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terça-feira, outubro 31, 2006

Chegou à caixa de correio do Estarreja Efervescente o conteúdo essencial da conferência de imprensa dada ontem pela secção de Estarreja do PS. Trata-se de um importante e muito incisivo conjunto de críticas à hecatombe de falhanços e problemas ocorridos no concelho nos últimos tempos perante a impotência e inacção de José Eduardo de Matos.
Aqui fica o texto integral:

Análise à situação política actual de Estarreja

IKEA
1º Afinal o investimento não vai ser de 30 milhões de euros, mas de 90 milhões de euros; os postos de trabalho não serão 225, mas 550 directos, mais os indirectos, que se prevê atingirem os 1500 e não vai ser instalada uma, mas três fábricas. O que nós julgávamos que era bom é, afinal, muito melhor. A instalação da IKEA em Estarreja era decisivo para que o concelho saia do marasmo em que se encontra.
2º Ainda há cerca de 5 meses atrás, o semanário Expresso dava o Eco-Parque de Estarreja como a localização preferida pela IKEA, desde que lhe fossem disponibilizados 250 mil metros quadrados de terreno, livres de ónus ou encargos, uma vez que pretendia iniciar o investimento cerca de 2 meses após o anúncio da localização.
3º A actual Câmara só podia disponibilizar 140 mil metros quadrados, porque grande parte dos restantes 110 mil metros quadrados não são ainda propriedade da câmara. Além disso, nenhuma desta área está sequer loteada.
4º Ou seja, cinco anos depois de ter tomado posse, o actual executivo ainda não conseguiu passar para seu nome os terrenos do parque industrial!
5º Recorde-se que o PS foi quem idealizou o Parque Industrial, fez o levantamento cadastral de todos os terrenos, elaborou o plano de pormenor, fez o projecto de execução das infra-estruturas, negociou com o Governo e com a Quimigal a cedência de terrenos propriedade desta última, lançou a obra a concurso e fez a respectiva adjudicação, que se previa concluir em 18 meses.
6º O PSD suspendeu a adjudicação da obra e criou a PARQUESTA, entidade que iria gerir o parque, maioritariamente detida pela API, que curiosamente foi quem negociou com o IKEA a vinda para Portugal. O que é feito da PARQUESTA, aprovada em reunião de Câmara e na Assembleia Municipal? Afinal para que entregaram 51% da gestão do Parque à API?
7º Nestes negócios de atrair e fixar investimentos, Paços de Ferreira teve a sorte de ter um presidente activo e determinado, que conseguiu, apesar de partir em desvantagem, arranjar o terreno, desanexá-lo da Reserva Ecológica Nacional e formalizar a sua venda à IKEA.
8º O presidente da Câmara de Estarreja, veio para a comunicação social, acusar o governo de ter facilitado todo o processo burocrático para a localização do investimento em Paços de Ferreira, num tom de fazer "queixinhas" que lhe é muito característico.
9º Convém lembrar que as Câmara de Paços de Ferreira, Paredes e Estarreja são todas geridas pelo PSD, pelo que as acusações de favorecimento partidário não se colocam.
10º O PSD e o actual presidente da Câmara de Estarreja, estão no poder há mais 5 anos, período de tempo mais que suficiente para ter legalizado e ultrapassado as burocracias e ter disponibilizado os terrenos para o investimento do IKEA. O que o presidente da Câmara de Estarreja, não conseguiu fazer em cinco anos, o presidente da Câmara de Paços de Ferreira conseguiu em 5 meses, porque também era mais fácil do ponto de vista processual resolver a questão dos terrenos de Paços de Ferreira do que os de Estarreja. Aqui está a grande diferença.
11º Outra grande diferença é a forma como os projectos são apresentados e defendidos. Paços de Ferreira não brincou em serviço e colocou todas as suas energias na elaboração de um projecto que fosse ao encontro das necessidades da IKEA. Foi notório nas intervenções na comunicação social que o Sr. Presidente de Estarreja não colocou grande entusiasmo e determinação neste projecto. Por exemplo, na visita à Polónia, onde esteve presente o Sr. Ministro da Economia, limitou-se a informar os presentes sobre a localização do concelho e as suas acessibilidades, ou seja, o que todos já sabiam, tendo-se feito acompanhar por uma pessoa que não é técnico, nem tem qualquer vínculo à Câmara Municipal.
12º Além disso, numa das últimas reuniões da Assembleia Municipal, assistimos a uma das mais patéticas intervenções do Sr. Presidente da Câmara, quando acusou o Partido Socialista de não querer o desenvolvimento de Estarreja, por ter feito uma queixa à Inspecção Geral da Administração do Território (IGAT), sobre as supostas ilegalidades que estariam a ser praticadas no Eco-Parque Industrial de Estarreja. A Comissão Politica do PSD de Estarreja voltou ao assunto, lançando um comunicado, onde acusa o PS do mesmo, pedindo aos eleitos e militantes do PS que demitissem os actuais dirigentes deste partido.
13º A IGAT já nos enviou uma carta onde consta que “Por determinação do Sr. Inspector-Geral tenho a honra de informar V. Excia que não deu entrada na IGAT qualquer queixa apresentada pela Secção do Partido Socialista de Estarreja acerca do Parque Eco-Empresarial de Estarreja”. Ou seja, o Senhor Presidente na ânsia de culpar outros pela incompetência que demonstra, não se importou de mentir com total convicção, acusando o PS de uma coisa que não fez. Já exigimos ao Senhor Presidente da Câmara que apresente um pedido de desculpas ao PS Estarreja.


