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sexta-feira, outubro 29, 2004

A Rua da Judiaria fez um ano esta semana. Os meus sinceros parabéns ao Nuno Guerreiro. Há já alguns anos que me sinto fascinado pela cultura e história judaicas. Mas arrisco-me a dizer que no último ano, e graças à Rua da Judiaria, aprendi quase tanto como nos 28 anteriores. Obrigado.

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Será que um primeiro-ministro que não foi eleito tem legitimidade para assinar um documento tão importante como a Constituição Europeia? Eu acho que não. Mais valia ter-se aproveitado a presença de Durão Barroso e pedia-se-lhe que fosse ele a assinar... Eu pelo menos sentir-me-ia mais representado naquela cerimónia!

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As televisões transmitiram hoje em directo a chegada de Arafat a Paris. Para quando o acompanhamento ao vivo das sessões de hemodiálise de Bin Laden?

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quarta-feira, outubro 27, 2004

Rocco Buttiglione

Como não sou nem homossexual, nem mulher, penso que reúno as condições de distanciamento indispensáveis para fazer uma análise crítica a este problema, que na minha opinião pode ser visto sob várias perspectivas:

1. As declarações de Rocco

Não há qualquer tipo de desculpa. A União Europeia está-se a tentar construir precisamente sobre os valores de tolerância e modernidade que Rocco ataca. Dizer que a homossexualidade é um pecado é uma manifestação de intolerância. E por muitas voltas que se dêem, este facto existe: a frase foi dita e está gravada e filmada. Dizer que o lugar das mulheres é em casa e que a família existe para que os maridos as protejam é outra barbaridade, pois é passar automaticamente aos homens um atestado de superioridade e maior competência que nós infelizmente não temos. Foram dois ataques gratuitos e completamente despropositados. Teria sido perfeitamente possível a Buttiglione ficar calado ou refugiar-se num "não comento essas matérias". Mas não. Ele quis brilhar e chocar as audiências. E, há que dizê-lo, conseguiu-o.
O primeiro argumento dos defensores do italiano é dizer que ele foi "obrigado" pelos jornalistas a dizer aquelas bojardas, pois nenhum dos outros comissários foi bombardeado com este tipo de perguntas. Ora, este argumento é falso, pois basta olhar para Rocco para perceber que ele não nasceu ontem e já anda nisto há muitos anos. Ou seja, Rocco tem todo um percurso pessoal e político de radicalismo e intolerância (vejam o post anterior e respectivos links). E foi precisamente por isso que os jornalistas o escolheram para o interrogatório.
Outro dos argumentos pró-Rocco é o de que esta é uma questão de convicções religiosas e portanto estritamente pessoal. Este argumento rebate-se em duas partes: em primeiro lugar, a própria igreja católica não passa a vida a agitar aos quatro ventos as bandeiras da homofobia e do machismo, sendo que esta é uma questão que se pode considerar perfeitamente ultrapassada na actualidade, mesmo nos países mais católicos como Itália, Espanha ou Polónia. Em relação ao facto de se tratar de algo do foro íntimo e que não afecta o desempenho político do ex-futuro comissário, o argumento é ainda mais frágil: todos sabemos que não existem seres humanos assépticos e que um pelouro como a justiça está intimamente relacionado com as convicções pessoais dos que nele actuam. Ou seja, Rocco estava indicado precisamente para o local onde poderia causar mais problemas!

2. A actuação de José Manuel Barroso

Escrevo José Manuel Barroso de propósito, pois o Durão Barroso que nos dois últimos anos segurou um governo em que também participava o PP e que se viu forçado a tomar medidas corajosas e impopulares (independentemente de estarem ou não correctas) ao lado de ministros como Celeste Cardona ou Luís Filipe Pereira, nunca seria tão pouco hábil a gerir este processo. De facto, Barroso por momentos pensou que ainda estava em Portugal e que o Parlamento Europeu poderia aceitar um "nim" a Buttiglione (mudá-lo de pasta, limitar a sua acção, criar uma comissão de acompanhamento, etc.). Essa seria uma resposta que até poderia colar no contexto da realidade política nacional. Mas na Europa um acto desses é considerado o mesmo que nada. E perante Buttiglione, fazer "nada" é inaceitável.
No entanto, penso que devemos ser justos: Barroso não escolheu Rocco - foi Berlusconi quem o indicou. O erro de Barroso foi confiar no segundo chefe de estado mais ridículo da UE!

