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quarta-feira, outubro 20, 2004

A política estarrejense está a atravessar um período especialmente conturbado. Por razões que me parecem óbvias e que não me apetece explicar, não vou falar do prato do dia. Este post serve simplesmente para fazer um ponto da situação em relação à minha última crónica na RVR (que se pode ler aqui) e à chuva de críticas que ela suscitou (vejam os respectivos comentários). De facto, criticar a actuação de Carlos Tavares é algo de pouco habitual em Estarreja. E as reacções não se fizeram esperar. Eu próprio já tive que me justificar algumas vezes (por exemplo aqui). Mas penso que o melhor é mesmo escrever um post dedicado especificamente a este facto. Acho sinceramente que não fui mal educado. E tenho uma genuína consideração intelectual por Carlos Tavares. O que é diferente de concordar com ele em tudo. Até porque quando se discutem assuntos políticos (e neste caso é só disso que se trata), o debate é legítimo e não existem personalidades inatacáveis. Eu, que não percebo nada de finanças públicas, já discordei de Cavaco Silva ou Manuela Ferreira Leite. Eu, que nunca fui primeiro-ministro de nenhum país e tenho uma reduzidíssima experiência política, já aqui discordei de Jorge Sampaio, Durão Barroso ou António Guterres. Tal como uma parte bastante significativa da população portuguesa, tenho opiniões sobre vários temas políticos, o que não quer dizer que me considere mais qualificado ou mais inteligente que aqueles que tiveram que tomar as decisões em causa. Ou seja, independentemente do maior grau de preparação e legitimidade que cada um tenha, quando se fala de política, todas as opiniões devem ser ouvidas. E debatê-las é apenas um acto natural e democrático. O texto da crónica é irónico, mas tem um objectivo: evidenciar todos os factores que nos levam, em Estarreja, a ter tanta consideração por Carlos Tavares. E mostrar também como alguns desses aspectos se podem sobrepor a uma análise isenta das suas opções políticas. Porque é óbvio que Carlos Tavares, em todas as discussões que se travam na AM, parte em vantagem. É como se as pessoas já soubessem que ele vai ter razão antes mesmo de ouvirem o conteúdo das suas intervenções. E isso não só prejudica o debate, como a própria forma como os argumentos dos que se lhe opõem são considerados. O tal texto foi escrito para demonstrar este facto e a forma como eu acho que ele foi decisivo para a aprovação da proposta sobre o parque industrial. Mas também o assumo claramente: quando o parque estiver a trabalhar em pleno, cheio de empresas e postos de trabalho para os estarrejenses serei o primeiro a dar a mão à palmatória.
Para terminar, e porque não gosto de parecer mal agradecido (especialmente nos dias que correm), mais uma nota: eu também não me esqueço da coragem política que Carlos Tavares teve noutros períodos conturbados da política estarrejense. Mas isso não tem nada a ver com a situação actual. O texto não foi um ataque pessoal, mas apenas uma discussão puramente académica. E só isso.

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