IC1/ A29

14º O PS Estarreja não concorda com a introdução das portagens, mas convém lembrar que o troço da via nem sequer está feita entre Estarreja e Angeja.
15º Estamos há anos à espera da IC1. O Dr. Durão Barroso, o Dr. Paulo Portas, o Dr. Marques Mendes, na presença do Dr. José Eduardo Matos entre outros, estiveram em Estarreja antes de serem eleitos em 2002 e prometeram claramente que, caso ganhassem as eleições, a IC1 seria construída a poente. Ganharam as eleições e em vez de a construirem, suspenderam-na, perante os aplausos do Dr. José Eduardo, que andou todo o mandato do PSD no Governo pacatamente à espera, nada tendo exigido, apesar de ser do mesmo partido. Essa suspensão custou ao Estado cerca de 250 milhões de euros, sem que Estarreja tirasse daí qualquer benefício.
16º O PS apresentou em 2003 uma proposta de construir o IC1 colado à Auto Estrada, o que continua a ser a melhor solução e nos parece ainda mais justificável, se se vier a confirmar a introdução das portagens.
17º Apesar de concordar com a proposta do PS, o Sr. Presidente não a defendeu perante o seu governo, como devia. Limitou-se a enviar uma carta e a ficar pacatamente à espera da resposta.
18º Quando tomou conhecimento que o actual governo vai mesmo construir a IC 1, o Sr. Presidente esboçou um tímido protesto, mas não lutou por qualquer alternativa que defenda os interesses de Estarreja.
19º Agora, antes de lutar para que não haja portagens, temos de continuar a esperar que a via seja construída.
20º Depois de concluída, caso se mantenha a intenção de introduzir portagens, devemos lutar para que não seja portajada, por não termos alternativa à EN 109.
21º Se, nessa altura, se mantiver a intenção de introduzir portagens, não as deveremos aceitar até ser construída uma circular externa a Estarreja, que seja uma alternativa à EN 109.
22º Perante esta situação, só não usamos o argumento fácil de dizer que já nem é preciso o IC1, por compreendermos que a sua construção já está contratualizada e se a suspensão da construção custou 250 milhões de euros, a não construção ficaria muito mais cara.


