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terça-feira, dezembro 26, 2006

Esta recente moda da governação pseudo-baseada na evidência é particularmente irritante: usam-se estudos enviezados e profundamente tendenciosos para justificar decisões cuja fundamentação é apenas política. Com isto os políticos sacodem a água do capote e podem tomar decisões que não teriam coragem de assumir apenas com base na verdadeira natureza que as alicerça: as convicções (políticas, económicas, financeiras ou economicistas, conforme o caso).
Foi assim no patético trabalho da Autoridade da Concorrência sobre as farmácias, no caso do TGV e sobretudo na Ota, nas portagens das SCUTs e agora também é assim no caso do fecho dos SUs (entre os quais o do HVS). Considera-se que Estarreja é uma zona com um índice de actividade industrial elevado, mas ao nível do de concelhos cuja indústria pouco mais é que meia dúzia de oficinas de automóveis e classifica-se a região da Ria de Aveiro como não sendo um pólo turístico particularmente importante (nesse caso, tirando o Algarve, quantos pólos turísticos teremos em Portugal?)... Convenientemente oculta-se o impacto devastador que a prevista onda de encerramentos terá no já hoje muito insuficiente SU do Hospital de Aveiro.
Enfim, se o governo realmente pretende encerrar a Urgência do HVS pelo menos poderia poupar-nos a este triste espectáculo de fuga do rabo à seringa e de desculpas esfarrapadas. Há que assumir que a decisão é única e exclusivamente política, até porque não foram apresentados ainda quaisquer motivos que a possam fundamentar tecnicamente. Até porque ninguém gosta de ser tratado como um atrasado mental, que é o que o Ministério da Saúde nos anda a fazer a todos nesta matéria.

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