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terça-feira, dezembro 12, 2006

O primeiro contacto com Portugal após 15 dias de ausência foi mediado pela TAP (a quem os ingleses chamam carinhosamente Take Another Plane):
Chegados a Heathrow pouco depois das 6 da manhã e após um voo de mais de 13 horas, vemos a indicação: TAP Air Portugal - Terminal 2. Quilómetros de passadeiras rolantes, uma viagem de autocarro entre terminais e sempre a seguir as orientações para os Connection Flights, nova passagem pelo raio-X por causa dos líquidos e eis-nos numa sala enorme, rodeados de balcões de companhias aéreas por todos os lados. A servir de orientação, um ecrã que indicava a correspondência entre as diversas companhias aéreas e o respectivo número de balcão. A TAP não constava da lista. Surpreendidos, contactámos o balcão de informações, onde a simpática funcionária de serviço nos informou de que quem tratava dos assuntos da TAP era a Alitalia (já agora, Always Late In Take-off, Always Late In the Air). A que propósito é que se fere desta forma a soberania de um povo, pensámos nós, mas lá fomos ao balcão da Alitalia, que se encontrava vazio. Voltámos ao balcão das informações, onde a mesma funcionária, surpreendida nos disse que se calhar o melhor era irmos até à zona dos portões de embarque, onde havia outro balcão da Alitalia, onde talvez estivesse alguém que nos poderia fornecer o indispensável boarding pass. Entretanto, faltavam 45 minutos para a hora de partida do avião que nos haveria de levar ao Porto. Obedecendo às instruções recebidas, seguimos para a zona dos portões de embarque, até nos aparecer uma placa com o aviso "proibida a passagem a passageiros que não tenham boarding pass". Voltámos para trás, para a sala inicial, onde vimos uma funcionária a passar em frente ao balcão da Alitalia. Corremos para lá e voltámos a contar a história toda. Afinal a pessoa em causa não pertencia nem aos quadros da TAP, nem da Alitalia, estava apenas por ali de passagem. Mas, prestativa, deu-nos um conselho em tom de confidência enquanto encolhia os ombros: "estes tipos da TAP e da Alitalia passam a vida a fazer coisas destas. Vão para a zona dos portões de embarque, ignorem a proibição de passar aquele ponto sem o boarding pass e dirijam-se ao balcão da Alitalia que encontrarão do lado direito". Assim o fizemos. No entanto, o segundo balcão estava também vazio, mas com um telefone e uma mensagem: "para assuntos da Alitalia, marque o número X e para assuntos da TAP marque Y". Obviamente, marcámos Y. O telefone tocou dezenas de vezes e ninguém atendeu. Desesperados, ligámos para o X. Finalmente falámos com um funcionário da Alitalia, que nos confirmou que de facto às vezes eram eles quem tratava dos assuntos da TAP, mas não sabia nada nem do nosso voo, nem onde é que poderíamos obter o indispensável boarding pass. Por fim, depois de nos deixar vários minutos em espera, lá nos deu indicação para irmos para um determinado portão de embarque. Chegados ao local indicado, nenhum dos funcionários sabia de nada, pois dali saía um voo da TAP, mas em direcção a Lisboa! Nova conferência de funcionários da Alitalia, vários telefonemas e lá apareceu por fim nova informação. Afinal deveríamos ir para outro portão de embarque onde, aí sim, haveria alguém da Alitalia que nos daria o cartão de embarque para podermos voar na TAP. Desta vez a informação era correcta e conseguimos chegar ao sítio certo 10 minutos antes da hora do voo. Pelo caminho, não conseguimos falar com um único funcionário da TAP ou sequer com alguém que falasse português ou soubesse do que se passava sem fazer meia dúzia de telefonemas. Enquanto esperávamos comentávamos como é que alguém que não soubesse falar inglês se poderia ter desenrascado numa situação semelhante à nossa. À hora certa, entrámos no avião. Só levantámos voo cerca de uma hora e meia depois, pois segundo o piloto, havia mais de 20 passageiros que tinham feito check-in, estavam no aeroporto, mas ainda não tinham comparecido no portão de embarque... enquanto tudo isto durava íamos assistindo aos abanares de cabeça paternalistas e irritados dos estrangeiros que connosco partilhavam o voo.

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