Ainda bem que não houve votação, pois Durão (eu acredito que este é o seu verdadeiro nome) iria sair deste processo ainda mais fragilizado.
No entanto, utilizando o enormíssimo poder de influencia que o Estarreja Efervescente actualmente possui (já há quem diga que é o herdeiro natural dos comentários do Prof. Marcelo), aqui fica a minha maldição: se Rocco não sair, espero bem que o PE chumbe a lista de comissários! Porque eu não quero ser governado pelo representante terrestre de S. Josemaria Escrivá de Balaguer!

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O meu amigo Jorge Peliteiro resolveu vir a terreiro defender o inenarrável Rocco Buttiglione. Vejam os comentários colocados pelo mfc no "Boticário de Província", que eu aqui reproduzo sem confirmar a respectiva veracidade, mas que tendo em conta a personalidade em questão, não me surpreendem:

Como continuação do meu comentário de ontem, deixo-lhe algumas das pérolas desse signore!
- Em 2001, na primeira semana após ter sido empossado Ministro italiano dos Assuntos Europeus, Buttiglione lançou uma campanha para abolir a inseminação artificial e o aborto em Itália. Apresentou também uma proposta para que as mulheres que desistissem de abortar recebessem um prémio de 500 euros e as que persistissem fossem colocadas em terapia.
- Na convenção para elaboração da Constituição Europeia, Buttiglione propôs uma cláusula em que a orientação sexual passaria a ser um motivo válido para a discriminação laboral ou outra.
- Buttiglione defendeu quotas de imigração, dizendo que os "níveis de criminalidade de cada etnia devem ser tidos em conta para as mesmas". Segundo o mesmo, há etnias que têm níveis de criminalidade naturalmente mais elevados e que imigrantes de "religião católica ou cristã têm menor propensão para a criminalidade".
- Em 1989, numa conferência no Vaticano, Buttiglione defendeu que a Sida era um "castigo divino provocado pela homossexualidade e pela toxicodependência".
- Comentário da France Press a 15 de Junho de 2001: "[Buttiglione] lançou uma guerra religiosa somente três dias depois de assumir o cargo..."

Oportunamente voltarei a este tema. Mas já seria inacreditável saber que um bárbaro destes ainda tem tempo de antena, quanto mais ser indigitado comissário europeu da justiça!!!

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Há bloggers mesmo malucos. Um dos meus favoritos é o maradona (com minúscula). Mesmo discordando dele em 70% dos casos, sinto-me esmagado de cada vez que o leio. Era assim que eu gostava de ser capaz de escrever (palavrões incluídos)! Vejam os posts sobre o Washington Post, o Barnabé e os amigos (não sei porquê, mas não consegui fazer links directos).
Ah, quase que me esquecia! É oficial: o Estarreja Efervescente junta-se a "A Capital" e a 125 dos maiores jornais americanos e assume publica e claramente que apoia John Kerry. Era esta a gota de água que faltava para fazer transbordar o oceano!

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Chegou à caixa de correio do Estarreja Efervescente uma interessante reflexão do Pausas, que eu agradeço e divulgo com a respectiva autorização:

