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quinta-feira, fevereiro 22, 2007

O tempo do respeitinho

Mais uma vez, o José Matos manipula os factos para criar uma imagem de que tudo é política e, como tal, não vale nada. Deste modo, atinge-se a confortável situação de que todo e qualquer texto de quem quer que pertença ou tenha pertencido à oposição é apenas algo que é escrito em nome de uma agenda política secreta, com objectivos pouco claros.
Além disso, enquanto me acusa de ter processos de intenções obscuros, subverte completamente o sentido dos meus textos e atribui-me intenções que em nenhum momento manifestei: não os escrevi como se fosse um bebé chorão que está a fazer uma birra porque não apareceu no jornal, não enviei qualquer texto ou crónica para os meios de comunicação locais e, como tal, não me estou a queixar de qualquer descortesia para comigo. Já não sou deputado municipal e nem sequer assisti ao vivo à última AM, pelo que penso ser óbvio que não me estou a protestar contra nada que se relacione com a minha intervenção directa. Os meus textos eram simplesmente sobre matéria factual:
- O PS fez uma acusação grave (oralmente e por escrito na AM, por escrito no comunicado enviado à RVR) a José Eduardo de Matos e ao executivo camarário. Ao contrário do que o José Matos tenta fazer passar, esta acusação é nova: ainda ninguém tinha afirmado publicamente que "existem suspeitas de várias ilegalidades que envolvem o Eco-Parque Empresarial". Por afirmações muito menos directas que estas, vemos diariamente manchetes nos jornais, reportagens televisivas, fóruns radiofónicos e programas de opinião, como é o caso recente do que se passa na Câmara Municipal de Lisboa;
- É também inegável que nem a Rádio Voz da Ria (no seu site da net - contudo, segundo fui informado, este facto fez parte da reportagem radiofónica que eu não consegui ouvir na íntegra), nem o Jornal de Estarreja referiram sequer a existência desta acusação. Ou seja, ninguém está a pedir para "aparecer nos jornais" ou nas primeiras páginas. No entanto, quando a principal iniciativa da oposição numa Assembleia Municipal não é sequer referida num cantinho da notícia respeitante ao assunto, as queixas tornam-se legítimas!

Por outro lado, no seu texto o José Matos faz afirmações perfeitamente chocantes sobre o seu conceito de jornalismo. Vejamos alguns exemplos:

Portanto, é um jornalismo que não alinha nas “bombas” do Vladimiro, nem em grandes combustões. Nem nunca alinhou nas tropelias da oposição contra o poder. Nem agora, nem no passado. Depois é um jornalismo que já viu o filme das queixas muitas vezes, que já sabe que é um filme repetido e gasto e que poucas vezes deu alguma coisa.
Mas quem quer aparecer nos jornais tem ainda um outro problema. Tem que ser credível senão a mensagem não passa. Não se pode pintar tudo de negro senão torna-se irrelevante o que dizemos.
Perceber isto é fundamental para se entender porque razão o discurso do PS dificilmente passa na comunicação social local. É que o discurso do PS não é muito diferente daquilo que o Vladimiro Jorge escreveu. Em alguns casos é mesmo pior. Portanto, como é que pode passar na comunicação social?

Para já, o que o José Matos diz é mentira: no passado todos vimos publicadas extensas peças de jornalismo local contra os anteriores presidentes da Câmara (Lurdes Breu e Vladimiro Silva). Eu próprio já publiquei dezenas de artigos de jornal e crónicas radiofónicas totalmente anti-poder, algumas das quais muitíssimo corrosivas. Ou seja, ao contrário do que o José Matos afirma e parece defender, felizmente há em Estarreja uma fortíssima tradição democrática na comunicação social local. Nunca me negaram a publicação de um único texto, artigo ou crónica radiofónica. Tenho do jornalismo estarrejense a melhor das impressões neste aspecto. Aliás, é por isso que nos meus textos em nenhum momento eu acuso quem quer que seja de favorecer deliberadamente o poder local: apenas critico um critério jornalístico que objectivamente prejudicou o PS e favoreceu o PSD.
Por outro lado, são absolutamente injustas as afirmações do José Matos de que "o discurso do PS dificilmente passa na comunicação social local". Não é verdade e nem a RVR, nem o Jornal de Estarreja mereciam que o José Matos o dissesse. Recentemente houve um caso concreto em que isso eventualmente aconteceu (precisamente este que agora se discute). No entanto, basta ler qualquer uma das anteriores edições do JE ou ouvir os noticiários da RVR para perceber que o que o José Matos diz é falso.
Além de tudo, é surpreendente o tom geral do artigo do José Matos, que basicamente diz que para se poder "aparecer nos jornais" é preciso "ser credível", como se a função dos jornalistas não fosse relatar os factos e iniciativas políticas de todos os partidos, mas sim fazer juízos de valor sobre os acontecimentos e noticiar apenas aqueles que (de preferência de acordo com os critérios do José Matos) fossem considerados meritórios e dignos de notícia.
Curiosamente, este texto do José Matos acaba por ser o melhor exemplo daquilo de que eu falava há dias: " a cultura do politicamente correcto que ultimamente tem caracterizado a vida política estarrejense ". De facto, com textos destes até parece que voltámos ao tempo do respeitinho.
Não, meu caro. Estás muito enganado. A mim não me condicionas tu.

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Comments:
Isso é tudo muito lindo mas ainda ninguém respondeu à questão do dia:

QUEM FOI O RESPONSÁVEL PELA CAMADA DE FULIGEM DESTA MADRUGADA EM ESTARREJA?

Espero que os ilustres jornais locais investiguem e noticiem o facto.
 
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