<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, outubro 25, 2006

Não se esqueceram de ninguém?

Aqui fica a notícia do Público sobre o IKEA em Paços de Ferreira. A palavra "Estarreja" é citada zero vezes no texto, o que acaba por ser ilustrativo da veemência da candidatura. Será que alguém em Portugal ficou a perceber que o governo preferiu implementar três fábricas numa zona de Reserva Ecológica Nacional em detrimento de um Eco-Parque com condições muitíssimo mais favoráveis? Onde andaria José Eduardo de Matos a esta hora? (as palavras mansas e tímidas ontem ouvidas na TSF provavelmente foram recebidas com um sorriso nos lábios em Paços de Ferreira e com um "manda mais postais!" no Terreiro do Paço...)

IKEA investe 135 milhões em Paços de Ferreira
Inês Sequeira

Da produção total
das três futuras unidades de fabrico em Portugal, 90 por cento irá destinar-se
à exportação

O grupo IKEA, através da sua participada Swedwood, principal fornecedora de mobiliário para as lojas do gigante sueco, anunciou ontem um investimento total de 135 milhões de euros na construção de três unidades de fabrico em Paços de Ferreira, a primeira das quais irá entrar em funcionamento já no final de 2007.
A confirmação de que o maior investimento global até hoje realizado pela Swedwood irá concentrar-se em Paços de Ferreira foi ontem feita pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, e por responsáveis da multinacional, incluindo o director-geral da IKEA Ibérica, André de Wit, e um dos directores de negócios da Swedwood, Mats Lindskog.
A aposta do grupo na criação de fábricas próprias em Portugal, as primeiras na Península Ibérica, irá traduzir-se num investimento muito superior aos 32 milhões de euros inicialmente previstos pelos suecos e na criação de 550 postos de trabalho directos (240 na primeira unidade). Quanto à matéria-prima a utilizar, 60 por cento da madeira e derivados será também portuguesa.
Objectivo das novas unidades? Reduzir os custos de transporte entre os fornecedores e as lojas da IKEA, no âmbito da actual expansão do grupo para o Sul da Europa. Com efeito, 90 por cento da produção anual das novas fábricas - um total de 180 milhões de euros quando atingirem a velocidade de cruzeiro, calendarizada para 2014 - irá destinar-se a exportação para os países mais próximos: Espanha, França, Itália, Grã-Bretanha.
Cada uma das três fábricas, concentradas numa área de 122.500 metros quadrados, terá uma linha de produção. Na primeira, cuja construção deve iniciar-se ainda este ano, irão fabricar-se móveis de estrutura alveolar (board on frame). Nas outras duas unidades, que se inauguram em 2008 e em 2010, terá lugar o fabrico de portas de cozinha e de móveis com acabamento folheado.
Quanto à opção por Paços de Ferreira, em detrimento de Estarreja e Paredes, foram vários os factores tidos em conta, especificou o director de expansão da IKEA em Portugal, António Machado: uma ligação directa à auto-estrada A42, o nível da área disponível, as ligações a Vigo e ao Porto de Leixões e um estudo de impacte ambiental "positivo", uma vez que as fábricas irão ficar numa zona que era até agora de reserva ecológica.

Paredes "lamenta" intervenção do Estado
O presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, lamentou ontem a intervenção do Estado no processo, ao permitir a alteração do plano director municipal (PDM) de Paços de Ferreira, "em três dias e com um fim-de-semana pelo meio", de forma a possibilitar a instalação das novas fábricas numa zona de reserva ecológica.
"O que lamentamos neste processo é a intervenção da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte [CCDR-N] da forma como o fez", afirmou Celso Ferreira, sustentando que "o Estado não pode intervir nos processos desta maneira". A possibilidade de alteração do PDM de Paços de Ferreira para viabilizar o investimento foi alvo de duras críticas por parte de Celso Ferreira, que considerou estarem a ser dadas condições especiais a um dos concorrentes.

Etiquetas:


follow me on Twitter
Comments: Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?