Lá se inaugurou mais uma vez, desta espero que para abrir ao publico, a nossa biblioteca, perdão, espaço cultural, num fim de semana com imensas actividades culturais na nossa vila. A saber, concertos com grupos interessantes no panorama nacional e também uma noitada brasileira com muito samba à mistura. Pois bem: ou eu não sei ver as coisas ou então algo está mal.
Será que ainda ninguém percebeu que os concertos e os vários eventos onde existe um certo barulho têm de estar fora das zonas residenciais? É uma vergonha começarem concertos à hora do café, depois acho alguma graça quando alguém se admira de estar pouco público, ainda assim estava algum, que diga-se de passagem tem de ser muito fã. Claro está, que para não incomodar ninguém os concertos têm de acabar cedo, ou seja, quando as pessoas se estão a divertir é quando acaba a festa... enfim na grande maratona de samba a polícia encerra o espectáculo às duas da manhã, ó meus senhores, numa altura em que os bares de Estarreja estão fechados (coisa que também ainda não percebi porquê) é que pedem a umas centenas de pessoas no meio de uma zona residencial para ir para casa ordeiramente, só podem estar a brincar- resultado, barulho até às tantas com meia dúzia de agentes que não devem ter mais nada para fazer, ao alto com alguns bebedolas a chamarem-lhes nomes feios...
Bem, das duas uma: ou se preparam eventos culturais com pés e cabeça ou não se faz nada e continuamos mergulhados numa pasmaceira, mas ao menos ninguém pensa em divertir-se.
Outra coisa que me faz uma confusão imensa, são os horários a que fecham os bares, tenho eu que estar em casa a ouvir constantemente os alarmes dos carros a disparar porque alguém não tem sono e anda na rua sem ter para onde ir entretido a mandar pedras aos vidros? Será que também ainda ninguém percebeu, que, com pessoas na rua a segurança aumenta! Não existe vivalma às duas da manhã no centro de uma vila, que tem pessoas jovens como outra terra qualquer e com o mesmo direito de se divertirem sem terem de andar de carro (afinal tudo é tão perto).
Por outro lado falamos também das pessoas cujos negócios consistem na "venda de copos", alguém pensou neles quando resolveram fechar os seus estabelecimentos às duas da manhã, concerteza que não. Esta medida só tem sentido se existir alguma queixa, e mesmo assim, esta tem de ter fundamento, não é por alguém lhe apetecer dizer que está muito barulho que se encerra uma casa, há estudos para definir e determinar os parâmetros de som de acordo com a lei.
Este é apenas um desabafo de alguém que ouve queixas constantes de pessoas que como eu, gostam de sair e de se divertirem com os amigos na sua própria terra. Vamos tornar Estarreja efervescente porque esta precisa de gente nova, ou então administramos-lhe um xanax para ela ficar a dormir de vez.
Um abraço,

Pausas

Pouco depois do seu nascimento, eu atribuí a este blogue também a vocação de tribuna popular. Claro que não posso publicar tudo o que recebo, mas aqui fica uma demonstração da preocupação cívica de alguns estarrejenses.
Acho que este depoimento nos deve fazer reflectir sobre os efeitos perversos que algumas leis demasiado restritivas e até proibicionistas têm no nosso país. É evidente que os condicionamentos do horário dos espectáculos públicos e de funcionamento dos estabelecimentos de divertimento nocturno acabam por ser prejudiciais à própria existência destes eventos ou locais de lazer, sem que com isso se garanta a calma da restante população. Não seria mais adequado estabelecer horários mais próximos das necessidades reais desta franja populacional, que deste modo tenderia a passar mais tempo útil em locais bem determinados e se dispersaria menos pelas ruas das localidades, com todos os riscos adjacentes?

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segunda-feira, outubro 25, 2004

Há dias ia de carro com um amigo que habitualmente não liga nada à política e que quase sempre vota no PSD ou no PP. Quando chegou a hora do noticiário e eu por educação me preparava para mudar de estação ou carregar um CD, fui impedido:
- Espera aí... não mudes já, que eu quero saber as últimas do Santana!Como eu sou uma pessoa relativamente atenta e não sabia de nada, perguntei:
- Mas há alguma novidade? Tenho estado todo o dia a ouvir as notícias e não reparei em nada...
Ao que ele respondeu:
- Eh, pá, eu também não. Mas desde que este gajo foi para o governo eu ouço sempre as notícias... é cada uma melhor que a anterior e ao menos sempre dá para uma pessoa se rir um bocado!
E de facto não nos desiludimos. Foi o dia em que o governo decidiu que os professores com horário zero iriam assessorar os juízes!
E lá fomos nós, rindo pela estrada fora... sem precisarmos de pensar em José Castelo Branco!!!

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quarta-feira, outubro 20, 2004