ACTO – Instituto de Arte Dramática

23º O ACTO também anunciou o fim da sua actividade em Estarreja, o que deve ter sido motivo de júbilo para a actual Câmara, dado a perseguição que dedicaram a esta colectividade depois de assumirem o poder, mas já antes na oposição.
24º O ACTO era uma companhia de teatro profissional, com uma importância fundamental no desenvolvimento sócio-cultural de Estarreja, para além de que, com a sua actividade, ajudava a que a imagem de Estarreja aparecesse na comunicação social como uma verdadeira cidade.
25º Foi-se embora e fica a pergunta: o que é que ganhámos com isso? As colectividades, que no tempo do PS recebiam os subsídios a tempo e horas, estão a definhar, sendo que algumas ainda nem sequer receberam o total do montante que lhes era devido relativo ao ano de 2005, quanto mais ao de 2006!
26º A actividade cultural do município praticamente desapareceu. A Câmara fez o que pode para acabar com o ACTO, mas não apresentou qualquer outra alternativa. Aliás nem se conhece qual o projecto cultural que a Câmara tem para a cidade de Estarreja.


Hospital Visconde de Salreu

27º Estamos muito preocupados com a actual situação, uma vez que tomámos conhecimento que as Câmaras de Espinho e Ovar apresentaram documentos a favor da manutenção dos respectivos serviços de urgências, devidamente suportados por informações técnicas credíveis.
28º A Assembleia Municipal de Estarreja fez o que lhe competia. Desconhecemos a existência de qualquer documento tecnicamente instruído que o Sr. Presidente tenha apresentado a favor da manutenção das urgências no nosso hospital, apontando fundamentalmente para o risco decorrente da indústria química existente no município.

Nota: vivem-se momentos de profunda crise política em Estarreja e fica-se com a sensação de que, depois de ser autenticamente trucidado pelas múltiplas derrotas em todos os dossiers importantes, o executivo camarário está neste momento em estado de choque a lamber feridas e à espera que o tempo se encarregue de curar todos os males...

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Comments:
É Interessante ouvir e ler o que alguns dizem e escrevem em tentativas desesperadas de ilibar o Presidente da Câmara deste período negro da história de Estarreja.
Compreende-se o esforço, mas é inútil. Já toda a gente percebeu que uma terra não vai lá das pernas com um presidente lamurioso cuja única coisa que faz é sacudir a água do capote, como se não tivesse a responsabilidade de gerir e de administrar a terra, conforme mandato popular que lhe foi conferido
É que isto dos mandatos populares e dos resultados eleitorais não podem servir só para abanar bandeirinhas na hora da festa. Depois vem a parte dolorosa da questão, que é, sobretudo, saber e ser e capaz de estar à altura. E Este Presidente, em linguagem corrente, e sem querer ofender, não está altura. Na minha antiga terra dizia-se que quem age “assim como assim” é um “banana”. (Mera figura estilística, sem querer ofender o visado nem o fruto…)

Um Governo não governa com a intenção de fazer bem ou mal a uma terra. Um Governo governa o país, que por acaso é um conjunto de vários municípios.
Se a responsabilidade de tudo o que sucede em Estarreja é do Governo, para que raio é que serve um presidente de Câmara? O que é faz, afinal o Presidente da câmara?

Está sentado à espera apenas das coisas boas governos? Corta-fitas e leva velhinhos a passearem? Cobre de placas com o seu nome as paredes das obras que os outros fizeram? Gere como quem faz um a chave para o euromilhões, à espera da sorte?
Julgo que não se vai lá só com sorte! E o resultado, infelizmente, está à vista!
Se não se concorda com as portagens, luta-se! Se não se concorda com o encerramento das urgências, luta-se! Se se quer o IKEA ou o desenvolvimento económico, luta-se!
Se se acredita nas potencialidades do que se administra e nas suas próprias convicções, luta-se! Quem não tem medo, não se fica sem luta!
É preciso luta, projectos, rasgo e muito trabalho!
E isso Estarreja hoje, definitivamente, não tem!
Já todos sabemos o Presidente que temos, já todos sabemos que a música mais ouvida é o "fado do desgraçado"!

Ora, saia então mais um camião de lamas nauseabundas para estrumar este lindo campo de queixinhas… O sr. Presidente trata da rega!
 
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