando na apreciação que fez, tanto era o material por onde escolher (eu, que sou um reconhecidíssimo constitucionalista blogosférico, já aqui chamei a atenção para o conveniente facto das medidas que abrangem pensionistas e funcionários públicos - os grupos sociais a que os juízes do TC pertencem ou pertencerão - terem sido escolhidas como alvo preferencial de correcção pelo TC).
Também todos sabíamos que PPC e Gaspar nunca se poderiam demitir após dois orçamentos anti-constitucionais (dois em dois) e daí que o dramatismo tenha sido, no essencial, uma palhaçada.
Se mais dúvidas houvessem, também todos sabíamos que Miguel Relvas nunca sairia pelo seu próprio pé na véspera da demissão "por culpa do TC" de todo o governo.
A própria troika sabia que o OE era inconstitucional e por isso tratou atempadamente de acautelar os tais 4 mil milhões de almofada (eram 5 mil milhões as normas que estavam em causa).
Mais ainda, José Sócrates também nunca teria escolhido fazer a vida negra a António José Seguro nesta altura se existisse algum risco do governo se demitir.
O próprio Cavaco sabia que o OE iria ser constitucionalmente chumbado e que o governo iria dramatizar e por isso, na única atitude politicamente inteligente que lhe vi em toda a minha vida (e provavelmente também na dele), desvalorizou o dramatismo antes mesmo deste acontecer.
Também António Costa resguardou-se a tempo quando percebeu que o governo iria durar até ao fim.
Por fim, o único que aparentemente não sabia de nada era António José Seguro: a moção de censura nesta altura foi um tiro, perdão um estalido, de pólvora seca absolutamente estéril e inconsequente, mediaticamente atropelado pelo regresso de Sócrates, pela demissão de Relvas e pelas danças em torno da decisão do TC. Pior ainda, Seguro enredou-se entre um radicalismo que não vai poder ter consequências (não pode passar os próximos 2 anos a pedir a demissão de um governo que não vai cair - e no campo do radicalismo BE e CDU não lhe deixam qualquer veleidade syrizadora), o facto de já não poder fazer parte da solução (porque na verdade é parte do problema) e a rasteira que PPC e Portas lhe pregaram, ao envolvê-lo novamente com a troika, desta vez à força, contra a sua vontade e sem margem para recuar.
Enfim, e enquanto estas danças se processam, o mundo pula e avança como uma bola colorida nas mãos destas crianças...!
Também todos sabíamos que PPC e Gaspar nunca se poderiam demitir após dois orçamentos anti-constitucionais (dois em dois) e daí que o dramatismo tenha sido, no essencial, uma palhaçada.
Se mais dúvidas houvessem, também todos sabíamos que Miguel Relvas nunca sairia pelo seu próprio pé na véspera da demissão "por culpa do TC" de todo o governo.
A própria troika sabia que o OE era inconstitucional e por isso tratou atempadamente de acautelar os tais 4 mil milhões de almofada (eram 5 mil milhões as normas que estavam em causa).
Mais ainda, José Sócrates também nunca teria escolhido fazer a vida negra a António José Seguro nesta altura se existisse algum risco do governo se demitir.
O próprio Cavaco sabia que o OE iria ser constitucionalmente chumbado e que o governo iria dramatizar e por isso, na única atitude politicamente inteligente que lhe vi em toda a minha vida (e provavelmente também na dele), desvalorizou o dramatismo antes mesmo deste acontecer.
Também António Costa resguardou-se a tempo quando percebeu que o governo iria durar até ao fim.
Por fim, o único que aparentemente não sabia de nada era António José Seguro: a moção de censura nesta altura foi um tiro, perdão um estalido, de pólvora seca absolutamente estéril e inconsequente, mediaticamente atropelado pelo regresso de Sócrates, pela demissão de Relvas e pelas danças em torno da decisão do TC. Pior ainda, Seguro enredou-se entre um radicalismo que não vai poder ter consequências (não pode passar os próximos 2 anos a pedir a demissão de um governo que não vai cair - e no campo do radicalismo BE e CDU não lhe deixam qualquer veleidade syrizadora), o facto de já não poder fazer parte da solução (porque na verdade é parte do problema) e a rasteira que PPC e Portas lhe pregaram, ao envolvê-lo novamente com a troika, desta vez à força, contra a sua vontade e sem margem para recuar.
Enfim, e enquanto estas danças se processam, o mundo pula e avança como uma bola colorida nas mãos destas crianças...!
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