A política estarrejense está a atravessar um período especialmente conturbado. Por razões que me parecem óbvias e que não me apetece explicar, não vou falar do prato do dia. Este post serve simplesmente para fazer um ponto da situação em relação à minha última crónica na RVR (que se pode ler aqui) e à chuva de críticas que ela suscitou (vejam os respectivos comentários). De facto, criticar a actuação de Carlos Tavares é algo de pouco habitual em Estarreja. E as reacções não se fizeram esperar. Eu próprio já tive que me justificar algumas vezes (por exemplo aqui). Mas penso que o melhor é mesmo escrever um post dedicado especificamente a este facto. Acho sinceramente que não fui mal educado. E tenho uma genuína consideração intelectual por Carlos Tavares. O que é diferente de concordar com ele em tudo. Até porque quando se discutem assuntos políticos (e neste caso é só disso que se trata), o debate é legítimo e não existem personalidades inatacáveis. Eu, que não percebo nada de finanças públicas, já discordei de Cavaco Silva ou Manuela Ferreira Leite. Eu, que nunca fui primeiro-ministro de nenhum país e tenho uma reduzidíssima experiência política, já aqui discordei de Jorge Sampaio, Durão Barroso ou António Guterres. Tal como uma parte bastante significativa da população portuguesa, tenho opiniões sobre vários temas políticos, o que não quer dizer que me considere mais qualificado ou mais inteligente que aqueles que tiveram que tomar as decisões em causa. Ou seja, independentemente do maior grau de preparação e legitimidade que cada um tenha, quando se fala de política, todas as opiniões devem ser ouvidas. E debatê-las é apenas um acto natural e democrático. O texto da crónica é irónico, mas tem um objectivo: evidenciar todos os factores que nos levam, em Estarreja, a ter tanta consideração por Carlos Tavares. E mostrar também como alguns desses aspectos se podem sobrepor a uma análise isenta das suas opções políticas. Porque é óbvio que Carlos Tavares, em todas as discussões que se travam na AM, parte em vantagem. É como se as pessoas já soubessem que ele vai ter razão antes mesmo de ouvirem o conteúdo das suas intervenções. E isso não só prejudica o debate, como a própria forma como os argumentos dos que se lhe opõem são considerados. O tal texto foi escrito para demonstrar este facto e a forma como eu acho que ele foi decisivo para a aprovação da proposta sobre o parque industrial. Mas também o assumo claramente: quando o parque estiver a trabalhar em pleno, cheio de empresas e postos de trabalho para os estarrejenses serei o primeiro a dar a mão à palmatória.
Para terminar, e porque não gosto de parecer mal agradecido (especialmente nos dias que correm), mais uma nota: eu também não me esqueço da coragem política que Carlos Tavares teve noutros períodos conturbados da política estarrejense. Mas isso não tem nada a ver com a situação actual. O texto não foi um ataque pessoal, mas apenas uma discussão puramente académica. E só isso.

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segunda-feira, outubro 18, 2004

Notável

Luís Filipe Vieira e José Veiga fizeram ontem à noite aquilo que muitos consideravam impossível: fazer Pinto da Costa parecer um homem sensato, moderado, educado, ponderado e honesto. Isto até seria de estranhar se não estivéssemos a falar de dois sócios do FCP!

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domingo, outubro 17, 2004

Conforme prometido, aqui fica o texto da minha crónica de hoje na RVR. O programa será novamente transmitido terça-feira a partir das 18 horas (e pode ser ouvido aqui). As minhas crónicas surgirão de 5 em 5 semanas.

O Caso Carlos Tavares

Carlos Manuel Tavares da Silva, o actual presidente da Assembleia Municipal de Estarreja, é muito provavelmente o estarrejense mais notável desde Egas Moniz. De facto, quando hoje olhamos para o seu percurso de vida, mais não podemos fazer que admirá-lo e respeitá-lo profundamente. Carlos Tavares atingiu quase todos os sonhos a que pode aspirar um jovem nascido em Estarreja e tornou-se numa curiosa mistura de Arnold Schwarzenegger, António Vitorino e Luís Figo.
De facto, a extraordinária forma como o rapaz anónimo nascido na desconhecida aldeia de Salreu saltou para o mundo da alta finança, dos conselhos de administração dos principais bancos que actuam em Portugal e também para o governo da nação, em tudo faz recordar a história do culturista austríaco que hoje lidera um dos mais poderosos estados norte-americanos, depois de antes ter conquistado Hollywood. Diz-se que Schwarzenegger personifica o sonho americano e também é justo considerar que Carlos Tavares é o símbolo do sonho estarrejense.
O fantástico ordenado de futebolista que as revistas e jornais recorrentemente atribuem a Carlos Tavares, para além de ser um natural alvo da inveja de qualquer comum mortal, faz parte do imaginário colectivo. Quem não quer ser milionário? E quem não ambiciona ser tão milionário ao ponto de poder abdicar de alguns milhares de contos mensais só para poder fazer parte do governo do país? Quem não sonha ter tanto dinheiro que se possa dar ao luxo de desprezar avultadas quantias só para poder cumprir um sonho, ainda por cima tão nobre como servir a causa pública? Todos nós, uns mais acentuada e declaradamente que outros, ambicionamos um dia poder viver este tipo de escolhas. Mas todos sabemos que muito poucos o conseguirão. E Carlos Tavares foi um deles. Esse mérito já ninguém lho tira.
Todo este sucesso profissional e político trouxe a Carlos Tavares uma nova faceta: a do glamour e charme pessoal. É por isso que ele me lembra António Vitorino, um político cujos sapatos brilham de tal forma que por vezes ofuscam o próprio sol de Bruxelas. Em Estarreja, toda a gente se dirige a Carlos Tavares com exagerada deferência, do presidente da Câmara ao cidadão anónimo, todos se desfazem em sorrisos e salamaleques. Mesmo que Carlos Tavares falte a algumas dezenas de Assembleias Municipais e chegue a meio de outras tantas, tudo se lhe perdoa com um sorriso nos lábios. Porque o próprio facto dele aceitar dispensar uma pequena parte do seu valioso tempo para se preocupar connosco já é, por si só, motivo de grande agradecimento. De facto, Carlos Tavares goza, junto do poder autárquico, da imprensa e até da própria oposição, de um crédito quase ilimitado. O que quer que ele diga será sempre apreciado por pelo menos dois destes três intervenientes na política local de Estarreja.
Se por um lado todo este reconhecimento é um elementar acto de justiça e humildade de quem tem a plena consciência de estar a falar de um homem de sucesso, a verdade é que esta postura também acaba por ser uma espécie de cheque em branco intelectual. O que, tal como sucede em relação a todos os cheques em branco, é um acto arriscado. Porque errar é humano e mesmo o mais brilhante dos intelectos por vezes engana-se.
Todo este raciocínio para chegar aqui, ao erro de Carlos Tavares no caso do futuro parque eco-empresarial de Estarreja.
O PSD e o CDS locais aceitaram de braços abertos a solução de entregar a propriedade da sociedade gestora do futuro parque à API, uma empresa do sector empresarial do estado, a troco de um conjunto de facilidades burocráticas proporcionadas pelo regime das ALE, curiosamente regulamentado pelo Ministro da Economia Carlos Tavares. Ou seja, neste processo Carlos Tavares actuou dos três lados: do lado do governo, ao criar as ALE, do lado da API, pois era dele a tutela sobre esta instituição e do lado da CME, ao influenciar decisivamente o sentido da decisão do executivo camarário e dos deputados municipais da coligação. Pode mesmo dizer-se que este modelo de gestão do parque eco-empresarial de Estarreja é o modelo Carlos Tavares, pois foi por sua intervenção directa que todas as opções foram tomadas, a todos os níveis. Estava obviamente ao seu alcance a opção por uma solução em que a Câmara Municipal mantivesse a propriedade da sociedade gestora do parque. A actual decisão não foi produto de nenhum constrangimento legislativo, nem de qualquer pressão governamental, mas sim um acto deliberado, ideológico, consciente e convicto.
Ou seja, para o bem e para o mal, o pai de todas as responsabilidades pelo sucesso ou insucessos do parque eco-empresarial de Estarreja é o Dr. Carlos Manuel Tavares da Silva, o mais bem sucedido dos estarrejenses da sua geração. Que nunca nos esqueçamos disto. E sobretudo, oxalá que nunca deixemos de idolatrar o nosso Presidente da Assembleia Municipal de Estarreja, cujos êxitos nos enchem de orgulho e satisfação bairrista.

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sexta-feira, outubro 15, 2004

No próximo domingo de manhã irá para o ar na RVR (no programa de Luís Dias) uma crónica em que tentarei transmitir a minha posição final e retrospectiva sobre o encerrado caso do Parque Industrial. Depois da sua emissão colocá-la-ei online.

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quinta-feira, outubro 14, 2004

Serei eu um dos 10 portugueses que não suporta o José Castelo Branco? Serão especialmente bem-vindos comentários a este post.

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Fui ontem ver o Portugal-Rússia ao novo estádio de Alvalade. Benditos 25 euros!!! Cristiano Ronaldo é o melhor jogador do mundo!!! E Deco o segundo melhor!!!
Euforias à parte, a verdade é que nunca tinha visto a selecção jogar tão bem. E com a vantagem de ser sem Figo e Rui Costa... No entanto, continuamos a ter dois maus defesas laterais e um guarda-redes que até do vento tem medo, o que noutras circunstâncias poderá ser perigoso.

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quarta-feira, outubro 13, 2004

A falta de tempo para escrever neste blogue tem destas coisas: já nem sequer concordo com o conteúdo do último post, que escrevi poucos segundos depois de saber da notícia a que ele se refere. Olhando as coisas com algum distanciamento, é óbvio que esta não foi a primeira vez que Marcelo foi pressionado. E também é evidente que Pais do Amaral não se estreou a pressionar comentadores. Como também é lógico que o governo pressionou Pais do Amaral, pelo simples facto de ter negócios com ele. Os únicos acontecimentos verdadeiramente interessantes desta brincadeira foram:
- Mais uma bronca do governo Santana, que parece uma fonte inesgotável, capaz de transformar o próprio vácuo em disparates;
- A falta de inteligência do ministro Rui Gomes da Silva, surpreendente até para um "santanista";
- A forma como Marcelo se conseguiu safar. Porque no PSD já toda a gente percebeu que este é um governo de suicidas políticos;
- A forma como se ficou a perceber que Sampaio não vai deixar que Santana provoque a sua própria demissão e saia desta embrulhada como mártir.

Mais duas notas:
- Um agradecimento ao Manuel Arcêncio, que incluiu um link para o Estarreja Efervescente no seu magnífico blogue;
- Ao meu colega e amigo Mário Peixoto, que recentemente se estreou na blogosfera com este blogue.


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quarta-feira, outubro 06, 2004

Fiquei siderado. Escassos minutos depois do último post, liguei o rádio e ouvi na TSF a notícia do abandono de Marcelo! É inacreditável que a TVI tenha cedido desta forma ao governo. Mas confirma-se a minha teoria anterior: Rui Gomes da Silva é mesmo como um elefante trapalhão que parte tudo. Mas pelo menos conseguiu algo de inédito e que muitos há muito tentavam fazer: calar Marcelo. Só espero que a SIC o contrate... nem que seja para que todos continuemos a acreditar que a censura política já acabou há mais de 30 anos!

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O ministro dos assuntos parlamentares Rui Gomes da Silva está para o bom senso e intuição política como um elefante para uma loja de porcelana. Criticar Marcelo pelo simples facto deste fazer comentários na TVI?!!! Até estou com pena dele, tal vai ser o festival que o Professor vai fazer em cima do seu cadáver político no próximo domingo! E a TVI com as audiências ao rubro... Este post faz todo o sentido depois do anterior, pois também aqui estamos a falar de política-espectáculo!

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sábado, outubro 02, 2004

Durante o meu exercício de zapping nocturno, ao passar pelas sucessivas reportagens sobre o congresso do PS, reparei num facto curioso: a absurda quantidade de beijinhos que Edite Estrela já deu esta noite a José Sócrates! Não pode ser coincidência! É um número muito bem ensaiado: o líder discursa, sai do palco sob uma chuva de aplausos, é abraçado por um tubarão do partido (normalmente Jorge Coelho, embora possa variar) e logo de seguida dá um beijinho a uma senhora com bom aspecto (sempre Edite Estrela, por falta de comparência de eventuais concorrentes). Tudo preparado ao milímetro, sempre por esta ordem, antes e depois de discursos com teleponto, também eles com uma precisão quase cirúrgica! E Sócrates vem com uma gravata da cor do símbolo do PS (que passou de rosa a vermelho)... Começou a política-espectáculo e Sócrates já mostrou que não está para brincadeiras!
Aguarda-se a resposta de Santana, também ele um mestre nesta arte... mesmo perante a falta de conteúdo dos discursos é possível encontrar motivos de interesse nas encenações, perdão, nos congressos partidários!


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sexta-feira, outubro 01, 2004

Estreei hoje o IC1. Fantástico! Cheguei a Santa Maria da Feira talvez até mais depressa do que pela auto-estrada e ainda poupei 1 € de portagem. Embora para mim seja óptimo (enquanto for grátis - depois é a mesma coisa...), tenho que reconhecer que a estrada que hoje abriu só irá servir para quem for de Ovar. Para todos os outros será perfeitamente redundante, pois não proporcionará qualquer vantagem que a A1 já não possua actualmente. É por isso que o IC1 não vale sequer o esforço da discussão que tem merecido. E muito menos vale os prejuízos que qualquer das alternativas de traçado inevitavelmente acarretará.
O Januário do Santa Terrinha tem toda a razão. E o Fernando Mendonça também, quando propôs em reunião de vereadores que o IC1 coincidisse com a A1. E o Zé Matos também se juntou ao coro. Já somos pelo menos 4: abaixo o IC1 atravessador de Estarreja. Viva o IC1 coincidente com a A1 de 6 faixas (e grátis)!

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